BO2 - EngeObras

2022/2 02 Preço:10 € | Periodicidade: Trimestral | Novembro 2022 - Nº 2

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ATUALIDADE 8 EDITORIAL 9 Kiloutou continua a sua expansão internacional com duas novas aquisições em Portugal e Dinamarca 14 Investimento Público – Planeamento é a palavra de ordem 16 Entrevista com Célia Marques, vice-presidente executiva da Assimagra 18 Indústria mineira: crescimento, exportação e descarbonização 24 Royex: sistema de alto desempenho para fragmentação de rocha e betão em construção civil e pedreiras 30 Bauma 2022 supera todas as expetativas 34 Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Barbosa du Bocage, 87 4º Piso, Gabinete nº 4 1050 - 030 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 217 615 724 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Nova Àgora Grup, S.L. (100%) Diretora Luísa Santos Equipa Editorial Luísa Santos, David Múñoz www.engeobras.pt Preço de cada exemplar 10 € (IVA incl.) Assinatura anual 40 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127810 Déposito Legal 498357/22 Distribuição total +13.900 envios. Distribuição digital a +13.200 profissionais. Tiragem +700 cópias em papel. Edição Número 2 – Novembro de 2022 Estatuto Editorial disponível em https://www.engeobras.pt/ EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Gráficas Andalusí, S.L. Camino Nuevo de Peligros, s/n - Pol. Zárate 18210 Peligros - Granada (España) www.graficasandalusi.com Membro Ativo: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da Engeobras adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. Empresas portuguesas à conquista na Alemanha 38 Manitou apresenta número recorde de novos produtos na Bauma 2022 42 Geda apresenta na Bauma 2022 o ‘seu’ mundo virtual 48 Blumaq na Bauma 2022: “Um ponto de encontro fundamental com clientes e fornecedores”. 50 Novidades dos expositores da Bauma 2022 52 Palfinger realiza primeiro Customer Day em Portugal 58 Quarta edição do MMH com mais um estrondoso sucesso de audiência 60 Entrevista com Manuel Lima, vendedor regional da Produtiva 64 Maquinter: Venda de equipamentos de compactação registou um incremento de 60% 66 Ausa lança gama de veículos 100% elétricos 70 Hamm: Compactação de baixas emissões graças a soluções respeitadoras do ambiente 72 Plataformas aéreas: “grandes aliadas para trabalhos em altura” 74 Husqvarna: uma nova dimensão na preparação de superfícies 83 SUMÁRIO

8 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE Siza Vieira desenha novo terminal do Cais do Cavaco em Gaia O arquiteto Álvaro Siza Vieira, galardoado com um prémio Pritzker, vai desenhar o novo terminal do Cais do Cavaco, em Vila Nova de Gaia, destinado a embarcações marítimoturísticas no rio Douro. A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) anunciou no dia 16 de novembro que “está a desenvolver um projeto de construção de um terminal de embarcações marítimo-turísticas na margem sul do rio Douro, no limite poente do Centro Histórico de Vila Nova de Gaia, local designado como Cais do Cavaco”. Emcomunicado, a APDL e a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia afirmam estar “em consonância com a escolha do local, projeto, arquiteto e enquadramento urbanístico, dotando esta área de novas valências no apoio às operações dos navios-hotel que cursam a Via Navegável do Douro e na dinamização turística, económica e urbanística do território”. A APDL refere ainda que a infraestrutura “deverá dispor de quatro postos de acostagem com capacidade para acolher quatro navios-hotel e a possibilidade de acostagem de um navio extra para efeitos de pequena manutenção, cargas ou outros”. “A APDL, a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e o Pritzker Siza Vieira procuram que a Gare Fluvial do Cavaco se relacione com a paisagem natural e com os demais edifícios, de forma a integrar-se ao local, sem perder o protagonismo e o caráter público que um edifício desta natureza deve ter”, refere o documento. Manitou adquire a propriedade intelectual da ATN Platforms O Grupo Manitou, líder mundial nos setores de movimentação de materiais, plataformas elevatórias e equipamentos de movimentação de terras, anunciou que adquiriu, no âmbito de um processo judicial perante o Tribunal Comercial de Agen, toda a propriedade intelectual da ATN Platforms, empresa francesa especializada na conceção e fabrico de plataformas aéreas de trabalho, em especial plataformas verticais. Como resultado desta compra, a Manitou alarga a sua gama de produtos para acelerar o seu desenvolvimento num mercado particularmente dinâmico. A experiência adquirida pela ATN Platforms neste nicho de mercado apoia a decisão do Grupo, como explica Michel Denis, presidente e CEO da Manitou: “Esta é uma oportunidade de crescimento para o Grupo Manitou. Os nossos dois locais de produção de plataformas em Candé (Maine-et-Loire) montarão os modelos de plataformas verticais que são o resultado da experiência da ATN Platforms, para oferecer aos nossos clientes uma seleção ainda mais ampla de soluções de plataformas aéreas." Acompanhando esta aquisição, o Manitou Group beneficiará da experiência de uma dúzia de funcionários da ATN Platforms, que continuarão a trabalhar em Tonneins (Lot-etGaronne), localização histórica da ATN Platforms. Álvaro Siza Vieira, galardoado com um prémio Pritzker, vai desenhar o novo terminal do Cais do Cavaco, em Vila Nova de Gaia. Foto: Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. Plataforma PIAF 10E da ATN Platforms.

9 JLG compra Hinowa para acelerar crescimento A Oshkosh Corporation, grupo empresarial ao qual pertence a JLG Industries, assinou um acordo para adquirir a Hinowa S.p.A., fabricante especializado em plataformas aéreas de rastos, mini dumpers, empilhadores e material rodante. Após a conclusão da transação, a Hinowa irá tornar-se parte do segmento de equipamentos de acesso aéreo da Oshkosh. “Estamos ansiosos para receber a equipa Hinowa na família Oshkosh”, disse John Pfeifer, presidente e CEO da Oshkosh Corporation. “Esta aquisição acelerará as nossas capacidades de eletrificação e fornecerá oportunidades de crescimento nos mercados principais e adjacentes”. A Hinowa é conhecida pelos seus designs avançados e experiência pioneira em eletrificação, além de ocupar uma posição de destaque no mercado das baterias de iões de lítio. A sua gama de produtos inclui elevadores de rastos compactos JLG desde 2010, incluindo modelos elétricos, híbridos e a diesel. Fundada em 1987, em Nogara, na Itália, emprega hoje quase 230 pessoas e tem uma longa história de inovação, que já deu origem a uma ampla linha de produtos premium para trabalhos em altura e aplicações de paisagismo. A aquisição da Hinowa apoia a estratégia da Oshkosh para crescimento acelerado. A transação, que está sujeita aos regulamentos habituais, deve estar concluída nos próximos três meses. Stand da Hinowa na Bauma 2022. EDITORIAL Em abril deste ano lançámos o primeiro número desta revista, EngeObras, e o feedback que recebemos ao longo dos últimos meses não poderia ter sido mais positivo. É evidente que havia uma lacuna importante no nosso País em termos de cobertura editorial do setor da maquinaria para construção, obras públicas e exploração mineira... e a EngeObras conseguiu cobri- -la com rigor e profissionalismo. Por todas as felicitações que recebemos durante este período, só podemos dizer "muito obrigada". A reação do setor foi tão positiva que, em 2023, vamos reforçar a aposta neste título, duplicando o número de edições anuais e reforçando todos os seus meios digitais, especialmente o website e a bem-sucedida newsletter. Tudo com o objetivo de manter os profissionais que compõem esta indústria tão importante sempre informados, com as mais recentes notícias sobre maquinaria, projetos de relevo em curso, bem como com reportagens e entrevistas para uma análise em profundidade das várias tendências do mercado. Acreditamos que a EngeObras nasceu no momento certo, num ciclo muito positivo para o mercado da maquinaria, tanto quantitativa como qualitativamente. Como se tornou evidente nas muitas feiras que tivemos o prazer de cobrir nos últimos meses (Bauma, Concreta, MMH...) a procura de novos equipamentos está em plena ebulição e só não se vende mais por falta de componentes, resultado das tensões que se verificam atualmente nas cadeias de abastecimento. Em Portugal, assistimos a um número crescente de grandes projetos de infraestruturas que irão exigir máquinas cada vez mais avançadas, seguras, sustentáveis, eficientes e produtivas. Em termos qualitativos, podemos afirmar que esta indústria está numa fase claramente disruptiva, com megatendências cada vez mais pronunciadas como a eletrificação das obras, a automatização de muitos dos processos e uma digitalização imparável que nos faz falar já de Construção 5.0. Em suma, este é um grande momento para o setor da maquinaria para construção, obras públicas e exploração mineira e a EngeObras quer consolidar-se como o seu grande altifalante. Continuaremos a trabalhar nesse sentido. Continue também a acompanhar-nos! Muito obrigada!

10 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER IP Engenharia recebe prémio de Mérito Empresarial atribuído pela CCILC A Infraestruturas de Portugal Engenharia (IP Engenharia) recebeu o prémio de Mérito Empresarial na categoria Lusofonia, atribuído pela Câmara de Comércio e Indústria LusoChinesa (CCILC).. A cerimónia de entrega de prémios decorreu no dia 10 de novembro, inserida na 7ª Gala PortugalChina que contou com a presença do presidente da Infraestruturas de Portugal, Miguel Cruz, do ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, e do Embaixador da China em Portugal, Zhao Bentang, da presidente e do secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, respetivamente, Vera Pinto Pereira e Bernardo Mendia, entre outras individualidades. Para Miguel Cruz, “constituiu uma honra receber este prémio, que é bem merecido pela equipa do Grupo IP, e é o reconhecimento pelo trabalho e competência que o Grupo IP tem dedicado no apoio ao aumento da sustentabilidade do setor das infraestruturas na Comunidade de Países de Língua Portuguesa, em especial ao trabalho realizado em Moçambique nos últimos dois anos”. A IP Engenharia é uma empresa do Grupo IP que se dedica à consultoria e à engenharia de transportes especializada no setor ferroviário e rodoviário, e, é responsável pela atividade de cooperação técnica institucional nos países de expressão portuguesa. Mercado das obras públicas encerra o terceiro trimestre sem alterações significativas Segundo o Barómetro das Obras Públicas da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), no final do terceiro trimestre o mercado de obras públicas não registava alterações significativas. Até ao final do terceiro trimestre de 2022, foram promovidos 2.641 milhões de euros no âmbito de concursos de empreitadas de obras públicas, valor que se situa 500 milhões de euros abaixo do apurado em igual período do ano anterior e representa uma queda de 16% em termos homólogos, mantendo-se praticamente inalterada a tendência negativa que se regista há sete meses consecutivos. Até final de setembro passado, os contratos de empreitadas de obras públicas celebrados e registados no Portal Base atingiram os 1.728 milhões de euros, valor a que corresponde uma queda de 43% face ao registado em igual período de 2021, pelo que, também a este nível, se mantém sem alterações significativas as quebras registadas ao longo do presente ano. Os contratos de empreitadas celebrados no âmbito de concursos públicos até ao final do terceiro trimestre situam- -se nos 1.338 milhões de euros, menos 41% em termos homólogos e representam pouco mais de metade do total de concursos promovidos (2.641 milhões de euros). Os contratos celebrados nas modalidades de Ajustes Diretos e Consultas Prévias totalizaram 301 milhões de euros até setembro, menos 42% em termos homólogos. Presidente da Infraestruturas de Portugal, Miguel Cruz.

11 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Três milhões de euros para requalificar a EN10 A Infraestruturas de Portugal (IP) adjudicou as obras de beneficiação da EN10, entre Marateca e Pegões, nos concelhos de Palmela e Montijo, à empresa Empreiteiro Construções JRR & Filhos, por 3,1 milhões de euros. “Já foi consignada a empreitada para a beneficiação da EN10 entre Marateca e Pegões”, refere uma nota de imprensa da Infraestruturas de Portugal, adiantando que a intervenção tem como objetivo de melhorar as condições de mobilidade dos milhares de utilizadores que percorrem diariamente a EN10 naqueles dois concelhos do distrito de Setúbal. “A empreitada será desenvolvida ao longo de um troço que serve diretamente os concelhos de Palmela e Montijo, no distrito de Setúbal, com início junto ao entroncamento com a EN5 na Marateca (quilómetro 59,125) e finaliza na zona de intersecção com a EN4 em Pegões (quilómetro 72,487)”, acrescenta a nota de imprensa. De acordo com a Infraestruturas de Portugal, os trabalhos de beneficiação da EN10 preveem a “reabilitação integral do pavimento”, incluindo a colocação de “telas anti-raízes”, para impedir a ocorrência de deformações no pavimento provocados pelas árvores existentes na zona adjacente à via. Ordem dos Engenheiros estreita relações com Itália e EUA O Protocolo de Reciprocidade firmado na última semana de outubro com o presidente do Consiglio Nazionale degli Ingegneri (CNI), Armando Zambrano, representa ummarco nas relações entre Portugal e Itália, uma vez que é o 1.º protocolo internacional assinado por Itália, no âmbito do reconhecimento da profissão de engenheiro. Na mesma semana também foi rubricada uma atualização do Protocolo de Cooperação com o presidente da American Society of Civil Engineers (ASCE), Dennis Truax, durante a convenção anual desta entidade. A assinatura destes dois convénios reforça a visibilidade e reconhecimento internacional dos engenheiros portugueses e da Ordem dos Engenheiros (OE) de Portugal, colocando-se esta como uma das associações mundiais proeminentes no relacionamento e mobilidade da engenharia internacional. Recorde-se que a OE preside à Federação Mundial dos Engenheiros (WFEO) - a maior associação de engenharia a nível mundial - tendo como seu representante José Vieira, o anterior presidente da FEANI (Federação Europeia de Associações Nacionais de Engenharia). EN10 entre Marateca e Pegões. Foto: Infraestruturas de Portugal. Inscrições abertas para APEX e IRE 2023 Já estão abertas as inscrições online para a grande Feira de Plataformas Aéreas (APEX) e para a Exposição Internacional de Aluguer (IRE), que se realizarão em simultâneo de 6 a 8 de junho de 2023, em Maastricht, Holanda. Mais de 200 fornecedores de máquinas de construção compactas, plataformas aéreas e soluções de aluguer de TI irão expor, entre outras soluções, os mais recentes desenvolvimentos em equipamentos e ferramentas a bateria, bem como tecnologias digitais, telemática e sobretudo software, que ajudam as empresas de aluguer de equipamentos e os empreiteiros a serem mais sustentáveis e eficientes. As listas completas de expositores e o formulário para inscrição gratuita nos dois eventos estão disponíveis em www.ireshow.com e www.apexshow.com. Os visitantes de cada uma dessas feiras têm acesso gratuito à outra.

12 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Hillhead 2024 já tem datas A próxima edição da Hillhead, feira de pedreiras e reciclagem, irá decorrer de 25 a 27 de junho de 2024, em Hillhead Quarry, Buxton, Reino Unido. Depois da pandemia, a Hillhead voltou a realizar-se este ano, em junho, para celebrar a sua 40ª edição. Expositores e visitantes aproveitaram a oportunidade para voltar a encontrar os profissionais do setor, admirar as muitas demonstrações de máquinas, descobrir os últimos lançamentos de produtos e explorar as mais recentes tecnologias que impulsionam a digitalização e a descarbonização em todo o setor. Com 18 500 visitantes únicos presentes e mais de 600 dos principais fabricantes de equipamentos e serviços do mundo como expositores, a Hillhead deste ano quebrou recordes e consolidou o seu status como o maior evento de pedreiras do mundo. Os interessados em participar na edição de 2024 deverão contactar a organização através do número +44 (0) 115 945 4377 ou do email harvey.sugden@qmj.co.uk. Epiroc recebe grande encomenda para nova mina de ferro na China A Epiroc, referência em produtividade e sustentabilidade para as indústrias de mineração e infraestruturas, ganhou um grande pedido de equipamentos de mineração subterrânea da da empresa chinesa Luannan Macheng Mining. A Luannan Macheng Mining, parte do Grupo Shougang, encomendou várias máquinas com recursos de automação, incluindo carregadoras e equipamentos para perfuração de face, perfuração de produção e reforço de rocha. O equipamento será usado na nova mina de ferro Macheng, na província de Hebei, no norte da China. A Epiroc também fornecerá perfuradores e outros consumíveis, bem como serviços no local. O pedido de equipamentos foi registrado no terceiro trimestre de 2022 e está avaliado em mais de MSEK 300. Alta Velocidade Porto – Lisboa vai sair do papel Decorreu no final de setembro, na estação de Porto – Campanhã, a apresentação pública do projeto da nova linha ferroviária de Alta Velocidade Porto – Lisboa. A construção de uma nova linha ferroviária de Alta Velocidade, ligando as duas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, é um projeto previsto no Plano Nacional de Investimentos 2030 (PNI 2030). A Infraestruturas de Portugal é a entidade promotora do projeto e está desde 2021 a atualizar a documentação técnica existente, estimando-se que no primeiro semestre de 2023 sejam lançados os primeiros concursos para contração de empreitadas. A futura linha será em via dupla, adequada para Alta Velocidade. As atuais estações ferroviárias existentes ao longo do percurso serão adaptadas, não só para acomodar as composições dedicadas à Alta Velocidade mas também para a disponibilização de novos serviços adequados aos passageiros. O projeto prevê ainda a construção de uma nova estação ferroviária em Vila Nova de Gaia. Equipamento de perfuração Simba, da Epiroc.

13 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Submetidas seis propostas para a nova ponte rodoviária sobre o rio Douro Seis dos sete candidatos do concurso de conceção e construção da ponte D. António Francisco dos Santos submeteram propostas, adiantou a Câmara do Porto, dizendo não ser possível determinar o prazo para a conclusão da análise do júri. Em resposta à agência Lusa, a Câmara do Porto afirmou que o prazo para a apresentação das propostas do concurso de conceção e construção da ponte D. António Francisco dos Santos terminaram no dia 13 de outubro, seguindo-se agora o “processo de análise e avaliação das mesmas” pelo júri. Dos sete candidatos admitidos no concurso, seis apresentaram propostas, sendo que “só depois da análise do júri será possível concluir se as mesmas reúnem condições para serem efetivamente admitidas”, adiantou a autarquia, dizendo ser “prematuro” avançar com a identificação dos candidatos. A Câmara do Porto diz ainda não ser possível “antecipar prazos” para a conclusão do processo de análise e avaliação das propostas face à “complexidade técnica inerente” ao procedimento de conceção e construção “com a dimensão e impacto” da ponte D. António Francisco dos Santos e os respetivos acessos. A concurso foram admitidos sete candidatos: a empresa Puentes y Calzadas Infraestructuras S.L.U., o consórcio de Alexandre Barbosa Borges, S.A. e Construgomes Engenharia, S.A., o consórcio Mota-Engil, Engenharia e Construção, S.A. e Omatapalo - Engenharia e Construção, S.A., o consórcio Afavias - Engenharia e Construções, S.A., Casais - Engenharia e Construções, S.A. e Teixeira Duarte - Engenharia e Construções, S.A., o consórcio Ramalho Rosa Cobertar, Sociedade de Construções, S.A. e FCC Construcción, S.A., o consórcio Alberto Couto Alves, S.A., Alves Ribeiro, S.A. e Betar Consultores, Lda., e a empresa Conduril - Engenharia, S.A.. STET torna-se distribuidor oficial da Pronar em Portugal A STET assumiu, no início de novembro, a representação do especialista em equipamentos de reciclagem Pronar em território nacional. A Pronar é uma marca de origem polaca e de abrangência internacional que oferece um vasto leque de soluções para o setor da reciclagem, respondendo às crescentes necessidades da sociedade atual, garantindo a sustentabilidade e apoiando os seus clientes no cumprimento das normas europeias. O seu portefólio de soluções inclui máquinas para aplicações agrícolas, florestais, de reciclagem e construção. A linha de equipamentos da Pronar é fabricada com a mais alta tecnologia do mercado, com uma gama completa de crivos Trommel sobre rodas e equipamentos móveis de trituração/destruição de resíduos, prensas de enfardamento e revolvedores de composto. Os equipamentos Pronar destacam-se pela robustez, qualidade e preços competitivos, além de garantirem grande durabilidade e confiabilidade. Fotografia: Câmara do Porto. Autor: DG. Crivo Trommel, da Pronar.

14 ATUALIDADE Kiloutou continua a sua expansão internacional com duas novas aquisições em Portugal e Dinamarca O Grupo Kiloutou, propriedade dos accionistas HLD e Dentressangle, assinou dois acordos de aquisição para expandir ainda mais a sua presença na Europa. Em primeiro lugar, adquiriu o Grupo Vendap, uma referência no mercado de aluguer de equipamentos em Portugal, que marca a entrada da Kiloutou num novo mercado europeu. E em segundo lugar, incorporou a Holbæk Lift, uma empresa de aluguer dinamarquesa, que também demonstra a sua vontade e capacidade de continuar a crescer em toda a Europa. ENTRADA EM PORTUGAL O Grupo Kiloutou assinou um acordo para adquirir o Grupo Vendap, uma empresa de aluguer de referência em Portugal. Após a aquisição da GSV na Dinamarca em março de 2022, esta operação permitirá ao Grupo estabelecer uma base sólida num novo país da Europa. Com 40 anos de experiência, o Grupo Vendap é uma referência no aluguer de equipamentos em Portugal com uma quota de mercado estimada em 18% e uma vasta gama de produtos, incluindo geradores, plataformas aéreas, unidades modulares e sanitas portáteis. Os seus 340 colaboradores operam uma rede de 8 sucursais em Portugal, servindo pequenos e grandes clientes nacionais nos setores da engenharia civil, construção e serviços públicos. O Grupo Kiloutou espera beneficiar da sólida experiência e conhecimento das equipas do Grupo Vendap para continuar a desenvolver o negócio

15 ATUALIDADE em Portugal, através do crescimento interno, abertura de novas sucursais, oferta alargada de frotas e aquisições seletivas. A atual equipa de gestão apoia totalmente a transação e manterá as suas funções na nova organização. Francisco Ferreira do Amaral, CEO do Grupo Vendap, reportará diretamente ao Comité Executivo do Grupo Kiloutou. “Partilhamos com a Kiloutou a mesma experiência e a ambição de melhorar continuamente os serviços que prestamos aos nossos clientes. Esta aquisição irá reforçar a nossa capacidade de desenvolvimento nomercado português. Juntamente com a nossa equipa de gestão, estou orgulhoso e feliz por dar este novo passo”, afirma o CEO do Grupo Vendap. EXPANSÃO NA DINAMARCA Para diversificar ainda mais a sua oferta de produtos e fortalecer a sua rede, a subsidiária dinamarquesa do Kiloutou Group, GSV, adquiriu a Holbæk Lift, uma empresa regional localizada na maior cidade do noroeste da Zelândia. Graças ao relacionamento de longo prazo entre as duas empresas e uma frota recente e bem investida de 2600 unidades modulares, plataformas aéreas e equipamentos leves, o Grupo Kiloutou espera que esta aquisição proporcione sinergias operacionais. A aquisição também demonstra a capacidade da GSV, o principal player dinamarquês de aluguer de equipamentos, de buscar um programa ativo de aquisições complementares após a sua aquisição pelo Kiloutou Group em março de 2022. Dan O. Vorsholt, CEO da GSV, afirma: “Estou muito satisfeito e orgulhoso de anunciar a aquisição da Holbæk Lift pela nossa empresa. A Kiloutou deu à GSV os meios financeiros para continuar e acelerar o seu desenvolvimento nomuito competitivomercado dinamarquês. Os 20 funcionários da Holbæk Lift ajudarão a expandir a nossa rede numa região onde a GSV deseja fortalecer a sua presença.” 2022, UM ANO HISTÓRICO PARA O DESENVOLVIMENTO DO GRUPO KILOUTOU NA EUROPA Com receitas adicionais esperadas de mais de 45 milhões de euros, estas duas aquisições fortalecerão a posição de mercado do Kiloutou Group na Europa e contribuirão para a sua diversificação acelerada em termos de base de clientes e mix de negócios, com aproximadamente 33% da sua receita esperada gerada fora de França. Também estima que as aquisições feitas em 2022 devem permitir que a receita pro forma do Grupo Kiloutou nos últimos doze meses ultrapasse os mil milhões de euros em 30 de junho de 2022. “As duas aquisições fazem parte da nossa estratégia de desenvolvimento geográfico com o objetivo de posicionar a Kiloutou entre as líderes de referência em todos os países onde o grupo atua. Apesar das incertezas económicas, 2022 já é um ano histórico para o grupo com a entrada em dois novos países como líderes de mercado. Estamos muito ansiosos para trabalhar em estreita colaboração com a talentosa e experiente equipa de gestão e funcionários da Holbæk Lift e do Grupo Vendap. Sejam bem- -vindos ao Kiloutou Group”, diz Olivier Colleau, CEO do Kiloutou Group. Detida pela HLD e Dentressangle desde 2018, a Kiloutou teve um rápido desenvolvimento graças a um forte crescimento orgânico e a uma política de aquisições dinâmica. Estas duas aquisições, a oitava e a nona desde o início de 2021, fazem parte desta estratégia de expansão internacional levada a cabo pelo Grupo Kiloutou nos últimos anos. O Grupo Kiloutou está hoje presente em França, Polónia, Espanha, Itália, Alemanha, Dinamarca e, após a aquisição do Grupo Vendap, Portugal. Em 2021, o Grupo Vendap atingiu um volume de negócios de 40 milhões de euros e empregou 340 pessoas nas suas oito agências em Portugal, enquanto a Holbæk Lift atingiu 6 milhões de euros de receita e empregou 20 pessoas numa agência. Ambas as aquisições foram financiadas com recursos existentes e estão, neste momento, concluídas. n

OPINIÃO 16 Investimento Público – Planeamento é a palavra de ordem Na Proposta de OE’2023, a aposta no investimento público é uma marca distintiva, assente no pressuposto de uma execução mais célere do PRR. Foram inscritos 8.618 milhões de euros para o investimento público, o que representa uma taxa de crescimento de 36,9% em 2023 e um peso de 3,5% do PIB. São expectativas positivas, porém, para 2022, foram orçamentados 7.317 milhões de euros, estimando-se agora que apenas serão executados 6.295 milhões de euros, ou seja, menos 1.022 milhões. Manuel Reis Campos, presidente da CPCI e da AICCOPN Efetivamente, 2022 é um ano em que a evolução do mercado das obras públicas tem ficado muito aquém do esperado. Estimava-se um crescimento de 7,5% na produção da engenharia civil, mas a verdade é que, até setembro, o volume de concursos de empreitadas de obras públicas promovido caía 16%emtermos homólogos e o volume de contratos celebrados recuava 43%. Como sabemos, o OE’2022 entrou em vigor no final de junho, porém, praticamente nada se alterou desde essa altura. O País tem pela frente o importante desafio de concretizar o PRR, mas não nos podemos esquecer do Portugal 2020, que encerra no final de 2023, e tinha, no final do 3º trimestre, 5,9 mil milhões de euros por executar. Os investimentos recentemente anunciados, designadamente a ligação ferroviária de alta-velocidade entre o Porto e Lisboa, que representará, de acordo com o Governo, um investimento total de 4,9 mil milhões de euros e os demais projetos que integram o PNI – Programa Nacional de Investimentos 2030, o qual inclui os principais investimentos em infraestruturas e equipamentos a realizar até 2030, num total de 43 mil milhões de euros, estão identificados como prioritários para o País e, por isso, 2023 tem de ser um ano diferente. O País precisa de executar os projetos planeados, as fontes de financiamento estão definidas e o tecido empresarial tem, como sempre teve, capacidade para responder. Há, é certo, constrangimentos que têm de ser resolvidos. O anómalo aumento dos preços das matérias-primas, da energia e dos materiais de construção, é a principal dificuldade operacional apontada pelas empresas do Setor, assinalada no nosso último Inquérito à situação do Setor por 71% das empresas que operam no segmento das Obras Públicas e 82% das empresas no segmento de Obras Privadas. São problemas com um forte impacto nos custos operacionais das empresas e por esse motivo que defendemos medidas concretas e o Governo respondeu com a criação do Regime Excecional de Revisão de Preços, o qual foi publicado no passado dia 20 de maio e, muito recentemente foi objeto de prorrogação até 30 de junho de 2023. Sabemos que as entidades públicas não estão a responder com a celeridade necessária às empresas e estão a ser criados obstáculos, mas este é um importante mecanismo que tem de ser plenamente utilizado para assegurar a continuidade dos investimentos em curso e a execução daqueles que estão planeados. Por outro lado, enfrentamos ainda o problema da falta de mão de obra, o segundo constrangimento mais assinalado pelas empresas, indicado por 79% das empresas do segmento das obras particulares e 66% das empresas do segmento das obras públicas. É necessário preciso promover um 'matching' entre a procura e a oferta de trabalho, já que não faz qualquer sentido coexistirem fenómenos como o desemprego na economia e a falta de recursos humanos nas empresas e implementar medidas como a reorientação da formação profissional, tirando partido dos centros de excelência do Setor, o CICCOPN e o CENFIC e promover a mobilidade transnacional da mão de obra. O próximo ano será desafiante, mas a aposta no Investimento está correta, é exequível, tem de ser concretizada e as empresas estão preparadas. Para isso é determinante o planeamento, a calendarização e a contratualização dos investimentos, a qual terá de ocorrer até final de 2023, salvaguardando o posicionamento competitivo das empresas nacionais. n

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ENTREVISTA 18 CÉLIA MARQUES, VICE-PRESIDENTE EXECUTIVA DA ASSIMAGRA “O setor dos recursos minerais tem crescido de forma sustentada, com saldos da balança comercial acima dos 500%" Numa altura em que a construção cresce em Portugal, e em que a procura pela pedra natural portuguesa está também em expansão, Célia Marques, vice-presidente executiva da Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais (Assimagra), relata-nos as principais preocupações do setor, mas também os bons resultados das exportações nacionais que, em 2021, atingiram os 623 milhões de euros em minérios metálicos, e 435 milhões de euros em pedra natural, um valor nunca antes alcançado. Célia Marques, vice-presidente executiva da Assimagra.

ENTREVISTA 19 A Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais (Assimagra) nasce em janeiro de 1964, com o principal objetivo de representar as empresas do setor. Que balanço fazem da evolução do mercado nestes 58 anos? De facto, a Assimagra foi constituída em 1964 com o principal objetivo de representar a indústria das rochas ornamentais. Passados quase 60 anos de existência, podemos afirmar que este setor tem feito um percurso extraordinário. Trata-se de uma indústria que tem vindo a evoluir na forma de trabalhar a pedra, passando de uma abordagem simplista do processamento, para uma situação em que tudo passa pela customização e personalização do processo. Esta modernização da indústria ocorre graças ao investimento e investigação profunda na lógica daquilo que são as capacidades tecnológicas de trabalhar a pedra. Presentemente, as empresas encontram-se, mais do que nunca, a enfrentar novas dinâmicas e a responder a mercados cada vez mais exigentes em termos de qualidade e inovação, com uma evidente capacidade de inovação e renovação tecnológica, assistindo-se a uma tendência crescente de desenvolvimento de novas tecnologias e metodologias produtivas e de requalificação dos processos de produção, que permitem uma exploração e transformação mais sustentável e eficiente e economicamente rentável dos recursos. Este percurso tem permitido ao setor reforçar a sua quota exportadora, sendo atualmente o sétimo exportador mundial de rocha ornamental e terceiro exportador europeu atrás de Itália e Espanha, com uma relevância acrescida no Produto Interno, pela baixa incorporação de matéria- -prima importada. A evolução do mercado é resultado de um esforço coletivo, que tem permitido ao setor crescer de forma sustentada. No ano passado tivemos um ano record nas exportações com 435 milhões, sendo expetável que em 2022 este valor possa novamente ser ultrapassado, uma vez que os dados dos primeiros oito meses de 2022, apontam para um crescimento na ordem dos 16% relativo ao ano passado que já tinha sido o nosso melhor ano de sempre. A acompanhar o desempenho do volume de negócios está também o crescimento na mesma ordem de valores do preço do produto exportado. A tendência de futuro do setor será de valorização da matéria-prima através da transformação e a continuidade na especialização em obras por medida, totalmente personalizadas e para produtos e projetos altamente complexos, e que valorizem cada vez mais a pedra natural portuguesa. Só mais tarde, já em 2020, a associação alargou o seu âmbito a todos os outros subsetores dos recursos minerais. Oquepodemesperar os associados daparteAssimagra, e quais as vantagens em ser associado da associação? Quais os principais serviços que prestamàs empresas? Os associados podem esperar da Assimagra um pilar de defesa e apoio permanente, capaz de dar respostas e propor orientações ao setor dos recursos minerais, enquanto um todo, e às empresas, individualmente, contribuindo para o seu desenvolvimento tecnológico e económico e potenciando a capacidade de atuação comercial no mercado. Para além de um trabalho associativo muito intenso e diário, o percurso da associação é marcado por vários projetos que investem na competitividade das empresas como meio para a sustentabilidade do setor. A Assimagra é atualmente reconhecida por atuar fortemente em duas áreas muito importantes. Por um lado, na dinamização de estratégias de posicionamento internacional do setor e de penetração em novos mercados, quer através de projetos diferenciadores que promovem a pedra portuguesa e a indústria que a extrai e transforma, quer demonstrando a qualidade do produto final e facilitando a exportação de produtos como é exemplo o sistema de certificação das empresas e da origem da pedra portuguesa através da marca StonePT. Por outro lado, sendo um setor que depende do território, trabalhamos muito intensamente no desafio da sustentabilidade dos mesmos, assegurando apoio técnico qualificado à atividade empresarial, e intervindo nas políticas de planeamento e ordenamento do território com o objetivo da exploração mais eficiente do recurso mineral e do território. O crescimento da construção e a retoma de algumas atividades económicas no pós-pandemia vieram, consequentemente, dar um impulso ao setor da indústria de extraçãomineira. Entendemque este crescimento de mercado está realmente a representar um crescimento das empresas portuguesas do setor? O efetivo crescimento das empresas está dependente de métricas não lineares. Contudo, através dos dados disponibilizados pelo INE e tratados pela Assimagra, perceciona-se que os mesmos sustentam um crescimento no volume de negócio internacional substancial, o que, indiretamente poderá indicar um crescimento generalizado do setor. Com exceção dos anos da pandemia, o crescimento generalizado do setor tem sido sustentado e acima da média

ENTREVISTA 20 nacional e com saldos da balança comercial acima dos 500%. Somos um país fortemente exportador no que toca aos recursos minerais. Com foco em aspetos mais setoriais, poderia dar- -nos uma panorâmica geral do setor da indústria de recursos minerais em Portugal? Qual é o seu peso no PIB? Quantas pessoas emprega? Quantas empresas estão envolvidas neste tipo de atividade? O setor dos recursos minerais encontra-se subdividido em Minerais Metálicos, Minerais para Construção, Minerais Industriais, e Rochas Ornamentais (vulgo pedra natural). Estes setores, pela tipologia de produto apresentam comportamentos distintos e peso relativo setorial distinto. Os subsetores commaior expressão para a performance geral do setor são os minerais metálicos e a pedra natural. O setor tem mais de 2600 empresas a operar, para um total de quase 19.000 trabalhadores. O volume de negócios ascende a mais de 1700 milhões de euros, que concorre para 1,8% do PIB nacional. Importa ainda referir que o setor apresenta um VAB de 654 milhões de euros. Como já referido, é um setor fortemente exportador e com uma balança comercial bastante favorável na ordem dos 500%. Para estes valores contribuem fortemente as exportações dos minérios metálicos, com 623 milhões de euros de exportações e a pedra natural, com 435 milhões de euros. Transversal a diversas áreas de atividade, a escassez de mão de obra também se faz sentir neste setor? O nosso setor está a ser muito afetado pela falta de mão de obra, aliada à falta de atratividade para captar trabalhadores especializados. Para além destas dinâmicas, atualmente o setor extrativo depara-se com um paradigma importante ao nível dos recursos humanos e que está ligado à publicação da Portaria n.º 88/2019, que vem permitir que a idade normal de pensão de velhice fixada no regime geral de Segurança Social seja reduzida em um ano por cada dois de serviço efetivo, com o limite de 50 anos de idade para direito à pensão por velhice. Este contexto veio encurtar em muito os ciclos de exercício de funções no setor, o que, somando-se também à questão demográfica do envelhecimento geral da nossa população, está a fazer com que esta atividade atualmente atravesse momentos de alguma complexidade na procura de soluções. Acresce ainda o facto de que as nossas empresas estão localizadas, normalmente, fora dos centros urbanos, em territórios de baixa densidade populacional o que agrava ainda mais o acesso a jovens com potencial para iniciar carreira no setor. Que estratégias estão a ser implementadas paramitigar esta escassez? Este é umproblemamais lato e nãopode ser vistounicamente no universo setorial. As políticas que têm sido implementadas em Portugal, de salários mais baixos em comparação a outros países europeus, a queda demográfica dos últimos 25 anos e a falta de aposta na natalidade, bem como a diminuição de mão de obra com qualificação técnica ou experiência na área, são razões que explicam o cenário atual com que a indústria nacional se depara. Assistimos ainda a uma queda acentuada da mão de obra imigrante, pois a pandemia diminuiu os fluxos internacionais de trabalhadores vindos de outros países, que habitualmente tinham ocupações menos procuradas pelos trabalhadores portugueses. Portugal temque estar preparado para perder entre 15 a 25% da sua população ativa nos próximos 20 a 30 anos. Já não se consegue repor a quebra de natalidade dos últimos 25 anos, pelo que a procura de soluções terá que ser conjunta, estrutural e não setor a setor. Para este setor de atividade em que o tecido empresarial é, sobretudo, constituído por pequenas e médias empresas e em que às baixas qualificações dos operadores se alia um baixo número de técnicos qualificados, quadros intermédios e superiores, a resposta a estes desafios terá de passar por um trabalho setorial estruturado, com a interligação entre a educação geral e a formação para as profissões, com tempos e espaços necessários para o estudo e para o trabalho. O trabalho setorial que está a ser desenvolvido passa pela revisão e criação de novos perfis, adequados e ajustados às atuais necessidades das empresas. Passa também pelo trabalho junto das escolas e jovens na sensibilização e atração de novas gerações para um setor com apurada consciência tecnológica e ambiental, muito diferente daquele em que alguns pais e avós trabalharam. Mas acima de tudo passa pela estruturação ‘bottom up’ das várias qualificações necessárias a um setor que, tendo alargado a sua fileira, abrange cada vez mais e diferentes áreas. É importante que seja a própria indústria a influenciar diretamente aquilo que poderá ser a oferta formativa das instituições de ensino/formação. “2021 foi um ano recorde para as exportações de pedra natural, que atingiram os 435 milhões de euros, sendo expetável que, em 2022, este valor possa novamente ser ultrapassado”

ENTREVISTA 21 Dados recentes revelam o crescimento do setor da extração dos recursos minerais e da pedra natural, maioritariamente com destino à exportação. Qual o peso das exportações no setor? A exportação de recursos minerais metálicos e pedra natural tem um peso relativo nas exportações de todo o setor de cerca de 93%. AAssimagra tem tido uma importante ação no auxílio às empresas do setor e na garantia da sua representatividade fora de Portugal. De que forma entendem que o papel da Assimagra tem contribuído para este aumento dos níveis de exportação? As iniciativas que fazemos atuam como um reforço da capacitação das empresas para a internacionalização, permitindo potenciar o aumento da sua capacidade exportadora e reconhecimento internacional. Recentemente lançamos a marca setorial StonebyPortugal assente numa estratégia de comunicação de proximidade às empresas que pretende demonstrar junto dos principais prescritores de pedra natural, a qualidade e a excelência da nossa pedra e do saber-fazer português. Enquanto associação, procuramos sempre inovar nos nossos projetos, com o desafio permanente de ajudar a diversificar mercados e a reforçar a importância dos produtos emmercados já consolidados, para potenciar maior valor dos produtos e serviços exportados pelas empresas portuguesas, e o continuo crescimento das suas exportações. Qual o impacto dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência neste setor? Iniciou em julho deste ano o arranque dos investimentos da Agenda Mobilizadora aprovada para o setor – Sustainable Stone by Portugal - que deverá decorrer até 2025 e que junta mais de 50 parceiros com o principal objetivo de potenciar o trabalho mobilizador e agregador que tem sido realizado no contexto do setor da pedra natural, para a criação de uma nova geração de produtos e processos produtivos. É um projeto que abraça diversas áreas relacionadas com a automatização da produção das pedreiras e fábricas, a maior eficiência em termos de custos e tempo de construção e produção, a adoção de novos processos e materiais mais inovadores e sustentáveis, a digitalização de produtos e processos e a diminuição da pegada ecológica na totalidade do ecossistema subjacente ao setor dos recursos minerais. Nesta medida, espera-se que estes novos produtos e processos resultantes da Sustainable StonebyPortugal venham a assegurar um impacto económico e social muito relevante a nível nacional, através da criação de 281 postos de trabalho diretos, entre os quais 112 colaboradores altamente qualicados, e do fortalecimento da capacidade do setor para crescer, enquanto setor estratégico para o desenvolvimento sustentável da economia portuguesa. No início deste ano verificou-se uma alteração à Lei das Minas. A Assimagra, na defesa dos seus associados, manifestou publicamente o seu desagrado sobre as alterações efetivadas pelo Governo. De que forma entendem que esta nova lei vai dificultar a ‘saúde’ das empresas do setor? Tal como manifestado publicamente, as alterações mais recentes à lei que regulamenta o setor mineiro culminaram na restrição da atividade de prospeção e pesquisa e a possibilidade de extração mineira em praticamente todo o país, penalizando toda uma cadeia de valor nacional de elevado potencial mineiro para vários recursos minerais, alguns deles essenciais no abastecimento à indústria,

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