2024/3 17 UM NOVO PENSAMENTO É A RESPOSTA AOS DESAFIOS DE HOJE tractores-ibericos.kubotadistribuidor.pt O MOTOR DE 4 CILINDROS MAIS POTENTE DO SETOR AGRÍCOLA M6122 - M6132 - M6142 ai172105390133_Revista_Agriterra_210x200mm.pdf 1 15/07/2024 15:31:41 Preço:11 € | Periodicidade: 5 edições por ano Julho 2024 - Nº17
SUMÁRIO Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Defensores de Chaves, 15, 3.º F 1000-109 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 215 935 154 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Grupo Interempresas Media, S.L. (100%) Diretora Gabriela Costa Equipa Editorial Gabriela Costa, Alexandra Costa, Ángel Pérez, Alejandro de Vega Marketing e Publicidade Frederico Mascarenhas e Hélder Marques redacao_agriterra@interempresas.net www.agriterra.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 55 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127451 Déposito Legal 471809/20 Distribuição total +5.300 envios Distribuição digital a +4.200 profissionais. Tiragem +1.100 cópias em papel Edição Número 17 – Julho de 2024 Estatuto Editorial disponível em www.agriterra.pt/EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Lidergraf Rua do Galhano, n.º 15 4480-089 Vila do Conde, Portugal www.lidergraf.eu Media Partners: Membro Ativo: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da Agriterra adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. ATUALIDADE 4 EDITORIAL 5 FNA24: conheça os lançamentos e inovações do mercado 8 Agriterra modera debate sobre potencial da IA e da digitalização na agricultura 18 Test4Food acelera tecnologia agroalimentar 42 Projeto QuantiFarm disponibiliza Toolkit para agricultura online 44 Consórcio DigiFarm2all organiza ação de capacitação 45 Incubada da Startup de Leiria gamifica a comunicação da Sumol+Compal 46 Setor do abacate destaca o grande potencial de um cultivo com futuro 48 Entrevista com Víctor Luque, diretor-geral da TROPS 52 Nova Associação Ibérica Olivérica promove olivicultura em sebe 56 A sustentabilidade como motor do desenvolvimento 58 Consórcio do projeto DEMO.net faz visita técnica à Bélgica 62 Primeira rede europeia de consultores em agricultura biológica 64 John Deere apresenta a nova série de tratores 6M com 17 modelos 66 John Deere apresenta ceifeiras-debulhadoras de sacudidores T5 e T6 69 BKT cria novos pneus preparados para a agrossilvicultura 72 CLAAS acelera no fabrico de tratores a partir de Le Mans 74 GNR promove Operação Campo Seguro 2024 78 Estudo revela pela primeira vez as vantagens dos casquilhos em polímeros da igus 80 Inovação Agrícola através da Deteção Remota (AIRS) 20 Syngenta apresenta soluções de agricultura de precisão para a cultura do milho 23 Universidade de Coimbra desenvolve nova geração de produtos biológicos para agricultura 26 Universidade de Évora forma 18 agricultores e técnicos em agricultura de precisão 28 Atenção é o que a água precisa: prever a procura por água de rega em comunidades de rega a médio prazo 29 IA pode reduzir a margem de erro na previsão da irrigação para 2% 34 A produção de bioetanol de milho impulsiona a sustentabilidade e a diversificação económica em áreas rurais 36 DOSSIER AGRICULTURA DE PRECISÃO
4 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE Confagri preocupada com as consequências da lei do restauro da natureza para a agricultura A aprovação da Lei do Restauro da Natureza (LRN) é motivo de enorme preocupação para a Confagri. Falta estudo de impacto na economia agrícola, avaliação de perdas de produtividade e medição de consequências do emprego no setor. A aprovação da Lei do Restauro da Natureza (LRN), apenas teve em conta uma “visão unilateral ambientalista”, não se registando o envolvimento dos organismos agrícolas no Plano Nacional de Restauro. “Não só representa um enorme desprezo pelo setor agroalimentar, como pode causar efeitos lesivos graves no rendimento de muitos agricultores, na produtividade e na própria sobrevivência de algumas explorações agrícolas que estão inseridas na Rede Natura2000”, diz a Confagri em comunicado. Nuno Serra, secretário-geral da Confagri, diz que “utilizar o argumento do mecanismo travão como razão suficiente para salvaguardar os interesses agrícolas nacionais e não definir claramente quais as linhas objetivas que colocam em causa a segurança alimentar ou a produtividade nacional é continuar a mandar terra para os olhos dos agricultores, colocando-os de fora do processo de decisão”. A confederação relembra ainda que, “contrariamente a muitos países europeus que acolheram esta lei, a estrutura fundiária da Rede Natura, em Portugal, é predominantemente privada”. Consórcio 5G.RURAL leva 5G a zonas remotas do alentejo O 5G.RURAL, que nasce de um consórcio liderado pela dstelecom, quer garantir, até 2026, a implementação de soluções assentes em 5G em zonas remotas do Alentejo, incluindo na área da agricultura. O projeto 5G for rural smart communities of tomorrow (5G.RURAL) tem a ambição de garantir a implementação de uma panóplia de casos de uso assentes em 5G em áreas como a agricultura, energia, turismo, saúde e educação. Estes serviços através de 5G têm como destinatários mais de 70 mil pessoas da região, que verão melhorias na qualidade de vida e acessibilidade com base na conectividade. Esta iniciativa foi aprovada no âmbito do mecanismo CEF (Connecting Europe Facility), no pilar Digital (CEF Digital), no âmbito da medida “5G for Smart Communities”, tendo sido selecionada a par de nove outras propostas em território europeu. O projeto 5G.Rural está orçamentado em 5,3 milhões de euros, contando com um cofinanciamento de 75% por parte da Comissão Europeia, e reúne em consórcio a NOS, a Innovation Point e a IrRadiare. “A rede 5G não só melhorará a conectividade, como também irá promover o acesso a um conjunto de aplicações inovadoras, desde ação social e apoio ao envelhecimento ativo, até educação com realidade aumentada e virtual, eficiência energética, agricultura, arte, cultura e turismo”, garante Ricardo Salgado, CEO da dstelecom.
5 Portugal produz o azeite com melhor qualidade do mundo O azeite de melhor qualidade é produzido em Portugal, graças às melhorias significativas nas infraestruturas e práticas de produção, revela um estudo divulgado pela Olivum. Cerca de 98% do azeite português é classificado com Virgem ou Virgem Extra, o que faz de Portugal o produtor de azeite de melhor qualidade. As conclusões são da mais recente atualização do estudo “Olivicultura: O motor da (r)evolução agrícola nacional”, desenvolvido pelo consórcio Consulai e pela Juan Vilar Consultores Estratégicos, para a Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal (Olivum). Esta é a primeira atualização do estudo desde 2019 e revela ainda que Portugal será o terceiro maior produtor de azeite do mundo, dentro de aproximadamente dois anos. A Olivum assinala que “ao longo das últimas quatro campanhas, o aumento de produtividade nacional foi muito superior ao dos outros principais países produtores, o que permitiu uma evolução do 9.º para o 6.º maior produtor. Os aumentos da qualidade e quantidade de azeite português devem-se, em grande medida, ao grande investimento industrial em tecnologia nos lagares nacionais, ao longo das últimas décadas. Esta evolução levou a que a produção de azeitona em Portugal tenha aumentado mais de 250% entre 2011 e 2021, e permitiu triplicar a produtividade média dos olivais em 20 anos, resultado da introdução de novas técnicas de produção, como o regadio, que conduziram a uma maior rentabilidade da azeitona. “Portugal é hoje um dos líderes internacionais nesta indústria: tem oito dos dez lagares do mundo que processam um maior volume de azeitona e três dos cinco lagares mais avançados em termos tecnológicos. Estes resultados são fruto do nosso compromisso com a inovação e modernização que, aliadas à valorização e proteção da biodiversidade e adoção de boas práticas sustentáveis, nos têm colocado numa posição de liderança a nível mundial”, destaca Susana Sassetti, diretora-executiva da Olivum. EDITORIAL Na última edição da Revista Agriterra antes das férias, destaque para as últimas inovações do mercado apresentadas, em junho, em mais uma Feira Nacional de Agricultura. Em reportagem, conheça os produtos e equipamentos lançados por algumas das principais empresas de referência do setor, da produção agroalimentar à maquinaria agrícola, passando pela agricultura regenerativa e por soluções fitossanitárias, compostos orgânicos ou alternativas biológicas. Conheça, ainda, as iniciativas de duas associações de referência presentes na FNA24, em defesa dos agricultores e a favor da promoção do setor no panorama nacional. A partilha de conhecimento na cadeia agroalimentar revela a maturidade do setor agrícola na dinâmica com que enfrenta os desafios incontornáveis da sustentabilidade e da agricultura 4.0. A integração de tecnologias avançadas, como IoT, inteligência artificial e big data, aumenta a eficiência e sustentabilidade da produção agrícola, como pode comprovar num dossier de 20 páginas dedicado à ‘Agricultura de Precisão’. Com inúmeras aplicações nas culturas agrícolas, sistemas e técnicas de irrigação, biosoluções de proteção e nutrição, ou em tantas outras áreas, estas tecnologias permitem, sobretudo, caminhar rumo à bioeconomia circular e a um mercado carbono zero. Tema debatido, no início de julho, no VI Fórum Agricultura 4.0., como também pode ler nesta edição. A não perder, os últimos avanços num subsetor agrícola com potencial em Portugal. Organizada pela TROPS e pelo Grupo Interempresas, a terceira edição da Jornada Técnica do Abacate reuniu os principais intervenientes do setor em Espanha com quase 300 profissionais, que puderam conhecer em primeira- -mão soluções inovadoras para responder aos grandes desafios neste cultivo, como a gestão da água. A Agriterra regressa em outubro, com a informação de referência para os profissionais do setor agrícola. Boas férias e boas leituras. Agricultura 4.0 dinamiza sustentabilidade do setor
6 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Consulai avisa para abertura de candidaturas aos apoios SIID - I&D A Consulai alerta para a abertura das candidaturas aos apoios SIID – I&D Empresarial - Projetos Demonstradores e recorda que está à disposição dos empresários para os ajudar a apresentar as candidaturas com investimento elegível superior a 150 mil euros. O SIID – I&D Empresarial - Projetos Demonstradores visa apoiar atividades de I&D concluídas com sucesso e que visem a validação industrial do conhecimento associado a novas tecnologias suscetíveis de serem aplicadas em produtos, processos ou sistemas. Os projetos podem ser individuais ou em copromoção. Os projetos individuais (MPr-2024-10) têm de ser liderados por micro, pequenas e médias empresas (PME) ou por empresas de pequena-média capitalização (Small Mid Cap) e têm uma dotação de nove milhões de euros. Os projetos de copromoção (MPr-2024-9) são liderados por empresas e realizados em copromoção entre empresas ou entre estas e entidades não empresariais do Sistema de Investigação e Inovação (ENESII), e têm um dotação de 10 milhões de euros. Estes projetos têm de estar em linha com os domínios prioritários da Estratégia de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente (RIS3)). A fase 1 do prazo para submissão das candidaturas está aberta até 30 de setembro e a fase 2 termina a 30 de dezembro de 2024. AJAP quer rever estratégia para os cereais em Portugal A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal apela a uma atuação nesta campanha, com apoios suplementares devido aos preços pagos ao produtor. A médio e longo prazo a AJAP quer redefinir a estratégia nacional para o cultivo de cereais. A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) acredita que a estratégia para os cereais em Portugal deve ser revista, ser realista e exequível, “sob pena de os agricultores continuarem a abandonar o seu cultivo”, acentuando-se o decréscimo nas áreas de produção, e o percentual para o autoaprovisionamento de cereais no país. Este deve ser ajustado “a números devidamente estruturados e assentes em medidas de políticas acordadas entre as principais forças políticas”. A associação considera que deveria haver um esforço estratégico deste Governo e diz que, no curto prazo, se deve atuar ainda nesta campanha, com apoios suplementares devido aos preços. No médio e longo prazo deve ser redefinida a estratégia para o cultivo de cereais em Portugal. Os dados da associação revelam que os cereais em Portugal equivalem a 3,5% da produção agrícola nacional, representando o milho em grão a componente com maior peso na produção de cereais (56%), seguida do trigo (19%) e do arroz (16%). Em termos regionais, na produção de cereais destaca-se a região do Alentejo (63%), depois a região Centro (22%), não se verificando grandes alterações desde 2005, com exceção para o milho, que no caso do Alentejo, por via do Alqueva, tem aumentado a área de cultivo. Em termos de área, o Alentejo representa 95% do trigo duro nacional, 73% do trigo mole, 80% da aveia, 89% da cevada e 12% do total nacional da área de milho.
7 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER CLAAS Iberica escolhe Diego Urbina para country manager sales Diego Urbina assume cargo de harvesting manager para o Sul da Europa e country manager sales na CLAAS Ibérica. Diego Urbina, o novo country manager sales da CLAAS Iberica, entrou para a empresa em setembro de 2012 como area manager e foi posteriormente responsável pelo desenvolvimento de rede para o mercado ibérico. Em outubro de 2016, assumiu o cargo de country manager CFS na Claas Financial Services Espanha, lugar que ocupou até agora. No seu novo cargo, Urbina substituirá José Ignacio Vega, que “trabalhou com sucesso na CLAAS Ibérica durante mais de 26 anos e alcançou grandes resultados em vários cargos, incluindo Marketing, Vendas e Direção-Geral”, refere comunicado da empresa. B-Rural prossegue trabalho de promoção da agricultura e floresta A Consulai alerta que não obstante o sucesso da campanha “A agricultura evoluiu, só você é que não viu”, há ainda trabalho a fazer para promover a realidade rural e a agricultura moderna nos meios urbanos. Desafia também outras organizações a juntar-se à iniciativa. O caminho para a comunicação dos setores agrícolas e silvícolas está em curso, com mais de uma dezena de associações e confederações a unirem esforços no âmbito do B-Rural, uma iniciativa promovida pela Consulai e cofinanciada pela Comissão Europeia. Em comunicado, a Consulai faz o balanço do último ano de atividades referindo que neste momento os participantes representam cerca de 40 mil agentes do setor e mais de mil milhões de euros de produtos e serviços comercializados. A Consulai apresenta-se satisfeita com os resultados da campanha “A agricultura evoluiu, só você é que não viu”, mas o trabalho está longe de estar concluído sendo necessária uma promoção da realidade rural e da agricultura moderna em particular nos meios urbanos. A B-Rural representa, através das associações e confederações, mais de 40 mil agentes a operar em Portugal, que representam os setores agrícola e florestal a todos os níveis. No conjunto são mais de 2,7 milhões hectares de produção, e mais de mil milhões de euros de produtos ou serviços comercializados. A B-Rural desafia as organizações que ainda não aderiram a juntar-se a esta iniciativa. Durante o último ano, a Consulai promoveu o videocast “To B Or Not To B-Rural” que, em seis episódios e com a participação de especialistas em diversas áreas do setor, desmistifica e combate tendências de desinformação sobre o setor da agricultura e da floresta, para a sociedade civil, em particular sobre o vinho, a floresta, a produção animal, os cereais, o olival e as frutas e hortícolas. Casquilhos igutex® para aplicações exigentes Com os casquilhos autolubrificados da igus®, feitos em polímeros de elevada performance, pode esquecer as avarias, os óleos, as massas lubrificantes e a manutenção. Os casquilhos igutex® foram projetados para cargas extremas e estão disponíveis rapidamente a partir de stock. igus® Lda. R Engº Ezequiel Campos, 239 4100-232 Porto Telf.: 22 610 90 00 (chamada para a rede fixa nacional) info@igus.pt Sem lubrificantes! Nos campos, as máquinas estão expostas a ambientes muito agressivos, mas o seu papel é vital e não podem parar por causa de um casquilho danificado ou com corrosão. /igutex PT_Anzeige_igutex-Agricaltural_alle_AS.indd 3 14.05.2024 12:55:44
8 FNA24 SETOR AGRÍCOLA REVELA MATURIDADE PERANTE DESAFIOS Como já é habitual, a Agriterra visitou a Feira Nacional de Agricultura e conversou com alguns dos muitos expositores presentes no CNEMA, em Santarém, entre 8 e 16 de junho. Nesta reportagem, conheça os lançamentos e inovações do mercado do setor agrícola, que enfrenta com maturidade gradual os desafios incontornáveis da sustentabilidade e da agricultura 4.0. Gabriela Costa Numa edição histórica que celebrou a 60ª Feira Nacional de Agricultura / 70ª Feira do Ribatejo (FNA24) e que marcou o 30º aniversário do CNEMA, o evento de referência para o setor agrícola em Portugal revelou as últimas inovações em maquinaria, equipamentos, serviços, fatores de produção e produtos agroalimentares. As boas práticas agrícolas regressam à FNA em junho de 2025. AJAP “Os agricultores exigem mais respeito e reconhecimento pelo seu trabalho” A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) aproveitou a Feira Nacional de Agricultura para tomar o pulso ao estado do setor. Das principais figuras políticas a agentes do setor agrícola, estudantes e futuros agricultores, todos partilharam ideias no stand da associação na FNA24. A AJAP elencou alguns dos problemas do setor agrícola e, durante os nove dias da feira, conversou com os visitantes e foi visitada por diversas personalidades, incluindo José Pedro Aguiar-Branco, que conversou com o
FNA24 9 diretor geral da AJAP, Firmino Cordeiro, no dia 11 de junho. Já no dia 14 de junho, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, foi abordado pelo dirigente da Associação dos Jovens Agricultores de Portugal, à margem da sua visita à Feira Nacional de Agricultura. Transmitindo a Pedro Nuno Santos “a necessidade de o PS se reconciliar com a agricultura”, Firmino Cordeiro apelou ao secretário-geral do PS para “que olhe para o setor agrícola em Portugal como estratégico”, e para que valorize “a defesa dos territórios rurais, a necessidade de rejuvenescimento e a urgência no combate à desertificação e às alterações climáticas”. A 15 de Junho, foi a vez do Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, visitar o stand da AJAP, onde conversou com o seu diretor geral “sobre os inúmeros desafios do setor”. Destaque ainda para a visita da João Bento Inácio, e filho (JBI Group), que aposta na plantação de abacate no Algarve. Firmino Cordeiro conversou com os responsáveis da empresa no stand da AJAP sobre esta cultura, com destaque para as questões da água. Lídia Santiago, vice-presidente Nacional da Ordem dos Engenheiros e mestre em ciência e tecnologia dos alimentos, também visitou o stand da AJAP, tal como Tiago Gouveia, presidente da Escola Profissional Agrícola D. Dinis – Paiã. A AJAP também recebeu um grupo de 36 alunos da Escola Profissional da Moita, que escolheram profissionalizar-se em agropecuária, e uma delegação da Universidade de Évora. “A partilha de experiências e conhecimento são comuns a todos estes reencontros” que aconteceram na feira, sublinha. Finalmente, vários jovens agricultores e estudantes procuraram a associação para se informarem sobre linhas de financiamento e acesso à profissão. Problemas como dificuldades em arranjar terra, acesso ao crédito bancário, constrangimentos a nível de água ou morosidade e burocracia dos processos "são preocupações que os jovens agricultores partilharam no stand da AJAP”. A AJAP congratula-se com a evolução que o setor agrícola tem tido, apesar da burocracia e dos constrangimentos que ainda impedem que muitos investidores apostem no mesmo. “Esperamos que o novo Governo esteja atento e resolva muitas destas situações. Os agricultores exigem mais respeito e reconhecimento pelo seu trabalho e esforço, sendo que tudo isso tem de ser plasmado em medidas de política que confiram estabilidade e previsibilidade”. Caso contrário, “nunca teremos um setor confiante e otimista, pois as dificuldades são mais que muitas”, alerta Firmino Cordeiro. Na véspera da FNA24 a AJAP emitiu um comunicado onde aponta os grandes desafios para a agricultura nacional e reafirma as posições que tem defendido sobre o setor. A associação “continua a bater-se pelo incremento à instalação de jovens agricultores, pelo combate ao abandono e desertificação dos territórios rurais, por uma maior capacidade de retenção da água e de combate ao desperdício deste bem, e pela melhoria da eficiência no seu consumo”. De acordo com a AJAP, “importa ainda reverter o maior atentado ao Ministério da Agricultura, a cargo do anterior executivo: a inclusão das Direções Regionais de Agricultura (DRAP) nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), ignorando as posições das organizações do setor”. BIOSTASIA “Há uma preferência pelas soluções de resíduo zero” A afluência ao stand da Biostásia de clientes e de potenciais clientes “mostrou a preferência das pessoas pelas soluções de resíduo zero e a crescente preocupação com a sustentabilidade”, sublinha, em entrevista à Agriterra, Marisa Morgado Saias. Segundo a business development manager da Biostásia, “este ano os clientes foram mais assertivos, sabiam exatamente o que queriam, conheciam melhor as nossas soluções e não pararam só pela curiosidade, mas sim pela qualidade
FNA24 10 dos produtos que já conheciam ou pelo facto de ser uma solução sem químicos”. Contudo, e tendo a empresa expectativas para a FNA24 iguais a 2023, isto é, manter o número de visitantes e o reconhecimento ao seu stand, “não atingimos os objetivos” propostos, já que “o número de visitantes à feira e ao nosso stand foi inferior ao expectável”. Num balanço às tendências do setor apresentadas na feira, Marisa Saias afirma que “a produção agrícola caminha lenta, mas felizmente para soluções sem químicos, garantindo a sustentabilidade e uma agricultura regenerativa. Acreditamos que é possível fazer boas produções em modo resíduo zero e contribuir para uma indústria agroalimentar mais saudável”, conclui. Este ano a Biostasia não lançou nenhum produto em feira, uma vez que havia lançado muito recentemente o META+, para controlar a tuta no tomate, para o mercado profissional. A empresa apresentou na FNA todos os produtos das suas gamas de Repelência, Proteção, Nutrição e Pet Care, e ainda produtos que podem ser encontrados na loja do seu distribuidor, o Sr. Orgânico, tais como sementes biológicas, óleos essenciais e produtos de cosmética natural. EUROFRED PORTUGAL “Esta edição foi muito positiva no que diz respeito à promoção da inovação no setor” Na perspetiva de Jorge Carvalho, business director da Eurofred Portugal, “este é um setor que enfrenta um grande desafio em matéria de processo de descarbonização”. De acordo com as estimativas mais recentes da ONU, a pecuária é responsável pela emissão anual de 6,2 giga toneladas de dióxido de carbono (CO2). “Em termos práticos, isto representa 12% de todas as emissões libertadas para a atmosfera pela atividade humana, em 2015”. Neste contexto, o responsável alerta que “sem uma mudança de comportamentos, a emissão de CO2 pode atingir o patamar das 9,1 giga toneladas em 2025”. A Eurofred está consciente deste desafio e pretende “contribuir para a redução destas emissões através da integração de sistemas de climatização sustentáveis que cubram as necessidades de aquecimento, climatização e produção de água quente sanitária, com um consumo reduzido e um impacto ambiental quase nulo”, detalha Jorge Carvalho. Desta forma, “facilitamos uma melhor gestão dos recursos para otimizar a eficiência energética das instalações agrícolas e pecuárias”, sublinha. A empresa participou na FNA24 para apresentar as suas soluções, e o balanço é positivo: “regressámos satisfeitos com o acolhimento caloroso que recebemos dos profissionais”, comenta o business director. Já no que toca ao balanço geral da feira, Jorge Carvalho considera que “esta edição foi muito positiva, sobretudo no que diz respeito à promoção da inovação no setor”. Ao longo do evento a Eurofred Portugal teve a oportunidade de “sensibilizar
FNA24 11 os interessados e dar a conhecer soluções e boas práticas, oferecer apoio e orientação aos gestores e proprietários agrícolas e aconselhar sobre as novas tendências que marcarão o futuro desta indústria”. No domínio da climatização, a Eurofred fornece soluções à medida para ajudar as empresas pecuárias e agrícolas no seu processo de descarbonização, reduzindo, assim, o seu impacto no planeta. Além disso, a empresa ajuda a ajustar o consumo de energia das instalações, aumentando os lucros e tornando as empresas mais resilientes. Quanto a lançamentos na FNA para o setor agrícola, Jorge Carvalho destaca a bomba de calor aerotérmica HT Pro, “mais sustentável, compacta e mais fácil de instalar do que a sua gama anterior, a HT, e capaz de minimizar o impacto no meio ambiente graças ao gás refrigerante natural R744 (CO2), além de reduzir o consumo em 25-50% em comparação com o gás natural ou gasóleo”. A empresa apresentou também os seus catálogos 2024/2025 para a Daitsu, Fujitsu e para a General. “A nossa preocupação constante em todos os equipamentos é reduzir o impacto ambiental e, acima de tudo, ir ao encontro das necessidades dos clientes”, remata o responsável. KUBOTA “A FNA deve ter representação nacional” Presença habitual na Feira Nacional da Agricultura, a Kubota participou no evento com uma expectativa idêntica à de edições passadas, isto é, “apresentar a gama Kubota com as principais novidades em destaque, bem como receber os parceiros de negócio, concessionários e clientes, com a melhor representação possível”, detalha Paulo Vieira. Nesse sentido, “os objetivos foram alcançados, na medida em que todos os dias tivemos o nosso stand com a afluência desejada”, conclui o gestor comercial da Tratores Ibéricos, que representa a marca Kubota em Portugal. Num balanço à FNA24, o responsável considera que “este setor, como todos os outros, tende a autoregular-se, e nesta edição, foi notória a mudança de atuação por parte da grande maioria das marcas no mercado de máquinas agrícolas: os maiores fabricantes nacionais de equipamentos não se fizeram representar, muitos dos maiores players do mercado de tratores não tiveram qualquer representação. Outros optaram por aparecer a nível local, em conjunto com o concessionário da zona. Mas continuamos a acreditar que a FNA é, ainda, uma feira nacional que deve ter representação nacional”, defende Paulo Vieira. O maior desafio atual, diz, “tem a ver com a adaptação das marcas às exigências do mercado. Nas gamas de produto mais profissional as constantes exigências na redução de emissão de gases (motores menores, motores elétricos ou a hidrogénio, etc.) obrigam a elevados investimentos na investigação e tecnologia, e nas gamas de produto menos especificado e de menor potência, os fabricantes orientais, maioritariamente chineses e indianos, apostam com grande expressão no mercado europeu”. E, na FNA24, “foi bem evidente a aposta destas duas potências mundiais”. Na opinião do gestor comercial, “atualmente deparamo-nos com duas grandes faixas de produto bem diferenciadas: produtos muito profissionais e altamente avançados tecnologicamente e produtos bastante simples onde o baixo preço é um requisito por parte do cliente. A empresa teve representada no CNEMA toda a sua gama de tratores, bem como alfaias das mais variadas soluções: forragem, sementeira, mobilização e tratamento de solo. No entanto, e como sublinha Paulo Vieira, “o destaque principal foram as culturas especiais e os produtos Kubota que mais se adaptam”: os tratores M5002NQ, que atualmente dispõem de suspensão no eixo dianteiro e cabine categoria 4, e que são o mais recente melhoramento deste modelo; e atomizadores rebocados XTA com o sistema H3O, que permitem eficácia, redução da deriva e custos associados, bem como registo de dados de todos os tratamentos, informação essencial para preenchimento dos cadernos de campo.
FNA24 12 KUHN “Os vários players apresentam soluções cada vez mais tecnológicas” Miguel Vieira, general manager da Auto-Industrial - Divisão Agrícola (empresa do grupo Auto-Industrial responsável pela importação de equipamentos agrícolas da marca Kuhn), refere, em declarações à Agriterra: “como tem sido habitual, quisemos, mais uma vez, participar para que os concessionários e clientes pudessem ver a versatilidade da nossa gama de produtos. Além de apresentar novos produtos, o objetivo foi receber feedback dos clientes, em geral, sobre esses novos produtos”. Neste âmbito, “alcançámos os nossos objetivos”, garante Miguel Vieira. No que respeita à discussão, na FNA, dos grandes desafios atuais do setor, “o balanço é positivo, pela apresentação de soluções de vários players cada vez mais tecnológicas, que nos farão enfrentar o desafio da dinamização do setor agroalimentar com sentido de responsabilidade e respeito ambiental. Todos os setores desta cadeia, desde a produção ao consumo, terão de contribuir com eficácia e dinamismo”, defende. Quanto a lançamentos na FNA, o general manager destaca a presença de algumas máquinas que nunca tinham sido apresentadas ao público em edições anteriores, nas marcas Kuhn (Pulverizador Lexis 3800), Lovol Agrícola (Trator de 115V, M1104) e Industrial (mini escavadoras TF18, FR26 e FR36). LIPOR “Fizemos provas de produtos que utilizam o Nutrimais durante toda a feira” Filipa Teixeira, coordenadora da unidade comercial da Lipor, explica que o Nutrimais (composto orgânico 100% natural produzido na Central de Valorização Orgânica da Lipor) marcou presença neste certame pelo 6.º ano consecutivo, “dando a conhecer toda a sua gama e contactando com clientes e interessados em soluções agrícolas”, e demonstrando que “a conservação dos solos e o enriquecimento nutricional das culturas agrícolas podem ser feitos de uma forma saudável, natural e sustentável”. De acordo com a responsável, durante a FNA24 “foram vários os contactos estabelecidos interessados nos benefícios da aplicação dos produtos Nutrimais, desde o mais pequeno terreno, até às grandes explorações agrícolas nacionais". Durante toda a permanência na feira, “foram feitas provas de produtos que utilizam o Nutrimais nas suas culturas agrícolas. Esta sinergia de parcerias com os produtos permite dar a conhecer e promover o consumo de produtos agrícolas que apostam na qualidade das suas produções”, sublinha Filipa Teixeira. Afirmando que “o balanço da feira foi positivo”, a responsável da Lipor adianta que a associação de municípios continua a lançar novos produtos, defendendo que o certame do CNEMA “permite chegar a grande parte do nosso público-alvo. Espero que a nossa participação consiga ser, também, uma forma de incentivar outros players do mercado a participar”, conclui.
FNA24 13 NUTROFERTIL “Valorizámos a nossa estratégia na implementação de práticas de sustentabilidade” A presença na FNA da Nutrofertil, “como marca líder do mercado das matérias orgânicas”, funciona “como uma imagem de referência para os agricultores perceberem que estamos ativos, com soluções diferenciadoras e direcionadas para as suas necessidades”, afirma Nanci Santos, do departamento de marketing da Nutrofertil. “Estamos a tornar-nos cada vez mais versáteis e adaptáveis às novas culturas”, avança à Agriterra, reiterando que o objetivo da empresa, nestas feiras, “é mostrar aos nossos agricultores que estamos com eles e que estamos presentes”. No que concerne a dinamização da indústria agroalimentar e discussão dos grandes desafios atuais do setor, Nanci Santos regista “um interesse acrescido e uma curiosidade crescente por todas as questões biológicas de respeito e comunhão com a natureza”. Existem “muitos novos projetos de quintas ecológicas, novos agricultores ou apenas pequenos produtores caseiros que optam por este tipo de soluções”, nota. Segundo a responsável, a partilha durante a feira “foi intensa, não só com futuros e potenciais clientes, mas também na criação de sinergias muito interessantes para o nosso meio. Primámos em valorizar a nossa estratégia na implementação de práticas de sustentabilidade que resultaram em aumentos significativos na área dos fertilizantes biológicos e nas soluções orgânicas para aplicação em grandes culturas”. A Nutrofertil tem feito “uma aposta fortíssima” no acompanhamento técnico e na divulgação de soluções orgânicas e biológicas para fertilização de fundo e manutenção de fertilidade dos solos. Durante a Feira Nacional de Agricultura, foi dado destaque aos Substratos Profissionais direcionados para culturas chave como a vinha, olival, amendoal e kiwi, destaca Nanci Santos. Na sua opinião, “participar num evento como este é, sem dúvida, ter a certeza que pertencemos a uma montra de elite onde o melhor e mais inovador produto agrícola está à disposição do agricultor, numa versão prática e de convívio”. OCEANA MINERALS “Vimos, na prática, a maturidade dos produtores portugueses na busca por alternativas sustentáveis para os seus negócios” A Oceana Minerals é uma empresa brasileira que transforma a alga da espécie lithothamnium em produtos naturais, sustentáveis e ecológicos, utilizados como fonte nobre de Ca e Mg para a agricultura, nutrição animal e tratamento de águas. A empresa já tinha visitado outras edições da FNA, mas este ano resolveu participar como expositor e ficou “muito feliz com os resultados alcançados”, afirma, em entrevista, Paulo Kloeckner, diretor geral Europa da Oceana Minerals. “Sabemos da importância do mercado português e vimos, na prática, a maturidade e consciencialização dos produtores na busca por alternativas naturais, ecológicas e, acima de tudo, sustentáveis para os seus negócios”, sublinha. Neste contexto, “quando comparamos os danos ambientais de uma mina terreste de extração de minerais e a forma sustentável como extraímos esta alga fossilizada do fundo do oceano, sabemos que estamos no caminho correto”, acredita Paulo Kloeckner. Detalhando que durante os nove dias da feira a empresa teve a oportunidade de “comprovar a diversidade de produtos, equipamentos agrícolas, soluções tecnológicas e a presença de representantes públicos interessados em buscar soluções que beneficiem
FNA24 14 os produtores e o ambiente”, o diretor geral Europa da Oceana Minerals considera que, se eventualmente “as primeiras edições da FNA tiveram como objetivo principal fomentar o mercado agrícola e de criação local e regional”, atualmente “a sua importância é reconhecida além das fronteiras de Portugal”. A empresa brasileira apresentou, durante a feira, dois produtos à base da alga Lithothamnium, o LithoNutri, para nutrição animal, e o Algen, para agricultura. LithoNutri é um tampão orgânico de libertação lenta altamente eficaz, composto a 100% por algas marinhas da espécie Lithothamnium. Rico em carbonato de cálcio e magnésio biodisponível, contém mais de 70 outros minerais, que contribuem para a saúde, crescimento, reprodução e manutenção de ruminantes e monogástricos. Algen é um fertilizante de origem orgânica, fonte nobre de cálcio e magnésio, com ação bioestimulante, promotor do crescimento de microrganismos e potencializador de fertilizantes. 100% composto por algas marinhas de espécie Lithothamnium, este produto melhora a qualidade do solo e aumenta a produção e qualidade das culturas agrícolas. Como explica Paulo Kloeckner, “por possuir uma estrutura biológica única, rica em elementos minerais e orgânicos de alta disponibilidade, a linha Algen age rapidamente, melhorando as propriedades químicas e biológicas do solo e trazendo mais eficiência na nutrição dos sistemas agrícolas”. Além de aumentar a qualidade e o volume produtivo das culturas, este produto possui benefícios altamente relevantes para a recuperação do solo”, garante. PORTUGAL FRESH “A FNA foi muito interessante na partilha dos desafios da cadeia agroalimentar” Para a Portugal Fresh as expectativas com a participação na FNA são sempre elevadas, “porque estamos a falar da maior e mais importante feira de agricultura no nosso país”, afirma Gonçalo Santos Andrade. A recente edição “foi uma oportunidade para promovermos o setor das frutas, legumes e flores perante o consumidor final, de diversas gerações e com com-
FNA24 15 TRANE PORTUGAL “Os nossos serviços de aluguer temporário permitem ao setor manter altos níveis de produção” A Trane Portugal participou pela primeira vez na Feira Nacional da Agricultura. A empresa tem estado presente em feiras “por todo o país”, mas ainda “não tinha tido a oportunidade de expor numa feira deste setor”. Em entrevista à Revista Agriterra, Marco Campos, diretor técnico da Trane Portugal explica: “escolhemos esta em particular pela sua importância e projeção a nível nacional”. portamentos de compra diferentes, e de promover o plano de atividades junto dos agricultores, organizações de produtores e cooperativas”, sublinha o presidente da Portugal Fresh. As participações internacionais da associação em feiras e missões empresariais “não são conhecidas por algumas empresas que não são associadas”, explica, e “a intensa visita de pessoas do setor a este evento é uma oportunidade para explicarmos o objetivo da promoção internacional e para angariarmos associados”. Num balanço à edição de 2024, Gonçalo Santos Andrade considera que a feira “foi muito interessante na partilha dos desafios da cadeia agroalimentar, já que tivemos contactos com toda a cadeia, desde produtores de sementes e plantas a agricultores, operadores logísticos, indústria e distribuição”. O responsável recorda ainda os inúmeros seminários e colóquios realizados, “onde se debateram os maiores desafios do setor, com destaque para a importância da gestão dos recursos hídricos e a necessidade de conseguirmos aumentar as nossas reservas de água, fundamentais para um crescimento sustentado do setor”. A este respeito, afirma: “é fundamental que as obras de modernização de muitos perímetros de rega que têm mais de 50 anos avancem, a fim de maximizarmos as oportunidades que o mercado nos oferece neste momento”. RIBE ENERGY C/ La Pireta 10, P.I. LOGIS EMPORDÀ 17469 Far d’Empordà · GIRONA SPAIN · T.: 972 546 811 WWW.RIBEENERGY.ES OS MELHORES PRODUTOS PARA JARDINAGEM
FNA24 16 Segundo o responsável, embora tenha uma forte presença na indústria agroalimentar, o objetivo da empresa sempre foi “explorar outras vertentes deste setor, porque sabemos que ainda temos muita margem para crescimento e que os empresários podem beneficiar com a utilização dos nossos produtos e serviços”. Balanço feito, a presença da Trane Portugal na FNA “foi muito positiva”, com destaque para “a quantidade de visitantes que passaram pelo nosso stand e que ficaram a conhecer o potencial dos nossos produtos e serviços e os benefícios que estes podem agregar à expansão e modernização das diversas áreas ligadas à indústria agroalimentar”, sublinha Marco Campos. “Podemos dizer com toda a certeza que a FNA 2024 correspondeu às nossas expetativas e os nossos objetivos foram alcançados”, conclui. Quanto ao impacto da feira na indústria agroalimentar, e embora a empresa seja estreante, de acordo com o diretor técnico da Trane Portugal, “deu para perceber a importância que a FNA tem na dinamização do setor através da exposição de uma grande e abrangente variedade de produtos. A Trane veio complementar a vasta oferta de soluções já existentes com a exposição dos seus equipamentos para comercialização ou aluguer”. Estes equipamentos “estão direcionados para as diversas áreas agrícolas em que seja necessário o controlo de temperaturas ou ambientes para a conservação de produtos ou processos fabris, num mercado cada vez mais exigente e inconstante”, explica. Sendo as alterações climáticas um dos principais motivos para as variações na produção agroalimentar, “os serviços de aluguer temporário de que dispomos vêm ajudar os empresários do setor a superar as diversas dificuldades provocadas por essas alterações, permitindo manter altos níveis de produção e evitar desperdícios de excedentes de produto”. Dentro do seu vasto leque de produtos, a Trane Portugal teve “o cuidado de selecionar” para a FNA24 “apenas aqueles que poderiam acrescentar valor diferenciado à feira, e acima de tudo, que fossem ao encontro das necessidades dos empresários do setor”. Assim, a empresa apostou na divulgação da marca de chillers que adquiriu recentemente, a MTA, “por ter uma linha de equipamentos especialmente desenvolvidos para satisfazer necessidades de arrefecimento muito específicas do setor agroalimentar”. Complementarmente, teve em exposição os seus equipamentos para soluções de arrefecimento ou aquecimento genéricas. “A divulgação do aluguer de equipamentos também foi uma grande aposta para esta feira, porque sabemos que este setor tem necessidades de equipamentos de refrigeração temporárias”, já que, “por vezes a aquisição e manutenção de equipamentos novos para uma utilização anual muito reduzida torna o investimento muito pouco sustentável”, destaca ainda Marco Campos. A opção de aluguer permite aos empresários pagarem apenas pelo período que necessitam do equipamento, ficando isentos dos custos de manutenção ao longo do ano, e as empresas podem escolher a potência da máquina em função da sua produção. Na frota de aluguer da Trane Portugal, Marco Campos destaca os chillers e bombas de calor para arrefecimento e aquecimento de água, desde os -12°C até aos 85°C, os rooftops para climatização de espaços e os contentores refrigerados para armazenamento de produtos frescos ou congelados. A empresa aposta também na divulgação do seu sistema de controlo e monitorização remota, “uma forma simples e eficiente dos utilizadores dos equipamentos terem acompanhamento e supervisão à distância, rentabilizando recursos e evitando desperdícios ou perdas de qualidade de produtos”, conclui o diretor técnico da Trane Portugal. n
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18 EVENTOS Agriterra modera debate sobre potencial da IA e da digitalização na agricultura A Revista Agriterra moderou, no dia 2 de julho, a sessão ‘Avanço tecnológico na agricultura’ do fórum anual organizado pelo SFCOLAB. Francisco Gomes da Silva, especialista em Agronomia, a Câmara Municipal do Fundão, a Lusomorango, a CropLife Portugal e Machiel Kommers, conselheiro de Agricultura da Embaixada dos Países Baixos em Portugal e Espanha, partilharam perspetivas sobre as possibilidades que a IA e a digitalização trazem a uma produção alimentar sustentável. Gabriela Costa VI FÓRUM AGRICULTURA 4.0 Promovido pelo Laboratório Colaborativo para a Inovação Digital na Agricultura (SFCOLAB), em parceria com a Câmara Municipal de Torres Vedras, a Adega Cooperativa de São Mamede da Ventosa e a Obitec, o VI Fórum Agricultura 4.0 decorreu entre 2 e 4 de julho, em três localizações distintas da região Oeste do país: Feira de São Pedro e Quinta do Infesto, em Torres Vedras, e Parque Tecnológico de Óbidos. O evento, que “tem vindo a ganhar maior relevância no setor agrícola português”, de acordo com a organização, reuniu nesta edição empresas do setor agroalimentar e tecnológicas, instituições de I&D+I, autarquias e investidores, contando com cerca de 200 participantes. O primeiro dia do evento, realizado no auditório da Feira de S. Pedro, centrou-se nas últimas tendências da agricultura digital. Laura Rodrigues, presidente do SFCOLAB, sublinhou “a importância e empenho de projetos como os desenvolvidos no SFCOLAB na promoção de estratégias e capacitação do setor, contribuindo cada vez mais para o desenvolvimento do mesmo”. Na primeira sessão, Vítor Ferreira, diretor geral da Startup Leiria, e Hugo Gaspar, do grupo Lusiaves, apresentaram a Test4Food, iniciativa que acelera a inovação no setor agroalimentar, e que damos a conhecer na edição de julho da Revista Agriterra. A respeito Da esquerda para a direita: João Cardoso, da CropLife Portugal, Pedro Neto, da Câmara Municipal do Fundão, Gabriela Costa, diretora da Revista Agriterra, Machiel Kommers, conselheiro de Agricultura da Embaixada dos Países Baixos em Portugal e Espanha, Joel Vasconcelos, da Lusomorango, e Francisco Gomes da Silva, docente no Instituto Superior de Agronomia.
19 EVENTOS de inovação, Hugo Gaspar afirmou a importância de “discutir os desafios e oportunidades que a Agricultura 4.0 apresenta”, defendendo que “o compromisso com diferentes áreas do setor é fundamental para se democratizar o mesmo”. Já na sessão ‘Avanço tecnológico na agricultura: Adoção global e as tendências de acordo com a estratégia económico-social’, moderada pela Revista Agriterra, a discussão sobre o avanço tecnológico na agricultura trouxe ao debate uma visão alargada sobre o futuro do setor agrícola, a partir do seu passado e das múltiplas experiências dos intervenientes no diversificado painel, com representações dos meios académico, municipal, empresarial e associativo: Francisco Gomes da Silva, docente no Instituto Superior de Agronomia, Pedro Neto, da Câmara Municipal do Fundão, João Cardoso, da CropLife Portugal, Joel Vasconcelos, da Lusomorango, e Machiel Kommers, conselheiro de Agricultura, Natureza e Alimentação das Embaixadas dos Países Baixos em Portugal e Espanha. Os especialistas analisaram uma diversidade de perspetivas “sobre as possibilidades que a IA e a digitalização podem trazer a uma produção alimentar sustentável, sendo a prova de que a inovação desempenha um papel fundamental nas estratégias socioeconómicas”, como concluiu Machiel Koomers. EFICIÊNCIA, SUSTENTABILIDADE E PRODUTIVIDADE Durante a terceira sessão, focada nos constrangimentos na implementação da Agricultura 4.0, discutiu-se o que está em falta no presente para evoluir rumo a um futuro mais digital, onde “a tomada de decisão humana, apoiada pela tecnologia, irá carecer de conhecimento e formação”, segundo José Barata, do SFCOLAB. O painel contou com a participação de Alejandro García Silvestre, da Fundecyt – PCTEX, Domingos Godinho, da Confagri, Firmino Cordeiro, da AJAP, José Barata, do SFCOLAB/ FCT-UNL, e Sérgio Ferreira, da Louricoop. O evento encerrou com uma apresentação sobre a proteção das invenções na Agricultura 4.0, a cargo de Luís Caixinhas da Inventa, especialista em propriedade intelectual, e a assinatura de um protocolo de colaboração entre esta empresa e o SFCOLAB. Em súmula, e segundo a organização, este primeiro dia do evento ficou marcado “pela perspetiva geral de que a Agricultura 4.0 está a apoiar a produção agrícola ao integrar tecnologias avançadas, como IoT, inteligência artificial (IA) e big data, para aumentar a eficiência, sustentabilidade e produtividade, garantindo a segurança alimentar num mundo em constante crescimento e com vários desafios socioeconómicos e ambientais”. O dia de campo realizado a 3 de julho, na Quinta do Infesto, foi dedicado a demonstrações tecnológicas e contou com a apresentação de sete demonstrações pelas entidades SFCOLAB, Adega Cooperativa de São Mamede da Ventosa, TeroMovigo, Geodouro, Tomix e J.Inácio/ John Deere. O último dia do Fórum Agricultura 4.0 realizou-se no Parque Tecnológico de Óbidos, através de uma sessão ibérica em formato híbrido realizada no âmbito do projeto HIBA +: Sessão Scale- up Agrifood 2024 HIBA+, com o apoio da Fundação FINNOVA, Fundação INTEC e HIBA+. Esta sessão reuniu empreendedores, inovadores, empresários e especialistas do setor agrícola com o objetivo de partilhar conhecimento e discutir os avanços tecnológicos do setor, com vista à promoção da digitalização e da sustentabilidade do mesmo e ao fortalecimento da competitividade das empresas agrícolas. Num balanço do evento, a organização sublinha que esta 6.ª edição colocou o foco “na promoção da inovação e tecnologia no setor agroalimentar, proporcionando um espaço para a troca de conhecimentos e experiências entre especialistas, empresas e instituições”. A combinação de sessões teóricas e demonstrações práticas “permitiu uma compreensão abrangente dos avanços e desafios da Agricultura 4.0”. O VI Fórum Agricultura 4.0 teve por objetivo “promover a inovação e a tecnologia na agricultura, destacando as últimas tendências e avanços tecnológicos na agricultura digital”. Pela primeira vez, foi realizado durante três dias e de forma descentralizada, tendo como parceiro estratégico o Instituto Universitário das Nações Unidas para a Água, Ambiente e Saúde (UNI-INWEH). n 'Dia de campo' dedicado a demonstrações tecnológicas na viticultura. A Revista Agriterra é Media Partner do evento VI Fórum da Agricultura 4.0.
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