BM18 - InterMETAL

ENTREVISTA 11 A EMO regressa passados quatro anos. Qual é a vossa expectativa para a edição deste ano? Temos a perceção de que, depois da pandemia, as empresas estão muito interessadas em mostrar as suas soluções em feiras profissionais. E esta perceção decorre não apenas da preparação da EMO, nem apenas da parte dos nossos associados, mas de contactos tidos com empresas de várias áreas produtivas. Aliás, a associação alemã de feiras profissionais divulgou recentemente um estudo que revela que, nos negócios B2B, as feiras profissionais ainda são a principal ferramenta de marketing das empresas. Por isso, estamos muito otimistas em relação a esta próxima edição da EMO. O slogan da EMO 2023 é 'Innovate Manufacturing'. Que aspetos abrange esta frase? Tratando-se da feira líder do nosso setor, a nível mundial, é natural que os visitantes tenham a expectativa de encontrar na EMO as mais recentes inovações nas diversas gamas de produtos. Como referiu o expositor português Palbit, durante a apresentação da EMO em Portugal, para que a participação na feira seja bem-sucedida, é essencial apresentarmos inovações. É isso que os seus potenciais clientes de todo o mundo esperam encontrar. A sustentabilidade é um dos temas da feira. Como é que os fabricantes podem ter uma atividade mais sustentável e que papel têm as máquinas-ferramenta neste processo? A máquina desempenha, naturalmente, um papel central nesta questão. Há alguns anos, um estudo elaborado pela VDW revelou que o principal aspeto que influencia a sustentabilidade do processo de maquinagem é a eficiência energética. Claro que, dependendo dos processos, e de eventuais novas estruturas dos mesmos, também podemos conseguir eficiência no uso dos materiais, na otimização de processos, com menos resíduos, e no uso adequado de refrigerante, por exemplo. Se considerarmos a máquina, a linha de produção e a totalidade da fábrica, onde se incluem as mais variadas tecnologias, a sustentabilidade pode passar, por exemplo, pela redução do consumo de ar comprimido, que normalmente representa um gasto de energia significativo. Por outro lado, a recolha e análise de dados, em tempo real, de toda a linha de produção desempenha um papel fundamental neste caminho, já que permite encontrar as melhores opções para a otimização de processos. A digitalização é essencial para sabermos onde estão as ineficiências do processo… Sim. E a abrangência vai além do chão de fábrica. Para garantirmos a sustentabilidade de todo o processo operativo, temos de ter em conta não apenas as máquinas e a linha de produção, mas todo o edifício. A instalação de fontes de energia renováveis, como painéis solares, nas fábricas é uma das medidas possíveis para alimentação das máquinas. Tal como os permutadores de calor, que permitem usar o calor gerado durante o processo produtivo para aquecer o ambiente. Do mesmo modo, para arrefecer algo, podemos usar fontes de frio que estejam previamente presentes no processo, sem necessidade de gastar recursos em equipamentos de arrefecimento adicionais. Resumindo, a otimização de processos com vista à sustentabilidade passa necessariamente pela interligação entre o edifício, a linha de produção e a máquina. Há poucas semanas soubemos que a queda de encomendas de máquinas-ferramenta na Alemanha começou a abrandar. Isto, apesar das condições adversas que vivemos. Na sua opinião, este pode ser um ponto de viragem? Neste momento, a nossa expectativa é exatamente essa. Da perspetiva dos fabricantes de máquinas-ferramenta, a quantidade de pedidos em espera do ano passado ainda é elevada, o que, no primeiro trimestre, se traduziu numa diminuição da faturação, com um aumento da produção em simultâneo. Isto porque tivemos muitas encomendas que coincidiram com falhas na cadeia de abastecimento. Nesta fase, as empresas estão a trabalhar arduamente para completar as encomendas e a nossa expectativa é que, na segunda fase do ano, a procura volte a aumentar. Que fatores contribuem para essa perspetiva positiva? Por um lado, os crescentes requisitos de sustentabilidade impostos pela sociedade, que estão a operar mudanças na indústria automóvel, com novos modelos em vista. Por outro lado, as grandes mudanças que se avizinham na produção de energia. Com o Green Deal, vamos ter de aumentar bastante a produção de energia eólica e de hidrogénio, por exemplo. E não apenas na Europa. Vemos grandes investimentos em energias limpas nos EUA, por exemplo, e isto representa um grande impulso para a produção mundial. "A indústria de moldes e matrizes não vai sofrer com a transição energética no automóvel, pelo contrário"

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