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SUMÁRIO Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Defensores de Chaves, 15, 3.º F 1000-109 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 215 935 154 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Nova Àgora Grup, S.L. (100%) Diretora Luísa Santos Equipa Editorial Luísa Santos, Esther Güell, Nerea Gorriti redacao_intermetal@interempresas.net www.intermetal.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 44 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127299 Déposito Legal 455413/19 Distribuição total +4.100 envios. Distribuição digital a +3.400 profissionais. Tiragem +700 cópias em papel Edição Número 18 – Julho, Agosto, Setembro 2023 Estatuto Editorial disponível em https://www.intermetal.pt/ EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Gráficas Andalusí, S.L. Camino Nuevo de Peligros, s/n - Pol. Zárate 18210 Peligros - Granada (España) www.graficasandalusi.com Membro Ativo: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da InterMETAL adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. ATUALIDADE 4 EDITORIAL 5 Entrevista com Wilfried Schäfer, diretor executivo da Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas- Ferramentas (VDW) 10 Automação e robótica, inteligência artificial e digitalização, chaves para o futuro da indústria 14 EMO 2023: conheça as novidades dos expositores 20 Bosch, Universidade do Porto e INL assinam contrato de inovação que traz a Inteligência Artificial para dentro das fábricas 26 Inteligência Artificial: indústria dá primeiros passos na adoção de tecnologia com potencial 28 Sistema operativo ROS marca o futuro da robótica industrial 32 Indústria automóvel lidera o caminho da automatização 35 Fanuc mostra como a indústria pode incorporar a sustentabilidade no seu conceito de negócio 36 Jogar antes de comprar: igus simplifica automação ‘low cost’ com aplicações, metaverso e novos cobots 40 Carros mais leves, produção mais eficiente: INEGI e setor automóvel preparam o futuro 42 Do corte de punçonagem à quinagem: sistemas automatizados totalmente concebidos e desenvolvidos pela Euromac 44 Monitorização do processo de endurecimento por prensagem nas linhas de produção 46 Amada, o seu sucesso é o sucesso dos seus clientes 48 MAS Concept da TCI Cutting otimiza a produtividade na indústria da chapa metálica 50 Sonda para inspeção da qualidade da soldadura laser 54 Tecnologia laser na indústria metalomecânica 58 Modularização e uniformização na tecnologia de estampagem e dobragem 60 A ferramenta ideal para a tecnologia CNC incorpora informação digital suplementar abrangente e indispensável 64

4 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE INEGI investe mais de sete milhões de euros na capacitação da infraestrutura tecnológica O Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) investiu mais de sete milhões de euros na atualização e expansão da sua infraestrutura tecnológica. Este investimento reforça a capacidade de apoiar as empresas da indústria portuguesa, particularmente nas suas atividades de inovação, investigação e desenvolvimento. Cofinanciado pelo Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, este investimento permitiu ao instituto do Porto atualizar meios laboratoriais, bem como expandir as suas instalações e infraestrutura de suporte, que atualmente apresentam mais de nove mil metros quadrados, o que permitirá, também, dar resposta ao contínuo crescimento do número de Recursos Humanos altamente qualificados do Instituto. “Apostámos essencialmente no desenvolvimento de competências e na demonstração de soluções tecnológicas aplicadas à realidade industrial emergente, nomeadamente a transição digital, a transição energética, a economia circular, os novos materiais e os processos avançados de fabrico, já que são áreas que os nossos parceiros industriais identificam como fundamentais para a sua competitividade e sustentabilidade nos próximos anos”, explica Alcibíades Guedes, presidente do conselho de administração do INEGI. Dentre as ações implementadas destaca-se uma plataforma IoT (Internet of Things, em inglês), que pretende integrar máquinas e processos presentes no INEGI para facilitar o teste e demonstração de processos e sistemas ciberfísicos para a indústria, bem como diversos equipamentos tecnologicamente avançados, como são os casos do processo de Fusão Seletiva por Laser (SLM) utilizando pós metálicos, e de um sistema de produção de termoplásticos com nano-modificações. Metalogalva compra Electrofer A multinacional portuguesa Metalogalva, sediada na Trofa, anunciou no dia 1 de setembro a aquisição da Electrofer, metalomecânica da Marinha Grande, onde pretende investir cerca de três milhões de euros nos próximos anos e manter os mais de 250 trabalhadores. A Metalogalva, empresa do VigentGroup com presença em 15 países e um volume de negócios consolidado de 400 milhões de euros em 2022, comprou a Electrofer, metalomecânica da Marinha Grande que conta com mais de 250 colaboradores. Esta operação insere-se na estratégia de crescimento da multinacional portuguesa que, em maio, abriu a sua primeira unidade produtiva nos Estados Unidos (EUA). A Metalogalva adiantou também que o plano de investimento direto na Electrofer poderá atingir três milhões de euros, ao longo dos próximos anos, e que todos os mais de 250 trabalhadores da empresa da Marinha Grande se vão manter em funções. A multinacional estima um crescimento de faturação da Electrofer nos próximos anos de cerca de 25%, em relação ao ano de 2022. Fonte: Lusa.

5 EMAF 2023 recebe mais de 26 mil visitantes e reforça posição internacional A bienal EMAF voltou à Exponor com o objetivo de se posicionar como o maior evento nacional do setor metalúrgico e metalomecânico, afirmando-se a nível ibérico e cravando o seu lugar na rota das feiras internacionais. Entre os dias 31 de maio a 3 de junho, a 19ª edição do certame apresentou uma oferta de mais 440 expositores, marcados pela tecnologia e inovação. Nesta edição, destacaram-se as visitas do ministro da Economia, António Costa Silva, bem como do secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio. A EMAF – Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria – chegou ao fim no passado dia 3 de junho, com um saldo positivo que regista mais de 26 mil visitantes, numa edição que teve como mote a ‘Transformação Digital’. Com mais de 440 expositores, de países como Portugal, Espanha, França, Suíça, Itália e Alemanha, a feira ocupou cerca de 50 mil m2 de área coberta, que se estendeu por uma área exterior de exposição, “na melhor representação de sempre”, assegura a Exponor. A EMAF abriu portas à reflexão sobre o futuro das empresas do setor, atraindo as atenções do governo. Um dos destaques foi a visita detalhada do secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, no dia 1 de junho, que visitou diversas empresas expositoras, todas elas fabricantes nacionais. O número de empresas em exposição e a sua representatividade impressionaram o representante. A 2 de junho, a feira recebeu ainda a visita do ministro da Economia, António Costa Silva, que ficou também marcada por momentos de diálogo com alguns dos expositores. A organização estima que a feira tenha atingido um volume de negócios na ordem de vários milhões de euros, o que é indicativo da importância do setor na economia portuguesa. Visita do secretário de secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, ao stand da Amob. EDITORIAL As dificuldades vividas pelo setor metalomecânico não são novas. Mas há uma em particular que tem vindo a agudizar-se: a falta de mão de obra. No entanto, desta carência estão a nascer inovações que, a longo prazo, podem vir a aumentar significativamente a produtividade no setor. Estamos a falar de soluções que recorrem ao uso de inteligência artificial aliadas à robotização e automatização de processos. Em Portugal, já é comum encontrarmos fábricas parcial ou totalmente automatizadas. No entanto, no campo da IA, estamos ainda a dar os primeiros passos. Antes, temos de digitalizar todos os processos. Só com acesso a dados em tempo real será possível aproveitar todas as vantagens que esta tecnologia tem para oferecer à indústria. O artigo da página 28 analisa em detalhe este tema. Muitas das soluções de que estamos a falar podem ser vistas na edição deste ano da EMO Hannover, que decorre de 18 a 23 de setembro naquela cidade alemã. Em entrevista exclusiva à InterMetal, Wilfried Schäfer, diretor executivo da Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas-Ferramentas (VDW), refere que, pela sua relevância, estes são os temas fortes da EMO deste ano, assim como a eficiência energética, determinante para a sustentabilidade do setor. Conheça, nesta edição, algumas das novidades apresentadas pelos expositores. Até há alguns anos muito manual, a indústria nacional da chapa metálica tem vindo a acompanhar esta tendência de modernização e os fabricantes de equipamentos acompanham, naturalmente, este caminho. No dossier que dedicamos às tecnologias para chapa metálica mostramos-lhe as mais recentes novidades apresentadas por alguns dos principais fornecedores de máquinas para cortar, quinar, punçonar, soldar e inspecionar este tipo de produto. Boa leitura! Da necessidade nasce o engenho

6 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Tebis, Moldino e Graphite apresentam soluções para aumentar a capacidade de produção da indústria de moldes A Tebis, a Moldino e a Graphite organizaram no dia 19 de julho, em São João da Madeira, o workshop ‘Do Virtual para o Real – Como potenciar a produção’. O evento reuniu uma audiência diversificada de profissionais da indústria interessados em explorar as possibilidades da digitalização e o impacto da automatização na produção de moldes e matrizes. O workshop ofereceu uma visão abrangente da vasta oferta de soluções no campo do software CAD/CAM, ferramentas perfiladas e sistemas de aperto, apresentando estratégias para aumentar a capacidade de produção das empresas da indústria. Durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de compreender a importância da digitalização e da automatização do CAD/CAM Tebis, e a sua aplicação na exploração das várias ferramentas perfiladas e dos sistemas de aperto, com vista à otimização da sua aplicação. De acordo com a empresa, “para as várias ferramentas apresentadas, ficou claro o número de horas que é possível reduzir, com ganhos nos tempos de maquinação até 60%”. A demonstração prática das vantagens das ferramentas perfiladas da Moldino e os benefícios dos sistemas de aperto da Graphite (Fastmill e Erowa) também foram pontos-chave das apresentações. Swedish Steel Prize 2023 premia uso de aço de alta resistência no setor ferroviário A empresa sueca Green Buffers foi galardoada com o Swedish Steel Prize 2023 pela utilização de aço de alta resistência com absorção de energia para tornar os comboios mais seguros e rentáveis. "O sistema da Green Buffers utiliza perfis de aço de alta resistência para dissipar a energia gerada pela colisão de um comboio de forma controlada. A sua tecnologia de acoplamento de última geração abre a porta a soluções de design sofisticadas e personalizadas que irão salvar vidas e reduzir custos", afirma Eva Petursson, presidente do júri do Swedish Steel Prize (Prémio Sueco do Aço) e diretora de investigação e inovação da SSAB. O sistema é composto por 12 unidades deformáveis montadas em interfaces de acoplamento ao longo do comboio. Quando ocorre uma colisão, os perfis de aço Strenx 700 MC dobram-se como um acordeão, absorvendo o impacto da colisão em menos de um segundo. Evitando o pico de força inicial e minimizando todas as outras forças de pico, a energia de uma colisão é distribuída de forma controlada. Roger Danielsson e os seus colegas da Green Buffers receberam o prémio que reconhece o seu trabalho inovador com o aço. Nesta imagem, com Eva Petursson, presidente do júri do Swedish Steel Prize.

7 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Hexagon lança nova versão do software Esprit Com este lançamento, o Esprit TNG passa a Esprit Edge. A nova versão visa não só integrar as melhores características e tecnologias de todo o portefólio Esprit, mas também desenvolver integrações perfeitas com novas funcionalidades complementares para proporcionar fluxos de trabalho otimizados, desde a orçamentação e desenho até à produção e qualidade do produto final. Os clientes que utilizam o Esprit 2K e que já têm a versão de 2023, lançada recentemente, não notarão qualquer alteração no seu produto. Grupo SMS e Tata Steel unem forças para demonstrar a tecnologia de descarbonização à escala industrial O Grupo SMS e a Tata Steel assinaram um memorando de entendimento para realizarem, em conjunto, uma demonstração industrial da inovadora tecnologia EASyMelt da SMS no alto-forno E da Tata Steel em Jamshedpur, na Índia. O acordo foi firmado durante a feira Metec e assinala um marco importante rumo à descarbonização da indústria siderúrgica. Ambas as partes já tinham assinado um memorando de entendimento em novembro de 2022 para explorar conjuntamente oportunidades de descarbonização da produção de aço. Agora, identificaram o EASyMelt como uma tecnologia chave de redução de emissões de CO2 a ser implementada na siderurgia da Tata. O principal objetivo deste projeto de demonstração será reduzir as emissões de CO2 numa primeira fase intermédia em mais de 50% em comparação com o funcionamento de base do alto-forno. A tecnologia EASyMelt (Electric-Assisted Syngas smelter), desenvolvida pela empresa do grupo SMS, Paul Wurth, é uma solução metalúrgica de ponta que pode ser implementada em instalações siderúrgicas integradas existentes e utilizada para acelerar a descarbonização. O núcleo da tecnologia utiliza a reciclagem do gás de topo de alto-forno para a produção de gás de síntese. O mesmo é injetado tanto no poço como no bocal, onde é utilizado um sistema de queima de plasma para aquecer ainda mais o gás. À esquerda da imagem, T. V. Narendran, CEO e diretor-geral da Tata Steel. À direita, Burkhard Dahmen, diretor executivo do Grupo SMS. Faça mais com o seu robô! Com o 7º eixo drylin®, a área de trabalho pode ser expandida muitas vezes. Uma solução para qualquer pequeno robô com o hardware e software. Rápida instalação e comando através de I/Os digitais. Fácil instalação. Fácil integração. Fácil programação. Aumentamos o alcance Um 7º eixo para qualquer robô ... /7eixo igus® Lda. Tel. 22 610 90 00 (chamada para a rede fixa nacional) info@igus.pt motion plastics® PT-1327-7te Achse Roboter 85x125_CC.indd 1 09.08.23 14:37

8 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Trumpf projeta megalaser para assinalar 100º aniversário Este ano marca o 100º aniversário da empresa alemã de alta tecnologia Trumpf, sediada na região de Estugarda. A data exata do aniversário foi 6 de agosto e a empresa decidiu celebrar em grande estilo: projetou um dos lasers mais potentes do mundo e iluminou o céu e os arredores da sua sede em Ditzingen com luz verde visível a mais de 80 quilómetros de distância. A luz verde do laser é produzida por um laser particularmente eficiente em termos energéticos, com três quilowatts de potência, normalmente usado pelos clientes da Trumpf em tarefas como a soldadura de baterias de veículos elétricos. Além da indústria automóvel, os lasers da marca podem ser usados também no fabrico de semicondutores e no setor dos dispositivos médicos, entre muitos outros. Este ano assinala um marco importante. Em 1923, Christian Trumpf, juntamente com dois sócios, adquiriu as oficinas mecânicas anteriormente ocupadas por Julius Geiger GmbH em Estugarda. A partir de 1937, a empresa passou a operar sob o nome Trumpf e especializou-se na produção de máquinas manuais para tarefas simples de processamento de chapa metálica. Na década de 1950, o foco da empresa mudou para as máquinas-ferramentas. Em 1985, a Trumpf lançou o seu primeiro laser e cimentou as bases para a sua ascensão como especialista nesta tecnologia. Hoje, a marca Trumpf não representa apenas máquinas-ferramenta e tecnologia laser, mas também fornece soluções para tecnologias promissoras fundamentais para o futuro, como a eletromobilidade e os sistemas de litografia EUV utilizados para produzir microchips. No exercício financeiro de 2022/23, o Grupo Trumpf empregou cerca de 17.900 pessoas e gerou vendas de cerca de 5,4 mil milhões de euros (dados preliminares). Hasco disponibiliza ferramenta para fabrico de moldes sem necessidade de acesso à internet Com a nova Hasco Set - Standard Engineering Tool, a Hasco coloca à disposição dos fabricantes de moldes uma nova ferramenta offline, especialmente concebida para responder às necessidades dos profissionais do setor. Por uma questão de segurança, muitas vezes, os computadores CAD não estão ligados à internet. A Hasco Set permite aos utilizadores aceder a toda a biblioteca de produtos no seu posto de trabalho, sem ligação web. As constantes atualizações garantem acesso a mais de 100 mil standards de qualidade e dados de produtos. A interface da Hasco Set pode ser facilmente adaptada às necessidades individuais dos utilizadores, o que permite aos profissionais envolvidos no fabrico de moldes concentrarem-se nas questões essenciais do processo, aumentando consideravelmente a eficiência.

9 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERMETAL.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Mitsubishi Materials recebe prémio de qualidade da Schaeffler pelas ferramentas Diaedge O desempenho, qualidade e fiabilidade das ferramentas Diaedge, da Mitsubishi Materials, foram determinantes para a atribuição do galardão. Graças à estreita cooperação ao longo de muitos anos enquanto fornecedoras e parceiras na área das ferramentas de corte, a MMC Hartmetall GmbH e a Mitsubishi Materials estabeleceram uma sólida relação com o Grupo Schaeffler e, este ano, a empresa foi oficialmente reconhecida com o ‘Prémio de Qualidade’ como fabricante de ferramentas de corte pelo excelente desempenho, qualidade e fiabilidade das ferramentas Diaedge da Mitsubishi Materials. Este prémio de qualidade é um reconhecimento da "excelência das ferramentas Diaedge" no que diz respeito a processos de maquinagem estáveis e de alta precisão, bem como à otimização dos processos de fabrico com custos reduzidos. A cerimónia de entrega de prémios decorreu no Dia do Fornecedor 2023, da Schaeffler, a 23 de maio, na sede da empresa em Herzogenaurach, Alemanha. Contou com a presença de mais de 450 convidados. Da esquerda para a direita: Moderador (ntv), Klaus Rosenfeld, diretor executivo da Schaeffler AG; Tetsuo Yamazumi, presidente da MMC Hartmetall GmbH; Patrick Peter, key account manager da Schaeffler na MMC Hartmetall GmbH; e Georg F. W. Schaeffler, acionista e presidente do conselho de administração da Schaeffler AG. Apoiando a Sustentabilidade PROTEGENDO-O A SI, O SEU NEGÓCIO E O PLANETA O Grupo AMADA sempre fez do ambiente uma prioridade máxima. Produzir máquinas ecológicas com baixo consumo de energia e alta eficiência energética de forma ecologicamente correta. As máquinas atuais reduzem drasticamente as emissões de CO2, utilizando até 80% menos energia* e minimizando a necessidade de produtos à base de carbono. A AMADA continua a fornecer soluções e a melhorar processos para o seu negócio, não só reduzindo as nossas próprias emissões, mas também fornecendo aos nossos clientes os meios para fazerem o mesmo. Por um planeta mais verde e sustentável. *Lasers de CO2 versus lasers de fibra AMADA MAQUINARIA IBÉRICA Tel. + 351 308 809 511 Email: info@amada.pt www.amada.pt Por um planeta mais verde e sustentável

ENTREVISTA 10 WILFRIED SCHÄFER, DIRETOR EXECUTIVO DA ASSOCIAÇÃO ALEMÃ DE FABRICANTES DE MÁQUINAS-FERRAMENTAS (VDW) “Os visitantes esperam encontrar na EMO as mais recentes inovações nas várias gamas de produtos e é isso que lhes oferecemos” Depois de um longo interregno devido à pandemia, a EMO volta a Hanôver de 18 a 23 de setembro de 2023. Sob o lema 'Innovate Manufacturing', a principal feira mundial de tecnologias de produção - e a única onde só podem participar fabricantes – oferece aos visitantes mais de 180 mil m2 repletos de inovações tecnológicas. Wilfried Schäfer, diretor executivo da Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas-Ferramentas (VDW), organizadora do evento, está otimista em relação à edição deste ano e ao futuro da indústria transformadora na Europa. Nesta entrevista, explica-nos porquê. Luísa Santos

ENTREVISTA 11 A EMO regressa passados quatro anos. Qual é a vossa expectativa para a edição deste ano? Temos a perceção de que, depois da pandemia, as empresas estão muito interessadas em mostrar as suas soluções em feiras profissionais. E esta perceção decorre não apenas da preparação da EMO, nem apenas da parte dos nossos associados, mas de contactos tidos com empresas de várias áreas produtivas. Aliás, a associação alemã de feiras profissionais divulgou recentemente um estudo que revela que, nos negócios B2B, as feiras profissionais ainda são a principal ferramenta de marketing das empresas. Por isso, estamos muito otimistas em relação a esta próxima edição da EMO. O slogan da EMO 2023 é 'Innovate Manufacturing'. Que aspetos abrange esta frase? Tratando-se da feira líder do nosso setor, a nível mundial, é natural que os visitantes tenham a expectativa de encontrar na EMO as mais recentes inovações nas diversas gamas de produtos. Como referiu o expositor português Palbit, durante a apresentação da EMO em Portugal, para que a participação na feira seja bem-sucedida, é essencial apresentarmos inovações. É isso que os seus potenciais clientes de todo o mundo esperam encontrar. A sustentabilidade é um dos temas da feira. Como é que os fabricantes podem ter uma atividade mais sustentável e que papel têm as máquinas-ferramenta neste processo? A máquina desempenha, naturalmente, um papel central nesta questão. Há alguns anos, um estudo elaborado pela VDW revelou que o principal aspeto que influencia a sustentabilidade do processo de maquinagem é a eficiência energética. Claro que, dependendo dos processos, e de eventuais novas estruturas dos mesmos, também podemos conseguir eficiência no uso dos materiais, na otimização de processos, com menos resíduos, e no uso adequado de refrigerante, por exemplo. Se considerarmos a máquina, a linha de produção e a totalidade da fábrica, onde se incluem as mais variadas tecnologias, a sustentabilidade pode passar, por exemplo, pela redução do consumo de ar comprimido, que normalmente representa um gasto de energia significativo. Por outro lado, a recolha e análise de dados, em tempo real, de toda a linha de produção desempenha um papel fundamental neste caminho, já que permite encontrar as melhores opções para a otimização de processos. A digitalização é essencial para sabermos onde estão as ineficiências do processo… Sim. E a abrangência vai além do chão de fábrica. Para garantirmos a sustentabilidade de todo o processo operativo, temos de ter em conta não apenas as máquinas e a linha de produção, mas todo o edifício. A instalação de fontes de energia renováveis, como painéis solares, nas fábricas é uma das medidas possíveis para alimentação das máquinas. Tal como os permutadores de calor, que permitem usar o calor gerado durante o processo produtivo para aquecer o ambiente. Do mesmo modo, para arrefecer algo, podemos usar fontes de frio que estejam previamente presentes no processo, sem necessidade de gastar recursos em equipamentos de arrefecimento adicionais. Resumindo, a otimização de processos com vista à sustentabilidade passa necessariamente pela interligação entre o edifício, a linha de produção e a máquina. Há poucas semanas soubemos que a queda de encomendas de máquinas-ferramenta na Alemanha começou a abrandar. Isto, apesar das condições adversas que vivemos. Na sua opinião, este pode ser um ponto de viragem? Neste momento, a nossa expectativa é exatamente essa. Da perspetiva dos fabricantes de máquinas-ferramenta, a quantidade de pedidos em espera do ano passado ainda é elevada, o que, no primeiro trimestre, se traduziu numa diminuição da faturação, com um aumento da produção em simultâneo. Isto porque tivemos muitas encomendas que coincidiram com falhas na cadeia de abastecimento. Nesta fase, as empresas estão a trabalhar arduamente para completar as encomendas e a nossa expectativa é que, na segunda fase do ano, a procura volte a aumentar. Que fatores contribuem para essa perspetiva positiva? Por um lado, os crescentes requisitos de sustentabilidade impostos pela sociedade, que estão a operar mudanças na indústria automóvel, com novos modelos em vista. Por outro lado, as grandes mudanças que se avizinham na produção de energia. Com o Green Deal, vamos ter de aumentar bastante a produção de energia eólica e de hidrogénio, por exemplo. E não apenas na Europa. Vemos grandes investimentos em energias limpas nos EUA, por exemplo, e isto representa um grande impulso para a produção mundial. "A indústria de moldes e matrizes não vai sofrer com a transição energética no automóvel, pelo contrário"

ENTREVISTA 12 O mercado automóvel continua a ter o mesmo peso nas vendas de máquinas-ferramenta que tinha antes da pandemia? Ainda é o principal setor cliente? Sim, mas já não com uma diferença tão significativa em relação a outros setores, como o da maquinaria geral, que representa atualmente 30% das vendas de máquinas alemãs. O automóvel continua a ter um peso mais elevado, mas pouco, dependendo do segmento (automóveis de passageiros ou outros veículos). Por outro lado, houve um crescimento em outros setores, como o aeroespacial, o ferroviário e o médico. Como espera que o mercado automóvel evolua nos próximos meses? A procura por parte dos consumidores tem vindo a aumentar e é uma procura com requisitos ambientais importantes. Por isso, acho que vamos assistir a um crescimento nas vendas de veículos elétricos, não apenas na Europa, onde países como a Noruega estabeleceram o objetivo claro de acabar de vez com os veículos de combustão até 2035, mas também em países como a China que, atualmente, produz mais carros elétricos que a Europa e os EUA. De que forma é que a eletrificação automóvel influencia o setor das máquinas-ferramenta e setores cliente como o dos moldes? A fase mais complicada que a indústria de moldes viveu nos últimos anos teve a ver com a falta de renovação de modelos com motores de combustão, numa altura em que os novos modelos elétricos ainda não tinham sido lançados. Mas, na verdade, para a combustão em si não precisamos de moldes. Precisamos, sim, para o interior dos automóveis e, nesse aspeto, os novos modelos elétricos têm tantas ou mais peças de design que os de combustão. Por isso, a indústria de moldes e matrizes não vai sofrer com esta transição, pelo contrário, vai beneficiar. Já no que respeita aos fabricantes de máquinas-ferramenta que têm estado muito focados em tecnologias para produzir peças para automóveis de combustão, terão de usar o seu conhecimento tecnológico para trabalhar outros segmentos cliente, ou encontrar novas soluções. Como sempre, durante a EMO, os visitantes poderão ver equipamentos em funcionamento numa vasta gama de aplicações: em sistemas de montagem e alimentação de peças, inspeção, medição, eletrónica industrial e muito mais.

ENTREVISTA A falta de mão de obra atual decorre de um ‘gap’ geracional que tem de ser preenchido 13 Algumas destas empresas já fizeram esta adaptação e, inclusive, mudaram o tipo de máquina que fabricam. Deixaram de produzir máquinas de corte para produzir linhas de montagem para packs de baterias, por exemplo. Basicamente, utilizaram as competências de automação que já tinham e aplicaram-nas numa nova área. Claro, com muito trabalho de desenvolvimento envolvido. Qual é o balanço comercial entre Portugal e a Alemanha, no que respeita à venda de máquinas-ferramenta? Em 2022, as exportações de máquinas-ferramenta (incluindo peças e serviços) alemãs para Portugal atingiram os 55,9 milhões de euros. Já as importações de equipamentos, peças e serviços portugueses para a Alemanha totalizaram três milhões de euros, um número ligeiramente inferior aos de 2020 e 2021 (3 milhões de euros, em ambos os anos). Gostaria de salientar algum fator particularmente relevante para a indústria portuguesa? Existe uma relação muito estreita entre Portugal e a Alemanha, quer comercial quer em transferência de tecnologia. Mas acho que seria vantajoso tentarmos encontrar também uma forma de cooperação no que respeita à formação de mão de obra qualificada. Deveríamos procurar desenvolver uma solução europeia para este problema. Na Europa, temos as melhores capacidades. Por isso, primeiro, precisamos de saber exatamente quais são as necessidades das empresas e, a seguir, deveríamos cooperar muito ativamente na qualificação dos trabalhadores da produção industrial. Convidamos todos os interessados neste tema a visitar a EMO para discutir este tópico. A feira terá um stand especial do instituto alemão ‘Youth Foundation for Mechanical Engineering’, que terá como um dos temas principais ‘new learning concepts’ (novos conceitos de aprendizagem). O objetivo é passar às empresas, aos professores de instituições de ensino técnico e de centros tecnológicos novas ferramentas de ensino e novos conteúdos, que favoreçam a formação de profissionais para a indústria produtiva. A nossa congénere em Espanha, a AFM, é um bom exemplo. Tem a sua própria unidade de ensino, onde dão formação desde a especialização técnica até ao bacharelato e mestrado. Mas há mais a fazer noutros pontos da Europa. Eu acredito que, se conseguirmos juntar na EMO professores de centros deste tipo de todo o continente e outros interessados neste tema, conseguimos encontrar melhores soluções para este importante tópico. Quais são as principais tendências atuais do setor? A digitalização é a grande tendência do setor. E não estamos a falar apenas das máquinas ou da linha de produção, mas também do próprio modelo de negócio das empresas, que deve ser cada vez mais digital, e de toda a cadeia de valor. Hoje, já temos disponíveis ferramentas de IIoT que nos oferecem uma grande quantidade de dados essenciais para a boa gestão da produção. Implementá-las é um passo importante para a digitalização dos processos empresariais. No entanto, há que ter em conta que estes sistemas exigem atenção redobrada no que respeita à cibersegurança. Este tema será abordado em detalhe na EMO. No chão de fábrica, ferramentas como a realidade aumentada e os gémeos digitais estão a ser implementadas para ajudar as empresas a acelerar processos e prever eventuais falhas antes delas acontecerem. Mas, para conseguirmos conectar as máquinas e todas estas ferramentas digitais, precisamos de uma linguagem de produção global. A interface universal umati, lançada na última EMO, nasceu para responder a esse desafio. Baseada em OPC UA, conta já com mais de 300 empresas aderentes e estará em grande destaque na feira, com diversas demonstrações ao vivo. A generalização do uso de cobots na indústria é outra das tendências. Durante a EMO, os visitantes poderão ver estes equipamentos a trabalhar num grande número de aplicações: em sistemas de assemblagem e alimentação de peças, inspeção, medição, eletrónica industrial, e muito mais. Para terminarmos, os fabricantes têm investido muito em automatização de processos, mas a verdade é que a procura de mão de obra não para de aumentar. Como comenta este facto? A falta de mão de obra atual decorre de um ‘gap’ geracional que tem de ser preenchido. A crescente automatização de processos acontece exatamente para colmatar essa lacuna e, portanto, é natural que continue a aumentar. Na EMO 2023, as empresas vão poder encontrar um grande número de soluções para esse efeito. n

14 Automação e robótica, inteligência artificial e digitalização, chaves para o futuro da indústria Para a Hermle, a EMO 2023 Hannover é “a” feira internacional de engenharia do ano. Foto: Maschinenfabrik Berthold Hermle AG. As empresas transformadoras europeias enfrentam múltiplos desafios para competir a nível internacional. Os obstáculos que têm de ultrapassar vão desde os elevados custos energéticos até à escassez de trabalhadores qualificados e cadeias de abastecimento instáveis para uma grande variedade de componentes. No entanto, estas mesmas dificuldades estão também a dar origem a algumas inovações notáveis. A utilização inteligente da digitalização – incluindo a inteligência artificial – em combinação com a robótica e soluções de automatização pode dar saltos significativos na produtividade e ajudar a aumentar a competitividade a longo prazo. Dag Heidecker, jornalista especializado, Wermelskirchen

15 Os principais temas abordados na EMO pelo fabricante de máquinas-ferramenta sediado em Gosheim são a digitalização e a automatização. Foto: Maschinenfabrik Berthold Hermle AG. Na EMO Hannover 2023, serão apresentadas soluções de ponta e os exemplos práticos da indústria e da investigação mostram as formas mais eficazes de combinar diferentes tecnologias. PLATAFORMA MUITO ATRATIVA PARA O INTERCÂMBIO DE INFORMAÇÕES Para a Maschinenfabrik Berthold Hermle AG, respresentada em Portugal pela Deibar, a EMO Hannover é "a" feira internacional de engenharia em 2023. Os principais tópicos – especialmente para a Hermle – são a digitalização e a automatização. “Apesar do fluxo contínuo de novas tendências, colocamos sempre os nossos clientes e a sua vasta gama de requisitos em primeiro lugar”, relata Udo Hipp, diretor de Marketing da empresa. “Especialmente nas nossas áreas de crescimento, que envolvem elevados níveis de automatização, temos frequentemente de considerar os aspetos da Indústria 4.0 e a digitalização dos nossos produtos. Aqui, oferecemos soluções sob a forma de módulos digitais, tais como Digital Production, Digital Service e Digital Operation,com cada módulo interligado com os outros. Por exemplo, o módulo Digital Operation disponibiliza a afinação da máquina, permitindo uma adaptação dinâmica dos parâmetros do controlador e as configurações de processamento inteligentes. O módulo Digital Production contém vários sistemas de gestão de ferramentas e de informação e de controlo da automatização. O módulo Digital Service inclui sistemas de manutenção, diagnóstico e supervisão à distância”, refere Udo Hipp. E acrescenta: “Na EMO Hannover 2023, apresentamos a digitalização permanente e uma gama de soluções de automatização, incluindo robótica e sistemas de manuseamento adaptados aos nossos centros de maquinagem. Uma das prioridades é garantir que as nossas soluções de automatização são fáceis de integrar em áreas e indústrias que ainda não deram muita atenção a estes processos. A escassez de trabalhadores qualificados obriga-nos, a nós e aos nossos clientes, a investir em soluções de automatização sofisticadas combinadas com centros de maquinagem altamente eficientes, idealmente todos provenientes de um único fornecedor. Esperamos ver um grande número de visitantes de alto calibre na EMO Hannover 2023, e esperamos também que o evento sirva de plataforma para uma intensa troca de informações e novos projetos". CARREGAMENTO FLEXÍVEL E AUTOMATIZADO Atualmente, a indústria transformadora, especialmente a indústria de maquinagem, tem de lidar com tamanhos de lotes cada vez menores e níveis crescentes de variação de peças. A situação é agravada pela falta de trabalhadores qualificados em todos os domínios. Isto obriga as empresas a manter as suas máquinas a funcionar durante o máximo de tempo possível. Uma solução oferecida pelos especialistas em automatização Schunk GmbH & Co. KG, com sede em Lauffen am Neckar (Alemanha), é o manuseamento automático de paletes. Isto permite que os sistemas sejam carregados 24 horas por dia, mesmo na produção de pequenos lotes e peças únicas e com um mínimo de pessoal. O sistema é composto por um módulo paletizador e um acoplamento robótico para carregamento automático. “A escassez de trabalhadores qualificados obriga-nos, a nós e aos nossos clientes, a investir em soluções de automatização sofisticadas combinadas com centros de maquinagem altamente eficientes”, diz Udo Hipp, diretor de Marketing da Hermle.

16 As peças de trabalho e os dispositivos de fixação são colocados em paletes de fixação, armazenados e carregados um após o outro no centro de maquinagem a partir do armazém de paletes. Na parte inferior das paletes, existe uma interface uniforme com o sistema de fixação de ponto zero. Semelhante a um adaptador, liga a máquina a uma grande variedade de peças de trabalho. Os sistemas de paletes também têm uma interface lateral que permite que as paletes sejam ligadas de forma segura a um robot ou a um pórtico. A empresa do sul da Alemanha desenvolveu uma nova geração de blocos de fixação elétricos para a fixação automática de peças de trabalho na máquina. “Isto permite que o robô e a pinça Schunk carreguem e descarreguem diretamente as mordaças de fixação cêntricas e as peças de trabalho”, explica Markus Michelberger, diretor de vendas da tecnologia de fixação na sede da empresa em Mengen. “Na EMO Hannover, mostraremos mais opções de automatização e digitalização na maquinação, bem como novos desenvolvimentos no campo dos equipamentos de fixação sustentáveis e economizadores de recursos”. O acoplamento robótico Schunk permite um manuseamento eficiente das paletes de fixação. O sistema de fixação de ponto zero da Schunk garante uma fixação segura na mesa da máquina e uma repetibilidade máxima. Foto: Schunk GmbH & Co. KG. Os blocos de fixação elétricos compactos da Schunk oferecem maior liberdade de conceção no carregamento automático de máquinas. Foto: Schunk GmbH & Co. KG.

17 A IA JUNTA-SE AOS DIGITAL TWINS Embora os acionamentos de alimentação raramente falhem, quando o fazem podem levar a custos de produção elevados. No seu projeto Kidz, a iwb está a investigar a forma como a manutenção preditiva pode ser aplicada através da combinação de algoritmos e modelos tradicionais de máquinas- -ferramenta, mesmo nos casos em que apenas foram observadas algumas falhas. Neste cenário, os acionamentos de alimentação têm uma influência considerável na produtividade das máquinas-ferramenta: Por um lado, a reparação destas falhas é morosa e dispendiosa. Por outro lado, influenciam significativamente a dinâmica da máquina e, consequentemente, a taxa efetiva de remoção de metal. A mudança para uma estratégia de manutenção preditiva oferece, por conseguinte, um grande potencial económico. No entanto, não existe atualmente no mercado um sistema abrangente que utilize apenas os sensores existentes para monitorizar e prever o estado dos componentes de acionamento da alimentação das máquinas-ferramenta em produção. O projeto Kidz está, portanto, a investigar um sistema híbrido de manutenção preditiva. Combina um gémeo digital com métodos modernos de IA. “Em contraste com as abordagens puramente orientadas por dados, o sistema híbrido pode trabalhar com muito menos dados de treino sob a forma de observações de falhas, que são difíceis de obter no caso das máquinas-ferramenta”, diz Michael Zäh, professor de MáquinasFerramenta e Tecnologia de Fabrico na iwb dentro da TU Munique, enfatizando um aspeto fundamental. “Ao mesmo tempo, esta abordagem permite um certo grau de interpretabilidade no que diz respeito às suas previsões, uma vez que o desgaste não só pode ser detetado globalmente através do gémeo digital, mas também atribuído a componentes específicos do acionamento O desgaste constante dos acionamentos de avanço deteriora as propriedades dinâmicas da máquina-ferramenta. O objetivo é prever a vida útil dos acionamentos de avanço utilizando uma combinação de modelização física e métodos de inteligência artificial. Foto: Instituto de Máquinas-ferramenta e Gestão Industrial (iwb). Equipamentos modernos: A Fanuc está a apresentar o seu pacote educativo para formação inicial e contínua no seu stand na EMO Hannover 2023. Fotografia: Fanuc Europa.

18 de alimentação”. Desta forma, podem ser dispensados, em grande medida, sensores externos adicionais e apenas podem ser utilizados sinais internos. A Grenzebach Maschinenbau GmbH, de Asbach-Bäumenheim, está envolvida no projeto e a sua máquina será eventualmente utilizada para demonstrar a funcionalidade do sistema. “A EMO Hannover 2023 oferece uma excelente plataforma para o intercâmbio internacional de pontos de vista sobre os vários aspetos técnicos da obtenção de soluções ótimas”, conclui o Professor Michael Zäh. INOVAÇÕES E CONTACTOS INTERNACIONAIS “A EMO Hannover é a plataforma número um para inovações”, confirma Stefan Raff, diretor de Vendas de Robomáquinas da Fanuc Europe – Fanuc Deutschland GmbH, com sede em Neuhausen auf den Fildern. “Por isso, é natural que a Fanuc apresente duas novidades europeias relacionadas com máquinas robóticas em Hannover. Nesta fase, não posso revelar mais nada.“De um modo geral, a Fanuc seguirá uma nova direção na próxima EMO. Em vez de se concentrar apenas nos seus próprios controlos e máquinas CNC, a Fanuc irá agora também apresentar pacotes completos aos visitantes, como um sistema para o fabrico de peças para automóveis. As exigências específicas dos veículos elétricos levaram a uma mudança na conceção das instalações de fabrico. Por exemplo, há uma necessidade crescente de equipamentos de fabrico flexíveis. Critérios como o TCO (Total Cost of Ownership – Custo Total de Propriedade) e o ROI (Return on Investment – Retorno do Investimento) desempenham um papel mais importante do que nunca: ”Além disso, a procura de soluções de processo continua a crescer, uma tendência que já se estabeleceu”, acrescenta Raff: “O Centro de Desenvolvimento Europeu, que criámos em Neuhausen, apoiará a conceção dessas soluções com base nas normas europeias. Este facto reforça a afirmação da empresa: ”A Fanuc coloca as necessidades dos clientes no centro da sua I&D". Um exemplo disto – e representativo de muitas outras soluções – é o desenvolvimento e o teste de aplicações extremas, como o power skiving em máquinas Fanuc. “Um fator crucial, na nossa opinião, é a disponibilidade de equipamentos atualizados para a formação inicial e contínua”, sublinha Stefan Raff. Não há dúvida de que a automatização é necessária para fazer face à escassez de mão de obra em geral e à escassez de competências em particular, mas também o é a incubação precoce e completa de jovens talentos". É por isso que, pela primeira vez, a Fanuc irá expor na EMO uma “Célula de Formação”, composta por uma máquina, um robô e um pacote de formação completo. Não há dúvida de que muitas inovações serão apresentadas na EMO Hannover 2023. Pessoalmente, porém, estou ansioso pelo contacto direto, especialmente com visitantes internacionais, de que todos sentimos falta há tanto tempo". A ligação eficaz da automatização, da robótica e da digitalização representa uma solução estabelecida quando se trata de otimizar os fluxos de processos no ambiente de produção. Atualmente, esta abordagem é cada vez mais enriquecida pelos gémeos digitais e pela inteligência artificial. Todos os grandes nomes estarão presentes na EMO Hannover 2023 para apresentar as suas mais recentes soluções e para recolher ideias e estabelecer parcerias para os seus próprios esforços de otimização. Assim, Hannover oferece às empresas uma oportunidade única de se posicionarem bem à frente da concorrência. n Enquanto ator global, a Fanuc utiliza a feira internacional como uma plataforma chave para apresentar a sua gama de máquinas para sistemas de fabrico inovadores. Foto: Fanuc Europa.

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20 EMO 2023: conheça as novidades dos expositores A EMO, principal feira mundial de tecnologias de produção, regressa a Hanôver de 18 a 23 de setembro. Quatro anos depois da última edição, a Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas-Ferramentas (VDW), organizadora do evento, aponta para uma elevada afluência de visitantes interessados em descobrir as novidades apresentadas pelos mais de 1.750 expositores, de 40 países. Neste artigo mostramos-lhe algumas delas. [Pavilhão 5, stand C69] CERATIZIT: PRIMEIRA NORMA PARA CÁLCULO DA PEGADA DE CARBONO NO SETOR DO METAL DURO A Ceratizit, do Grupo Plansee, apresenta na EMO a primeira norma para calcular e classificar a pegada de carbono dos produtos de carboneto de tungsténio, a chamada Pegada de Carbono do Produto (PCF), tanto para as ferramentas de maquinagem como para todos os outros produtos e pós de metal duro. Tal como acontece com os sistemas de classificação de eletrodomésticos, automóveis e alimentos, os clientes devem poder ver e avaliar a pegada ecológica de um produto num relance. A classificação alfabética HCP (pegada de carbono do produto) pode ser integrada em qualquer ficha de dados do produto ou documento comercial. Nos próximos meses, a Ceratizit introduzirá a classificação HCP em toda a sua carteira de produtos, apresentará produtos e serviços relacionados e incentivará os clientes, parceiros e outras partes interessadas da indústria a adotarem a norma recentemente desenvolvida. A base para o cálculo da HCP é a respetiva Pegada de Carbono Corporativa (HCC), ou seja, a pegada de carbono de toda a empresa. Em conformidade com a norma ISO 14067:2018, a HCP inclui não só as emissões atribuíveis aos alcances 1 e 2, mas também a parte preliminar das emissões de alcance 3 atribuíveis a produtos específicos (bens e serviços adquiridos, atividades preliminares de transporte e distribuição e resíduos de operações em curso). Para responder melhor às necessidades dos clientes, a Ceratizit aplica uma abordagem integral e exclui as emissões posteriores. [Pavilhão 9, stand D01] CLOUDNC: CAM ASSIST TORNA PROGRAMAÇÃO CAM 80% MAIS RÁPIDA A empresa inglesa CloudNC desenvolveu um software que promete revolucionar a programação CAM. O CAM Assist - atualmente disponível como um plug-in na plataforma de software Fusion 360 da Autodesk - utiliza técnicas informáticas avançadas para gerar estratégias de maquinagem profissionais para peças de 3 eixos em segundos, o que poderia levar horas ou mesmo dias aos programadores de máquinas CNC. Como resultado, o tempo necessário para programar uma máquina CNC para fazer um componente - um estrangulamento em muitas fábricas, devido a uma escassez global de competências - é reduzido até 80%, em comparação com o anterior processo de programação manual. Este ganho permite aos fabricantes que utilizam o CAM Assist aumentar a produtividade e reduzir os prazos de entrega. Além disso, o software liberta tempo para os programadores experientes, ao mesmo tempo que permite que os funcionários mais jovens programem peças mais

21 complexas e sejam produtivos mais rapidamente, ajudando a preencher a crescente lacuna de competências do setor da indústria transformadora. [Pavilhão 2, stand A21] DMG MORI CRIA UMA 'CIDADE' DEDICADA AO FUTURO DO FABRICO Na EMO deste ano, a DMG MORI apresenta a nova estrutura Machining Transformation, que inclui tecnologias e soluções inovadoras que, de acordo com a empresa, "irão definir o futuro do fabrico". Na 'DMG MORI City' - especialmente construída para o certame -, o fabricante de máquinas-ferramenta concentra-se no seu tema central: ‘A transformação da maquinagem (MX)’. Com base nos quatro pilares do MX – Integração de Processos, Automatização, Transformação Digital (DX) e Transformação Verde (GX) – a DMG MORI demonstra tecnologias e soluções inovadoras que definirão o futuro do fabrico. Durante as visitas à DMG MORI City, com cerca de 9.000 m2, os visitantes podem ver conceitos de produção integrais e máquinas- -ferramenta de última geração em todas as áreas tecnológicas: desde o torneamento universal e de produção até aos centros de maquinagem de 5 eixos e os centros de torneamento e fresagem, passando pelo fabrico aditivo. Entre as 39 máquinas e as 20 soluções de automatização, encontram- -se estreias mundiais como o centro de torneamento e fresagem CTX beta 450 TC, os tornos universais CTX 450 e CTX 550, e o INH 63, um centro de maquinagem horizontal de 5 eixos. O sistema de manipulação de paletes PH Cell 800 e o UH-AMR 2000, um robô autónomo para manuseamento de materiais e ferramentas, completam a carteira. “As soluções pioneiras de fabrico e as aplicações inovadoras em torno da Transformação da Maquinagem (também conhecida como maquinação) são a base sobre a qual construímos a DMG MORI City”, explica Irene Bader, membro do Conselho Global de Comunicações Corporativas e diretora de Marketing da DMG MORI Company Limited. Nesta simulação, a transformação da maquinagem é uma parte essencial da paisagem urbana: Na MX Square, as máquinas-ferramenta mais modernas, as soluções de automatização e as ferramentas digitais ocupam um lugar central. A MX Broadway está repleta de soluções inovadoras que apontam o caminho para o futuro do fabrico. Em toda a DMG MORI City é tangível o tema da conectividade. Todos os caminhos convergem na Avenida do Futuro, onde a DMG MORI apresenta as suas ferramentas digitais no domínio da conectividade. Os especialistas explicam aos clientes como as empresas podem ligar em rede todo o processo de fabrico. [Pavilhão 5, stand C18] MITSUBISHI MATERIALS: NOVOS PRODUTOS E EXPERIÊNCIAS DE REALIDADE MISTA A Mitsubishi Materials apresenta-se na EMO deste ano com um stand de grandes dimensões onde é possível encontrar ferramentas de alta tecnologia e de última geração. Uma parte do stand é especialmente dedicada a apresentações de Realidade Mista sobre tópicos relacionados com a marca Diaedge, inovações e a experiência global da marca e da empresa. Em exibição estão as ferramentas de corte e os porta-ferramentas da marca, com destaque para a tecnologia utilizada, as geometrias avançadas e os revestimentos de última geração. O foco está também nas novas placas de torneamento MC5100, desenhadas para obter um torneamento mais eficiente. São apresentadas as vantagens do novo revestimento com tecnologia SUB-Grip, que evita o descolamento das camadas durante a maquinagem de alto avanço. Além disso, para a indústria automóvel, estão em exposição outras qualidades revestidas e placas CBN para maquinagem de aço, juntamente

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