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ATUALIDADE 5 EDITORIAL 5 A extração de recursos minerais precisa de 1300 colaboradores para suprir funções em toda a cadeia de valor 10 É necessário disponibilizar recursos humanos, tecnológicos e financeiros às Empresas 12 Construção em Portugal: Investimento de 27 mil milhões de euros em 2022 14 Entrevista com Paulo Ribeiro, gestor comercial da STET 18 Convenção ERA 2023 realça a importância de investir no ‘capital humano’ no mercado de aluguer de máquinas para construção 22 Anunciados os vencedores dos Prémios Europeus de Aluguer 2023 26 APEX - IRE 2023: Resumo de novidades Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Barbosa du Bocage, 87 4º Piso, Gabinete nº 4 1050 - 030 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 217 615 724 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Nova Àgora Grup, S.L. (100%) Diretora Luísa Santos Equipa Editorial Luísa Santos, David Múñoz redacao_engeobras@interempresas.net www.engeobras.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 44 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127810 Déposito Legal 498357/22 Distribuição total +13.900 envios. Distribuição digital a +13.200 profissionais. Tiragem +700 cópias em papel. Edição Número 5 – Julho de 2023 Estatuto Editorial disponível em https://www.engeobras.pt/ EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Gráficas Andalusí, S.L. Camino Nuevo de Peligros, s/n - Pol. Zárate 18210 Peligros - Granada (España) www.graficasandalusi.com Membro Ativo: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da Engeobras adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. SMOPYC 2023 apresenta a sua próxima edição no âmbito dos Prémios Potência 40 Grupos geradores EU Stage V para um mundo mais limpo e mais sustentável 42 GruCivil: 30 anos de consolidação no mercado do aluguer 46 Sucesso total da TEC Demo Tour 2023 da Palfinger 48 Entrevista com João Paraíso e João Lopes, da Blumaq Portugal 51 Husqvarna oferece soluções completas na preparação de superfícies 54 Extração pedreira: os desafios de um setor em crescimento 56 SmartROC T35 E elétrico, um modelo de sustentabilidade 62 DX140LC-7K, a nova escavadora de 14 toneladas da Develon 64 SUMÁRIO 28

5 AICCOPN: Obras públicas com crescimento expressivo nos primeiros cinco meses do ano Concursos de empreitadas de obras públicas promovidos ascendeu a 2655 milhões de euros. Os dados do último Barómetro das Obras Públicas, divulgado pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas – AICCOPN – revelam que, nos primeiros cinco meses do ano, foram promovidos concursos de empreitadas de obras publicas no montante de 2.655 milhões de euros, valor que corresponde a um expressivo crescimento de 78%, face aos 1.489 milhões de euros apurados no período homólogo. Até ao final do mês de maio, os contratos de empreitadas celebrados e reportados no Portal Base, no âmbito de concursos públicos, totalizaram 809 milhões de euros, montante que traduz umaumento de 47% em termos homólogos. Quanto aos contratos de empreitadas de obras públicas celebrados em resultado de Ajustes Diretos e Consultas Prévias os números da AICCOPN indicam que os mesmos atingiram, de janeiro a maio, 231 milhões de euros, o que corresponde a uma variação de 45% face ao apurado no período homólogo. O total de contratos celebrados nos primeiros cinco meses do ano situou-se nos 1110 milhões de euros, o que corresponde a um acréscimo de 47% face ao montante apurado no mesmo período do ano anterior. EDITORIAL A Euroconstruct, representada no mercado português pela consultora Tecninvest, apresentou recentemente o seu relatório de verão sobre a situação da construção na Europa, com dados muito significativos sobre as tendências que este setor está a seguir no nosso país. De uma forma geral, o adiamento de novos investimentos e o atraso dos programas de melhoria de infraestruturas públicas em curso colocam Portugal num dos piores lugares em termos de contribuição do investimento público para o PIB, que se situa abaixo dos 3%, juntamente com Espanha e Bélgica. No entanto, o setor da construção tem vindo a aumentar o seu contributo para a Formação Bruta de Capital Fixo do país, tendo mantido o seu crescimento em 2022, embora a um ritmo mais moderado. O valor acrescentado da indústria da construção atingiu cerca de 23,8 mil milhões de euros em 2022, mais 3,5% em termos homólogos, prevendo-se que cresça mais de 2% este ano. O índice de produção da construção publicado pelo INE registou emmarço uma taxa de crescimento de 4,1% em termos homólogos e um aumento encadeado de 1%, sendo a sua expansão impulsionada sobretudo pelo segmento das obras civis. Neste segmento, foram concluídos cerca de 19,7 mil fogos em 2022, o que coloca a construção residencial num ritmo de crescimento de 3,7%. Prevê-se que o número de fogos a concluir este ano siga um padrão mais lento (2%). O segmento da habitação reabilitada, que registou um aumento considerável na última década, especialmente nos centros históricos de Lisboa e Porto, encontra-se atualmente numa deriva negativa. Simultaneamente, os preços das casas em Portugal continuam a aumentar acima da média europeia. Em relação a 2013, o aumento foi de 64%, 22 pontos percentuais acima dos +44% da média europeia. Entre 2019 e 2021, a área de superfície agregada dos edifícios licenciados no mercado não residencial diminuiu. No entanto, no último ano, recuperou 14%, seguida de um aumento mais modesto de 6% na área útil construída durante o mesmo período. Por conseguinte, a previsão para 2023 e anos futuros mantém-se inalterada. A longo prazo, prevê-se um crescimento mais dinâmico da construção de edifícios logísticos, de escritórios e comerciais (incluindo hotéis e resorts) e que o setor da saúde mantenha a sua atual tendência de expansão. Os edifícios industriais deverão recuperar um pouco mais tarde. Já os edifícios de instituições de ensino, podem vir a registar uma recuperação mais rápida graças à disponibilidade de financiamento da UE. No que respeita à engenharia civil, as taxas de crescimento foram revistas em alta. A afetação pelo Governo de cerca de 20% do Fundo de Recuperação e Resiliência disponíveis para infraestruturas de transportes está a gerar algum otimismo, particularmente no segmento ferroviário. Ainda assim, a execução dos programas de investimento será condicionada pela escassez de fundos públicos, pelo aumento dos custos de construção devido à inflação e pela persistência de perturbações em alguns canais de abastecimento. Por isso, a previsão para este segmento é conservadora, na ordem dos 2%, com o subsetor ferroviário a apresentar a tendência mais robusta. Questões de fundo no setor da construção

6 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE Ferrovia: Corredor Internacional Sul deixa Sines mais perto da Europa Com 80 quilómetros de linha nova e 90 quilómetros de linha renovada, o Corredor Internacional Sul vai ligar os portos de Sines, Lisboa e Setúbal a Espanha, e encurtar a distância entre Sines e a fronteira em três horas e meia. O projeto, que estará pronto em 2024, prevê a construção de um troço de linha férrea, com a extensão de 80 quilómetros, entre Évora e Elvas. Trata-se de uma linha de via única, mas preparada para receber uma segunda via e que terá a possibilidade de migrar para a bitola europeia, se um dia Portugal e Espanha decidirem aderir a esse sistema. Com a eletrificação da linha e com a substituição do transporte rodoviário pelo comboio, este é um investimento que terá, igualmente, impacto ambiental positivo. Além da linha nova, o Corredor Internacional Sul inclui a requalificação de várias partes das linhas de Sines, Sul, Alentejo, Leste, Évora e Vendas Novas. No final, todo o Corredor estará eletrificado, dotado de sinalização eletrónica moderna e sem passagens de nível. A principal inovação destas obras é a construção de estações técnicas, que permitirão o cruzamento de comboios de mercadorias de 750 metros de comprimento, quando atualmente a estrutura apenas permite o cruzamento de composições de 400metros. A obra, que está em curso em várias frentes, faz parte do plano Ferrovia 2020, e representa um investimento de 650 milhões de euros, parcialmente financiado pela União Europeia. Manitou inaugura novos cais de carga em Ancenis O Grupo Manitou inaugurou novos cais de carga e uma nova instalação dedicada à inspeção final das suas máquinas produzidas em Ancenis, França. Este investimento insere-se no projeto da empresa de reconversão das instalações industriais francesas, com o objetivo de melhorar de forma significativa e duradoura as condições de trabalho dos trabalhadores e dos prestadores de serviços. Inaugurados na presença de autarcas e de meios de comunicação social, os cais de carga da unidade de Ancenis ocupam agora um volume de 2.500m2. Equipado com oito cais de segurança, a construção deste edifício é justificada pelo forte crescimento da atividade do grupo e por um novo aumento do fluxo de camiões que carregammáquinas. As obras iniciaram-se no primeiro trimestre de 2022 e ficaram concluídas menos de um ano depois. Com um orçamento de 3,7 milhões de euros, o grupo modernizou as suas instalações para otimizar as operações de carga e descarga para os transportadores, como explica David Bechemilh, Diretor de Transportes e Alfândegas do Grupo Manitou: “Reformulámos a nossa gestão de fluxos para melhorar a segurança num local onde se cruzam peões, empilhadores e camiões. Estas novas instalações proporcionam-nos um perímetro mais definido, de modo a que os diferentes fluxos deixem de se cruzar. As equipas de logística locais também equiparam as docas com sistemas de segurança reforçados”.

7 ATUALIDADE XXIII Congresso Nacional da Ordem dos Engenheiros marcado para janeiro de 2024 O XXIII Congresso Nacional da Ordem dos Engenheiros irá decorrer entre 25 e 26 de janeiro de 2024, no ‘Super Bock Arena’ – Pavilhão Rosa Mota, Porto. Dedicado ao tema 'Engenharia para o Desenvolvimento', o evento irá contar com a participação de figuras determinantes e de destaque no panorama nacional e internacional que, através de debates técnicos, refletirão sobre temáticas relacionadas com a habitação, o futuro da mobilidade, as políticas de educação e qualificação, políticas de energia e transição digital, entre outras. A submissão de trabalhos também já se encontra disponível. Após analisados pela Comissão Executiva do Congresso, os e-Posters apresentados serão disponibilizados a todos os participantes, através de uma exposição eletrónica no local do evento, assim como no livro de resumos do Congresso. Tel. 979 808 036 Fax. 979 808 352 mieve@mieve.es C/ El Manzado s/n • 34410 Monzón de Campos (Palencia) ESPANHA Altura de trabalho de 4 a 25 m. FABRICANTE DE PLATAFORMAS ELEVATÓRIAS www.mieve.es

8 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Primeiro-ministro afirma que não há país desenvolvido sem forte indústria de construção No âmbito da visita oficial à obra de construção da nova Linha de Évora, no Troço Freixo-Alandroal, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que “não há nenhum país desenvolvido que não tenha também uma forte indústria de construção”, defendendo que o setor tem de ser apoiado commais atividade e na sua internacionalização. “Ao contrário do que, muitas vezes, aprendizes de feiticeiro de economistas dizem, não há nenhum país desenvolvido que não tenha também uma forte indústria de construção”, afirmou o chefe do Governo, no concelho de Alandroal, distrito de Évora. António Costa defendeu que, para o desenvolvimento do país, é necessário “recuperar uma forte indústria de construção” e “continuar a apoiar no seu esforço de internacionalização” e para que o setor “possa ter mais atividade” na economia portuguesa. “Isso é absolutamente fundamental para o nosso desenvolvimento”, sublinhou. Na sua intervenção, o chefe do Governo realçou que, com o Ferrovia 2020 e o Plano Ferroviário Nacional, o Governo vai “dotar o país, os decisores económicos, os construtores, de um horizonte de previsibilidade na execução da ferrovia”. “E podermos ter agora na ferrovia o paralelo do que, nos anos 80, tivemos na rodovia e que foi essencial para a edificação de uma indústria de construção que, após a crise de 2008, sofreu as vicissitudes que sofreu, mas da qual dependemos muito”, disse. Fonte: Lusa Caterpillar celebra a produção da 50.000ª escavadora de rodas Cat Em 1984, a Caterpillar, a Eder e a Zeppelin Baumaschinen, o distribuidor do fabricante na Alemanha, introduziram uma nova linha de escavadoras de rodas, oferecendo quatro modelos sob a marca Cat Eder. Oito anos mais tarde, a linha tornou-se um produto 100% Cat com um equipamento designado por escavadoras de rodas. Vinte e oito anos depois, em 2012, a Caterpillar celebrou a produção da sua 25.000ª unidade e, este ano, anuncia a produção da sua 50.000ª escavadora de rodas, ummodelo Cat M318 Next Gen, acrescentando mais 25.000 unidades ao total em apenas 11 anos. A Europa e a Coreia do Sul foram dos primeiros países a adotar esta nova solução. No entanto, a combinação de velocidade, potência, versatilidade e a capacidade de manusear uma vasta gama de ferramentas hidráulicas fez com que a linha de escavadoras de rodas Cat crescesse em popularidade na China, Sudeste Asiático, Médio Oriente, América do Norte e outros mercados globais. Começando com apenas quatro modelos, a atual linha alargada de escavadoras de rodas Cat inclui sete modelos (Cat M314 a M322) para mercados com regulamentos de emissões mais rigorosos, um modelo (M315 GC) para a China, três modelos (M315 a M320D2) para os que aderem a regulamentos de emissões mais baixos, o modelo M323F específico para caminhos de ferro e quatro manipuladores de materiais do MH3022 ao MH3040.

9 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Volvo Construction Equipment cria uma nova unidade de negócio de equipamentos compactos A fim de maximizar as oportunidades no crescente segmento de equipamentos compactos, a Volvo Construction Equipment (Volvo CE) anunciou o lançamento de uma nova unidade de negócio de Equipamentos Compactos, que será responsável por escavadoras compactas de até 9 toneladas e escavadoras compactas de rodas até ao modelo L50. A nova unidade será responsável por escavadoras compactas de até 9 toneladas e escavadoras compactas de rodas até ao modelo L50. Como parte da sua ambição de liderar a transição através da eletrificação e energia sustentável, a Volvo CE criou uma unidade de negócios dedicada à sua linha de máquinas e soluções de equipamentos compactos, com o objetivo de impulsionar o crescimento e a lucratividade neste importante e crescente segmento de produtos. ERRATA O artigo “Aluguer de máquinas e equipamentos: um mercado em crescimento”, publicado na página número 40 da edição número 4 da revista EngeObras, https://www.engeobras.pt/FlipBooks/BO/4/40/, continha duas incorreções. Na legenda da primeira imagem da página 41, onde se lê "Cilindro compactador terras 12TN ECO, LoxamHune", deve ler-se "Cilindro compactador de terras H13i, LoxamHune”. Ainda na página 41, na legenda da segunda imagem, onde se lê "Escavadora de rastos Volvo EC950F, da Ascendum", deve ler-se "Escavadora de rastos Volvo EC750E, da Ascendum”. Arranca o projeto europeu de investigação Rail4Cities Teve lugar nos dias 11 e 12 de julho de 2023, em Barcelona, a reunião de arranque do projeto Rail4Cities (Railway stations for green and socially-inclusive cities), financiado pela Europe's Rail Joint Undertaking Call Proposals 2022-02 (Horizon-ER-JU-2022-02). Iniciado a 1 de julho de 2023 e com uma duração prevista de dois anos, o projeto Rail4Cities tem como principais objetivos transformar as estações ferroviárias em novos centros urbanos vitais para estimular cidades sustentáveis; desenvolver e publicar uma metodologia e ferramenta com aplicação ao nível europeu; ativar o ecossistema para replicação e sustentabilidade após o término do projeto. O consórcio é composto pelos parceiros: Factual Consulting SL (coordenador), Technical University of Munich (TUM), Centre Internacional de Mètodes Numèrics a l'Enginyeria (CIMNE-CERCA-UPC), Bable Smart Cities (Bable), Union Internationale des Chemins de Fer (UIC), Société Nationale des Chemins de fer Français – Hubs&Connections (SNCF H&C), Rete Ferroviaria Italiana (RFI), Metropark (MET), Polskie Koleje Panstwowe S.A. (PKP), Research Institute of Roads and Bridges (IBDiM), Société Nationale des Chemins de fer Belges (SNCB), Deutsche Bahn - DB Station & Service (DB), Bavarian State Ministry for Housing, Construction and Transport (STMB) e Infraestruturas de Portugal (IP).

OPINIÃO 10 A extração de recursos minerais precisa de 1300 colaboradores para suprir funções em toda a cadeia de valor Célia Marques, vice-presidente executiva da Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais (Assimagra) A escassez de mão de obra está cada vez mais na agenda mediática e há que olhar para este fator como aquele que pode ser um dos grandes entraves à evolução do setor da extração de recursos minerais e das suas indústrias adjacentes. A tendência de crescimento a que assistimos atualmente neste mercado pode ser posta em causa se as competências humanas não conseguirem acompanhar essa evolução. Evitar este cenário negativo passa, necessariamente, por um forte investimento em formação, modernização e inovação. Para funcionar na plenitude desejada, o setor nacional da extração de recursos minerais precisa de aumentar em, pelo menos, 10% a sua força de trabalho, ou seja, aproximadamente 1300 colaboradores, com diferentes qualificações para suprir variadas funções em toda a cadeia de valor. A capacidade de atrair mão de obra qualificada é um problema transversal a muitas atividades económicas em Portugal, muito por força do problema demográfico que enfrentamos e pela dificuldade, enquanto país, de fixar jovens qualificados. No caso do nosso setor, existem várias razões, para além da questão demográfica, que contribuem para esta tendência: • Mudança de preferências profissionais: Com o avanço da tecnologia e a evolução das indústrias, os jovens, muitas vezes optam por carreiras em setores considerados mais 'modernos' e inovadores, como as profissões ligadas às tecnologias da informação, engenharia, marketing digital, entre outros. O trabalho na indústria da pedra natural é ainda percebido como tradicional, manual e menos atrativo para muitos jovens; • Falta de conhecimento e consciencialização: Em muitos casos, os jovens não estão familiarizados com as oportunidades de carreira e as possibilidades de crescimento na indústria da pedra natural. A falta de informação esclarecida sobre as perspetivas profissionais e o potencial de inovação no setor é a base deste menor interesse por parte dos jovens. • Dificuldade em atrair talento qualificado: O setor da pedra natural exige habilidades técnicas específicas e conhecimentos especializados. A falta de formação adequada e orientada especificamente para o setor também provoca a escassez de profissionais qualificados e pode afastar os jovens que desejam ingressar neste setor. Para contrariar esta tendência de afastamento dos jovens e atrair uma nova geração de profissionais para a indústria da pedra natural, é fundamental evoluirmos em diversas ações, que passam por: • Educação e sensibilização: É importante promover uma melhor educação e consciencialização sobre as oportunidades e o potencial de crescimento na indústria da pedra

OPINIÃO 11 natural através de programas de divulgação em escolas, workshops, opendays, feiras profissionais e parcerias com escolas e entidades do ensino superior. • Modernização e inovação: Está fortemente ligado ao ponto anterior, no qual se deverão esclarecer os jovens de que este é um setor moderno, altamente tecnológico e que paga acima da média nacional. Que atualmente as empresas têm necessidade e absorvem os mais variados perfis profissionais, que vão desde a engenharia à gestão, passando pela arquitetura e design. Mostrar que atualmente o setor já não é o que era há alguns anos e que é possível, mesmo já dentro das empresas, fazer formação especializada qualificante para as mais diversas profissões. Mostrar que é um setor altamente internacionalizado; • Formação e programas de aprendizagem: É fundamental investir em programas de formação e aprendizagemque ofereçamoportunidades na indústria da pedra natural. As soluções passam por desenvolver parcerias com instituições de ensino, estágios remunerados, programas dementoria e certificações reconhecidas. Sobre este último ponto, importa sublinhar que o setor já está a trabalhar com a ANQEP para a atualização do Catálogo Nacional das Qualificações, com a inserção de perfis de cursos específicos para o setor; • Valorização da criatividade e do design: Destacar as possibilidades criativas e de design na indústria da pedra natural, e que as mesmas podem atrair jovens interessados nesta área de valorização do produto, através de trabalhos com materiais naturais e ambientalmente sustentáveis; • Melhoria das condições de trabalho: Como já foi referido acima, esclarecer massivamente, que este é um setor que paga acima da média salarial nacional e que, tem neste momento, uma convenção coletiva para as condições de trabalho, com carreiras atrativas; • Mão de obra imigrante: Por último, mas não menos importante seria importante Portugal desenhar um instrumento específico para criar atratividade de jovens estrangeiros qualificados ou não, para fazer face à problemática demográfica que enfrentamos e enfrentaremos, pelo menos durante os próximos 25 a 30 anos. Por questões demográficas, Portugal, nos próximos anos, arrisca-se a perder cerca de 20% da sua população. Enquanto associação do setor, a Assimagra tem vindo a desenvolver uma estratégia coletiva que salvaguarde o futuro das empresas e do setor. No âmbito dos recursos humanos, este trabalho passa pela promoção de formação especializada para capacitação das empresas e captação de jovens qualificados para reforço dos quadros das mesmas. n

OPINIÃO 12 É necessário disponibilizar recursos humanos, tecnológicos e financeiros às Empresas Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) O Banco de Portugal, no Boletim Económico de junho, reviu em alta as estimativas para a evolução da economia portuguesa, perspetivando um crescimento de 2,7% do PIB, em 2023, mais 0,9 pontos percentuais (p.p.) que o previsto emmarço. No que concerne ao investimento público prevê-se um forte impulso de 25%, em 2023, e de 7% nos anos seguintes, determinado pelo financiamento por fundos comunitários.

OPINIÃO 13 Efetivamente, no mercado das obras públicas, nos primeiros cinco meses do ano, observou-se um expressivo crescimento dos principais indicadores. O montante dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidos totalizou 2.655 milhões de euros, o que traduz um expressivo crescimento de 78%, face aos 1.489 milhões de euros apurados no período homólogo. Relativamente, ao total de contratos celebrados, neste período, ascendeu a 1.110 milhões de euros, o que corresponde a um acréscimo de 47%, em termos de variação homóloga temporalmente comparável. Deste modo, perante o arranque efetivo de um volume significativo de obras públicas, designadamente em habitação e em infraestruturas, o país tem que garantir a disponibilização de meios humanos, tecnológicos e financeiros que permitam uma correta capacitação das empresas nacionais. Contudo, no setor da construção e do imobiliário, a falta de mão de obra, estimada em cerca de 80 mil trabalhadores, tem condicionado significativamente a atividade das empresas. De acordo com o último inquérito à situação do setor realizado aos associados, este problema afetava 66% das empresas que trabalham no segmento das obras públicas e 78% das empresas do segmento das obras privadas, pelo que, é essencial acelerar a concretização da mobilidade transnacional da mão-de-obra, designadamente a oriunda dos PALOPs, e promover um melhor alinhamento da Formação Profissional com o mercado de trabalho. Com efeito, tendo em consideração o atual nível de desempregados inscritos nos Centros de Emprego do IEFP, é evidente a necessidade de uma maior aposta na valorização dos centros de formação de excelência do setor, como o CICCOPN e o CENFIC, de modo a fomentar a criação de mais emprego qualificado, satisfazendo necessidades urgentes do setor, ao mesmo tempo que promoveria a redução do número de desempregados. No domínio tecnológico, as empresas do setor da construção e do imobiliário encontram-se, atualmente, perante o desafio de adaptação à 4.ª Revolução Industrial, a denominada Construção 4.0, que se afirma como o caminho natural para o aumento da competitividade e produtividade. Neste âmbito, há também que salientar que, o crescente reconhecimento das alterações climáticas no planeta e, consequentemente, necessidade de adoção de políticas de desenvolvimento sustentável, como a gestão eficaz dos resíduos de construção e demolição, bem como a sua valorização e desenvolvimento de plataformas colaborativas, o desenvolvimento do mercado das matérias primas-secundárias, a incorporação de materiais reciclados nas empreitadas de obras públicas e particulares, a avaliação do ciclo de vida dos edifícios, a concretização de projetos de conceção que já acautelam a “futura” desconstrução em nova construção, exigem uma aposta por parte dos empresários em inovação. O recurso à tecnologia e a sua integração na atividade das empresas, são, atualmente, os reais motores do progresso nas sociedades modernas, pelo que, a construção off-site ou modular, a capacitação dos recursos humanos, a procura de soluções inteligentes e sustentáveis, constituem realidades incontornáveis. No entanto, esta “revolução” tecnológica e digital tem custos iniciais consideráveis, pelo que, para abranger um tecido empresarial, maioritariamente composto por micro e pequenas empresas, há que incentivar e estimular esta evolução, permitindo empresas mais flexíveis, dinâmicas e operacionais. A capacitação das empresas do setor da construção e do imobiliário, que se encontram sob pressão pela evolução da inflação e das taxas de juros, assume, assim, uma relevância acrescida enquanto de motor da economia e do emprego, para uma atempada concretização dos investimentos públicos previstos que o país necessita para convergir com os restantes países europeus. n

14 ANÁLISE DE MERCADO Construção em Portugal: Investimento de 27 mil milhões de euros em 2022 Todos os anos, a Federação Europeia da Indústria da Construção (FIEC) publica o seu relatório estatístico, que dá uma visão da atividade de construção e demonstra a sua importância para a economia em geral. FIEC

15 ANÁLISE DE MERCADO Este relatório analisa 22 países individualmente, bem como a União Europeia (UE) no seu conjunto, com base nos seguintes elementos: panorama geral (situação económica geral, política económica geral, políticas públicas em relação à indústria da construção), investimento na construção total, construção de novas habitações, renovação e manutenção de edifícios residenciais, construção não residencial e engenharia civil, emprego no setor da construção e a sua percentagem no emprego global da UE, licenças de construção. VISÃO GERAL SOBRE O SETOR EM PORTUGAL Após a queda sem precedentes de 8,3% sofrida pelo PIB em 2020, a economia portuguesa recuperou nos dois anos seguintes, crescendo 5,5% em 2021 e 6,7% em 2022. De acordo com as previsões do Banco de Portugal, espera-se que a economia continue a crescer nos próximos anos, embora de forma moderada, com um crescimento de 1,5% em 2023, 2,0% em 2024 e 1,9% em 2025. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), mesmo com a forte subida dos preços dos materiais e serviços e a subida das taxas de juro praticadas nos vários mercados, todas as componentes do PIB português registaram desempenhos positivos, com destaque para o forte crescimento anual das exportações (+16,7%) face a um aumento anual das importações de (+11,0%), um diferencial favorável ao crescimento do PIB. Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registou um crescimento de 2,7% devido, sobretudo, a uma forte evolução do investimento emmáquinas e material de transporte (+5,5%), dado que o comportamento do investimento em construção foi muito modesto (+0,8%). Em linha com a evolução positiva do PIB, o mercado de trabalho registou uma evolução favorável ao longo de 2022, com crescimento do emprego total (+2,0%) e uma redução da taxa de desemprego de 6,6% para 6,0% entre 2021 e 2022. Relativamente à variação dos preços, um dos problemas mais sentidos ao longo do ano, tanto pelas famílias como pelas empresas, registou-se um aumento acentuado em 2022, com a variação do índice de preços no consumidor a situar-se em 7,8% (após +1,3% em 2021). 2022, com a variação do índice de preços no consumidor a situar-se em 7,8% (depois de +1,3% em 2021).De acordo com as estimativas da FEPICOP, a produção do setor da construção cresceu, em termos reais, 3,4% em 2022. Após este ano, o crescimento acumulado da produção global do setor no período 2017-2022 ultrapassa os 28% em termos reais, insuficiente, ainda assim, para anular a retração de 59% verificada no valor global da produção da construção durante o período de recessão que se iniciou em 2002 e se prolongou até 2016. Esta recuperação da produção do setor tem sido acompanhada por um aumento do número de trabalhadores da construção, que passou de 290000, emmédia, em 2016, para 316 100 trabalhadores, emmédia, em2022. Face a 2021, o emprego na construção cresceu 3,5%, acima do emprego total da economia, que aumentou 2,0%. Consequentemente, verificou-se uma redução do desemprego do setor da Investimento em construção. Fonte: FIEC.

16 ANÁLISE DE MERCADO construção, -9,1% (-12,0% registado para o desemprego total). De acordo com os dados fornecidos pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), 18 665 desempregados da construção civil foramregistados nos centros de emprego em dezembro, o que representa 6,7% do total de desempregados registados (278 000). Prevê-se que o emprego total na economia estagne em 2023 e cresça 0,2% em 2024, enquanto a taxa de desemprego deverá manter o mesmo valor (5,9%) ao longo do período 2022/2024. Prevê-se que a produção do setor da construção aumente 3,4% em 2023, com o segmento da construção de edifícios a crescer 2,0% e o segmento da engenharia civil com um aumento de 5,0%. PRODUÇÃO DE CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÃO Durante o ano, a procura de imóveis residenciais manteve-se elevada, tanto a nível nacional como internacional, o que se refletiu numelevado volume de transações imobiliárias durante o ano. De acordo com os dados do INE, até ao final de setembro de 2022, foram transacionados 1 294 000 fogos (+8,0% em termos homólogos), numvalor total de 24,4 mil milhões de euros, um valor 23% superior ao observado nomesmo período de 2021. Amaior parte das transações (82%) refere-se a habitações já usadas, tendo o seu número aumentado 6,4% face ao período homólogo de 2021. Por outro lado, as transações de casas novas registaramumaumento acentuado de 16% no número de transacções, face ao ano anterior. Aprodução de construção de habitação nova assumiu o papel mais dinâmico no segmento residencial, com um crescimento real de 4,2% face ao ano anterior, enquanto as obras de reparação emanutenção aumentarampara uma taxa próxima de 3,0% em termos reais. De acordo com os dados do INE, o número de novas licenças de construção de habitações durante o ano de 2022 atingiu 30 000, refletindo um aumento de 5,1% em relação ao ano anterior, enquanto a conclusão de novas habitações cresceu 3,5% (19 742). Variação percentual do investimento em termos reais em relação ao ano anterior. Fonte: FIEC. Variação percentual do investimento em termos reais do ano anterior. Fonte: FIEC.

17 ANÁLISE DE MERCADO Para 2023, as previsões apontam para uma evolução positiva de +3,0% na produção de construção residencial, o crescimento mais baixo dos últimos 8 anos. A principal razão para este crescimento mais moderado resulta da tendência expetável de subida das taxas de juro e dos custos dos materiais ao longo do ano. Ambas as componentes deste segmento deverão registar um crescimento ao longo de 2023, com a componente de construção nova a crescer mais intensamente do que a componente de obras demanutenção/reabilitação (+3,4% e +2,5%, respetivamente).. CONSTRUÇÃO NÃO RESIDENCIAL Em2022, a produção do segmento dos edifícios não residenciais registou um aumentode 1,0%(+0,9%no ano anterior). Após dois anos emque o desempenho da componente privada foi desfavorável, em2022 registou-se uma recuperação da área licenciada para construção nova de edifícios não residenciais. Assim, ao longo de 2022, foram aprovados 2,9 milhões de m2, o que refletiu um aumento de 14% face ao ano anterior. As licenças para a construção de edifícios para fins comerciais foram as que registaram a evolução mais positiva em 2022, +75% em termos homóloFonte: FIEC Em 2022, o volume de produção no segmento residencial cresceu cerca de 3,7%, em termos reais. gos, seguindo-se a área aprovada para a construçãode edifícios para agricultura: +36%. A área aprovada para edifícios industriais registou um aumento de 15%, mantendo-se como o principal destino da área aprovada: 32%do total. Relativamente à evolução da componente pública deste segmento da construção, é de salientar a evolução favorável do investimento público em 2022, que registou uma taxa de crescimento anual de 6,1%, de acordo comos dados disponibilizados pelo Ministério das Finanças. Em 2022, o montante global deste investimento atingiu 6,7 mil milhões de euros, sendo que uma parte significativa deste investimento se materializou em obras de construção. A produção de construção não residencial deverá registar um aumento de 0,7%emvolume em2023, um ritmo maismoderado do que a evolução estimada para o ano anterior. Ainda assim, ambas as componentes deste segmento deverão registar uma evolução positiva ao longo de 2023. ENGENHARIA CIVIL Em 2022, entre os vários segmentos do setor da construção, a engenharia civil deverá ter registado o crescimento mais acentuado (+4,5%emvolume, face a 2021), assumindo-se como o principal contributo para a evolução positiva que o setor da construção revelou ao longo do ano. De acordo comos dados do “Observador do Mercado Público”, o mercado das obras públicas registou um desempenho negativo em 2022, tal como já tinha acontecido em 2021. O número de propostas diminuiu 16,0% e o valor 3,3%, enquanto o número de contratos assinados diminuiu 32,5% e o valor 29,3% durante o ano. A tendência prevista para a produçãodo segmento da engenharia civil em2023 é positiva, refletindo um reforço da taxa de crescimento homólogo desta componente, passando de uma estimativa de +4,5% em 2022, para um aumento projetado de +5,0%em2023. Comeste crescimento, prevê-se que o valor da produção deste segmento corresponda a cerca de 48,5% da produção total prevista para o setor em 2023. Esta previsão otimista assenta quer na expetativa do peso do investimento público no crescimento do PIB (de 2,6% em 2022 para 3,0% em 2023, de acordo com as previsões da Comissão Europeia) e no aumento da utilização dos financiamentos comunitários que Portugal recebede vários programas dos fundos comunitários (principalmente Portugal 2030 e PRR - Programa de Recuperação e Resiliência). PREÇOS DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO A partir de 2021 e prolongando-se até 2022, registou-seumaumentoacentuado do preço da maioria dos materiais de construção em Portugal. As estimativas para as variaçõesmédias anuais dos custos de construção (incluindo mão de obra, materiais e equipamentos utilizados na construção) apontavampara +9,7% em 2021 e +13,3% em 2022, com os aumentos dos preços dos materiais assumemo principal contributo para a variação total dos custosdeconstrução. n

ENTREVISTA 18 PAULO RIBEIRO, GESTOR COMERCIAL DA STET “O mercado de aluguer de equipamentos tem vindo a crescer, pois permite às empresas ajustar os custos a cada uma das obras em que participam” De visita à edição deste ano da feira Stone Ibérica, que se realizou entre os dias 22 a 24 de junho, na Exposalão, Batalha, a EngeObras falou com Paulo Ribeiro, gestor comercial de uma das principais marcas de maquinaria e acessórios para a indústria de mineração e extração de pedra: a STET. No mercado há mais de 60 anos, a representante da Caterpillar aposta na proximidade aos seus parceiros e conta com equipamentos cada vez mais autónomos e sustentáveis o que, segundo Paulo Ribeiro, a coloca "na linha da frente do mercado".

ENTREVISTA 19 Quais as vossas expectativas em relação a esta feira, e que motivos vos levam a participar? A Stone sempre foi muito significativa para a STET, quer por se tratar de uma feira especialmente dedicada à indústria extrativa, quer pela localização geográfica. A zona centro do País tem uma indústria extrativa muito importante e, por isso mesmo, é uma área em que apostamos fortemente. A presença na feira permite-nos estreitar laços com os parceiros que temos na região, convidando-os a conhecer os nossos equipamentos mais recentes. Já participam neste certame há muito tempo? Sim, temos vindo a participar ao longo dos anos. A edição do ano passado tinha um enquadramento diferente e, por isso, não participámos. Este ano, a dimensão ibérica que nos foi apresentada foi decisiva para voltamos a estar cá, e com uma presença muito forte. Que equipamentos trouxeram à Stone? Trouxemos uma escavadora dedicada à indústria da pedreira, a Cat 340, de 40 toneladas. É uma das que destacamos da nossa gama para este setor e que está muito bem implementada entre os nossos parceiros. Esta escavadora tem características muito próprias, por exemplo, por ser mais elevada, minimiza o impacto com as pedras no carregamento. Trouxemos também uma pá carregadora Cat 966, desenvolvida para trabalhar no carregamento de terras e indústria extrativa no geral ou apenas no manuseamento de blocos. Além disso, apresentámos equipamentos da nossa representada Sandvik, destinados à reciclagem dos detritos originados na atividade de britagem e tambémmuito usados na indústria da demolição, que hoje é algo obrigatório. Que avaliação faz do estado atual do mercado da extração de pedra? Eu noto que os empresários da indústria têm tido uma perspetiva muito concreta daquilo que pretendem. Vejo que muitos deles já percebem a mais-valia do produto e, além da extração da matéria-prima, têm vindo a investir para entregar ao cliente final um produto trabalhado, com muito maior valor acrescentado. Portanto, acredito efetivamente que, quer o setor, quer o próprio país, tem um grande potencial ainda por explorar. E, de uma forma mais genérica, como avalia o mercado da obra pública? Notamos um ligeiro desacelerar no último trimestre, em virtude, talvez, de alguma incerteza que possa ter acontecido a nível político. Nós estamos muito associados a grandes obras e a indecisão, ou o atraso na decisão de grandes obras como o aeroporto têm, naturalmente, impacto neste mercado. Felizmente, grande parte das empresas de obras públicas são multifacetadas, e como o país não é muito grande, vão-se ajustando ao tipo de obras que existem. Realmente, a atividade nas empreitadas de obras propriamente ditas não está muito dinâmica, mas, em compensação, temos várias empreitadas de pavimentação e de ferrovia em curso. Resumindo, notamos que, na prática, há alguma ocupação, mas simultaneamente algum receio dos empresários em realizar investimentos perante um futuro um pouco incerto. No que respeita ao mercado do aluguer, e tendo a STET este serviço disponível para os seus clientes, têm notado um crescimento? Sim, bastante. Um pouco por tudo o que referi anteriormente. O aluguer é algo que, de alguma maneira, permite às empresas controlar de forma mais efetiva o opex que vão tendo, o que lhes permite ajustar os custos a cada uma das obras. E, se têm picos, podem facilmente solicitar mais uma máquina ou duas em regime de aluguer. Em oposição, se fizerem aquisição dos equipamentos ficam com um custo mais elevado para rentabilizar. Este serviço consegue oferecer alguma versatilidade e flexibilidade aos proprietários. Os vossos equipamentos têm vindo a evoluir tecnologicamente? Sim, têm vindo a desenvolver-se bastante. Diria que estamos, naturalmente, na linha da frente. É feito um grande investimento anual em investigação e desenvolvimento por parte da Caterpillar e, por isso, conseguimos fornecer aos nossos parceiros, através desta dinâmica da tecnologia, soluções que conseguem ser cada vez mais eficazes e eficientes no trabalho que realizam. Especificamente, pode identificar algumas das tecnologias em que estejam a trabalhar? Temos vindo a aplicar muito o que nós chamamos de 'operação 3D'. Hoje, as máquinas quase conseguem operar de forma autónoma, apenas necessitamos de as instruir com as métricas base e elas fazem a escavação com a profundidade que se pretende. Já não existe um desperdício de tempo e de combustível, por escavar de mais ou de menos. Por estarem equipados com balanças, os equipamentos conseguem ir ao pormenor de saber quantos baldes precisam de encher para carregar um camião. Está tudo muito mais facilitado, sempre na perspetiva de uma maior eficácia de operação.

ENTREVISTA 20 A sustentabilidade dos equipamentos é algo que vos preocupa? Naturalmente que sim, é algo que nos preocupa, embora atualmente os equipamentos já estejam a ser produzidos com grande quantidade de materiais que permitem reciclagem, principalmente os elementos com origem na indústria metalúrgica. Esta é uma das bases da estratégia para a redução dos gases de efeitos de estufa e é uma das preocupações que a Caterpillar tem vindo a manifestar. A STET, enquanto parceira da Caterpillar, manifesta igualmente essa preocupação. Nesse âmbito, o futuro passa também pela total eletrificação das máquinas? O elétrico ainda não está tão implementado como seria de esperar. Acreditamos que também por virtude das dúvidas que têm surgido sobre se as motorizações deverão ser elétricas ou a hidrogénio. Há uma série de questões em torno desse tema, mas tem havido desenvolvimentos nesse sentido. Está para muito breve o lançamento de máquinas Caterpillar já totalmente elétricas. Atualmente dispomos de sistemas híbridos, que a nível de consumo garantem uma poupança de 30 a 35% por hora, o que nos coloca, como referi anteriormente, na linha da frente do mercado. Na sua opinião, e para finalizarmos, que desafios pode o setor da pedra vir a ter de enfrentar no futuro próximo? Acredito que, na transição de gerações, se possa verificar um aumento de presença na exportação. Já existem muitas empresas a trabalhar, e bem, o mercado de exportação, pelo que me parece que muitas outras empresas vão seguir este caminho. Que, para mim, é o caminho a seguir. n Stand da STET na Stone Ibérica 2023. "A Caterpillar irá lançar em breve máquinas totalmente elétricas" C M Y CM MY CY CMY K

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22 CONVENÇÃO ERA Convenção ERA 2023 realça a importância de investir no ‘capital humano’ no mercado de aluguer de máquinas para construção A Associação Europeia de Aluguer (ERA, na sigla em inglês) reuniu, no passado mês de junho, mais de 350 representantes provenientes de 24 países na sua 17ª Convenção Anual. O encontro decorreu em Maastricht e centrou-se na necessidade de atrair, desenvolver e reter talento humano no complexo mercado do aluguer de máquinas e equipamentos para a construção e indústria. O Centro de Convenções MECC (Maastricht) acolheu a 17ª Convenção da ERA.

23 CONVENÇÃO ERA Após seis anos de ausência (motivados pela recente crise pandémica), os principais representantes do mercado de aluguer demáquinas e equipamentos tiveram a possibilidade de voltar a reunir-se na sua 17ª Convenção que, entre os dias 7 e 8 de junho, também serviu demote para os European Rental Awards e para a feira Apex 2023. Na abertura da Convenção, decorrida no Centro de Convenções MECC, em Maastricht, o presidente da ERA e diretor-geral da Loxam Group, Stéfane Henon realçou a importância dos profissionais ao serviço deste importante setor económico. Para Henon “a indústria do aluguer é, principalmente, uma indústria desenvolvida por pessoas. Sem estes profissionais, este setor não teria capacidade de prestar um serviço de elevada qualidade e manter o nível de crescimento como se verifica atualmente, mesmo nas dificuldades demonstradas perante o conflito armado na Ucrânia”, afirmou, assinalando também a resiliência das empresas que constituem o setor. Henon apontou o fator humano como essencial nesta indústria. “As diversas interrupções à cadeia de fornecimento de materiais, a inflação e outras adversidades derivadas do conflito na Ucrânia” demonstram a importância e necessidade de atrair os melhores profissionais, o que deu origem ao tema central do evento: ‘Investir nas Pessoas’. Ao longo dos dois dias da Convenção, diversas mesas redondas, moderadas pelo jornalista holandês Maarten Stéphane Henon, presidente da ERA e diretor-geral do Grupo Loxam. Membros do painel de discussão sobre o estado do recrutamento e retenção de talentos no setor do aluguer. Da esquerda para a direita: Charlotte Bennett (Sunbelt Rentals), Silke Staaks (Boels Rental), Luis Ángel Salas (LoxamHune), Sylvia Gärtner (Zeppelin Rental) e Maarten Bouwhuis (moderador).

24 CONVENÇÃO ERA Bouwhis, tiveram como ponto de discussão a falta ou escassez de mão de obra qualificada. Neste âmbito, foram abordados temas como as qualificações requeridas para os profissionais do setor, dificuldades e barreiras de acessos à profissão, progressão e inclusão. Foram também debatidas as barreiras para a inclusão de mulheres nas diversas organizações desta indústria. No evento foi ainda confirmada a organização, nos próximos dias 9 a 15 de outubro, da Semana Europeia do Aluguer (European Rental Week) que concentrará uma série de iniciativas nos países membros da ERA, com o objetivo de promover e fomentar as vantagens do aluguer na construção e indústria. Michel Petitjean, representante da ERA, referiu que a European Rental Week será uma “excelente oportunidade para impulsionar a coordenação de todo o continente europeu em prol da promoção do setor”. As diversas palestras e atividades desenvolvidas no segundo dia da convenção permitiram aos participantes desenvolver esforços e trocas de experiências relacionadas como recrutamento e atratividade do emprego nesta área. Este segundo dia contou com a assertiva intervenção do especialista em Recursos Humanos Niklas Pyrdol que, na sua palestra intitulada 'Como levar à captação e atratividade de profissionais ao 2023', abordou técnicas e conselhos para as empresas desenvolverem e capacitarem os seus recursos humanos, bem como estratégias mais inclusivas para os A Convenção da ERA incluiu mais uma vez no seu programa diversos momentos de networking. SOBRE A ERA A Associação Europeia do Aluguer foi criada em 2006 e representa as indústrias e empresas que operam neste mercado. Agrega um conjunto de 5 mil associados e 17 associações locais do setor. Tem como objetivo principal promover e facilitar o crescimento económico do mercado do aluguer e ser porta-voz principal das empresas representadas. Informações detalhadas sobe as atividades da Era podem ser consultadas no site: https://erarental.org/. As imagens do evento e das apresentações estão disponíveis no Website da ERA: https://erarental.org/event/era-convention-2023/ profissionais que queiram trabalhar neste mercado. No primeiro dia do evento, foram entregues os prémios Europeus do Aluguer. Saiba quem foram os vencedores aqui: https://www.engeobras. pt/Artigos/486490-Anunciados-osvencedores-dos-Premios-Europeusde-Aluguer-2023.html n

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