BM20 - InterMETAL

ENTREVISTA 17 metade do ano. Temos um funil de vendas muito completo e, portanto, temos a perspetiva de fechar o ano, a nível de possibilidade de produção, durante o segundo trimestre. Lançaram novos modelos em 2023? Estão previstos novos lançamentos este ano? Nós todos os anos lançamos novos modelos. E não estou a falar de adaptações de máquinas antigas, mas sim de equipamentos realmente novos. Achamos que é fundamental acompanharmos permanentemente a evolução das indústrias e dos setores para os quais trabalhamos, e isso implica o lançamento constante de novas soluções. Temos alguns concorrentes que têm mais resistência neste aspeto e são precisamente esses que estão a sentir algumas dificuldades, por exemplo, com esta transição no setor automóvel. Para lhe dar um exemplo, há quem insista em usar máquinas que foram desenhadas para tubos de escape em aplicações de ar condicionado, o que não faz grande sentido. Na AMOB, muito graças à gestão familiar da empresa, conseguimos ter a flexibilidade necessária para que a tomada de decisão de lançamento de novos modelos possa acontecer de forma célere e sem burocracias. Diria que a gestão familiar é um dos fatores que contribui para o sucesso da AMOB? Sem dúvida. Ainda que a AMOB tenha uma estrutura cada vez mais profissional, continua a ser uma empresa de gestão familiar, o que, na minha opinião, tem a grande vantagem de nos permitir tomar decisões mais facilmente, baseadas não necessariamente apenas em números, mas também no instinto, e isto acelera bastante o processo de desenvolvimento. Quando alguém nos traz uma ideia que se encaixa na nossa visão, somos os primeiros a querer testá-la e da forma mais rápida possível. De entre as tecnologias inovadoras que integram as vossas máquinas, quais gostaria de destacar? O meu principal destaque vai para os avanços que temos feito no software que controla as nossas máquinas. Como em todo o processo de fabrico, também no software somos completamente verticais, todo o software é desenvolvido Se tivermos pessoas competentes, capazes, motivadas e felizes, facilmente enfrentamos qualquer desafio internamente por um departamento que, neste momento, é 300% maior do que era há cinco anos, quando entrei na empresa a tempo inteiro. E o nosso objetivo é que continue a crescer. Graças a esta aposta, temos hoje um software mais rápido, mais intuitivo, mais capaz, e que oferece mais soluções aos nossos clientes. A eficiência energética dos equipamentos é uma preocupação da AMOB? Sem dúvida nenhuma. Estamos atentos às tendências mundiais e uma das palavras de ordem da atualidade é a eficiência, energética e não só. Na AMOB temos feito vários esforços nesse sentido. Por exemplo, o nosso software foi desenhado para tornar os nossos equipamentos energeticamente eficientes, permitindo que as máquinas permaneçam em modo de descanso quando não estão a ser utilizadas. Além disso, nas nossas máquinas os componentes chave como os motores e drives são cada vez mais eficientes. Que outras medidas integram a vossa política de sustentabilidade? Estamos a investir para que, em 2025, mais de metade da energia que gastamos seja proveniente de fontes renováveis e, para tal, vamos avançar brevemente com a instalação de uma grande rede de painéis fotovoltaicos. Além disso, na produção, temos a preocupação de ir substituindo equipamentos mais antigos e pouco eficientes por outros mais recentes, que nos tragam a mesma vantagem que estamos a oferecer aos nossos clientes. A AMOB recondiciona máquinas usadas? Sim, mas temos muito presente que, por vezes, é difícil recondicionar uma máquina muito antiga com tecnologia 100% atual. Nesses casos mais extremos, damos um forte incentivo ao nosso cliente para abater o equipamento antigo e adquirir uma máquina nova. Nestes casos, desmantelamos e reciclamos 80% a 90% dos componentes da máquina antiga - as nossas máquinas são quase inteiramente feitas de metal e um aspeto positivo de este material é que é 100% reciclável. No que se refere ao vosso processo de fabrico, investiram ou planeiam investir em ferramentas de digitalização ou automatização de processos? Sempre. Aliás, o meu sonho é, no futuro, conseguir ter parte da fábrica a trabalhar enquanto todos dormimos. E, simultaneamente, ter ferramentas digitais que nos permitam perceber se a fábrica está a trabalhar bem, se está a ser eficiente, quanto é que está a produzir. Neste sentido, temos vindo a investir bastante em ferramentas como o software que instalámos há pouco para controlar a produtividade de todos os nossos equipamentos, e também na automatização de processos, com soluções que per-

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