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SUMÁRIO Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Defensores de Chaves, 15, 3.º F 1000-109 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 215 935 154 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Grupo Interempresas Media, S.L. (100%) Diretora Gabriela Costa Equipa Editorial Gabriela Costa, Alexandra Costa, Ángel Pérez, Alejandro de Vega Marketing e Publicidade Frederico Mascarenhas e Hélder Marques redacao_agriterra@interempresas.net www.agriterra.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 55 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127451 Déposito Legal 471809/20 Distribuição total +5.300 envios Distribuição digital a +4.200 profissionais. Tiragem +1.100 cópias em papel Edição Número 18 – Outubro de 2024 Estatuto Editorial disponível em www.agriterra.pt/EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Lidergraf Rua do Galhano, n.º 15 4480-089 Vila do Conde, Portugal www.lidergraf.eu Media Partners: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da Agriterra adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. ATUALIDADE 4 EDITORIAL 5 “Vamos continuar o nosso caminho, sem químicos” 8 Valorização de subprodutos em destaque na 11.ª Edição das OLIVUM Talks 10 Valorizar os excedentes agrícolas e promover a economia circular 12 Entrevista a Gil Costa, soluções globais de Applied - Daikin 15 Um ponto de viragem na agricultura europeia 18 Entrevista com Francisco José Gómez, presidente da Freshuelva 34 Utilização de um revestimento comestível para o controlo de Salmonella enterica e Norovírus murino em morango congelado 38 Polímeros superabsorventes à base de subprodutos da amêndoa, uma solução sustentável para a gestão da água 44 CisWEFE-NEX: MORE CoLAB integra projeto de 11,5 milhões no Algarve 46 Impacto de diferentes doses de irrigação nas caraterísticas produtivas da colheita do pistácio em Castela e Leão 48 Avaliação do sistema de recomendação iGUESS-MED para a gestão da rega e da fertilização na cultura do tomate em estufa 53 John Deere celebra o segundo aniversário do Centro de Inovação 58 EIMA 2024 ergue a bandeira da inovação 62 EIMA 2024: Uma chuva de novidades premiadas 63 Novidades da John Deere: sensações no campo 67 A próxima geração: Trator New Holland T5 Dual Command 72 Continental: sete anos de crescimento sustentável no setor agrícola de Lousado 74 Aplicação de Deep Learning para deteção de ervas daninhas em plantações de milho doce 77 Entrevista a Joel Vasconcelos, diretor-geral da Lusomorango 30 CULTIVO: FRUTOS VERMELHOS 20 THE VERY BEST: os melhores produtos, equipamentos e soluções
4 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE AJAP condena cortes no investimento na reprogramação do PEPAC A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) lamenta profundamente os "enormes cortes" no investimento que estão consagrados na terceira reprogramação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum para Portugal (PEPAC Portugal 2023-2027). A AJAP manifesta profundo desacordo e voto contra a proposta apresentada, na reunião do Comité de Acompanhamento no Continente do PEPAC, em Lisboa, no dia 9 de outubro. “No que respeita à baixa do rendimento dos Agricultores da União Europeia (e dos portugueses em particular), no que toca à média dos salários europeus, com a qual concordamos, esta correção não deve, na nossa perspetiva, ser minimizada pela transferência de meios destinada ao investimento, para o aumento dos apoios anuais”. Estas medidas representam “cortes muito significativos, que ascendem a 221 milhões de euros”, no que respeita ao investimento agrícola e rejuvenescimento do setor. Também em matéria de sustentabilidade das zonas rurais ”há um corte de 181 milhões de euros”, que abrange investimentos na bioeconomia de base agrícola/florestal e que “coloca em causa, no entender da AJAP, o crescimento económico dos territórios rurais, dos produtores florestais e a sustentabilidade das suas explorações”. Na organização da produção, "somos confrontados, nesta reprogramação, com um corte de 55 milhões de euros que abrange a gestão de riscos (seguros, prevenção de calamidades e catástrofes naturais ou o restabelecimento do potencial produtivo)”. No conjunto, tudo isto põe em causa “a coesão do território, limita a produção e deixa defraudada a expectativa que os produtores nacionais tinham em relação a esta alteração do PEPAC, já da responsabilidade do atual Ministério da Agricultura”, alerta a associação. CAP solidária com agricultores do Douro afetados pela tempestade Kirk Os Agricultores de Portugal alertam para a necessidade da rápida disponibilização dos apoios. A CAP reitera a urgência da revisão do sistema de seguros para a atividade agrícola. Na sequência dos estragos causados pela passagem da tempestade Kirk no norte do País no dia 9 de outubro, com particular incidência no Douro, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) manifesta a sua total solidariedade para com os agricultores desta região, que reportaram prejuízos e perdas muito avultadas nas suas produções, nomeadamente maçã e castanha. Segundo os dados recolhidos pela CAP, a violência do vento e da chuva provocou estragos que comprometem a produção da atual colheita (nalguns casos acima dos 40%), impondo prejuízos imediatos e avultada perda de rendimentos aos produtores, e coloca em causa a capacidade produtiva futura e a viabilidade da sua atividade, atendendo aos extensos danos verificados em infraestruturas e sistemas produtivos. A CAP alerta para a necessidade de o Governo proceder à avaliação técnica e económica dos estragos em causa com máxima prioridade, garantindo a disponibilização célere dos devidos apoios aos agricultores. Dada a cada vez maior frequência de fenómenos climáticos adversos e extremos, a confederação reitera ainda a necessidade de as coberturas contempladas pelo Sistema de Seguros Agrícolas serem revistas o mais rapidamente possível, para segurar estes acidentes.
5 Ludovic Revel nomeado presidente global para OEM da BKT A BKT anuncia a nomeação de Ludovic Revel como presidente global para OEM. Uma escolha estratégica que reflete o compromisso da multinacional indiana em perseguir as suas ambiciosas metas comerciais, começando pelo fortalecimento da sua estratégia de crescimento no canal OEM para equipamento original e a consolidação da visibilidade da marca da BKT entre os maiores intervenientes globais. Com um histórico de quase três décadas de experiência no mercado dos pneus off-highway em empresas mundialmente conhecidas, Ludovic Revel encabeçará uma equipa dedicada cujos membros vão contribuir para a expansão da empresa no canal OEM. Consórcio vai desenvolver biopesticidas sustentáveis provenientes de extratos de canábis O consórcio, liderado pelo laboratório InnovPlantProtect (InPP), vai desenvolver o ValorCannBio para controlar as mais importantes doenças do olival (a Gafa e a Tuberculose), responsáveis pela perda de produção de uma cultura de extrema importância económica e social em Portugal. O projeto ‘ValorCannBio - Valorização de subprodutos da canábis medicinal como biopesticida para o olival’ foi um dos vencedores da 6.ª edição do Programa Promove da Fundação la Caixa, em colaboração com o BPI e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), na categoria de projetos-piloto inovadores. O projeto vai receber financiamento de 150 mil euros para explorar os subprodutos da produção de canábis medicinal como biopesticidas sustentáveis e eficazes para controlar as principais doenças do olival. O consórcio integra também o Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCT) e as empresas GreenBePharma (GBP) - produção de canábis medicinal e AGR Global - cultivo e produção de olival. EDITORIAL Naquela que é a edição de estreia do dossier especial ‘The Very Best’ na Revista Agriterra dizemos obrigado. Obrigado a todas as empresas que colaboram connosco regularmente e destacam com empenho, num primeiro caderno, algumas das melhores soluções para o setor agrícola em Portugal. Neste catálogo que funciona como uma espécie de montra o leitor vai encontrar, ao longo de várias páginas, a excelência em produtos, serviços e equipamentos para a Agricultura. E, desta forma, fica a conhecer as últimas tendências e desenvolvimentos em soluções e tecnologias disponíveis no nosso país. Esperemos, pois, que este novo especial seja o início de um Guia Empresarial de sucesso, para consultar regularmente na sua revista de referência para o setor agrícola. Nesta edição, não deixe de ler a opinião do secretário geral da CAP, a respeito do ‘diálogo estratégico sobre o futuro da agricultura’ na Europa. Luís Mira acredita que a atual “inflexão na forma como os dirigentes europeus encaram o setor” constitui “um terreno fértil para uma mudança política de fundo”. Com reflexo na PAC e capaz de “conduzir a uma visão mais equilibrada e estratégica da agricultura”, afirma. A não perder. Também em destaque, a entrevista ao departamento de Soluções Globais de Applied da Daikin que, perante uma indústria agrícola cada vez mais exigente, e que procura “soluções fiáveis e eficientes”, antevê um aumento na adoção de soluções de aluguer, num contexto em que “o setor agrícola é cada vez mais importante” para a empresa. Ainda em entrevista, e no âmbito do dossier ‘Cultivo: Frutos Vermelhos’, o diretor-geral da Lusomorango defende que “a disponibilidade de água é um fator crítico” para o setor dos pequenos frutos que, ainda assim, revela um potencial de crescimento sustentável. Em reportagem, a Biostasia dá o exemplo em inovação sustentável e assinala vinte anos de atividade com novidades, mas com a mesma visão, “sem químicos”. Boa leitura. ‘The Very Best’: a excelência em soluções e tecnologia
6 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Acordo de concertação social devolve direções regionais ao Ministério da Agricultura O novo acordo inclui o compromisso da devolução ao Ministério da Agricultura da tutela sobre as suas antigas Direções Regionais. A CAP faz uma avaliação globalmente positiva do acordo. A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) assinou um novo ‘Acordo de Concertação Social’ com o Governo e os demais parceiros sociais (exceto a CGTP). O principal compromisso prende- -se com o acordo com o Governo para a devolução à competência do Ministério da Agricultura da tutela sobre as suas antigas Direções Regionais, como era exigência absoluta da CAP e dos agricultores portugueses. Além disso, são concedidos, pela primeira vez, ao ministro da Agricultura “poderes de tutela sobre as CCDR no domínio da Agricultura e do Desenvolvimento Rural". Projeto AGROvila quer aproximar agricultura familiar dos consumidores O projeto está a recolher contributos para o desenvolvimento de uma plataforma digital para comercialização online de produtos locais e sazonais. Liderado pelo Politécnico de Coimbra (IPC), através da sua Escola Superior Agrária (ESAC), o projeto AGROvila pretende desenvolver um sistema de comercialização online, funcional, inovador e inclusivo, marcando assim uma nova era na promoção do consumo de produtos locais e sazonais. Está em curso a recolha de contributos de produtores familiares e consumidores de produtos frescos, através do preenchimento de um questionário criado para aferir as suas preocupações. Os dados recolhidos serão fundamentais para a criação da plataforma, que se quer que satisfaça as necessidades de todos os envolvidos e se constitua como um instrumento inovador de conexão entre os produtores familiares e os consumidores. Agricultores e indústria apelam ao fim do impasse político sobre novas técnicas genómicas na UE Especialistas da fileira agroalimentar alertaram para a importância e urgência de ultrapassar o impasse político que impede a utilização das novas técnicas genómicas de melhoramento de plantas na União Europeia. O apelo foi lançado no Colóquio 'Semente & Biotecnologia no rasto da inovação', no dia 26 de setembro, em Santarém, organizado pela Associação Nacional dos Produtores e Comerciantes de Sementes (ANSEME), o Centro de Informação de Biotecnologia (CiB), a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Associação da Indústria da Ciência para a Proteção das Plantas (CropLife Portugal) e a Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA). De acordo com o presidente da ANSEME, Pedro Pereira Dias, "as novas técnicas de edição do genoma das plantas (NTG) são uma ferramenta segura e indispensável para que os agricultores respondam de forma mais eficaz ao desafio de produzir mais alimentos usando menos recursos (água e energia), e têm potencial para contribuir para sistemas agroalimentares mais sustentáveis na Europa”. Presidente da ANSEME, Pedro Pereira Dias.
7 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Grüne Woche 2025 é apresentada no dia 30 de outubro A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã é a representante em Portugal da Feira Grüne Woche (Semana Verde de Berlim), que se realiza entre 16 e 26 de janeiro de 2025. A Grüne Woche é uma feira do setor agroalimentar que combina alimentação, agricultura e horticultura num único espaço. Segundo a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, “trata-se de um evento particularmente relevante, pois possibilita não só a promoção das especialidades gastronómicas de um país perante um público diversificado, mas também a venda direta de produtos, uma combinação perfeita de um evento B2B com B2C”. A representação portuguesa poderá incluir azeite, presunto, enchidos, queijo, pastéis de nata, empadas, café, vinho do Porto, entre outros, numa oportunidade única para “mostrar a cultura portuguesa através da degustação e venda direta ao público”. Kubota compra a Bloomfield, uma startup de inteligência artificial e robótica A Kubota Corporation e a sua empresa-mãe nos EUA, a Kubota North America Corporation (KNA), adquiriram a Bloomfield Robotics, Inc., uma empresa americana em fase de arranque que utiliza a análise de imagens e a tecnologia de inteligência artificial para determinar a altura ideal para a colheita de culturas especializadas e fornecer serviços de previsão de rendimento. A Kubota Corporation e a sua empresa- -mãe, a Kubota North America Corporation (KNA), adquiriram a Bloomfield Robotics, empresa americana em fase de arranque que utiliza a análise de imagens e a tecnologia de inteligência artificial para determinar a altura ideal para a colheita de culturas especializadas e fornecer serviços de previsão de rendimento. A tecnologia de imagem da Bloomfield não é afetada pela luz ambiente e capta detalhes das plantas mesmo quando o veículo se desloca a alta velocidade. As câmaras especialmente concebidas são facilmente montadas em tratores e outros veículos agrícolas, e permitem a captura de imagens geolocalizadas para toda a exploração agrícola. A IA da Bloomfield analisa os dados de imagem recolhidos para prever a altura ideal de colheita e o rendimento, com base em fatores como a cor, a maturidade e o tamanho dos frutos, utilizando uma grande quantidade de dados de monitorização das culturas. Fundão recebe as XV Jornadas da Fenareg – Encontro Regadio 2024 A Fenareg promove debate à escala nacional sobre a modernização e o futuro do regadio em Portugal, nos próximos dias 26 e 27 de novembro. A Federação Nacional de Regantes de Portugal (Fenareg) e a Associação de Beneficiários da Cova da Beira organizam nos próximos dias 26 e 27 de novembro, no Fundão, as ‘XV Jornadas Fenareg | Encontro Regadio 2024’. Em cima da mesa estarão as preocupações atuais com a gestão e armazenamento da água e a resiliência hídrica, bem como a urgência da modernização do regadio a nível nacional. A reprogramação do PRR no contexto do regadio público nacional e a elaboração de um novo plano de armazenamento e de distribuição eficiente da água para a agricultura serão também temas que irão a debate. O evento integra ainda a reunião de assembleia geral da Fenareg e uma visita ao aproveitamento hidroagrícola da Cova da Beira e à Barragem da Meimoa.
8 EVENTOS “Vamos continuar o nosso caminho, sem químicos” A Biostasia celebrou o seu 20º aniversário com um encontro de clientes, fornecedores e parceiros onde anunciou as novidades da empresa, que assinala duas décadas de atividade com o lançamento de uma linha de produtos para o mercado doméstico novos investimentos no setor agrícola e o rebranding da marca. Gabriela Costa Foi com “muita emoção” que Marisa Saias, business development manager da Biostasia, se dirigiu, ao lado do CEO da empresa, Carlos Gabirro, a uma plateia de colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros, na celebração do 20º aniversário da especialista em soluções de controlo de pragas urbanas e agrícolas e de crescimento e desenvolvimento agrícola. O evento realizou-se no dia 13 de setembro, na Oeiras Paddel Academy, para assinalar este importante marco com um encontro que permitisse “celebrarmos juntos esta trajetória de sucesso”. Mas não só. Durante a tarde foram reveladas as novidades e consolidação da marca no setor onde atua. A empresa familiar criada em 2004 revelou um crescimento contínuo ao longo das duas últimas décadas. Nas palavras de Marisa Saias, os marcos e desafios mais importantes e que conduziram “à marca e organização que somos hoje” começam em 2010, quando a Biostasia deixa de ser uma empresa somente prestadora de serviços paisagistas e inicia a prestação de serviços no controlo biológico de pragas urbanas. A empresa aproveita uma “oportunidade do mercado” e lança a sua primeira solução para o controlo da Praga do Escaravelho da Palmeira (Rhynchophorus ferrugineus), na qual se tornaria especialista, e que foi “determinante para esta viragem”. Já em 2013, lança o primeiro produto de Resíduo Zero, o Biostamax, fertilizante orgânico eficaz no controlo e repelência contra pragas de lagartas e insetos sugadores como afídios, mosca branca, cochonilha, cigarrinhas e também contra ácaros. De sublinhar que a Biostasia é, desde 2017, uma empresa certificada pela Qualidade – ISO 9001 – na produção, transformação e comercialização dos seus produtos de Resíduo Zero. Nesse mesmo ano, a empresa introduz a técnica de microinjeção no controlo de pragas urbanas. Segundo Marisa Saias, é em 2022 que a empresa “afirma a sua estratégia de empresa inovadora, que cria e desenvolve produtos e soluções em modo resíduo zero” (sem químicos), ao atuaO rebranding "é a consequência natural da afirmação como empresa tecnologicamente inovadora no setor". A linha 'Casa, Horta & Jardim' disponibiliza quatro gamas de produtos ecológicos e prontos a usar.
9 EVENTOS lizar a sua denominação social para Biostasia - Inovação e Desenvolvimento, Lda. E também, “já com um portfolio de mais de 60 produtos”, ao criar a marca e abrir “a primeira loja de produtos para a produção agrícola (proteção e fertilização) em modo resíduo zero, o Sr. Orgânico”, detalha a business development manager. A loja tem atualmente distribuição no mercado a nível nacional. Em 2024, “está na hora de andar para a frente”, diz, com um sorriso otimista, a gestora, anunciando à plateia de cerca de 40 participantes a nova linha de produtos “Casa, Horta & Jardim”, direcionada ao cliente final (não profissional) e disponível desde o dia 13 de setembro. SOLUÇÕES DE RESÍDUO ZERO PARA CASA Prontas a usar (ou só diluir), estas soluções reúnem as competências dos departamentos de ID&I e de Marketing da Biostasia para dar resposta “a um pedido de muitos clientes e de há vários anos, para que os nossos produtos de proteção e fertilização fossem prontos a usar e possíveis de utilizar em casa/ horta”, explica Marisa Saias. A ideia, que demorou “alguns anos para concretizar” (pois “até aqui a estratégia era o mercado profissional”), resulta num conjunto de quatro gamas de produtos – Repell, Pet Care, Proteção e Fertilização – sem químicos, totalmente ecológicos e que recorrem à mesma tecnologia e sustentabilidade aplicadas ao desenvolvimento de soluções para o mercado profissional. A nova linha de produtos para o cliente final é lançada “sem margem para dúvidas de sucesso”, defende à Agriterra a business development manager, garantindo: “hoje estamos 100% seguros e os nossos produtos prontos a usar têm uma eficácia similar aos profissionais. O cliente que os usar em casa, horta ou jardim vai beneficiar de produtos de Resíduo Zero (sem químicos) fáceis de aplicar”. A “verdadeira novidade” está nas gamas de nutrição e proteção – BioGrowth (Nutrição) e BProtect (Proteção) –, que a Biostasia ainda não disponibilizava para o mercado final. As gamas de Repell (repelentes) e Pet Care (animais) já existiam, mas “como só atuávamos no mercado profissional têm baixa notoriedade”, esclarece Marisa Saias, avançando: “é algo que neste novo público alvo pretendemos mudar”. Ao todo, trata-se de um conjunto de 26 produtos distintos para utilizar no mercado doméstico, e que, como sublinha a gestora, estão disponíveis nas quatro gamas na nova linha “Casa, Horta & Jardim”, constituindo “uma oferta completa, totalmente ecológica, para o cliente final”. BIOINOVAÇÃO SUSTENTÁVEL Como sublinhou no dia da comemoração do aniversário da Biostasia o seu CEO, numa empresa em constante evolução e desenvolvimento, que já passou por distintas fases no decurso da sua vida, “sempre me atraíram tudo o que são desafios fora da caixa”. Desafios esses, recorda Carlos Gabirro, que nascem da aposta na inovação e na tecnologia. Ora, outra novidade apresentada no Encontro da Biostasia, em Oeiras, foi precisamente o rebranding da marca, que repensa o posicionamento da imagem da empresa “em função do ADN de inovação e sustentabilidade que a carateriza”, como sublinhou no evento Pedro Santos, partner & director criativo na Adhesive Bands, a empresa parceira de Marketing da Biostasia. Este rebranding “é a consequência natural da nossa afirmação como empresa tecnologicamente inovadora no setor”, explica, em entrevista, Marisa Saias. “É necessário inovar e partilhar isso com todos os nossos clientes, fornecedores e parceiros que, ao longo destes anos, confiaram em nós. E que queremos que continuem a confiar que vamos continuar o nosso caminho, certos da nossa visão, sem químicos”, conclui. Parece que foi ontem e já lá vão vinte anos de desafios constantes para afirmar a missão de satisfazer as necessidades dos clientes com a apresentação de soluções ecológicas e ambientalmente seguras”, sublinha ainda. Como antevê Carlos Gabirro, "o que queremos para o futuro é estar presentes em todos os mercados ecológicos”. À margem do evento de celebração dos vinte anos de atividade da Biostasia, e no que respeita o setor agrícola, o CEO avançou à Agriterra que a empresa está a preparar novidades na aposta que está a fazer a nível de internacionalização, nomeadamente em Espanha, onde desenvolve um projeto para o controlo da Tuta absoluta (Phthorimaea absoluta) - uma praga de tomate altamente destrutiva - com o novo Meta+, já em comercialização em Portugal. Um tema que acompanharemos, naturalmente, desejando desde já o maior sucesso a esta empresa 100% portuguesa, pelo seu exemplo de inovação sustentável. n A equipa da Biostasia unida na Oeiras Paddel Academy.
10 EVENTOS Valorização de subprodutos em destaque na 11.ª Edição das OLIVUM Talks A 11.ª edição das OLIVUM Talks decorreu na cidade de Beja, reunindo mais de 300 profissionais e especialistas para discutir temas da atualidade, o futuro e os desafios do setor. O encontro organizado pela Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal contou com dois painéis de discussão centrados nas tendências de preço e consumo, e na valorização de subprodutos. Francisco Gomes da Silva, diretor-geral da Agroges, foi o responsável pelo arranque do primeiro painel, no qual destacou a redução do consumo de azeite na União Europeia - na ordem dos 22% - na campanha 2023/24, quando comparado com o período homólogo. Apesar dessa realidade, Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite, garantiu que o consumidor não abandonou a categoria, mas que é fundamental desenvolver estratégias que assegurem a diferenciação do setor, não só a nível nacional como internacional. “O setor tem um acordo firmado entre todas as estruturas, mas quer no caso de Portugal quer no caso de Espanha, ainda não conseguimos envolver o Estado na sua missão, que passa por operacionalizar essa estrutura. Assim, é necessária uma colaboração estreita com o Estado, criar as melhores condições de produção e potenciar a imagem do azeite português no mercado externo”, referiu Mariana Matos. “Espanha prevê aumentar a produção de forma significativa, ao contrário de Itália, que apresenta uma quebra na produção. Em Portugal, as estimativas de produção para a campanha que arrancou revelam não compensar a queda de stock nestes dois anos. Arrisco-me a dizer que não estão criadas as condições para um ajustamento do mercado em baixa”, comentou Francisco Gomes da Silva, em relação às previsões da atual campanha, que acaba de se iniciar. No que respeita ao segundo painel, Juan António Palomino, chefe de departamento de tecnologia do azeite e meio-ambiente do Conselho Oleícola Internacional, dirigiu uma apresentação onde destacou a importância do aproveitamento do bagaço de azeitona e valorização do caroço de azeitona, cuja realidade em Espanha é contrária à de Portugal. Quando questionada sobre o facto de, em Portugal, o caroço de azeitona ser considerado um resíduo, Sílvia Ricardo, da Agência Portuguesa do Ambiente, esclareceu que, apesar de em Espanha ser considerada uma biomassa, Portugal tem uma visão mais restritiva sobre o tema. “Recordamos que há sinergias que podem ser feitas como, por exemplo, com a indústria de agropecuária, para a produção de gases renováveis e fertilizante”, destacou a responsável. No entanto, o setor continua em desacordo com esta visão, tal como foi explicado pelos especialistas que participaram nesta mesa-redonda, Juan António Palomino e José La Cal Herrera, uma vez que a classificação do caroço de azeitona como resíduo não permite trazer valor acrescentado a este produto. Pela sua grande capacidade calorífica, deveria ser valorizado como subproduto para fonte energética alternativa, uma vez que apresenta uma grande procura no mercado nacional e internacional, o que contribuiria para as exportações portuguesas. O encontro contou ainda com uma intervenção de Salvador Malheiro, presidente da Comissão de Ambiente e Energia, que sublinhou a importância do reaproveitamento de subprodutos, para dar resposta à economia circular, e falou da aposta nas energias renováveis e nos bicombustíveis, bem como na criação de políticas públicas assentes em investigação. Neste encontro, a OLIVUM assinalou ainda a parceria com o Instituto Politécnico de Beja, na criação da PósGraduação em Gestão Sustentável do Setor Olivícola, com a plantação de uma oliveira no Instituto. n C M Y CM MY CY CMY K
UM NOVO PENSAMENTO É A RESPOSTA AOS DESAFIOS DE HOJE tractores-ibericos.kubotadistribuidor.pt O MOTOR DE 4 CILINDROS MAIS POTENTE DO SETOR AGRÍCOLA M6122 - M6132 - M6142
12 FORMAÇÃO TANGO-CIRCULAR Valorizar os excedentes agrícolas e promover a economia circular O TANGO-Circular é um projeto Erasmus+, com duração de três anos, que tem como objetivo fornecer formação específica para trabalhadores e stakeholders do setor agrícola em temáticas de economia circular, procurando identificar soluções para uma gestão sustentável dos excedentes agrícolas e contribuir para reduzir a pegada de carbono. Equipa portuguesa do projeto TANGO-Circular Através do desenvolvimento e implementação de uma abordagem adequada para a gestão de materiais em fim de vida - tendo por base boas práticas, referências técnicas e sistemas de recolha - este projeto pretende promover o desenvolvimento de ecossistemas regionais, contribuindo de forma inovadora e válida para a economia. O TANGO-Circular visa, no fundo, formar e orientar os agricultores/ agentes do setor na exploração de soluções inovadoras para a valorização dos excedentes e que permitam criar novas oportunidades de crescimento económico, contribuindo ao mesmo tempo para a implementação, de forma real e eficaz, do conceito de economia circular. O consórcio deste projeto é constituído por 13 parceiros de cinco países europeus (Espanha, França, Grécia, Itália e Portugal). Em Portugal, conta com uma parceria entre a AJAP - Associação dos Jovens Agricultores de Portugal, a Universidade de Évora e a CIMAC - Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, que desempenham diversas tarefas, entre elas, a implementação de um Laboratório Rural, no qual serão desenvolvidas atividades de demonstração e formação, sob a coordenação da AJAP. OBJETIVOS Entre os objetivos do projeto, destacamos: • Formação de mais de mil agricultores/stakeholders na UE; • Desenvolver e implementar novos currículos multidisciplinares para a valorização dos excedentes agrícolas no âmbito da economia circular; • Estimular o fluxo e a troca de conhecimento entre o ensino superior, o ensino profissional, as empresas e a investigação; • Impulsionar a inovação através do desenvolvimento e implementação de novas abordagens multidisciplinares de ensino e aprendizagem; • Desenvolvimento de Rural Labs;
13 FORMAÇÃO • Estimular novos empreendimentos na área da recolha, transporte e reutilização da biomassa; • Identificar modelos de negócios alternativos para recolha e tratamento de excedentes com base nas necessidades do agricultor. AÇÕES DE FORMAÇÃO No âmbito do TANGO-Circular estão previstas várias ações de formação em Portugal, centradas em aspetos concretos da economia circular aplicada à agricultura. Entre os temas já abordados ao longo dos últimos dois anos, destacamos formações dedicadas à legislação para a aplicação da economia circular no setor agroalimentar, nomeadamente legislação sobre resíduos e biomassa, planeamento ambiental, territorial e económico, associado à forma de valorização dos coprodutos, subprodutos e resíduos orgânicos agroalimentares. Os plásticos têm sido outra área em destaque, sendo que na formação os módulos centram-se na classificação dos resíduos agrícolas, na recolha, transporte e reciclagem de resíduos plásticos agrícolas, e na descontaminação e valorização de resíduos de embalagens plásticas agrícolas. A economia circular dedicada à temática da biomassa é também um tema em que o projeto tem apostado. As ações que já decorreram em Portugal abordaram módulos de formação, conversas com especialistas e visitas de estudo, onde foi possível assistir in loco a soluções planeadas de acordo com as boas práticas. Os conteúdos programáticos desta ação de formação passam pela classificação da biomassa e pelas técnicas de valorização de biomassa procurando, numa perspetiva agregadora, apresentar soluções que possam ser benéficas para os agricultores e apropriadas às diferentes realidades. O projeto TANGO, na sua totalidade, inclui os seguintes módulos de formação: • Módulo 1: Classificação da biomassa agrícola. • Módulo 2: Valorização da biomassa agrícola. • Módulo 3: Valorização de co-produtos agroalimentares, subprodutos e resíduos orgânicos. • Módulo 4: Classificação dos resíduos de plásticos agrícolas. • Módulo 5: Recolha, transporte e reciclagem de resíduos de plásticos agrícolas. • Módulo 6: Descontaminação e valorização de resíduos de embalagens plásticas agrícolas. • Módulo 7: Legislação sobre resíduos e biomassa. • Módulo 8: Planeamento ambiental, territorial e económico, associado a cada forma de valorização. • Módulo 9: Vantagens e desvantagens das técnicas de valorização dos subprodutos agrícolas. PROGRAMA DE FORMAÇÃO TANGO-CIRCULAR No âmbito do projeto será desenvolvida uma plataforma de e-learning assíncrona para facilitar a formação
14 FORMAÇÃO e partilha de informação. Os participantes poderão aceder à plataforma em qualquer localização para descarregar e/ou partilhar documentos, apresentações, vídeos, palestras, bem como enviar e-mails aos seus colegas e/ou professores. Até ao momento já decorreram dois ciclos de formação. O primeiro decorreu em 2023, com uma formação centrada na Biomassa, em Borba, entre 15 e 17 de novembro, e que contou com 30 participantes; em Moura, entre 12 e 14 de dezembro, ocorreu a formação sobre Plásticos Agrícolas, em que participaram 33 pessoas; e em Beja, também entre 12 e 14 de dezembro, a formação incidiu sobre o tema Enquadramento Legal, contando com 86 formandos. O segundo ciclo de formação, que teve lugar já em 2024, conta com os seguintes dados: a ação sobre Biomassa realizou-se entre 27 e 29 de fevereiro, em Moura, tendo participado 68 pessoas; em abril (9-11), foi a vez da Lourinhã receber o tema dos Plásticos Agrícolas, tendo frequenA plataforma de formação pode ser acedida aqui: https://tangocircularproject-vle.eu Mais informações sobre o TANGO-Circular, aqui: https://tango-circularproject.eu/pt-pt/ tado a ação 39 participantes; e em Elvas, de 2 a 4 de abril, foram 67 as pessoas que integraram a ação sobre o Enquadramento Legal. De referir que algumas atividades ainda estão por concretizar, nomeadamente a finalização do 3º ciclo de atividades de formação que iniciaram no presente mês de outubro. No entanto, é de ressalvar que o número de formandos alvo para cada um dos países (250) já foi ultrapassado com a realização das duas primeiras ações de formação. n
ENTREVISTA 15 GIL COSTA, SOLUÇÕES GLOBAIS DE APPLIED - DAIKIN “O setor agrícola é cada vez mais importante para a Daikin, especialmente para as nossas soluções de aluguer” Gabriela Costa “A indústria agrícola tem-se tornado cada vez mais exigente, procurando soluções fiáveis e eficientes”. Quem o diz é Gil Costa, do Departamento de Applied da Daikin Portugal que, em entrevista, defende que os serviços de aluguer “são cruciais tanto para suprir rapidamente a necessidade de aquecimento ou arrefecimento, em caso de falhas críticas, como para atender a processos sazonais, como o da vindima”. Gil Costa - Departamento de Soluçõpes Globais de Applied da Daikin Portugal. A fiabilidade e robustez dos sistemas são essenciais para a indústria, especialmente no setor agrícola A Daikin é especialista em tecnologias de aquecimento, arrefecimento, ventilação, refrigeração e qualidade do ar interior. Que peso têm os produtos e serviços dirigidos a aplicações industriais? Quais são essas aplicações e em que setores estão inseridas? A Daikin é reconhecida pelas suas soluções integradas em aquecimento, arrefecimento, refrigeração, ventilação e controlo, acompanhadas por um conjunto de serviços complementares. Estes pilares são fundamentais para a indústria, especialmente no contexto da descarbonização e da sustentabilidade, onde a utilização de sistemas de bomba de calor é essencial. Em Portugal destacam-se setores como a indústria alimentar, automóvel, corticeira, têxtil, petroquímica e metalomecânica, além de um investimento crescente em novos data centers.
ENTREVISTA 16 “Oferecemos uma linha de chillers ar-água e água-água, ideais para adegas e câmaras refrigeradas, e soluções de bomba de calor ar-água e água-água, para aquecimento de estufas” Quais são as perspetivas de mercado para 2025 em relação à vossa oferta para as várias indústrias, com especial ênfase no setor agrícola? Para 2025, e com foco na descarbonização, estamos a desenvolver diversas soluções de produção de água quente, cada vez mais adequadas para a substituição de caldeiras, utilizando fluidos ecológicos de última geração. No setor agrícola oferecemos uma linha de chillers ar-água e água-água, ideais para adegas e câmaras refrigeradas, além de soluções de bomba de calor, tanto ar-água como água-água, para aquecimento de estufas. A nossa gama de ventiloconvectores e unidades de tratamento de ar está desenhada para aquecer, arrefecer, humidificar e desumidificar, utilizando soluções de controlo integrado que respondem às necessidades específicas de cada utilizador. De que forma a tecnologia e a inovação têm transformado o mercado em que a Daikin atua? Como avalia a evolução em direção a soluções de alta precisão e cada vez mais sustentáveis? Como líder de mercado, a Daikin tem investido constantemente no desenvolvimento de soluções mais eficientes e sustentáveis, visando um futuro melhor. Esta ambição reflete-se não só na eficiência dos equipamentos, mas também na otimização dos processos de fabrico, gestão de matérias-primas e tratamento de equipamentos no final da sua vida útil. Temos implementado há já vários anos um programa que designamos por ‘loop’, onde é feita a recolha e recuperação de fluidos de unidades em fim de vida para posteriormente serem reutilizados nas unidades novas, sempre com uma garantia de qualidade do fluido periodicamente validada por entidades externas. A utilização de equipamentos de aquecimento do tipo bomba de calor, em comparação com sistemas do tipo caldeira, possibilitam uma redução significativa da pegada de carbono, que em alguns casos pode mesmo chegar a zero. Esses sistemas, além de serem sustentáveis e eficientes, oferecem um controlo preciso da temperatura. Assim, as bombas de calor destacam-se como uma alternativa viável e económica para aquecimento, alinhando-se com as práticas de sustentabilidade e eficiência energética. A empresa disponibiliza chillers, bombas de calor e serviços de aluguer para as necessidades de aquecimento e arrefecimento no setor agrícola. Qual é a relevância deste setor na atividade global da Daikin? O setor agrícola é cada vez mais importante para a Daikin, especialmente em relação à solução de aluguer, que se torna essencial. Os nossos serviços de aluguer são cruciais tanto para suprir rapidamente a necessidade de aquecimento ou arrefecimento em caso de falhas críticas, como para atender a processos sazonais, como o da vindima, que ocorre apenas uma vez por ano. Quais são os equipamentos e soluções mais procurados pelo setor agrícola, para que cultivos e em que épocas de campanha? A indústria agrícola tem-se tornado mais exigente, procurando soluções fiáveis e eficientes. As adegas, por exemplo, utilizam chillers e soluções de ventilação para garantir a produção de vinhos de alta qualidade. O controlo da qualidade do ar e da humidade é frequentemente crucial. Para o cultivo em estufas, chillers e bombas de calor, juntamente com unidades de tratamento de ar,
ENTREVISTA 17 “A maioria dos agricultores ainda opta pela compra das nossas soluções. Contudo, antevejo um aumento na adoção de soluções de aluguer, especialmente para processos sazonais” são comuns para manter condições ideais durante todo o ano. As nossas soluções também são dimensionadas para a conservação de produtos. Qual é a tendência atual no setor agrícola em relação à produção de água fria e quente, chillers e bombas, sistemas de tratamento de ar – aluguer ou compra? Atualmente, a maioria dos agricultores ainda opta pela compra das nossas soluções. Contudo, antevejo um aumento na adoção de soluções de aluguer, especialmente para processos sazonais, enquanto o aluguer de longa duração se tornará mais comum em processos convencionais. Esta abordagem permite diluir os custos ao longo do tempo, garantindo que as unidades operam sempre nas melhores condições. Que impacto podem ter soluções como o Chiller Inverter EWAT-CZ e a Unidade de Tratamento de Ar Modular R da Daikin numa produção agrícola? O Chiller EWAT-CZ é uma unidade versátil e totalmente inverter, disponível para entrega imediata. O arranque é feito por técnicos Daikin, garantindo, desta forma, o cumprimento das condições corretas de funcionamento. Esta unidade pode operar numa faixa de temperatura de arrefecimento da água desde -15ºC (com glicol) até 25ºC, permitindo responder a várias necessidades. Além disso, a versão bomba de calor pode trabalhar com água até 60°C e, em breve, estará disponível uma nova unidade para temperaturas de até 70°C. As unidades de tratamento de ar da gama modular R são ideais para estufas, com prazos de entrega mais reduzidos e opções de personalização que incluem humidificação e desumidificação, além de filtragem de alta qualidade, fundamental para cultivos que exigem controlo rigoroso da qualidade do ar. Que vantagens os agricultores obtêm com o Daikin on Site, uma solução de controlo e monitorização via Cloud para chillers e unidades de tratamento de ar? Como mencionado anteriormente, a fiabilidade e robustez dos sistemas são fundamentais para o setor industrial, especialmente na indústria agrícola. O nosso sistema de monitorização remoto Daikin on Site (DoS) tem contribuído significativamente para aumentar os níveis de confiabilidade, pois permite a supervisão contínua do funcionamento, a melhoria da eficiência do sistema e a previsão de avarias. n
OPINIÃO 18 Um ponto de viragem na agricultura europeia A inflexão na forma como os dirigentes europeus encaram o setor constitui um terreno fértil para uma mudança política de fundo que se reflita nas opções que vierem a ser tomadas, no quadro da União Europeia, relativamente ao seu setor agrícola, com reflexo diretamente na Política Agrícola Comum. Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal Foi apresentado, no início de setembro, um relatório da Comissão Europeia a propósito do ‘diálogo estratégico sobre o futuro da agricultura’ na Europa, que, no meu entender, marca um ponto de viragem na forma como os dirigentes europeus têm vindo a encarar o setor ao longo dos últimos anos. O documento tem por base a análise de um grupo de trabalho constituído por peritos e técnicos oriundos da sociedade civil, o que demonstra uma tentativa de afastamento face aos preconceitos de natureza politico-ideológica que têm condicionado as orientações da Política Agrícola
OPINIÃO 19 Comum (PAC). Por outro lado, este grupo de trabalho foi constituído na sequência dos protestos dos agricultores da generalidade dos países da União Europeia (UE), o que representa, claramente, um reconhecimento de que é preciso mudar o rumo que tem vindo a ser trilhado relativamente às políticas europeias dedicadas ao setor, alterando as respetivas orientações e metas. Além disso, o envolvimento direto da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na implementação deste grupo de trabalho e na apresentação do respetivo relatório, confere um grau de importância inquestionável a esta matéria. Trata-se, portanto, de uma inflexão na forma como os dirigentes europeus encaram o setor, o que me parece constituir um terreno fértil para uma mudança política de fundo que se reflita nas opções que vierem a ser tomadas, no quadro da UE, relativamente ao seu setor agrícola, com reflexo diretamente na Política Agrícola Comum. Neste sentido, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) aplaude o consenso acerca do reconhecimento da agricultura e da alimentação como setores estratégicos para a Europa, bem como do imperativo de garantir a segurança alimentar e do compromisso com a sustentabilidade competitiva. São aspetos fundamentais para o setor que, finalmente, parecem ter condições para ser devidamente valorizados no âmbito da União Europeia. Ainda assim, nem tudo são rosas nesta, supostamente, nova perspetiva europeia sobre o setor. É verdade que o relatório contém uma análise detalhada sobre o estado da atividade agrícola europeia, que nos dá um novo enquadramento sobre esta matéria, mas, na realidade, trata-se de um conjunto de intenções que carece de medidas concretas. É preciso iniciativa e coragem política para encarar os problemas e traduzir as intenções em propostas e medidas concretas, até porque a PAC é a mais relevante política comunitária, à qual está atribuída a maior fatia do orçamento europeu. Temos, ainda assim, um ponto de partida sólido, o que é substancialmente melhor do que a situação que tínhamos no início deste ano. Os desafios que os agricultores enfrentam atualmente – concorrência desleal nas regras de importação de produtos, rendimentos limitados, aumento dos custos energéticos, renovação geracional, gestão da água e alterações climáticas – acabarão por agravar-se caso este impulso inicial não se consubstancie numa abordagem atempada, coerente, pragmática e orientada para a elaboração de novas políticas. Neste documento é muito importante a defesa de uma política comercial coerente, instando a Comissão a elevar a importância dos produtos agrícolas e alimentares nas negociações comerciais, especialmente à luz das discussões em curso sobre o acordo UE-Mercosul, entre muito outros aspetos, como as recomendações críticas destinadas a capacitar os agricultores no âmbito da cadeia de valor, a melhorar a transparência, a combater as práticas comerciais desleais. Este relatório deve ser visto como o início de um processo construtivo, o qual deverá conduzir a uma visão mais coerente, equilibrada e estratégica da agricultura, carecendo agora de medidas políticas concretas, uma vez que nada está concluído. É essa a expetativa que tenho e é esse o caminho pelo qual os agricultores anseiam. Esperemos que seja concretizado o mais rapidamente possível. n É preciso iniciativa e coragem política para encarar os problemas e traduzir as intenções em propostas e medidas concretas O relatório a propósito do ‘diálogo estratégico sobre o futuro da agricultura’ deve ser visto como o início de um processo construtivo, o qual deverá conduzir a uma visão mais coerente, equilibrada e estratégica da agricultura
PORTUGUÊS: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, ... ESPANHOL: Espanha, México, EUA, Argentina, Colômbia, Chile, Venezuela, Perú, ... ACEDA AO MERCADO LUSO-ESPANHOL DO SETOR AGRÍCOLA O GRUPO EDITORIAL IBÉRICO DE ÂMBITO INTERNACIONAL INTEREMPRESAS MEDIA - ESPANHA Tel. +34 936 802 027 comercial@interempresas.net www.interempresas.net/info INDUGLOBAL - PORTUGAL Tel. (+351) 215 935 154 geral@interempresas.net www.induglobal.pt
os melhores produtos, equipamentos e soluções A Revista Agriterra lança, em outubro, a primeira edição do dossier especial ‘The Very Best’, que dá a conhecer o melhor do setor agrícola em Portugal. Um Guia Empresarial do mercado, onde as empresas expõem os seus produtos, soluções e tecnologias, e onde o leitor vai encontrar a excelência do que a indústria oferece no setor da Agricultura. I EDIÇÃO
22 u NUTRIFLUID IMPULSE Fertilizantes líquidos de elevada eficácia e versatilidade para fertirrigação. Com a inovadora e exclusiva tecnologia eON, proporciona às culturas uma redução da energia necessária para a absorção de nutrientes, otimiza o balanço energético nas reações de biossíntese e melhora a capacidade das folhas em captar a energia solar. u NEOFORCE DEFENDER Bioprotetor com efeito bioestimulante e elicitor de ação fungicida e bactericida preventivo. Produzido com a tecnologia CARE, tem ação direta sobre as principais doenças, ativando e induzindo os mecanismos de defesa naturais das plantas. Solução resíduo zero, aplicada em agricultura convencional e em modo de produção biológico. u NERGETIC COMPLETE D-OLEA SPECIAL Apresenta a tecnologia protetora e bioestimulante do novo polímero regulador C-PRO, que protege e estimula todos os nutrientes e associa um inibidor de nitrificação que proporciona uma dupla proteção (DUO PRO) para o azoto. D-OLEA SPECIAL reúne todos os fatores decisivos numa única solução para os olivais mais exigentes. u NERGETIC COMPLETE DZ+ NSAFE Incorpora o primeiro bio-inibidor do mercado (NSAFE), que reduz a lixiviação do azoto e as emissões de gases com efeito de estufa, respeitando a biodiversidade dos solos e das plantas. Associa a tecnologia protetora e bioestimulante do novo polímero regulador C-PRO, que protege e estimula o metabolismo do azoto nas plantas. ADP FERTILIZANTES www.fertiberiatech.com ADP FERTILIZANTES www.fertiberiatech.com ADP FERTILIZANTES www.fertiberiatech.com ADP FERTILIZANTES www.fertiberiatech.com
23 u CALIBITT CALIBITT é um corretivo de carências de cálcio que, com a ajuda do osmoprotetor natural presente na formulação, aumenta a concentração de cálcio nos frutos e nas partes verdes da planta. Melhora a firmeza e a conservação dos frutos após a colheita. Também contém boro (B), um elemento que participa no movimento e absorção do cálcio. u KANEMITE KANEMITE é um acaricida de contacto, pertencente a uma nova família química, específico contra os ácaros tetraniquídeos, ( Panonychus e Tetranychus). Autorizado em citrinos, pomóideas, prunóideas, tomateiro, beringela) e ornamentais com excelente atividade sobre todas as formas móveis (larvas, ninfas e adultos), e com uma marcada ação persistente. u CILUS XTRA CILUS XTRA é um concentrado de esporas de bactérias de presença natural no solo que restabelecem o equilíbrio natural dos solos, dificultando o desenvolvimento de outros microrganismos com efeito negativo sobre as culturas. Bactérias com alta adaptabilidade a diferentes condições de pH, temperatura, humidade e solos ou substratos. MASSÓ www.massoagro.com/pt/ MASSÓ www.massoagro.com/pt/ MASSÓ www.massoagro.com/pt/ u COBRE NORDOX 75 WG COBRE NORDOX 75 WG tem uma concentração maior que qualquer outra formulação, reduzindo as quantidades de produto necessárias para obter a melhor eficácia. Devido à especial finura das partículas e à grande aderência das mesmas, consegue-se uma maior persistência. Com efeito, as partículas aderem melhor que outras formas de cobre na folha. MASSÓ www.massoagro.com/pt/
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