2023/1 03 Preço:11 € | Periodicidade: Trimestral | Abril 2023 - Nº 3 Como líder do mercado de equipamento de demolição no Japão, Kobelco compreende como as obras de demolição podem ser desa antes. As máquinas precisam de ser su cientemente resistentes para suportar condições difíceis, mas também su cientemente potentes para realizar o trabalho. www.kobelco-europe.com www.kobelcofanshop.com FORTE. POTENTE. CONSTRUIDO PARA RESISTIR. FÁCIL TRANSPORTE FÁCIL MONTAGEM & DESMONTAGEM 40m ALTURAMÁXIMA DE TRABALHO DE 40M Como líder do mercado de equipamento de demolição no Japão, Kobelco compreende como as obras de demolição podem ser desa antes. As máquinas precisam de ser su cientemente resistentes para suportar condições difíceis, mas também su cientemente potentes para realizar o trabalho. www.kobelco-europe.com www.kobelcofanshop.com . . I I I . FÁCIL TRANSPORTE FÁCIL & DESMONTAGEM 40m ALTURAMÁXIMA TRABALHO DE 40M o o líder do ercado de equipa ento de de olição no Japão, obelco co preende co o as obras de de olição pode ser desa antes. As áquinas precisa de ser su ciente ente resistentes para suportar condições difíceis, as ta bé su ciente ente potentes para realizar o trabalho. ww.kobelco-europe.com w .kobelcofanshop.com FÁCIL TRANSPORTE FÁCIL MONTAGEM & DESMONTAGEM 40m ALTURA ÁXIMA DE TRABALHO DE 40M
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ATUALIDADE 6 EDITORIAL 7 Setor da Construção e Obras Públicas apresenta propostas tendo em vista o Portugal 2030 14 Verbas Europeias para Investimento têm de ser executadas com maior celeridade 18 O setor da pedra natural: compromissos para o futuro 20 Primeira Pedra celebra seis anos e anuncia continuidade com exposição itinerante 24 LoxamHune bate recorde de EBTIDA e chega a 50 milhões em 2022 26 Reparação da ponte Vasco da Gama, em Lisboa 28 Epiroc inaugura centro de serviços em Portugal 32 Dino DC420Ri, a nova proposta da Sandvik que aumenta a produtividade na perfuração de solos 34 A STET apoia as empresas na reciclagem e demolição 36 Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Barbosa du Bocage, 87 4º Piso, Gabinete nº 4 1050 - 030 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 217 615 724 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Nova Àgora Grup, S.L. (100%) Diretora Luísa Santos Equipa Editorial Luísa Santos, David Múñoz redacao_engeobras@interempresas.net www.engeobras.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 44 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127810 Déposito Legal 498357/22 Distribuição total +13.900 envios. Distribuição digital a +13.200 profissionais. Tiragem +700 cópias em papel. Edição Número 3 – Abril de 2023 Estatuto Editorial disponível em https://www.engeobras.pt/ EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Gráficas Andalusí, S.L. Camino Nuevo de Peligros, s/n - Pol. Zárate 18210 Peligros - Granada (España) www.graficasandalusi.com Membro Ativo: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da Engeobras adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. Máquinas de terraplanagem: Competitividade e inovação são fator chave 38 Maquinaria de movimentação de terras: “Movendo o mundo” 43 Espaço Mecânico é a nova representante da Firstgreen para Portugal 48 Doosan lança nova miniescavadora DX85R-7 de 8 toneladas 50 TVH expande a gama de peças de reposição para retroescavadoras 52 Drones – Poderoso olho para aumentar a segurança [1] 54 Kobelco ganha Prémio Mundial de Demolição 58 Entrevista com Jaime Gómez Fesser, Gestor de Produto para Espanha e Portugal da Husqvarna Construcción 60 Inovação e segurança, os principais eixos da aposta da Arden Equipment 64 Blumaq consolida a sua expansão internacional 68 BKT anuncia plano de negócios para os próximos três anos 70 SUMÁRIO
6 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE Ferrovia: Testes de drones na inspeção das infraestruturas de via e catenária No âmbito do acordo de colaboração estabelecido em novembro de 2022 entre a Infraestruturas de Portugal (IP), a Universidade de Coimbra e a AeroProtechnik, foram realizados em janeiro, na Estação da Pampilhosa, os primeiros voos de drones respeitantes aos trabalhos decorrentes do mesmo. O acordo tem como objetivo a realização de um projeto de investigação e desenvolvimento (I&D), relacionado com a inspeção às infraestruturas de via e catenária com recurso a VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado). O projeto visa detetar defeitos e gerar alertas sobre o estado da infraestrutura ferroviária (via e catenária), com base em imagens recolhidas por VANT e processadas por uma ferramenta de IA (Inteligência Artificial), recorrendo a técnicas de deteção remota e redes neuronais, o que permitirá a posterior programação das intervenções da IP. Drones realizam inspeções teste das infraestruturas de via e catenária da ferrovia nacional. Himoinsa adquire Powersil A Himoinsa adquiriu a Powersil, uma empresa portuguesa dedicada à comercialização de geradores, conceção e fabrico de quadros elétricos e sistemas de automação, que opera tanto em Portugal como nos países africanos de língua oficial portuguesa, oferecendo ao cliente um serviço abrangente e especializado em sistemas de produção de energia. Esta aquisição faz parte da estratégia de crescimento inorgânico da Himoinsa e reflete a intenção da empresa de continuar a posicionar-se no mercado internacional como uma referência na conceção e fabrico de soluções de tecnologia energética. Com vinte anos de experiência no setor, a Powersil posicionou-se no mercado através da realização de conjuntos elétricos e mecânicos, oferecendo soluções energéticas integradas, quer através de geradores, quer através de soluções híbridas. A empresa oferece soluções de engenharia mecânica, elétrica e acústica no setor da produção de energia, garantindo um serviço ao cliente de 360º, tornar-se um parceiro estratégico para projetos de geração de energia em instalações de missão crítica, tais como centros de dados, hospitais, grandes áreas comerciais. A relação entre a Himoinsa e a Powersil começou em 2016, quando lhe foi atribuído o ‘Serviço Técnico Oficial’ em Portugal. “Agora, com esta aquisição reforçamos as sinergias entre ambas as empresas e trabalhamos num plano de crescimento conjunto para aumentar a nossa capacidade industrial, técnica e de serviços, com o objetivo de reforçar a nossa posição de liderança no mercado português”, explica Sandra Santos, diretora-geral da Himoinsa Portugal. A Powersil tem uma vasta experiência em serviços de manutenção e assistência técnica para geradores e oferece ao cliente uma solução abrangente, desde o fabrico de quadros elétricos, sistemas de sincronização paralela, sistemas de alimentação de combustível, sistemas de atenuação de ruído e extração de gases de escape. “A Himoinsa e a Powersil são empresas com uma enorme reputação em Portugal. Agora unimos forças para oferecer ao nosso cliente a melhor solução, produto e serviço, unificando a nossa rede e profissionalismo”, explica Hugo Arez, diretor comercial e sócio-gerente da Powersil. A Himoinsa lançou a sua filial em Portugal em 2002 e posicionou-se historicamente como uma das filiais europeias mais consolidadas do Grupo Himoinsa. É atualmente constituída por uma equipa técnica de vendas e serviços de 10 pessoas que trabalham em estreita colaboração com o pessoal da Powersil, que é composta por 29 profissionais. Da esquerda para a direita: João José Arez, diretor da Powersil, Sandra Santos, diretora-geral da Himoinsa Portugal, e Hugo Arez, diretor comercial e sóciogerente da Powersil.
7 Palfinger fechou 2022 com receitas superiores a dois milhões de euros O Conselho Fiscal da Palfinger AG divulgou os seus dados financeiros para 2022 e, em conjunto com a Comissão Executiva, propôs um dividendo de 0,77 euros por ação na Assembleia Geral Ordinária de 30 de março, tal como no ano anterior. Num ambiente económico desafiador caracterizado pela guerra na Ucrânia, cadeias de abastecimento tensas, dificuldades na entrega de componentes eletrónicos e chassis de camiões, bem como enormes aumentos de custos, a Palfinger registou um recorde histórico de receita (2,23 milhões de euros) e o segundo melhor resultado operacional da empresa: 150,4 milhões de euros (em 2021 atingiu 155,0 milhões de euros de EBIT). Olhando para as previsões para 2023, a empresa anuncia que teve um “excelente início de ano” e espera que o primeiro trimestre supere significativamente o trimestre do ano anterior em termos de receitas e EBIT (485,6 milhões de euros em receitas e 30,4 milhões de EBIT no primeiro trimestre de 2022). Em relação a todo o ano, a Palfinger também está otimista, apontando novos recordes de receita e EBIT. A longo prazo, até 2027, está confiante que atingirá receitas de 3000 milhões de euros com uma margem EBIT de 10% e um retorno sobre o capital empregue de 12%. Sede da Palfinger AG. EDITORIAL De acordo com a AICEP, a economia portuguesa deverá crescer 6,7% em2022, o que constitui omaior aumento desde 1987 e o regresso aos níveis de PIB pré-Covid. Esta boa dinâmica reflete-se também no domínio da construção, com um grande número de obras civis e projetos de construção em curso, impulsionados em grande parte pelos fundos europeus. Basta olhar em volta para vermos todo o tipo de máquinas a trabalhar nos estaleiros, o que é uma grande notícia para todos os que fazemos parte deste setor. Este contexto favorável, somado à grande aceitação que a EngeObras tem tido desde o seu lançamento, em 2022, cimenta a nossa iniciativa de duplicar o número de edições em papel, tal como anunciamos na edição de novembro passado. Estamos convencidos de que o setor agradecerá este compromisso redobrado com a informação profissional de qualidade. Neste sentido, começamos 2023 com força e incluímos nesta edição dois temas especiais, muito importantes no espectro da maquinaria: o do movimento de terras e o dos trabalhos de demolição. Ambos partilhammegatendências, como a redução da pegada de carbono, seja através de novos motores, análise detalhada de todo o ciclo de vida do equipamento ou conceção ecológica paraminimizar os resíduos no fimde vida das máquinas. A última Bauma, realizada no final do ano passado em Munique, foi uma verdadeira montra dos mais recentes avanços em motores Stage V, eletrificação, utilização de hidrogénio, novos biocombustíveis, entre outros desenvolvimentos. Atualmente, assistimos também a grandes progressos na automatização dos equipamentos, com modelos cada vez menos dependentes do fator humano, o que oferece grandes vantagens não só em termos de desempenho e segurança, mas também na atenuação de um dos maiores problemas que o setor enfrenta: a crescente escassez de mão-de-obra qualificada nos estaleiros de construção. E não podemos esquecer todos os avanços que estão a ser feitos na digitalização, tanto no funcionamento das próprias máquinas como na gestão de frotas e no quotidiano das empresas. Ninguém duvida que os dados são o ‘ouro do século XXI’ e que, hoje, apenas vemos a ponta do iceberg do potencial que tudo isto nos oferece. Algo que há alguns anos atrás parecia ficção científica, como a Inteligência Artificial, já se tornou o nosso companheiro de viagem emmuitas das nossas atividades. São tempos de mudança e, por isso, emocionantes. Qualquer que seja a direção que este setor tome, a EngeObras estará cá para relatá-la. Continue a acompanhar-nos! Máquinas mais sustentáveis, eficientes e inteligentes
8 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Obras Públicas: Finalizada a escavação do túnel do Metro de Lisboa entre futuras estações O Metropolitano de Lisboa acaba de atingir um novo marco na construção da nova linha Circular ao concretizar a união do novo túnel que vai ligar a futura estação Estrela à estação Santos. O momento, que assinala o fim das escavações associadas à construção da estação Estrela, foi presenciado pelo Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, pelo Secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, e pelo Presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, Vitor Domingues do Santos, durante uma visita de ponto de situação às obras em curso no Lote 1 do Plano de Expansão da Rede, realizada no fim de fevereiro. Localizada ao cimo da Calçada da Estrela, em frente à Basílica da Estrela, a estação Estrela terá acesso na extremidade sul do Jardim da Estrela, a partir do edifício da antiga farmácia do Hospital Militar. A acessibilidade será efetuada por seis ascensores de grande capacidade e duas escadas mecânicas, atingindo o nível da superfície, de modo a um rápido acesso e maior conforto de utilização da estação pelos clientes do Metropolitano de Lisboa. Prevista inaugurar no último trimestre de 2024, a linha Circular vai ligar a estação Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais 2 quilómetros de rede e duas novas estações – Estrela e Santos, unindo as linhas Amarela e Verde num novo anel circular no centro de Lisboa. Himoinsa Polónia expande instalações A Himoinsa continua a reforçar a sua presença na Polónia. Se em 2019 inaugurou as novas instalações de 10 mil m2, agora realizou uma ampliação de 1500 m2 que permitirá à empresa gerir um grande stock de cerca de 500 unidades de grupos geradores e torres de iluminação. “Esta expansão permite-nos aumentar a capacidade de armazenamento e distribuição de equipamentos e garantir uma entrega rápida de produtos aos nossos clientes”, explica Marcin Miziak, gestor geral da Himoinsa Polska. Recorde-se que a empresa iniciou a sua atividade comercial na Polónia em 2003, com a abertura de escritórios comerciais. Este ano celebra o seu vigésimo aniversário e fá-lo reforçando as suas novas instalações e expandindo a sua capacidade logística. A subsidiária da Himoinsa na Polónia possui uma equipa multidisciplinar de profissionais técnicos, comerciais e de serviços para cobrir os mercados poláco, báltico e ucraniano. As suas instalações dispõem de espaço pós-venda, oficina mecânica para reparação de equipamentos e ponto de venda de peças sobressalentes. A Himoinsa Polónia aumentou o volume das suas vendas nos últimos quatro anos, desde o arranque das suas novas instalações que lhe permitiram reforçar a sua posição no mercado. A isto se somaram no ano passado outros fatores sociais e geopolíticos que impulsionaram a procura de energia na Polónia e nos países vizinhos. Além disso, a equipa da Himoinsa Polónia realizou uma expansão bem planeada, reforçando a sua rede de distribuidores, bem como introduzindo novos produtos no mercado tanto para aplicações PRP (Mobile Power) como ESP (OnSite Power), sistemas de armazenamento e distribuição de energia, geradores S5 com motor Stage V, novos modelos de torres de iluminação, grupos geradores estacionários. Visita de ponto de situação às obras em curso no lote 1 do Plano de Expansão da Rede, realizada a 28 de fevereiro, marca o fim da escavação deste lote. Instalações da Himoinsa Polónia.
9 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Mota-Engil aumenta lucros em 69% O grupo Mota-Engil obteve um lucro de 41 milhões de euros em 2022, um aumento de 69% face ao período homólogo, segundo os resultados da empresa divulgados no início de março. Os resultados de 2022 foram influenciados por um período marcado pelo crescimento de 47% da atividade “para um patamar inédito de faturação de 3,8 mil milhões de euros, valor previsto de ser alcançado no Plano Estratégico em vigor apenas em 2026”. “Os contratos recentemente adjudicados e que se iniciaram este ano tornaram possível antecipar o objetivo, num resultado que foi fortemente impactado pelo crescimento de 69% registado no segundo semestre do ano”, explica a Mota-Engil. O valor de EBITDA (lucros antes de impostos, taxas e amortizações) foi de 541 milhões de euros, superando pela primeira vez o marco de 500 milhões de euros, refere a construtora. A empresa destaca ainda que em 2022 registou “o melhor desempenho comercial da sua história, ao atingir níveis recorde de angariação comercial”, com destaque para México e Angola, atingindo 12,6 mil milhões na carteira de encomendas, mais do dobro face a 2020. Por área de negócio, o grupo realça o crescimento anual de 57% no negócio de engenharia e construção, impactado pelo crescimento em África e América Latina. Ao nível financeiro, o grupo Mota-Engil concretizou o seu plano de investimentos (CAPEX) com 351 milhões de euros, tendo reduzido a dívida líquida para 939 milhões, o menor valor consolidado nos últimos cinco anos. IP lança concurso público para a requalificação do corredor do IP8 entre Santa Margarida do Sado e Ferreira do Alentejo A Infraestruturas de Portugal (IP) publicou em Diário da República, no dia 3 de março, o concurso público para a execução da empreitada de reabilitação integral e reforço das condições de circulação e segurança no corredor do IP8, entre Santa Margarida do Sado e Ferreira do Alentejo. A obra prevê a beneficiação estrutural da via ao longo de um troço com uma extensão de cerca de 22,1 quilómetros, entre o final da A26, em Santa Margarida do Sado, e Ferreira do Alentejo, após a rotunda com a ER2. No âmbito da empreitada será também construída uma nova Variante a Figueira dos Cavaleiros, com 2,9 quilómetros de extensão, criando uma alternativa mais eficiente e direta à circulação rodoviária. Com um preço base de concurso de 38 milhões de euros, este é o maior investimento, lançado até ao momento, a executar pela IP no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência – PRR, um programa financiado pela União Europeia. Mais de 150 milhões de euros do PRR estão já em fase de execução de obra ou da sua contratação. A IP tem já um total de treze obras lançadas no âmbito do PRR, que correspondem atualmente a um investimento de 154 milhões de euros.
10 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Hillhead anuncia a extensão do pavilhão principal A Hillhead 2024 marcará o lançamento do renomeado 'Showground Pavilion'. Anteriormente conhecido como Pavilhão Principal, este espaço será ampliado em 1300 m2 para a edição de 2024, podendo agora acomodar mais de 180 expositores. Isto ajudará a compensar parcialmente o espaço perdido no pavilhão de registos, que será ligeiramente reduzido após ouvido o feedback dos visitantes: a entrada dos visitantes no recinto da feira será encurtada e será criado um acesso dedicado aos expositores. O gestor da Hillhead, Harvey Sugden, explica: “Nos últimos encontros, não conseguimos responder à procura por espaço interno e, com o pavilhão de registos cheio, fazia sentido expandir o pavilhão principal. Esta área também abrigará o recém-projetado Hillhead Café, que foi deslocado para o centro e oferecerá uma ampla variedade de bebidas, além de mesas ao ar livre. Também temos o prazer de anunciar que atualizaremos o nosso fornecimento de ar condicionado em ambas as áreas e trabalharemos com um novo fornecedor, a Watkins Hire." Hillhead 2024 acontecerá na Tarmac's Hillhead Quarry, perto de Buxton, de 25 a 27 de junho de 2024. Contagem decrescente para a Tektónica 2023 A 25ª edição da Tektónica - Feira Internacional de Construção - decorre de 4 a 7 de maio na FIL, em Lisboa, em simultâneo com o SIL – Salão Imobiliário de Portugal. A organização está a cargo da AIP. Este ano a organização destaca o crescimento de participações, referindo que já estão 180 empresas inscritas. Destas, 29% são iniciantes na feira. “Também significativo é o número de empresas que retomam a sua participação, cerca de 30%, sendo muitos destes regressos de empresas líderes no mercado nacional dos vários sectores que compõem a oferta da feira, um sinal claro de que a Tektónica está em linha com a evolução prevista em termos de mercado”, constata a organização. O Programa de Hosted Buyers assegura a vertente internacional, assegurando reuniões entre as empresas participantes e compradores internacionais. A previsão apontada pela feira é a da participação de cerca de 50 buyers de mercados como Espanha, França e Itália. De destacar também a participação de empresas estrangeiras, que totalizam até ao momento 10% das inscrições nesta edição, com proveniência dos mercados como a Bélgica, Espanha, França, Índia, Itália, Polónia, Suíça. Um ponto alto da feira é a entrega do Prémio Tektónica Inovação, que distingue e premeia os produtos e serviços mais inovadores e sustentáveis do mercado da construção, desenvolvidos pelas empresas nas diferentes áreas em exposição que apostam no desenvolvimento de novos produtos. Pavilhão Principal da Hillhead.
11 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Dean Barley é o novo CEO da Tadano America Corporation A Tadano continua a sua iniciativa estratégica global 'OneTadano' para simplificar as suas operações e alavancar sinergias em toda a organização global para atingir a sua meta de se tornar “líder da indústria de equipamentos de elevação”. Como parte desta iniciativa, a Tadano anuncia a nomeação de Dean Barley como CEO da Tadano America Corporation. Barley sucede a Shinichi Iimura e "continuará a liderar e unificar as equipas que trabalham na região pan-americana coordenada pela Tadano: América do Norte, Central e do Sul, incluindo o Brasil". Com a integração das marcas Demag e Mantis na Tadano, a Tadano America Corporation passou por uma grande transformação nos últimos anos. Com o objetivo de oferecer a melhor experiência ao cliente em todas as Américas, a empresa simplificou as suas operações, aumentou a sua rede de distribuição e ampliou a sua infraestrutura de vendas e suporte. Com isto, os clientes desta região passaram a ter acesso a uma gama mais ampla de equipamentos e maior disponibilidade de peças e serviços. “Vivemos uma importante transformação em todo o mundo e especialmente na região pan-americana. Dean e a sua equipa mostraram o que é possível alcançar combinando as nossas forças coletivas como empresa para oferecer o máximo valor aos nossos clientes”, disse Toshiaki Ujiie, presidente e CEO da Tadano Ltd. “Na sua nova função, Dean continuará neste caminho”. Projeto Inbrail testa protótipo na linha ferroviária de Sintra No âmbito do projeto Inbrail – Innovative Noise Barriers for Railways, foi testado um protótipo de barreira acústica inovadora na Linha de Sintra. A campanha experimental foi levada a cabo na zona de Algueirão-Mem Martins e pretendeu caracterizar experimentalmente em ambiente real esta barreira acústica, analisando-se para isso a perda por inserção (Insertion Loss) obtida, com a colocação da mesma. Os protótipos são módulos de 2,40 m de comprimento e desenvolvem-se ao longo de 80 m. As barreiras foram, na sua maioria, dispostas a cerca de 1,60 m do carril exterior, com exceção dos dois módulos colocados atrás do poste de catenária que distam cerca de 3,16 m da via. A metodologia usada pretendeu avaliar a eficiência acústica da barreira em condições reais de utilização da via (i.e. com circulação ferroviária), obtendo-se assim uma perspetiva realista do desempenho deste dispositivo em condições normais de operação. O projeto Inbrail visa desenvolver uma solução inovadora de barreiras sonoras, especificamente concebida para minimizar os efeitos do ruído do tráfego ferroviário. Esta nova solução será de baixa altura, posicionada muito perto do caminho-de-ferro, e especificamente desenvolvida para superar algumas das dificuldades encontradas nas soluções tradicionais, permitindo uma melhor integração no contexto urbano e suburbano. Barreiras acústicas inovadoras testadas na rede ferroviária nacional. Dean Barley, diretor executivo da Tadano America Corporation.
12 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.ENGEOBRAS.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Develon, a nova marca da Hyundai Doosan Infracore A Hyundai Doosan Infracore (HDI) substituiu a marca Doosan nos seus equipamentos de construção pela nova designação ‘Develon’. A mudança ocorre um ano e meio depois de, em agosto de 2021, a HDI passar a subsidiária da HD Hyundai. Develon é uma combinação das palavras ’Develop’ e ‘Onwards’. O novo nome da marca transmite a intenção da HDI de avançar para o futuro através da inovação e a sua intenção incansável de mudar o mundo com produtos e soluções inovadoras. A HDI planeava este lançamento desde que se tornou uma subsidiária da HD Hyundai em agosto de 2021. Com o lançamento da nova marca, a empresa espera “dar um salto para se tornar um player global de primeira linha na indústria de equipamentos de construção”. Epiroc fornece a maior mina autónoma do mundo A Epiroc recebeu o maior pedido de automação até ao momento, com o trabalho de conversão da frota mista de camiões mina de ferro de Roy Hill, na região de Pilbara, na Austrália Ocidental. Este projeto criará a maior mina autónoma do mundo. Juntamente com a ASI Mining, uma empresa especializada em tecnologia autónoma, a Epiroc está na mina de minério de ferro de Roy Hill para desenvolver uma solução de transporte autónomo por camião que seja interoperável e escalável independentemente do fabricante. A empresa recebeu umgrande pedido para este projeto, o maior até à data para trabalhos de automação. O contrato, registado no primeiro trimestre de 2023, está avaliado em cerca de 70 milhões de dólares australianos (43,5 milhões de euros). O pedido inclui 96 camiões de transporte que eventualmente se tornarão autónomos. A expansão progressiva do projeto fará com que o número de camiões fornecidos cresça de forma constante ao longo do ano. A frota será composta por 54 camiões Caterpillar e 42 camiões Hitachi. Além disso, mais de 200 veículos auxiliares modificados irão interagir com os camiões de transporte autónomos. BAU 2023: expositores respondem ao desafio das alterações climáticas A pressão mundial para se mudar do paradigma da economia linear para a economia circular aumenta a cada dia que passa. As soluções de mudança e os materiais alternativos serão apresentados na BAU 2023. Em abril, do dia 17 ao dia 22, a feira líder mundial de arquitetura, materiais e sistemas de construção terá o ansiado reencontro internacional pós pandemia. A posição de Portugal na indústria da construção reflete um crescente compromisso e investimento. Nesta edição de 2023, a BAU regista um recorde de participação portuguesa, com um aumento significativo no número de expositores em comparação com as edições anteriores, contando agora com a presença de 20 empresas portuguesas. Muitas empresas começam já a preparar-se para obter, na BAU 2023 em Munique, as respostas para os novos desafios da construção.
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14 INVESTIMENTO Setor da Construção e Obras Públicas apresenta propostas tendo em vista o Portugal 2030 Nos últimos meses, os principais responsáveis do setor da Construção e Obras Públicas têm vindo a debater as necessidades de apoios ao investimento e desenvolvimento do setor tendo em vista as verbas do Portugal 2030. Em causa está o desenvolvimento da ferrovia, infraestruturas e, principalmente, construção de habitação. António Barbosa A Ordem dos Engenheiros, em conjunto com a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), Ordem dos Arquitetos, Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e o LNEC apresentaram, em dezembro de 2022, 34 propostas que visama aceleração da atividade da construção em Portugal. Commaior incidência na área da habitação, as mesmas foram entregues ao Presidente da República e representantes do Governo em janeiro. Tendo em vista os fundos estruturais do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), os principais representantes Fernando Almeida Santos, bastonário da Ordem dos Engenheiros. A Convenção da Construção decorreu em dezembro, no LNEC, e juntou alguns dos principais nomes do setor.
15 INVESTIMENTO do setor reuniram-se nos dias 13 e 14 de dezembro, no Grande Auditório do LNEC, em Lisboa, para analisar os problemas e constrangimentos que afetam esta importante atividade económica. Em conjunto, apresentaram na ‘Convenção da Construção’ medidas que, segundo os mesmos, podem “garantir a estabilidade e sustentabilidade nos investimentos em obras públicas”. Durante o evento, Fernando Almeida Santos, bastonário da Ordem dos Engenheiros, lembrou a urgência de “garantir a plena utilização dos fundos europeus” sabendo que o setor da construção e obras públicas em Portugal, apesar dos constrangimentos e impactos negativos motivados pela guerra entre Ucrânia e Rússia, crise energética e crescimento da inflação, deverá crescer entre 2,4% a 4,4% em 2023 (fonte: Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas - AICCOPN). Gonçalo Byrne, bastonário da Ordem dos Arquitetos, manifestou a preocupação da tendência para o “dumping” em relação dos preços praticados na construção que dificulta a contratação de arquitetos paisagistas e outros profissionais, acrescentando que em Portugal não se verifica a internacionalização dos profissionais (incluindo engenheiros) nos concursos internacionais de obras. Como exemplo, referiu o caso dos concursos ganhos em obras na vizinha Espanha quando comparados com concursos ganhos por empresas estrangeiras em Portugal. Uma das deficiências apresentadas prende-se com a falta de mão de obra qualificada, pedindo uma alteração à política de imigração para trabalhadores qualificados. A excessiva litigância e falta de planeamento foram outras das deficiências estruturais identificadas. Para Fernando Almeida Santos, adiar investimentos estruturais está claramente a “prejudicar o país”. Manuel Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário (CPCI) considera que há que “identificar as soluções extraordinárias e transitórias que têm de ser implementadas de imediato para salvaguardar a competitividade das empresas nacionais perante uma conjuntura que, como sabemos, apresenta elevados níveis de incerteza”. Entre as propostas acordadas como resposta a estes problemas, estão “a promoção de um regime fiscal adequado, a alteração do sistema de licenciamento urbano, a simplificação das disposições para a contratação pública, a alteração da política de imigração para trabalhadores qualificados, a reabilitação do sistema cooperativo na habitação e a centralização no Governo do programa nacional para facilitar a reforma do sistema de Licenciamento Urbano. . O licenciamento urbano e a necessidade de alterar o regime de arrendamento urbano foram outras dos constrangimentos apresentados nesta convenção. É também assinalada a perda de competência técnica e de gestão especializada dos serviços públicos e a dispersão da tutela dos setores por vários ministérios". Em resposta, durante o 11º Fórum da Plataforma Tecnológica Portuguesa de Construção (PTPC), decorrido no passado mês de fevereiro também no LNEC, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, apontou para a recente promulgação das medidas legislativas do denominado “Simplex para o Ambiente”. Entre as alterações a entrar em vigor ao abrigo deste novo pacote legislativo destacam-se a redução ou eliminação dos casos emque é obrigatório realizar de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) na modernização das vias-férreas ou em centros produtores de energia solar, quando a área ocupada seja igual ou inferior a 100 hectares, bem como na produção de hidrogénio verde a partir de fontes renováveis e da eletrólise da água, entre outros. Galamba enalteceu ainda os planos já em curso ao abrigo do PRR, nomeadamente o “componente C5 das Agendas Mobilizadoras que contém os megaprojetos do PRR” onde “serão apoiados 53 projetos com um investimento previsto de oito mil milhões de euros” nas áreas da energia, digitalização e tecnologias de transporte. Oministro realçou, por sua vez, a aposta governamental na ferrovia nacional. Neste caso, afirmou que, hoje, Portugal tem um “verdadeiro” plano de reestruturação e desenvolvimento que tem vindo a permitir “a ativação de oficinas para recuperar dezenas de carruagens, locomotivas e automotoras”, acrescentando o pacto estabelecido para O PRR prevê um investimento de oito mil milhões de euros nas áreas da energia, digitalização e tecnologias de transporte.
16 INVESTIMENTO o “contro de competências ferroviário que visa, em conjunto, desenvolver três tipos de carruagens para se produzir um comboio português numa parceria entre a Sermec, CP e Universidade do Porto”. O primeiro comboio português ao abrigo desta parceria deverá estar pronto no final de 2025. Se tal acontecer, terá pelo menos 25% de incorporação nacional num investimento de 69,9 milhões de euros. HABITAÇÃO, O NOVO NAMORO DO GOVERNO Neste 11.º Fórum Estratégico PTPC/ Cluster AEC, Rita Moura, em representação da PTPC, reforçou a importância do investimento na construção de INVESTIMENTO EM HABITAÇÃO COM APOIO DO PRR INVESTIMENTO VERBA DISPONIBILIZAÇAO DE HABITAÇÕES PRR METAS FINAIS RE-C02-i01: Programa de Apoio ao Acesso à Habitação 1211 Milhões euros Construção, reabilitação e aquisição de imóveis (incluindo, neste caso, a posterior construção ou reabilitação) para arrendamento; Arrendamento no mercado para subarrendamento. No âmbito do PRR, cerca de 7/8 das candidaturas apresentadas pelos municípios reportam-se a reabilitação. Prevê-se, com este investimento, dar resposta a pelo menos 26.000 famílias até 2026. RE-C02-i02: Bolsa nacional de alojamento urgente e temporário 176 Milhões euros Construção de Imóveis, Aquisição de Imóveis, Aquisiçao e Reabilitação de Imóveis e Reabilitação de Imóveis. No âmbito do PRR, cerca de 4/5 das candidaturas apresentadas pelas entidades reportamse a reabilitação. Com este investimento pretende-se dar resposta às diferentes necessidades, mediante a criação de 2.000 alojamentos de emergência ou de acolhimento/ transição, de natureza mais transversal, e de 473 fogos, 3 blocos habitacionais e 5 Centros de Instalação Temporários e Espaços Equiparados especificamente para as forças de segurança. RE-C02-i05: Parque público de habitação a custos acessíveis (empréstimo) 775 Milhões euros Construção; Reabilitação; Aquisição de Imóveis, incluindo a subsequente construção ou reabilitação. No âmbito do PRR, cerca de 5/6 das candidaturas apresentadas pelos municípios reportam-se a reabilitação. Entrega de 6800 habitações aos agregados familiares até 2026. Fonte: Gabinete da Ministra da Habitação - Março 2023 Durante o 11º Fórum da Plataforma Tecnológica Portuguesa de Construção (PTPC), o ministro das Infraestruturas, João Galamba, apontou para a recente promulgação das medidas legislativas do denominado 'Simplex para o Ambiente'.
17 INVESTIMENTO Rita Moura lembra a importância do investimento na construção de habitações e infraestruturas para a vitalidade da construção, arquitetura e engenharia em Portugal. habitações e infraestruturas para a vitalidade da construção, arquitetura e engenharia em Portugal. Segundo afirmou, ao abrigo do PRR está previsto um investimento que ronda os “40 mil milhões de euros, dos quais cerca de 25% serão atividades do setor da construção, o que corresponde a um investimento de cerca 10 mil milhões de euros”. De realçar que a problemática da falta de habitação em Portugal tornou este capítulo umnovo desígnio para o atual Governo, que tem em compromisso uma série de metas a cumprir até ao ano de 2026. No total, estão previstos cerca de 2.733 milhões de euros do PRR para o setor de habitação. O programa de Apoio ao Acesso à Habitação irá absorver a grande fatia da ‘bazuca’. O objetivo é garantir habitação digna a 26 mil famílias até junho de 2026. A meta estabelecida prevê o financiamento de 37.624 alojamentos, entre habitações e edifícios, novos e reabilitados. A secretária de Estado da Habitação, Maria Fernanda Rodrigues, reconheceu a grande necessidade de habitação no nosso país e realçou que o Governo já desenvolveu “todos os instrumentos necessários para concretização deste objetivo” reforçando que já está “contratualizada a construção de 314 fogos” havendo ainda muito trabalho por fazer. n Tel. 979 808 036 Fax. 979 808 352 mieve@mieve.es C/ El Manzado s/n • 34410 Monzón de Campos (Palencia) ESPANHA Altura de trabalho de 4 a 25 m. FABRICANTE DE PLATAFORMAS ELEVATÓRIAS www.mieve.es
OPINIÃO 18 Verbas Europeias para Investimento têm de ser executadas com maior celeridade Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) Os investimentos do Portugal 2020, programa que se encontra no final do seu ciclo, apresentavam uma taxa de execução de 88%, no final do mês de fevereiro de 2023, o que, apesar de elevada, significa que ainda se encontram por executar cerca de 3,2 mil milhões de euros, que têm que estar concretizados até ao final do corrente ano. No que concerne aos investimentos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no final do 1º trimestre de 2023, de acordo com o relatório da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, o montante dos pagamentos a beneficiários diretos e finais do PRR ascendia a 1.653 milhões de euros, valor que corresponde a apenas 10% da dotação orçamental contratada com a União Europeia. Neste contexto, salienta-se que as verbas previstas no PRR em empreitadas de construção totalizam cerca de 4.775 milhões de euros, contudo, as adjudicações divulgadas correspondem a apenas cerca de 6,2%. A estes dois programas acresce, ainda, o Portugal 2030, que materializa o Acordo de Parceria estabelecido entre Portugal e a Comissão Europeia, que fixa os grandes objetivos estratégicos para aplicação, entre 2021 e 2027, com fundos europeus no montante de 23 mil milhões de euros, cujos primeiros avisos de abertura de concursos foram lançados agora. Neste âmbito, importa salientar que o investimento público assume uma particular relevância dado o seu papel primordial enquanto catalisador do investimento privado e como fator indutor da competitividade e sustentabilidade da economia nacional. Acresce que, no atual contexto macroeconómico europeu e nacional, com previsão de abrandamento da atividade económica, em face do aumento da inflação e das taxas de juros, o investimento público é o instrumento mais eficaz de estímulo económico e a principal alavanca que os Governos têm ao seu dispor para contrariar os efeitos adversos dos choques económicos nas economias nacionais. No Orçamento do Estado para 2023, o Governo aumentou o montante do investimento público em 36,9%, para 8.618 milhões de euros, o que representará um peso de 3,5% do PIB. Porém, em 2022, foi previsto um investimento público no montante de 7.317 milhões de euros, estimando-se na proposta de OE’2023 que apenas terão sido executados 6.295 milhões de euros, ou seja, menos 1.022 milhões de euros que o orçamentado. Aliás, entre 2016 e 2022, o diferencial entre os valores propostos e os executados ascende a cerca de 5.060 milhões de euros. Este ano, a execução do investimento público tem obrigatoriamente de ser diferente. O nosso País tem ao seu dispor verbas no PRR que, em conjunto
OPINIÃO 19 com os restantes instrumentos europeus, totalizamummontante de cerca de 6,8 mil milhões de euros por ano, para investir até 2029. Os investimentos que o País necessita para aumentar a competitividade nummundo global, diminuir a dependência energética, atrair investimento estrangeiro e, consequentemente, convergir em termos económicos com a União Europeia, aumentando o bem-estar da população, já se encontram delineados, quer no PRR, quer no Programa Nacional de Investimentos 2030. O País tem que concretizar os projetos planeados, semmais adiamentos. As fontes de financiamento estão disponíveis e as empresas estão, como sempre estiveram preparadas para responder aos desafios, pelo que estão reunidas todas as condições para a sua execução. A aposta no investimento é exequível e, no atual momento de desaceleração económica, tem de ser concretizada com um ritmo mais acelerado, sendo que, só assim, será possível um crescimento económico robusto, sustentável e convergente com a União Europeia. n
20 RADIOGRAFIA DO SETOR O setor da pedra natural: compromissos para o futuro Antecipar o futuro é um exercício sempre ingrato de se fazer. Mesmo que o posicionamento robusto da indústria da pedra natural e também da Assimagra, enquanto estrutura associativa empresarial interventiva, procure dar lugar a dinâmicas de crescimento relativamente consolidadas e previsíveis, há fenómenos imprevisíveis que podem alterar completamente os resultados. Célia Marques, vice-presidente executiva da Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais (Assimagra) Exemplos recentes como a pandemia Covid-19, que apanhou o mundo de surpresa há três anos, assim como a invasão da Rússia à Ucrânia que arrastou a Europa para um conflito com impactos globais com a consequente crise económica e energética, e o inevitável aumento da inflação e dos custos de contexto que se seguiram, mostram que o futuro nada tem de exato. O futuro é, por isso, assumido na Assimagra com compromissos. Compromissos que procuram não só corresponder às necessidades de valorização das empresas, mas também responder às adversidades e impacto social e económico decorrentes de fenómenos imprevisíveis que se impõem ao setor. A par das tendências sistémicas e incertezas, será imperativa a necessidade de atingirmos metas coletivas, em que cada um faça o que está ao seu alcance com coragem e determinação, partilhando cada vez mais, para a construção de um setor mais unido e ainda mais resiliente e preparado para os desafios vindouros. O SETOR EM NÚMEROS O setor dos recursos minerais em Portugal é caracterizado pela sua enorme diversidade e riqueza. Apesar de ser um pequeno país, em área, Portugal apresenta uma geologia relativamente complexa, bastante diversa e com uma oferta de potencial geoeconómico muito interessante. No caso do subsetor da pedra natural, a variedade e qualidade das rochas ornamentais portuguesas, a par do know-how transformador desta indústria, têm contribuído para a sua valorização e competitividade e potenciado um crescimento sustentado, desde o ponto de vista da inovação nas aplicações da pedra natural até ao posicionamento internacional em projetos de alto valor acrescentado. Sesimbra Natura Park.
21 RADIOGRAFIA DO SETOR Nos últimos dois anos as exportações da pedra natural apresentaram taxas de crescimento de 17% e 13%, em 2021 e 2022, respetivamente, os melhores anos de sempre, com um total de quase 493 milhões de euros de volume de negócio internacional em 2022, que coloca Portugal no top 7 Mundial e top 3 Europeu atrás da Itália e Espanha, com uma relevância acrescida no Produto Interno, pela baixa incorporação de matéria-prima importada. Nos últimos dez anos, o setor tem se destacado por investir em conhecimento e profissionais qualificados, tecnologia com foco na transição energética e digital, e apostado em estratégias de promoção internacional, nomeadamente ao nível do marketing e comunicação orientadas para a exportação. TRANSFORMAÇÕES RECENTES E DESAFIOS FUTUROS Na UE, as empresas estarão cada vez mais sujeitas à exigência de reporte de informação não financeira a montante e a jusante das suas cadeias de valor que, concordando-se ou não, acarreta muitos riscos, caso não seja acompanhada demedidas adequadas que se permitam assegurar vantagens competitivas para as empresas. Se, por um lado, vivemos numcontexto onde as exigências são crescentes tanto a nível ambiental como tecnológico, emque as estratégias ambiciosas definidas para a União Europeia e para o País, não podem ser descuradas, por outro, são impostas inúmeras barreiras à indústria, desde os altíssimos custos regulatórios e da energia por se operar na Europa, aos longos e complexos procedimentos de licenciamento castradores da atividade económica. Para crescermos e continuarmos na trajetória de exportação, temos o desafio de sermos mais competitivos, capazes de gerar inovação para
22 RADIOGRAFIA DO SETOR continuarmos a apostar nos projetos e mercados premium, e aumentar a produtividade nas empresas. Percorrer este caminho no setor, é intervir em áreas estratégicas capazes de antecipar e preparar as empresas para os desafios futuros. Com este objetivo, as empresas como apoio da Assimagra têm vindo a trabalhar em inúmeros projetos nos últimos anos que têm contribuído para a trajetória de crescimento do setor. Apresentam-se de seguida quatro dos compromissos assumidos para 2023: Compromisso com a Sustentabilidade Ambiental, Social e Territorial As nossas cadeias de produção começam nos recursos minerais e na extração. O compromisso com a Sustentabilidade Ambiental, Social e Territorial passa pela compatibilização da nossa indústria com o território como uma ferramenta para a Sustentabilidade dos territórios, capaz de apoiar a necessária alteração do atual modelo económico-social do país, tendo em vista uma maior coesão social e territorial. E esta indústria consegue responder a estes desafios. O caminho passa pela existência de um setor unido com objetivos comuns de preservação, conservação e sustentação. E nesta matéria muito tem sido feito no setor na última década, com práticas colaborativas e orientadas para uma exploração mais eficiente do recurso mineral e do território, e o aumento do tempo de vida das explorações. Compromisso com a descarbonização e a redução da pegada No âmbito da Agenda Verde ‘Sustainable StonebyPortugal’ aprovada, está em curso o estudo da ‘Pegada Ecológica do Setor da Pedra Natural’. Este projeto permitirá potenciar boas práticas de circularidade e descarbonização no setor e, aomesmo tempo, dar ferramentas às empresas para a determinação e análise de Inventário da Pegada Ecológica das empresas do setor das rochas ornamentais e LCA dos seus principais produtos, bem como a análise comparativa das diferentes Pegadas Ecológicas e LCA dos produtos concorrentes das rochas ornamentais. Complementarmente, o compromisso da descarbonização é reforçado pelo Roteiro de Descarbonização que será liderado pela Assimagra, apoiando a capacitação das empresas deste setor para esta temática rumo à tão ambicionada transição para uma economia neutra em carbono. Compromisso para acrescentar valor, criando diferenciação à matéria-prima e produtos do setor Desde a criação da marca setorial StonebyPortugal, ao programa Primeira Pedra, o setor tem apostado em importantes projetos coletivos de promoção internacional que reforçam a estratégia individual de cada empresa e que têm permitido aliar a indústria e o design de excelência de uma forma singular. Ao reconhecimento internacional da pedra portuguesa e da sua indústria, idealizada através da sua ligação a personalidades da arquitetura, do design e das artes visuais, que o projeto Primeira Pedra alcançou, dar-se-á em 2023 continuidade às dinâmicas de inovação e internacionalização com muitas novidades. Agora inspirados na junção da pedra com diferentes materiais de clusters tradicionais portugueses, uma abordagem experimental que pretende acrescentar valor à pedra portuguesa e a Portugal. Compromisso para a aproximação do setor à sociedade, às escolas e aos decisores A aposta nos processos de comunicação, com informação educativa e interventiva ao nível do poder político e ao nível da sociedade tem sido um dos principais desígnios associativos, procurando melhorar a atratividade e aceitação social do setor, designadamente no acesso ao território. Nesta área de desenvolvimento, será dada especial atenção em2023 ao lado humano, que construiu esta indústria tradicional portuguesa como a conhecemos nos dias de hoje - Desde os prémios de arquitetura StonebyPortugal à aproximação das empresas às escolas e universidades, procuraremos inovar e sensibilizar, para a importância dos recursos minerais na vida quotidiana atual. n
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