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SUMÁRIO Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Defensores de Chaves, 15, 3.º F 1000-109 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 215 935 154 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Grupo Interempresas Media, S.L. (100%) Diretora Gabriela Costa Equipa Editorial Gabriela Costa, Alexandra Costa, Ángel Pérez, Alejandro de Vega Marketing e Publicidade Frederico Mascarenhas e Hélder Marques redacao_agriterra@interempresas.net www.agriterra.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 55 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127451 Déposito Legal 471809/20 Distribuição total +5.300 envios Distribuição digital a +4.200 profissionais. Tiragem +1.100 cópias em papel Edição Número 16 – Maio de 2024 Estatuto Editorial disponível em www.agriterra.pt/EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Lidergraf Rua do Galhano, n.º 15 4480-089 Vila do Conde, Portugal www.lidergraf.eu Media Partners: Membro Ativo: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da Agriterra adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. ATUALIDADE 8 EDITORIAL 9 Especialistas do setor olivícola debatem futuro sustentável e inovador 12 Entrevista a Luís Mira, administrador do CNEMA 20 VI Fórum Agricultura 4.0 24 Selfab: soluções para explorações de pequena e média dimensão 26 A importância do mapeamento da condutividade elétrica aparente (CEa) do solo à instalação da cultura 28 Avanços na investigação e aumento da competitividade através do apoio ao setor olivícola na Extremadura espanhola com novas tecnologias 30 Neutralidade carbónica: o impacto da inovação tecnológica na floresta em Portugal 40 Cultura do arroz com rega gota-a-gota 42 CAP defende criação de uma rede nacional de água 44 Magos IS forma agricultores em manutenção preventiva de sistemas de rega 46 Santa Maria Wine Lab 48 Coimbra coordena projeto europeu para agricultura digital 52 Microbiota edáfica como ferramenta para a gestão sustentável da fertilidade do solo 54 Matrículas de tratores agrícolas janeiro a março: +24,4 % 64 CEMA estima registo de 158.100 tratores agrícolas na Europa em 2023 66 John Deere supera os 900CV com os novos modelos 9RX 70 John Deere 5M (75-135 CV): novas transmissões e AutoTrac integrado 72 Kubota EK1-221, versatilidade num trator de 21 cv 76 Estudo independente classifica Valtra com “a melhor orientação automática por GPS” 78 Herculano entra no segmento das caixas basculantes 79 STET promove extensão de garantia em equipamentos Caterpillar 80 Caterpillar atribui certificação de “Nível Excelente” à BKT pelo segundo ano consecutivo 81 Parlamento Europeu aprova revisão da PAC na UE 83

8 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE CAP fala com candidatos ao Parlamento Europeu Com o aproximar das eleições europeias, no dia 9 de junho, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) tomou o pulso às propostas dos partidos políticos candidatos. É no Parlamento Europeu que se definem as leis que afetam os 450 milhões de habitantes da União Europeia. Portugal elege 21 dos 720 eurodeputados para cinco anos de mandato. Considerando a importância da PAC no âmbito da União Europeia, a CAP, enquanto organização de cúpula da agricultura portuguesa, organizou o já habitual debate com as principais forças políticas. Também antes das eleições legislativas de 10 de março, se realizou um debate entre os candidatos, que puderam partilhar as suas propostas em defesa da agricultura portuguesa. As propostas apresentaram-se agora no contexto europeu, com a presença de Paulo Nascimento Cabral, da Aliança Democrática, Vítor Rodrigues, da CDU, Rodrigo Taxa, do Chega, Jorge Teixeira, da Iniciativa Liberal, e Pedro do Carmo, do Partido Socialista. Syngenta à frente de projeto de armadilhas digitais para monitorização da traça-da-uva Em conjunto com dados de previsões meteorológicas, os dados recolhidos pela rede de armadilhas digitais permitem que os utilizadores alinhem as estratégias de controlo com a previsão do tempo. A Syngenta aplicou uma rede de armadilhas digitais para monitorização da praga traça-da-uva (Lobesia botrana), em Setúbal. A rede de armadilhas digitais está operacional na Península de Setúbal, em colaboração com a Associação de Viticultores do Concelho de Palmela (AVIPE) e os distribuidores locais da Syngenta Agrotaipadas e J. Sobral & Filhos. Estas armadilhas digitais, integradas na Cropwise, uma plataforma de agricultura digital da Syngenta, contêm câmaras de alta definição que captam imagens da traça-da-uva em tempo real. Através de um algoritmo de inteligência artificial, reconhecem e quantificam a praga, permitindo a contagem remota de insetos e a determinação da evolução da curva de voo da praga, explica a Syngenta, em comunicado. Com base nesses dados, são elaborados e enviados relatórios e gráficos com informação detalhada que ajudam os agricultores a decidir o momento certo para realizar o controlo da praga, facilitando a tomada de medidas preventivas em tempo útil. Além de acompanhar a dinâmica da população das pragas, integra a previsão meteorológica, para que os utilizadores alinhem as suas estratégias de controlo com as condições meteorológicas previstas. O projeto é liderado pela Syngenta e contribui para a sustentabilidade do meio ambiente. A rede de armadilhas digitais permite uma utilização mais responsável dos fatores de produção utilizados na cultura, uma vez que é possível otimizar a aplicação de produtos fitofarmacêuticos com base em dados concretos, melhorando a eficácia dos produtos utilizados e minimizando a sua utilização desnecessária.

9 Comissão Europeia prolonga medidas de crise de apoio ao setor primário A Comissão Europeia anunciou o prolongamento, por seis meses, das medidas de crise destinadas a ajudar os setores da agricultura e pescas. Em comunicado, a Comissão Europeia anunciou a aprovação de uma adaptação das Medidas de Auxílio Estatal (QTCT) ao Quadro Temporário de Crise e Transição, prorrogando por seis meses algumas das disposições do quadro destinadas a resolver perturbações persistentes do mercado nos setores agrícola e das pescas. A prorrogação limitada até 31 de dezembro é aplicável aos setores da agricultura primária, das pescas e da aquicultura. Os Estados-membros terão assim e se necessário mais seis meses para aplicar medidas de apoios. As alterações não abrangem aumentos dos limiares definidos para os montantes limitados dos auxílios, explica Bruxelas. Os Estados-membros poderão conceder às empresas afetadas pela crise ou pelas subsequentes sanções e represálias impostas, entre outros, pela Rússia, até 280 mil euros para o setor agrícola e até 335 mil euros para os setores das pescas e da aquicultura até fim do ano. Os prazos mantêm-se para os restantes setores abrangidos não referidos que irão receber 2,25 milhões de euros até 30 de junho. EDITORIAL Sustentabilidade, inovação e eficiência tecnológica, fitossanidade, resíduo zero, mercado, nova legislação e PAC foram as temáticas mais discutidas na I Conferência Técnica do Olival, realizada no dia 15 de maio, na Universidade de Évora. O encontro reuniu duas centenas de agricultores, engenheiros agrónomos, técnicos e profissionais do setor e académicos, num debate transformador a cargo de mais de 20 especialistas em gestão empresarial e sustentável do olival. Em reportagem, o resumo do evento organizado pela Revista Agriterra, que dará conta, nas suas próximas edições, das muitas temáticas analisadas na I Conferência Técnica do Olival. Num contexto desafiante, a gestão eficiente dos fundos da PAC e uma rede nacional da água são prioridades para Luís Mira, administrador do CNEMA, que, em entrevista, apela a todos os profissionais do setor para que assistam aos seminários e visitem a Exposição de Maquinaria Agrícola da FNA24, uma edição festiva que assinala os 60 da Feira Nacional de Agricultura. E maquinaria agrícola é matéria para dossier, nesta edição, onde pode conhecer as novidades apresentadas pelas principais empresas do setor. Lançamentos inovadores que contrariam um mercado com um investimento volátil, na sequência da queda dos preços dos produtos agrícolas, e numa altura em que os custos dos fatores de produção agrícola permanecem elevados. Ainda em destaque, o dossier Sistemas de Regadio, num momento em que a CAP defende também a criação de uma rede nacional de água. Boas leituras. Agriterra debate sustentabilidade do olival

10 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Bolschare Agriculture integra Borges Agricultural & Industrial Nuts A Bolschare Agriculture integrará na sua estrutura toda a força de trabalho da divisão agrícola da Borges Agricultural & Industrial Nuts (BAIN). A CBRE assessorou a Bolschare Agriculture na integração da Borges Agricultural & Industrial Nuts, S.A. (BAIN), unidade de negócio de frutos secos da Borges International Group (BIG). A Bolschare Agriculture assume assim a gestão da divisão agrícola da Borges após a formalização do acordo que o BIG alcançou para a venda da sua filial agrícola ao Natural Capital Fund, fundo gerido pela gestora especialista Climate Asset Management (CAM). Desta forma, a Bolschare expande o seu negócio com a gestão de 1.900 ha de cultivo de amêndoa, pistácio e nogueira em 14 propriedades localizadas em Badajoz e Granada em Espanha, e no Alentejo, em Portugal. Este negócio representou nos últimos três anos 7% do produto comercializado pela BAIN e 0,8% para todo o Grupo BIG. Através da integração da BAIN, o grupo Bolschare posiciona-se como um operador de referência no Sul da Europa para investidores institucionais, incorporando novos projetos internacionais de alto nível e consolidando a sua posição na Península Ibérica. A Climate Asset Management foi fundada em 2020 numa parceria entre o HSBC Asset Management e a Pollination, com o objetivo de desenvolver e fornecer soluções de investimento que acelerem a transição para um futuro com emissões líquidas zero e resiliente ao clima. O Fundo Natural Capital Fund irá gerir os ativos através do seu parceiro de referência, Bolschare Agriculture, que adquirirá a gestão dos serviços agrícolas. Este acordo foi formalizado em 2023 para a gestão e transformação dos ativos adquiridos pelo CAM na Península Ibérica. Esta associação assenta numa visão partilhada de otimização de recursos e fixação de carbono atmosférico, através de práticas agrícolas amigas do ambiente e da implementação de sistemas de produção inovadores, mais rentáveis e sustentáveis. BKT recebe prémio Top Exporter Award para 2023-24 A BKT, especialista mundial no setor dos pneus Off-Highway, foi galardoada com o prestigiado prémio Top Exporter de 202324, no Dia Internacional das Alfândegas 2024, uma cerimónia dedicada a celebrar a importância do comércio internacional e a honrar o trabalho dos funcionários aduaneiros em todo o mundo, organizada pela Alfândega de Kandla e pela Alfândega de Mundra, na Índia. O prémio destaca o empenho da BKT em promover a excelência no domínio das exportações, contribuindo assim para o progresso e o crescimento económico global. Graças "à inovação contínua, à excelente qualidade dos seus produtos e à capacidade de satisfazer as necessidades dos clientes em todo o mundo", a BKT continuou a destacar-se no fabrico internacional de pneus e foi reconhecida como o principal exportador indiano de pneus Off-Highway, tal como demonstrado pelos dados globais de exportação das empresas indianas. O prémio foi entregue à BKT por Manoj Choudhary, vice-chanceler, a Gati Shakti Vishwavidyalaya, Vadodara, que sublinhou o empenho contínuo da multinacional indiana em fornecer produtos e serviços de alta qualidade aos seus clientes nos cinco continentes e 163 países, confirmando a posição de liderança da BKT no seu mercado.

11 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER UC lidera projeto focado na saúde das abelhas melíferas e no apoio à apicultura sustentável A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lidera uma das ações do Programa Intergovernamental de Cooperação Europeia em Ciência e Tecnologia (COST) - 'BeSafeBeeHoney: Beekeeping Products Valorisation and Biomonitoring for the Safety of Bees and Honey', centrada na saúde das abelhas melíferas e no apoio a uma apicultura sustentável, com uma duração prevista de quatro anos. Com uma abordagem "claramente multidisciplinar, o projeto 'BeSafeBeeHoney' reúne conhecimentos científicos em diversas áreas, para que a produção e transferência de evidências científicas inovadoras sejam capazes de defender a saúde das abelhas e apoiar uma apicultura sustentável num contexto de alterações climáticas”, revela Sara Leston, representante científica e membro do Comité de Gestão Nacional desta ação. O projeto centra-se também na recuperação e valorização dos produtos derivados do mel das colmeias e na sua utilização para proporcionar novas oportunidades de mercado sustentáveis e económicas. Para além disso, a ação 'BeSafeBeeHoney' pretende assegurar a realização da estratégia 'Do prado ao prato', que deve garantir um sistema alimentar justo, saudável e respeitador do ambiente, e, simultaneamente, a subsistência dos agricultores. A 'BeSafeBeeHoney' reúne investigadores e intervenientes não científicos e conta já com 53 membros no Comité de Gestão e um total de 270 participantes de universidades, centros de I&D, organizações governamentais/ intergovernamentais, ONGs e PMEs, distribuídos por 41 países dentro e fora da União Europeia. Asfertglobal comercializa prebiótico Kiplant Solevure O catálogo da multinacional portuguesa Asfertglobal inclui agora o Kiplant Solevure, um produto que atua como prebiótico do solo. A multinacional portuguesa Asfert-global enriqueceu o seu portefólio com o Kiplant Solevure, um bioestimulante biotecnológico. Este produto atua como um prebiótico do solo, aumentando a fertilidade edáfica e a tolerância das plantas aos stresses bióticos e abióticos. A empresa explica que o Kiplant Solevure é um prebiótico, produzido a partir de substâncias 100% naturais e alinhado com o conceito de economia circular, que potencia a vida microbiana nativa do solo. É uma solução à base de “Saccharomyces cerevisae” e microalgas, rica em moléculas com função prebiótica obtidas através de um processo biotecnológico exclusivo. A sua aplicação permite aumentar a população microbiana do solo, promovendo a sua regeneração, descompactação e porosidade. Isto resulta numa maior eficiência no uso da água e numa maior retenção de nutrientes, que se traduz num aumento da produtividade e qualidade da produção. “Melhorar o microbioma do solo é essencial para prevenir a erosão e a degradação do solo”, diz Joel Jerónimo, CEO da Asfertglobal. “Com a presença de populações microbianas benéficas, o Kiplant Solevure aumenta a disponibilidade de nutrientes para as culturas, o que promove um crescimento mais forte e equilibrado das plantas”, acrescenta.

12 EVENTOS Especialistas do setor olivícola debatem futuro sustentável e inovador I CONFERÊNCIA TÉCNICA DO OLIVAL A I Conferência Técnica do Olival reuniu na Universidade de Évora cerca de 20 especialistas em gestão empresarial e sustentável, num debate transformador sobre os principais desafios e oportunidades do setor. Sustentabilidade, inovação e eficiência tecnológica, fitossanidade, resíduo zero, mercado, nova legislação e PAC foram as temáticas mais discutidas no encontro organizado pela Revista Agriterra, onde se analisou o estado-da arte de uma das culturas mais enraizadas em Portugal. Gabriela Costa com Alexandra Costa Sob o mote “Olival: Um setor em contínua transformação”, o evento decorreu perante uma audiência de duas centenas de agricultores, engenheiros agrónomos, técnicos e profissionais do setor e académicos.

13 EVENTOS A I Conferência Técnica do Olival realizou-se a 15 de maio, no Auditório do Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora, perante uma audiência de mais de 200 profissionais de referência do olival e do azeite. Sob o mote “Olival: Um setor em contínua transformação”, o evento traduziu-se numa análise aprofundada sobre gestão empresarial e sustentável e tecnologias aplicadas ao cultivo da oliveira, a cargo de mais de 20 especialistas. Professores, empresários e dirigentes associativos do setor que, com diferentes perspetivas, valorizaram em comum a sustentabilidade do olival, num debate transformador sobre os principais desafios e oportunidades desta cultura. Na sessão de abertura, Hermínia Vasconcelos Vilar, reitora da Universidade de Évora, sublinhou a relevância do setor para a região, recordando o papel daquela que é a segunda universidade mais antiga do País para a partilha de conhecimento na área da agricultura e, concretamente, do azeite. Fátima Baptista, diretora do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), destacou o compromisso do MED em contribuir, com soluções alicerçadas no conhecimento científico, para a sustentabilidade da produção alimentar, e em particular para o setor do olival e azeite. O MED é uma unidade de I&D multidisciplinar focada na sustentabilidade de ecossistemas e sistemas alimentares no contexto mediterrânico, e uma das suas linhas temáticas de atuação é o Olival e o Azeite. Numa apresentação dedicada a “soluções inovadoras de gestão sustentável do setor de azeite”, José Muñoz-Rojas, especialista em Geografia Rural e Ecologia da Paisagem e professor associado na Universidade de Évora, apresentou os resultados do projeto SUSTAINOLIVE. O projeto, já concluído, permitiu “melhorar a sustentabiliHermínia Vasconcelos Vilar, reitora da Universidade de Évora, abriu a Cerimónia de Inauguração do encontro. A intervenção de José Muñoz-Rojas, especialista em Geografia Rural e Ecologia da Paisagem, foi aguardada com expetativa. O professor associado na Universidade de Évora foi o key-note speaker do evento.

14 EVENTOS dade do setor de azeite, através da implementação e promoção de um conjunto de soluções inovadoras de gestão sustentável, baseadas em conceitos agroecológicos”. Para combater os problemas ambientais próprios do cultivo do olival na bacia do Mediterrâneo – como erosão e perda de fertilidade do solo, perda de biodiversidade e degradação da paisagem, superexploração de água, e poluição do ar, da água e do solo – o SUSTAINOLIVE, lançado em 2019 por um consórcio de 22 entidades de Espanha, Portugal, Itália, Grécia, Tunísia e Marrocos, incluindo universidades, centros de investigação e associações de olivicultores, desenvolveu um conjunto de soluções tecnológicas sustentáveis adaptadas à grande diversidade de condições dos olivais nesta região: coberta verde temporária espontânea ou semeada; integração da pecuária; poda das árvores e destino de resíduos da poda; fertilização orgânica; diversidade da paisagem; e uso sustentável da água. No arranque dos trabalhos na Universidade de Évora, o key-note speaker da I Conferência Técnica do Olival demonstrou que a sustentabilidade dos olivais e da produção do azeite é “uma variável relativa e extremamente complexa”, que depende não só do contexto espacial e temporal, mas, em grande medida, “de práticas específicas de gestão”. Defendendo que a sustentabilidade que é geralmente associada a um modo de produção (biodinâmico/convencional), ou a uma densidade de plantação (super intensivo/extensivo) “não é realista”, José Muñoz-Rojas sugeriu que “é preciso avançar numa classificação das tipologias de olivais tendo por base o seu nível de sustentabilidade, que permita ultrapassar as limitações inerentes às atuais tipologias mais amplamente difundidas”. Segundo o professor e investigador do MED, “existem já ferramentas conceituais (como serviços ecossistémicos) e operacionais (como pagamentos por resultados ou mercados de carbono) para avançar na promoção de práticas mais sustentáveis”. Mas é fundamental “continuar a medir, monitorizar e desafiar continuamente o nosso próprio conhecimento”, para implementar uma mudança para a qual “é indispensável”, de resto, a evolução das instituições e das mentalidades, explica. Tudo isto em prol de “um investimento no futuro da agrobiodiversidade”, já visível nas parcelas orgânicas, onde “uma maior parte da produção está a ser dedicada ao aumento da matéria orgânica e da fertilidade do solo”, conclui. UM DEBATE INSPIRADOR SOBRE UMA CULTURA EM TRANSFORMAÇÃO Numa abordagem à sustentabilidade do olival em sebe, Hugo Sena Janeiro, diretor da AGR Global, do Grupo De Prado, apresentou as práticas, a nível ambiental, da AGR Global na olivicultura, desde os estudos prévios necessários, à preparação do terreno, correções, rega e plantação, e gestão da cultura. A reter, na intervenção de Hugo Sena Janeiro, as ideias de que “a matéria orgânica é ponto essencial para um solo fértil, com todas as vantagens conhecidas”; “a poda equilibrada permite reduzir doenças e consequentes intervenções”; “a nutrição equilibrada permite reduzir os ataques de pragas”; e é necessário “reduzir o uso de pesticidas” e “melhorar os métodos de luta [contra pragas] indiretos”. O stress abiótico causado pela seca, chuvas e altas temperaturas na cultura da oliveira combate-se, na DAYMSA, com tecnologia. Explicando o que é o stress abiótico e que tipos existem – stress abiótico hídrico e stress abiótico térmico -, Javier Barrios Irache, diretor de produto da gama de biocontrolo da DAYMSA, apresentou as tecnologias da empresa para mitigar este fenómeno, destacando os resultados das aplicações de Naturamin WSP e do Profilm, que cria uma película física protetora. Com quase 250 inscrições, a I Conferência Técnica do Olival traduziu-se num evento de valor acrescentado para todos os profissionais ligados ao setor olivícola.

15 EVENTOS Já a tecnologia de mecanização do solo ARG (Alfaia com Riper e Grade) protege o solo, “alicerce da vida” e um “recurso natural não renovável”. Nuno Esteves Bento, da área de desenvolvimento florestal da Fravizel Engenharia revelou como as soluções ARG permitem uma “mobilização de solo parcial e não intensiva”, a “manutenção das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo”, o “aumento do rendimento de trabalho (h/ha)”, e a “diminuição das emissões de CO2”. Na senda do compromisso da empresa com a neutralidade carbónica, a linha de equipamentos da Fravizel para a floresta proporciona “mobilidade, eficiência energética, digitalização e redução e custos”. A Bayer coloca a inovação ao serviço do olival, com as suas soluções de proteção para esta cultura, que Reinaldo Pereira, marketing campaign activation Portugal na Bayer CropScience, apresentou na I Conferência Técnica do Olival. Defendendo que a biodiversidade, as alterações climáticas e a segurança alimentar “são os grandes desafios da sociedade”, e que “a agricultura sustentável tem um papel fundamental no fornecimento de soluções”, o responsável sublinhou que a Bayer oferece uma “solução global, integrada e costumizada” (adaptada à realidade de cada agricultor) a nível dos vários fungicidas, herbicidas, inseticidas e soluções digitais que têm aplicação na oliveira. Também por um olival “mais eficaz e eficiente”, João Caço, diretor executivo da Hubel Verde, abordou as vantagens dos nebulizadores pneumáticos eletrostáticos de baixo volume. Comparativamente à pulverização convencional, que gera “baixa eficiência, gotas com tamanho variável e distribuição pouco homogénea”, a pulverização electroestática garante uma “eficiência superior nos tratamentos, nebulização constante e uniforme, distribuição homogénea do princípio ativo, excelente capacidade de penetração e maior produtividade (eficácia)”, analisa o diretor da Hubel Verde. Finalmente, e trazendo ao debate um tema essencial – a gestão eficiente da água na cultura do olival, - Gonçalo Petulante, técnico da Irritec Iberia, apresentou a solução completa da especialista mundial em rega de precisão. O portfólio inclui produtos de rega gota a gota, válvulas e acessórios para alta e baixa pressão, sistemas de filtragem, automatização e fertirrigação, produtos para rega residencial e produtos para irrigação digitalizada com comunicações IoT. Acreditando que “o desafio para alcançar produções sustentáveis passa pelo uso eficiente de água e novas tecnologias na gestão das culturas”, a Irritec desenvolveu uma solução completa para a irrigação 4.0, através de equipamentos/sensores que recolhem e analisam dados do ambiente (clima, solo e planta). A I Conferência Técnica do Olival integrou ainda a realização de três mesas redondas: 1. “A importância de uma boa gestão empresarial nos olivais” No que respeita a gestão do olival, “houve uma grande evolução a nível técnico, mas o conceito não mudou”, afirmou José Luís Gonzalez Ocaña, da Treeconsulting (Agroclever), que acrescentou que, aquando do desenvolvimento de um olival tudo tem de começar pela definição estratégica do projeto. Isto porque “as decisões iniciais são as que mais custam e as que podem ditar o futuro do projeto”. A este príncipio, Roger Guardiola Buenaventura, diretor de operações da ModpoW SL, acrescentou a importância de fazer um bom desenho da plantação. E, para isso, há que ter em conta fatores como os solos e a rotina diária. O objetivo é conseguir resolver parte dos potenciais problemas desde o ponto zero. Por seu lado, João Machado, chief marketing officer (CMO) da ATLAS, lembrou que o olival é, provavelmente, a cultura que, quando é bem feita, tem resultados bem visíveis. O executivo acrescentou ainda que “no nosso país está bem-adaptada”. Basta pensar que há 30 anos era uma cultura tradicional. Quanto aos modelos modernos... “quando há condições o sistema em sebe é infalível”. Já António Machado, responsável pelo mercado português da Agromillora Group, trouxe para cima da mesa a realidade indiscutível do Alqueva, afirmando que foi este que proporcionou a grande mudança. No entanto há que ter em conta que a realidade do Alentejo não é o Alqueva e que há Roger Guardiola, ModpoW; José Ocaña, Treeconsulting; Pedro Foles, BOLSCHARE (Moderador); João Machado, ATLAS; António Machado, Agromillora Group.

16 EVENTOS muitas outras realidades na região. O certo é que a gestão da agricultura intensiva com água é muito profissional e o País não fica atrás em relação a outras entidades. No entanto, hoje a variabilidade climática é um risco suplementar, alertou António Machado. “Precisamos estar preparados para estas situações”, acrescentou o executivo da ATLAS, que defende a realização de seguros ao investimento no início da plantação. Algo que, infelizmente, “não é muito usado em Portugal”. Isso e os seguros de colheita, concluiu. 2. “A importância do resíduo zero e o valor dos excedentes na produção de azeite” Hoje a valorização dos excedentes agrícolas pode ser uma mais-valia económica para o agricultor. Esta é a opinião de Vasco Fitas da Cruz, do Departamento de Engenharia Rural, ECT & Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) da Universidade de Évora, que afirmou que a compostagem é (hoje) uma alternativa muito forte, desde que bem gerida. Sem esquecer, acrescentou, a criação de novos produtos feitos a partir desses excedentes. Para Vasco Fitas da Cruz o conceito de resíduo zero prende-se não com a diminuição de pesticidas, mas sim com “resíduo zero no geral”. Filipe Cameirinha Ramos, diretor de Figueirinha e Monte Novo defendeu que, como produtores de azeite “o bagaço é responsabilidade nossa”. Face a isto o executivo afirmou que se hoje a noção de resíduo zero na agricultura regenerativa é uma mais-valia, “caminhamos para uma obrigação”. Já para Carlos Gabirro, CEO da Biostasia, o conceito tem a ver com “devolver o que sempre existiu no solo: o resíduo zero é o conjunto de boas práticas agrícolas que passa a responsabilidade para a agricultura”, explica Filipe Cameirinha Ramos, que acrescenta que “ter um produto certificado é defender o agricultor e o consumidor”. 3. “Implicações no mercado das questões planeadas em Bruxelas e tendências de consumo” Quando falamos de azeite estamos a falar “de um produto 100% natural e que responde a quase todas as tendências de consumo de alimentos”, acredita Mariana Matos, secretária-geral na Casa do Azeite. Sobre as alterações climáticas e a falta de azeite, que levou ao aumento dos preços, a responsável pela Casa do Azeite apontou duas reações. A dos países produtores, em que os consumidores readaptaram o seu consumo – passaram a consumir menos, mas não saíram da categoria – e a dos países não produtores, onde os consumidores, com uma tradição menos enraizada, saíram da categoria. Para Mariana Matos isto demonstra que, nos países produtores, o mercado tem maturidade e valoriza o produto. O que pode significar que “o produto não tem de ter um preço excessivamente baixo”. Quanto ao outro cenário “temos de trabalhar na recuperação do consumo”, afirma. Gonçalo Moreira, Olivum (Moderador); Filipe Cameirinha Ramos, Figueirinha e Monte Novo; Carlos Gabirro, Biostasia; Vasco Fitas da Cruz, Universidade de Évora. Gonçalo Morais Tristão, presidente da Direção | COTR (Moderador); Mariana Matos, Casa do Azeite; Susana Oliveira Sassetti, Olivum; Fernando Silveira do Rosário,Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches.

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18 EVENTOS Já Susana Sassetti, diretora executiva na Olivum - Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, apontou que o foco do consumidor incide muito em se o produto é sustentável e se faz bem à saúde. Algo que foi bem visível na pandemia. Quanto às políticas de Bruxelas, a executiva da Olivum lamenta que “infelizmente, por parte de Bruxelas, não haja apoio à produção de azeite”. “Faz falta um compromisso de preservação, mas sem comprometer a capacidade de os agricultores produzirem”, afirmou Fernando Silveira do Rosário, presidente da Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches. Mas há uma boa notícia. Como referiu Mariana Matos, o Conselho Europeu aprovou a revisão da PAC e das pré-PACs. O que significa que há uma perceção de que a Europa tem de diminuir a velocidade. “Os agricultores têm de ter tempo para se ajustar”, constatou a Secretária-geral na Casa do Azeite. A I Conferência Técnica do Olival integrou ainda a apresentação da exposição de máquinas LANDINI, GRUPO I.L.C., ILERDRON e New Holland, pelo grupo Lampreia, no Jardim do Granito da Universidade de Évora. A I Conferência Técnica do Olival regista um balanço muito positivo, em partilha de conhecimento e networking Na véspera do evento, a organização ofereceu um jantar-networking para patrocinadores, colaboradores e parceiros, que incluiu uma degustação de azeite, cortesia do CLUB LECCIANA. Numa manhã bem preenchida por painéis de palestrantes e debates a cargo de duas dezenas de especialistas, que trouxeram diferentes perspetivas sobre o olival, a análise do Estado-da Arte de uma das culturas mais enraizadas em Portugal fez-se com inegável sucesso, numa reflexão sobre os principais desafios e oportunidades do setor, e perante uma audiência de duas centenas de agricultores, engenheiros agrónomos, técnicos e profissionais do setor e académicos. O resultado foi um debate inspirador e transformador sobre práticas inovadoras na produção de azeite, onde a palavra mais utilizada terá sido sustentabilidade, e que ficou marcado pela partilha de conhecimento e networking. n A I Conferência Técnica do Olival foi organizada pela revista Agriterra no âmbito dos Encontros Profissionais B2B da Induglobal, do grupo ibérico Interempresas Media, com o suporte técnico da agência de comunicação Fakoy. O Encontro contou com um conjunto de parceiros estratégicos de peso na região e no País: a Olivum - Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, a Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal, o CEPAAL – Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo, a Universidade de Évora e o MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, sediado na Universidade de Évora. A AEMODA - Asociación Española de Maestros y Operarios de Almazara foi também um reconhecido parceiro de apoio ao evento.

Mantenha o seu olival livre de pragas com a solução mais completa do mercado. Com Sivanto, Exirel Pack e a gama Decis, terá a sua disposição uma equipa imbatível para combater as principais pragas do seu olival. Sivanto Prime é o insecticida sitémico perfeito para proteger o seu olival contra a mosca da azeitona (Bactrocera oleae). Decis Expert e Decis Evo outros dois aliados no controlo de outras pragas tal como glifodes, mosca da azeitona, algodão e traças afetam o olival. O Decis Trap Oleae, é uma armadilha de “Atração e Morte” além de que é uma ferramenta de monitorização da praga. A armadilha captura as moscas da azeitona adultas, além de que permite avaliar a presença da praga e assim ser possível tomar medidas preventivas antes de que a mosca da azeitona cause danos significativos. O Exirel Pack é um inseticida inovador que utiliza uma molécula com um novo modo de ação, Cyazypyr®, controlando eficazmente as pragas de mosca da azeitona, mesmo as resistentes a outros inseticidas. É um inseticida sustentável que combina Cyazypyr® com Visarel™, um atrativo natural que reduz o uso de água e previne resistências. Confie na solução líder, deixe o seu olival nas melhores mãos. Solução inseticida para o seu olival, com uma equipa completa.

ENTREVISTA 20 LUÍS MIRA, ADMINISTRADOR DO CNEMA “A agricultura está em mudança com novas soluções e tecnologias que vão ser apresentadas na FNA24" Numa edição festiva - Os 70 anos da Feira do Ribatejo, os 60 da Feira Nacional de Agricultura e os 30 anos do CNEMA – a FNA está de volta ao CNEMA, em Santarém, entre 8 e 16 de junho. Em entrevista, Luís Mira avança que este ano a feira de referência no setor “será o palco para refletir e debater questões sobre o território agrícola, nomeadamente novas técnicas de pastoreio”. De acordo com o administrador do CNEMA, “as expetativas são as melhores possíveis”, já que a boa adesão das empresas “é um sinal que o certame proporciona contatos e negócios aos expositores”. Gabriela Costa

ENTREVISTA 21 O que motivou a escolha do tema pecuária extensiva para a edição deste ano da Feira Nacional da Agricultura? Em que medida a pecuária extensiva é uma oportunidade, face às atuais tendências para a sustentabilidade agrícola, por um lado, e para o uso de tecnologias na agricultura, por outro? A escolha do tema está relacionada com a importância, impacto e dimensão da Pecuária Extensiva no território agrícola português. E, simultaneamente, porque é um dos setores mais afetados pelo PEPAC (Plano Estratégico da Política Agrícola Comum 2023 – 2027). O intuito é dar relevo a uma atividade que ocupa uma área de 64% da superfície agrícola útil e tem diversas vantagens, como sustentar o sistema agroflorestal, permitir que as manadas pastem pelos campos ou potenciar a qualidade dos produtos provenientes de animais, como a carne e o leite. Mais do que uma oportunidade, a Pecuária Extensiva é uma atividade relevante, com muito impacto no território nacional e que é importante manter, não só pela ocupação de espaço, mas também pela continuidade da atividade agrícola que existe nestas áreas. Neste âmbito, a FNA24 será o palco para refletir e debater questões sobre o território agrícola e promover as raças autóctones do nosso país, nomeadamente novas técnicas de pastoreio, mais produtivas, baseadas em evidências científicas mais sustentáveis. Que conferências e eventos destaca na FNA24, no âmbito desta temática, e que outros temas estarão em debate nesta 60ª edição? Os seminários e os debates decorrem nos dias úteis, com destaque para o ciclo de conferências alusivo à “Pecuária Extensiva de Sequeiro”, nos dias 11, 12 e 13 de junho. Montado e Produção Pecuária Extensiva, Alimentação Animal, Evolução Tecnológica serão temas a abordar, entre outros. Realce também para a Conferência Nacional de Jovens Agricultores, a 12 de junho. Quais os momentos da agenda a não perder, e que expetativas têm para a dinâmica de negócios na área de exposições? A FNA24 atrai vários tipos de público e o programa é de tal modo extenso que os principais pontos de interesse dependerão sempre da perspetiva dos visitantes do setor em que se insere e do motivo de visita. Os profissionais do setor não poderão deixar de assistir aos vários seminários que vão decorrer nos dias úteis, ou à Exposição de Maquinaria Agrícola que está patente na zona exterior. Numa perspetiva de lazer, recomendamos a prova de produtos tradicionais nos vários espaços gastronómicos que temos à disposição, uma visita à zona pecuária, assistir aos vários espetáculos tradicionais (largadas, desfiles de campinos, atuações de ranchos folclóricos) ou aos concertos que já estão programados. Para os mais novos, destacamos o novo Espaço Criança. Com um ambiente acolhedor, entretenimento e atividades educativas com foco na importância da agricultura e do meio ambiente, esta iniciativa será um ponto de aprendizagem e diversão para os pequenos agricultores e consumidores do futuro. Para a edição da FNA24 as expetativas são as melhores possíveis. A adesão das empresas à FNA tem sido muito boa, um sinal que o certame proporciona contactos e negócios aos expositores que apostam na Feira Nacional de Agricultura. Que novidades pode antecipar para esta edição da feira? Quais são as apostas neste ano em que se assinala o 30º aniversário do CNEMA? Os 70 anos da Feira do Ribatejo, os 60 da Feira Nacional de Agricultura e os 30 anos do CNEMA são datas marcantes e, por isso, vão estar em destaque durante o evento. Luís Mira, administrador do CNEMA.

ENTREVISTA 22 Na entrada principal do evento, os visitantes poderão visualizar uma retrospetiva da Feira, através de fotografias que retratam o certame ao longo dos anos e cartazes de várias edições do evento e, ainda, assistir à exibição de um documentário sobre a história e evolução da Feira Nacional de Agricultura. A FNA24 aposta cada vez mais na sustentabilidade ambiental, com a implementação de um sistema de copos reutilizáveis, separação e reciclagem do lixo, e utilização de autocarros elétricos em colaboração com a Rodoviária do Tejo, entre outras medidas. Para além do que já referi, uma Mostra de associações de raças autóctones e empresas ligadas à pecuária que irão dinamizar iniciativas relacionadas com o setor, vai estar patente no Espaço dos Claustros, assim como uma Exposição alusiva ao Concurso Fotográfico “Raças Animais Autóctones de Portugal – Conservar a Biodiversidade”, organizado pelo Pólo de Inovação da Fonte Boa de Santarém do INIAV (EZN-INIAV). Quais as perspetivas da organização para o evento, a nível de expositores, afluência e visitantes internacionais? Como disse, as perspetivas são as melhores possíveis. A adesão das empresas à FNA tem sido muito boa. E os visitantes não deixarão de comparecer, como é hábito. No atual contexto político e económico do país, que prioridades destaca para a Agricultura? As prioridades que destacaria são as seguintes: • Um bom funcionamento do Ministério da Agricultura. • Uma gestão eficiente dos fundos da PAC. • Uma rede nacional da água. Como perspetiva a revisão da PAC, recentemente aprovada? A PAC deverá ser revista em três pontos: • Simplificação. • Justa distribuição do valor da cadeia alimentar. • Os produtos que estão no mercado deverão estar na mesma situação de produção. Que mensagem gostaria de deixar ao setor agrícola que irá marcar presença na FNA, seja como expositor ou visitante? A agricultura está em mudança com novas soluções e tecnologias que vão ser apresentadas na Feira. Em todos os sectores existe a possibilidade de fazer diferente e melhor. Aos expositores, desejamos uma grande feira com muitos contatos e negócios e deixamos um agradecimento pela aposta em marcar presença na FNA24. Aos visitantes, faço um apelo para que possam conhecer a edição deste ano, e aproveitem a oportunidade para contatar com o que de melhor se faz no País, neste setor. n A Revista Agriterra é Media Partner da Feira Nacional da Agricultura.

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24 EVENTOS VI Fórum Agricultura 4.0 A Associação SFCOLAB – Laboratório Colaborativo para a Inovação Digital na Agricultura , (Smart Farm Colab), promove de 2 a 4 de julho a sexta edição do Fórum Agricultura 4.0. Este fórum decorre no âmbito da Feira de São Pedro, em Torres Vedras, e tem como objetivo discutir a inovação digital no setor agrícola. Cátia Pinto, diretora executiva da Associação SFCOLAB Laboratório Colaborativo para a Inovação Digital na Agricultura O dia 2 de Julho é marcado por palestras, nomeadamente: • Sessão I: As últimas tendências da agricultura digital (sessão plenária). • Sessão II: Avanço tecnológico na agricultura: adoção global e as tendências de acordo com a estratégia económico-social (mesa-redonda). • Sessão III: Constrangimentos na implementação da agricultura 4.0: O que está em falta no presente para evoluir para um futuro mais digital. Já no segundo dia de trabalhos, organizado em colaboração com a Adega Cooperativa de São Mamede da Ventosa (Associado do SFCOLAB), o programa está reservado a demonstrações em campo para a viticultura. Serão sobretudo demonstradas algumas inovações e/ ou novidades tecnológicas, bem como apresentados alguns projetos, como é o caso do DigiFarm2all: Sustentabilidade e Democratização da Agricultura 4.0*, um projeto liderado pelo SFCOLAB e que tem na sua missão promover um maior acesso a tecnologias digitais e a utilização das mesmas, através da literacia, em prol de uma agricultura sustentável. No dia 4 de julho, destaca-se uma descentralização do evento no Parque Tecnológico de Óbidos. A parceria entre o SFCOLAB e a Associação Óbidos Ciência e Tecnologia (Obitec) promove mais uma sessão em conjunto com vista à dinamização de start-ups da região e do território nacional, de e para o sector agrícola. ASSOCIAÇÃO SFCOLAB O SFCOLAB é uma entidade de hélice quádrupla que reúne empresas privadas, instituições de investigação, universidades e a sociedade, interagindo numa estrutura de conhecimento. Tem como missão o desenvolvimento de soluções digitais inovadoras e inclusivas, bem como serviços, visando ser uma referência da Agricultura Digital em Portugal. FEIRA DE SÃO PEDRO OU FEIRA ANUAL DE TORRES VEDRAS Considerada a maior mostra agroindustrial e comercial da região oeste, a Feira de São Pedro decorre este ano de 27 de junho a 7 de julho e é organizada pela Câmara Municipal de Torres Vedras (Associado do SFCOLAB) e pela PromoTorres. Recebe todos os anos mais de 200 mil visitantes, de todas as zonas do país, e posiciona-se no top 3 das maiores feiras generalistas nacionais. As informações relativas ao VI Fórum Agricultura 4.0, nomeadamente o programa e inscrições, serão disponibilizadas a partir do mês de junho no website do SFCOLAB. n * O Projeto 'DigiFarm2all: Sustentabilidade e Democratização da Agricultura 4.0' tem a referência PRR-C05-i03-I-000108 e é financiado pelo Plano de Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

GERAL@MESSINAGRO.PT 289 815 270* MESSINAGRO.PT *Custo de chamada para rede fixa nacional FARO . MESSINES . TAVIRA . SÃO TEOTÓNIO A dar vida à sua terra O Olival é a alma da nossa região

26 OLIVAL Selfab: soluções para explorações de pequena e média dimensão A Selfab posiciona-se como uma alternativa às importações diretas dos mercados asiáticos. No ramo da pequena e média produção agrícola, surgem diariamente muitas questões sobre quais os equipamentos a escolher para obter a máxima economia e rentabilidade. A maioria das vezes a Selfab – Comércio de Máquinas e Acessórios, tem a resposta certa. Numa altura em que a importação direta dos mercados asiáticos tem um peso insustentável para a economia, a Selfab aposta na produção nacional própria para oferecer uma gama variada de máquinas, tornando- -se num trunfo para os seus parceiros de negócio. Independentemente da dimensão, qualquer comerciante relacionado com o setor pode contar com a Selfab para ajudar a potenciar o seu negócio. Incluem-se nesse espectro concessionários de tratores, lojas de rações, grémios agrícolas, casas de ferragens, oficinas de reparação, e muitos outros. Com uma equipa comercial presente, a Selfab assegura o acompanhamento personalizado junto dos seus parceiros, transporte em viaturas próprias e ainda assistência e manutenção de todos os artigos comercializados, tornando-se num parceiro de excelência. OFERTA DIVERSIFICADA DE PULVERIZAÇÃO E ATOMIZAÇÃO A aposta em nichos de mercado faz da Selfab uma empresa que soluciona problemas reais caso a caso. Começando por quem procura economia e versatilidade em espaços de

27 OLIVAL pouca dimensão, como estufas e/ou socalcos, os pulverizadores de carrinho são a aposta a fazer. Já os pulverizadores de trator vão dos 100 L aos 650 L, terminando esta gama com soluções personalizadas, como por exemplo, kits para pick-ups e atrelados para moto-4. Acompanhando o crescimento do mercado dos minitratores, a Selfab oferece um atomizador de 100 L acoplável a qualquer trator de potência superior a 15Cv. Desta forma, a ferramenta profissional fica cada vez mais próxima do agricultor comum. OLIVICULTURA A gama de varejadores Falkom, única integralmente produzida em Portugal, apresenta elevada robustez e custo de manutenção baixo, proporcionando uma económica colheita semiprofissional. Existem modelos para o produtor mais exigente, onde se aposta em materiais premium, como alumínio de grau aeronáutico, a fibra de carbono e motores sem escova com controlo eletrónico total. As limpadoras Falkom são leves e ergonómicas, proporcionando máxima limpeza, com grande influência na qualidade final do azeite. Já os lagares de prensa, com capacidades de processamento que podem ir até 1000 kg /dia, permitem um processo com plena autonomia para garantir qualidade biológica. A Selfab tem ainda apostado em pequenas ferramentas que são também um “best seller” da empresa junto dos que fazem da agricultura um negócio, um meio de subsistência, ou simplesmente um hobby, desde os conhecidos cavaletes de lenha até aos mais variados acessórios para moto enxadas, incluindo uma nova solução de mobilidade alternativa. DESIGN E PATENTES Sendo uma organização dinâmica com os olhos postos no futuro, surpreende frequentemente o mercado com novas soluções. Assim, e tendo sempre em conta os desafios da concorrência, a Selfab assegura proteção da sua propriedade intelectual por patentes e/ou registo de design contra cópias, nos 27 países europeus. n Os lagares de prensa permitem autonomia para garantir qualidade biológica

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