2023/5 14 Escalando a Precisão A Tecnologia de IA Revolucionária da Aerobotics em Dimensionamento de Frutas www.aerobotics.com Preço:11 € | Periodicidade: 5 edições por ano Dezembro 2023 - Nº14
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SUMÁRIO Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Defensores de Chaves, 15, 3.º F 1000-109 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 215 935 154 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Nova Àgora Grup, S.L. (100%) Diretora Gabriela Costa Equipa Editorial Gabriela Costa, Alexandra Costa, David Pozo, Ángel Pérez Marketing e Publicidade Frederico Mascarenhas e Hélder Marques redacao_agriterra@interempresas.net www.agriterra.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 55 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127451 Déposito Legal 471809/20 Distribuição total +5.300 envios Distribuição digital a +4.200 profissionais. Tiragem +1.100 cópias em papel Edição Número 14 – Dezembro de 2023 Estatuto Editorial disponível em www.agriterra.pt/EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Gráficas Andalusí, S.L. Camino Nuevo de Peligros, s/n - Pol. Zárate 18210 Peligros - Granada (España) www.graficasandalusi.com Media Partners: Membro Ativo: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da Agriterra adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. ATUALIDADE 4 EDITORIAL 5 Jovens agricultores, guardiães da tradição e drivers de inovação 8 Gestão eficiente da água é prioridade da política agrícola comum 12 Os engenheiros agrónomos perante o duplo desafio da produção sustentável de alimentos e das alterações climáticas 14 Escalando a precisão: a tecnologia de IA revolucionária da Aerobotics em dimensionamento de frutas 36 Necessidade de dados na agricultura: apresentação de um estudo de caso realizado em pomares de maçã e pêra 38 Agricultura 5.0: Nova era na deteção de doenças combinando robots e sensores aéreos e terrestres 42 Olival em sebe com novas variedades adaptadas: um caminho de empoderamento 46 O olival convencional apresenta um melhor desempenho económico do que o ecológico? 50 Novas variedades de batata: o que se procura nelas? 56 Uma viagem ao coração do milho europeu 62 O mercado de peças de substituição para o setor agrícola, entre a tempestade e a calmaria 67 BKT premiada com a marca de qualidade ‘DLG-Approved’ 72 Claas, McCormick, Landini e Fendt, vencedores do concurso TotY 2024 74 Conceção e aplicação de um sistema inteligente de pulverização variável para tratamentos fitossanitários em vinhas e olivais - PIVOS e ADOPTA 76 Agritechnica 2023: reencontro global 18 Entrevista a Eric Hansotia, CEO do Grupo AGCO 22 Argo Tractors triunfa duas vezes com a Landini e a McCormick no Trator do Ano 2024 na Agritechnica 26 Dois novos serviços da SDF Smart Farming Solutions 28 Bruxelas: AJAP debate cooperação, desenvolvimento e ajuda humanitária 30 Agroinfluenciadores, microestrelas da comunicação agrária 32
4 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE AGCO ganha seis prémios AE50 com Fendt, Massey Ferguson e Precision Planting A AGCO Corporation, através das suas marcas Fendt, Massey Ferguson e Precision Planting, ganhou seis prémios nos prestigiados prémios AE50 2024, apresentados pela Sociedade Americana de Engenheiros Agrícolas e Biológicos (ASABE). Os AE50 reconhecem novos produtos e serviços que se destacam pela sua inovação, avanços de engenharia e impacto no mercado. Os prémios foram atribuídos às gamas de tractores Fendt 200 Vario e Fendt 600 Vario, aos pulverizadores 500R da Massey Ferguson e aos tratores das séries 3 e 9S, enquanto o SymphonyNozzle, o sistema de controlo de bicos para equipamento de pulverização, foi premiado pela Plantação de Precisão. “A AGCO sente-se honrada com os novos prémios ASABE. Nos últimos três anos, as nossas marcas ganharam 24 prémios AE50, confirmando a nossa posição como líder do setor em inovação e excelência em engenharia que promove as capacidades dos agricultores, melhora as suas operações e ajuda-os a alimentar o mundo”, afirmou Eric Hansotia, CEO da AGCO. Estudo revela impacto do setor olivícola na economia nacional A cidade de Beja recebeu a 10.ª edição das Olivum Talks, um evento organizado pela Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal (Olivum) que reuniu mais de 220 profissionais e especialistas a nível nacional. A discussão sobre os desafios e o futuro do setor contou com a participação do ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva. Este encontro nacional do setor do azeite centrou-se nos desafios da gestão de água no olival, no impacto do azeite na economia portuguesa e na atualização dos dados do estudo ‘Alentejo a Liderar a Olivicultura Internacional’, encomendado pela Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal. Um dos pontos destacados foi o notável crescimento da exportação de azeite nos últimos 20 anos: a exportação aumentou 12 vezes em volume e 18 vezes em valor. Este desempenho contribuiu significativamente para a economia nacional, representando um saldo positivo de 515 milhões de euros na balança comercial, e destacando o azeite como um dos principais motores económicos do país que, pela primeira vez, ultrapassou os valores de exportação do vinho. Na verdade, Portugal reúne todas as condições para se tornar num dos três maiores produtores de azeite a nível global, destacando-se o peso do azeite virgem extra e a grande evolução dos lagares de azeite, com o maior parque industrial moderno e de grande capacidade a nível mundial, segundo se afirmou no evento. De destacar que na última campanha o “olival português foi o que teve maior produtividade em todo o planeta, superando o olival espanhol. Face a esta realidade, estima-se que a produção nacional, este ano, se situe nas 150 mil a 160 mil toneladas de azeite.
5 Presidente da Confagri eleito para órgão de topo da agricultura europeia Idalino Leão, presidente da Confagri, foi eleito vice-presidente da Confederação Geral das Cooperativas Agrícolas Europeias (Cogeca), órgão que representa as cooperativas agroalimentares, florestais e de pesca europeias junto das instituições da União Europeia e de outras organizações socioeconómicas. As eleições na Cogeca, decorreram a 30 de novembro, e elegeram Lennart Nilsson, de origem sueca, que substituirá, a 1 de janeiro de 2024, Ramon Armengol das Cooperativas Agroalimentarias de Espanha. Esta vice-presidência reveste-se de uma enorme importância para Portugal e as suas cooperativas, em especial num momento em que teremos como pano de fundo, em 2024, um novo elenco nas instituições europeias resultado das eleições europeias em junho e com reflexo na Comissão Europeia bem como no Parlamento Europeu que irão trabalhar sobre um conjunto de novas políticas agrícolas e ambientais decisivas para a produção em países como o nosso. Segundo Idalino Leão "é imperativo voltar a assumir a produção agrícola como estratégica contribuindo para a sustentabilidade económica, social e ambiental dos territórios, reconhecendo o papel dos agricultores e das cooperativas como fundamental para a coesão dos territórios". EDITORIAL Pela primeira vez uma cimeira do clima deu especial relevância à sustentabilidade na agricultura, colocando no topo das políticas europeias o imperativo de garantir a gestão eficiente dos recursos hídricos e energéticos no setor. Portugal tem feito “um esforço muito grande” para adotar tecnologias que permitam a redução do consumo de água e a incontornável transição no que à energia diz respeito, pelo menos na opinião do secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, que durante a sua intervenção na recente COP28 defendeu que as duas questões são prioritárias e fazem parte de “um desígnio nacional para encontrar soluções”. Desígnio que implica, e de que maneira, a capacidade dos jovens agricultores, líderes do futuro de uma cadeia alimentar que se quer mais forte, segura e sustentável na União Europeia, como concluiu o 9°Congresso Europeu de Jovens Agricultores, que levou ao Parlamento Europeu um conjunto de projetos agrícolas inovadores e resilientes lançados em vários países da Europa por esta promissora geração. Mas a verdade é que essa capacidade está, desde logo, limitada, já que estes jovens representam apenas 6% do total dos gestores nas explorações agrícolas da UE. Um tema para acompanhar, em destaque, nesta última edição do ano da Agriterra. Igualmente em destaque, as permanentes evoluções da agricultura 4.0, desta feita pela mão da SFCOLAB e em relação aos pomares de maçã e pera da região Oeste, onde a equipa responsável por um estudo de avaliação do impacto de variáveis exógenas conclui pela necessidade de mais dados de qualidade na agricultura, para a concretização de modelos preditivos. A fechar, a opinião da Agromillora Portugal, em parceria com a Hidro-Ibérica, sobre as novas variedades adaptadas de olival em sebe. Boas leituras e votos de uma excelente quadra natalícia! Regressamos em 2024 com a informação profissional para o setor agrícola. Modelos eficientes e preditivos, rumo a uma geração sustentável
6 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER BioReboot vence Packaging Enterprise Award A Novo Verde, entidade gestora de resíduos de embalagens, anunciou recentemente o vencedor do Packaging Enterprise Award (PEA): o grande prémio de 25 mil euros foi atribuído à BioReboot, um projeto sediado na Madeira que procura utilizar sementeiras biodegradáveis em substituição dos tabuleiros e sacos de plástico descartáveis no setor agrícola. No âmbito deste programa foram apresentados projetos de valor "que poderão influenciar o futuro do setor das embalagens", como concluiu Ricardo Neto, presidente do Conselho de Administração da Novo Verde. Para Thiago Gomes, CEO da startup BioReboot, “o interesse deste programa não é apenas o valor monetário". O Packaging Enterprise Award "vem desbloquear algumas barreiras de acesso devido à região em que nos encontramos", diz, e "a credibilidade deste projeto traz uma nova realidade à BioReboot que, agora, poderá realizar contactos e parcerias com maior facilidade". Alltech Crop Science quer crescer 200% em 2024 A Alltech Crop Science divulgou o seu plano de crescimento para o mercado português e conta com uma rede de distribuição robusta e motivada para oferecer soluções aos agricultores em saúde do solo, nutrição e proteção das plantas, e serviços de avaliação e redução da pegada de carbono das explorações agrícolas. A empresa reuniu-se no final de novembro com os seus parceiros da distribuição, em Torres Vedras, e anunciou um objetivo de vendas ambicioso para o mercado nacional em 2024: crescer 200% face ao ano 2020. Nos últimos três anos, a Alltech Crop Science afirmou-se como uma das principais especialistas em soluções para a agricultura à base de microrganismos de solo, registando uma subida de 266% nas suas vendas neste segmento de produtos. A companhia marca a diferença no mercado através das suas soluções de microrganismos promotores do crescimento das plantas, obtidas por fermentação de precisão, e pela sua especialização em conhecimento da vida microbiana do solo. A companhia tem centrado a sua comunicação na sustentabilidade pela base – o solo -, através da campanha #EspecialistasEmSaúdeDoSolo, acreditando que a agricultura tem o enorme potencial de moldar positivamente o futuro do planeta. Cultura do Arroz é sustentável O 3°Congresso Europeu do Arroz, iniciativa que se insere no projeto Sustainable EU Rice - Don't Think Twice, de promoção do arroz tipo japónica cultivado na Europa, abordou as questões da sustentabilidade agronómica e ambiental da cultura do arroz e, em particular, a gestão eficiente dos recursos hídricos à luz das consequências das alterações climáticas. O encontro analisou as práticas agronómicas e as técnicas de cultivo favoráveis à utilização sustentável dos recursos hídricos e à atenuação das emissões de gases com efeito de estufa, e permitiu desmistificar a ideia de que a cultura do arroz desperdiça água: o complexo sistema de arrozais permite que a água dos Alpes seja temporariamente retida e posteriormente devolvida aos rios, completando o seu ciclo natural.
Um Papel Mulch, para ajudar o Planeta Queremos ser uma referência no mercado de Agrotêxteis e Embalagem, a primeira escolha dos produtores nacionais. A gama que propomos é caracterizada pela performance prolongada nas aplicações que servimos. No setor de Embalagem, garantimos que todos produtos são fabricados com materiais recicláveis e inovamos constantemente no desenvolvimento de sacos mais leves e duráveis. No setor de Agrotêxtil, as telas e redes fabricadas com polimeros garantem uma durabilidade mínima muito alargada, permitindo deste modo que os nossos clientes consigam o retorno de investimento previsto. Conscientes do nosso papel perante o ambiente, com produtos cada vez mais sustentáveis, lançamos agora um Papel Mulch, fabricado pela Mondi e que é uma alternativa ao plástico mulch habitualmente utilizado. O Advantage Kraft Mulch, com uma durabilidade de 6-8 meses, ideal para produtos horticolas em estufa e que em fim de vida funciona como nutriente.
8 EVENTO Jovens agricultores, guardiães da tradição e drivers de inovação O 9°Congresso Europeu de Jovens Agricultores, realizado a 6 de dezembro no Parlamento Europeu, destacou o papel fundamental desta geração na liderança de uma cadeia alimentar mais forte, segura e sustentável na UE. Gabriela Costa "Mais de 31% de todas as explorações agrícolas da UE são geridas por agricultores com mais de 65 anos, enquanto os jovens agricultores representam apenas 6%”. A constatação desta realidade levou o eurodeputado Nuno Melo a promover a primeira edição do Congresso Europeu de Jovens Agricultores, em 2012. A 9ª edição do congresso coorganizado pelo Partido Popular Europeu (PPE), Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e Associação Espanhola de Jovens Agricultores (ASAJA), realizou-se a 6 de dezembro, sob o tema “Jovens agricultores: guardiães da tradição e motores da inovação”, reunindo mais de 300 jovens agricultores no Parlamento Europeu.
9 EVENTO O evento serviu de palco para a apresentação, por parte de 13 jovens agricultores europeus da Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, República Checa, Alemanha, Grécia, Itália, Portugal, Roménia, Eslováquia, Eslovénia e Espanha, de “um conjunto de projetos inovadores e resilientes”. Anualmente o evento dá a conhecer histórias de sucesso de jovens agricultores, que “estão a moldar o futuro da agricultura através da adoção de novas tecnologias e métodos inovadores no seu trabalho diário”. No âmbito do Prémio Jovens Agricultores do PPE, atribuído a cada edição do congresso europeu, este ano foram distinguidas três iniciativas, para o melhor projeto digital, o projeto mais resiliente e o melhor projeto de melhoria do acesso rural. Os vencedores foram, respetivamente, Matěj Sklenář, da República Checa, Koutsouradi Argyro, da Grécia, e François Lejeune, da Bélgica. MELHOR PROJETO DIGITAL Matěj Sklenář fez uma parceria com o programador de robótica e software Vratislav Benes para criar o FRAVEBOT, um robô de monitorização de doenças e pragas do tomate que se desloca autonomamente pela estufa. Utilizando IA, o robô monitoriza a saúde das plantas e a maturação dos frutos. Ao detetar precocemente as doenças e pragas, os agricultores podem tomar medidas atempadas para combater os problemas, reduzindo fortemente a necessidade de pesticidas, bem como aumentar os rendimentos, utilizando a mesma quantidade de água e nutrientes. PROJETO MAIS RESILIENTE Koutsouradi Argyro combina métodos tradicionais com tecnologia moderna para produzir organicamente plantas aromáticas e ervas aromáticas na ilha de Chios. A obtenção de sementes apenas de viveiros biológicos certificados e a utilização de práticas biológicas certificadas, combinadas com o clima, o solo e o ambiente limpo únicos da ilha, garantem a elevada qualidade e a fragrância abundante das ervas e óleos essenciais produzidos. MELHOR PROJETO DE MELHORIA DO ACESSO RURAL François Lejeune desenvolveu uma rede de padarias, fábricas de biscoitos, escolas de cozinha, lojas de venda a retalho, pizzarias e ateliers de produção de massas que trabalham com farinhas biológicas, permitindo-lhes obter os seus produtos localmente. O DESAFIO DA RENOVAÇÃO DAS GERAÇÕES NO SETOR AGRÍCOLA Como referido, o setor agrícola é particularmente afetado pelo envelhecimento da população e, se em toda a União Europeia apenas 6% das Melhor projeto digital. Projeto mais resiliente. Melhor projeto de melhoria do acesso rural.
10 EVENTO explorações agrícolas são geridas por jovens agricultores, em alguns países, como Portugal, Espanha, Itália e Bulgária, “a situação é ainda pior”, defende o presidente do CDS-PP. Neste contexto, o tema escolhido para o Congresso Europeu de Jovens Agricultores reveste-se de uma importância acrescida, já que “aborda diretamente este desafio, uma vez que são os jovens agricultores que irão liderar o caminho para uma cadeia alimentar mais forte, segura e sustentável na UE, constituindo um modelo a seguir pelo resto do mundo”, divulga a organização em comunicado. No evento inaugurado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, os eurodeputados Nuno Melo, Herbert Dorfmann, Juan Ignacio Zoido Alvarez e Michaela Sojdrová, na qualidade de organizadores do congresso do PPE, concluíram que “a renovação das gerações é um dos maiores desafios para o setor agrícola”. PORTUGAL REPRESENTADO COM PROJETO AGRO-SILVOPASTORIL No âmbito do evento, que é o maior concurso de Jovens Agricultores a nível europeu, a CAP, a convite do eurodeputado Nuno Melo, levou a Bruxelas 40 visitantes, entre eles vários jovens agricultores. Inês Marques Lopes, a vencedora do 10.°Concurso Nacional de Jovens Agricultores, representou Portugal nesta competição com o seu projeto Ptachio (Arraiolos), dedicado ao setor agro-silvo-pastoril, tipicamente mediterrânico, com pistácios, azinheiras e porco alentejano. Adicionalmente aos três prémios entregues aos jovens agricultores Nuno Melo foi homenageado pela CAP com o prémio participação, devido à coorganização do evento desde a primeira edição. Fonte: CAP Na perspetiva do grupo parlamentar, os jovens agricultores “desempenham um papel crucial na garantia da segurança alimentar e da acessibilidade dos preços, na manutenção das tradições e na preservação da vida das nossas zonas rurais, ao mesmo tempo que enfrentam desafios ambientais e económicos crescentes”. Os eurodeputados apelam, por isso, à intensificação dos “esforços para que a renovação geracional na agricultura seja bem-sucedida, dando aos jovens agricultores uma perspetiva e um futuro nesta importante profissão". Acresce que “o futuro da alimentação e da agricultura está nas mãos dos jovens agricultores europeus, que desempenham um papel crucial no desenvolvimento de um sector agrícola totalmente sustentável, adotando soluções inteligentes para fornecer alimentos seguros e de alta qualidade”, concluem os membros do PPE responsáveis pelo Congresso dos Jovens Agricultores. n
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12 COP28 Gestão eficiente da água é prioridade da política agrícola comum O setor agrícola está na agenda europeia e foi tema em destaque na COP28, onde o secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, sublinhou que o elevado consumo de água no setor agrícola “não é um gasto, mas uma necessidade”. Para Gonçalo Rodrigues a gestão eficiente a nível hídrico é uma prioridade, a par da transição energética. Gabriela Costa Os recursos hídricos na agricultura estiveram em destaque no programa temático dedicado à alimentação, agricultura e água durante a 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), recentemente realizada no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O setor agrícola é um dos que consome mais água e tem vindo a aumentar as emissões de gases com efeito de estufa nos últimos anos. Ainda assim, e como foi amplamente reconhecido, esta foi a primeira vez que o tema mereceu tanto destaque numa cimeira do clima. Como notou o secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, apesar do impacto ambiental que gera, necessariamente, a agricultura é (obviamente) fundamental, e numa avaliação de custo-benefício o consumo de água “não é um gasto, mas uma necessidade”. Para o responsável “há um esforço muito grande, não só dos estados- -membros, mas de Portugal em particular, na tentativa de adotar tecnologias que permitam a redução do consumo, tornando o uso da água cada vez mais eficiente”. Recordando os exemplos que foram apresentados numa sessão organizada pelo Ministério da Agricultura e Alimentação no pavilhão de Portugal na COP28, sobre a produção de azeite e de frutos secos, Gonçalo Rodrigues concluiu que “do ponto de vista alimentar, não há país nenhum no mundo completamente soberano”, explicitando que o facto de Portugal aproveitar as condições endógenas que permitem potenciar a produção de determinado alimento para exportação, compensando também dessa forma as necessidades de importação de outros, não implica qualquer erro de trajetória no caminho a seguir: “vivemos num mundo perfeitamente globalizado e também temos de dar resposta a outras necessidades, mas sempre com uma aposta muito clara na defesa do globo, apostando naquilo que se deve fazer e bem”, rematou. Já quanto à necessária transição energética no setor agrícola, Gonçalo Rodrigues sublinhou que essa é igualmente uma prioridade e destacou como exemplo a seguir a projeto de instalação do maior projeto fotovoltaico flutuante da Europa no Alqueva. O lançamento do procedimento para a instalação foi anunciado pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) e já se sabe que será o maior projeto fotovoltaico flutuante da Europa, com uma produção estimada em 90 gigawatts-hora (GWh)/ano. Num balanço final sobre a participação do Ministério da Agricultura na COP28, o secretário de Estado afirmou que “a mensagem que passámos é de que estamos a percorrer o nosso caminho através da adoção de tecnologias, mudança de mentalidades, e da incorporação de um desígnio nacional para tentar encontrar soluções” sustentáveis para o setor agrícola. n
14 EVENTO Os engenheiros agrónomos perante o duplo desafio da produção sustentável de alimentos e das alterações climáticas O XII Congresso Ibérico de Agroengenharia, realizado em Sevilha, foi um verdadeiro marco na colaboração e no avanço da agroindústria, reunindo especialistas de toda a Península Ibérica e destacando a importância da inovação e da investigação neste campo crucial para a sociedade.
15 EVENTO A Universidade de Sevilha, com mais de cinco séculos de história, continua a acolher debates e reflexões científicas interessantes e necessárias, que nos permitem avançar no conhecimento e na resolução dos desafios que a sociedade enfrenta. Prova desta atividade é o Congresso que a Faculdade de Direito da instituição académica acolheu nos dias 4, 5 e 6 de setembro, na capital andaluza. A agricultura europeia enfrenta importantes desafios, incluindo a proteção da biodiversidade, as limitações na utilização de pesticidas, a degradação da qualidade dos solos, o impacto da pandemia de COVID-19 e o desafio global das alterações climáticas. Para enfrentar estes desafios, a investigação e o desenvolvimento científico e industrial em engenharia agrícola e de biossistemas devem colaborar para oferecer soluções tecnológicas e estratégicas. Tal como expressou José Enrique Fernández, professor de Investigação do CSIC e responsável pelo grupo de Rega e Ecofisiologia das Culturas (IRNAS-CSIC), estes desafios “obrigam- -nos a pensar de outra forma”. É aqui que entra em jogo o importante papel destes profissionais, pouco reconhecidos pela sociedade em geral, mas que têm nas suas mãos o futuro da produção de alimentos em Espanha e na Europa. Na sua apresentação intitulada “Como regar com mais população e menos água”, o investigador do CSIC disponibilizou uma série de dados sobre a conveniência de aplicar a rega deficitária num contexto de escassez de água como o atual. Na sua opinião, o modelo ideal para enfrentar os desafios com que a atividade se depara é aquele em que se pratica a agricultura intensiva e sustentável nos locais adequados (diversificação), com a finalidade de “obter a máxima produção com o mínimo de recursos”. O XII Congresso Ibérico de Agroengenharia reuniu especialistas de primeiro nível neste campo, proporcionando um cenário único para interligar e impulsionar soluções para estes problemas globais. Na sua inauguração, o evento contou com a presença de figuras influentes do meio académico e governamental. Entre elas, Vicente Pérez García de Prado, vice-conselheiro de Agricultura, Pesca, Água e Desenvolvimento Rural da Junta da Andaluzia; José Manuel Quintero, diretor da Secretaria de Acompanhamento, Acreditação e Qualidade dos Cursos da Universidade de Sevilha; Carmen Jarén, presidente da Sociedade Espanhola de Agroengenharia e Manuel Pérez Ruiz, presidente da Comissão Organizadora do Congresso e Professor da Universidade de Sevilha. MAIS DE 750 INVESTIGADORES DA PENÍNSULA IBÉRICA O Congresso contou com 100 participantes inscritos e 96 artigos de excelente qualidade, o que permitiu que mais de 750 investigadores e professores da área de Engenharia
16 EVENTO Agroflorestal de toda a Península Ibérica se envolvessem neste evento. Durante três dias, foram debatidos em profundidade os últimos avanços em áreas como a agricultura de precisão, energia, projetos, tecnologia de estufas, construção e infraestruturas rurais, solos e água, etc. Este congresso consolida-se como um fórum de partilha de avanços no conhecimento científico que podem depois ser reunidos por outras associações do setor agroalimentar, mais orientadas para a transferência, para os “processar e reelaborar”, de modo a que cheguem às empresas e possam, efetivamente, ser aplicados para aumentar a eficiência e competitividade das mesmas e conseguir-se assim a transformação que procuramos no setor e na sociedade. Outro aspeto em destaque deste fórum foi a elevada presença de jovens investigadores que quiseram partilhar o seu trabalho no âmbito da agroengenharia. "É essencial que as novas gerações se envolvam nos desafios da agroengenharia, pois serão elas a impulsionar as inovações e descobertas que farão a diferença no futuro. Trata-se de um compromisso partilhado entre a juventude e os veteranos, essencial para avançarmos com coragem rumo a um futuro melhor", afirmou Manuel Pérez Ruiz, diretor do Mestrado em Agricultura Digital e Inovação Agroalimentar da Universidade de Sevilha. O último dia do congresso foi dedicado a uma visita técnica ao grupo empresarial alimentar Ybarra, uma referência na Andaluzia e um dos maiores em termos de volume de negócios em Espanha. Está presente em mais de 90 países. Fundado em 1842, surgiu dedicando-se à produção de azeite. Mais tarde, alargou o negócio ao mercado das maioneses, molhos, vinagres, legumes, azeitonas, tomates e sal. Além disso, este centro industrial, dotado de 550 equipamentos de produção e 15 linhas de embalamento de molhos e óleos, conta com a tecnologia “Mes 4.0” para gerir o gás, o ar comprimido e o vapor. Trata-se de uma indústria 4.0 que dispõe de uma rede de comunicações industriais de fibra ótica e de um sistema central de supervisão e controlo. Toda a informação dos processos produtivos é conhecida e analisada em tempo real e o sistema de supervisão está preparado para integrar novas tecnologias que possam surgir no futuro. REFLEXÕES O congresso também nos deixou algumas mensagens muito contundentes sobre as quais devemos refletir: (1) as consequências da renúncia europeia à sua independência tecnológica, (2) a necessidade de demonstrar o benefício económico da adoção de tecnologias através da experimentação aplicada nas explorações agrícolas, de modo a que os agricultores incorporem as inovações que se estão a desenvolver nos centros de investigação, (3) a utilidade dos modelos de inteligência artificial para ajudar a resolver problemas complexos com a necessária colaboração humana, (4) os biocombustíveis podem ser uma alternativa eficaz à utilização de combustíveis fósseis para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, e (5) a conveniência de abordar a resolução de problemas em sistemas complexos, como o agrícola, com equipas de trabalho multidisciplinares. O Congresso Ibérico de Agroengenharia, que se realiza bianualmente, voltará a ser realizado na cidade portuguesa de Coimbra em 2025, naquela que será a sua décima terceira edição. n
18 Agritechnica 2023: reencontro global A Agritechnica 2023 termina com uns espetaculares 470 mil visitantes e, sobretudo, com a ótima sensação que deixa no setor o reencontro presencial, quatro anos depois. Ángel Pérez A Agritechnica voltou a ser o ponto de encontro do setor agrícola durante uma semana, quatro anos após a realização da edição anterior. A solidez do certame alemão voltou a ficar patente. O tema escolhido desta vez foi “Produtividade Verde”, com base no facto de o setor agrícola ter de se adaptar às condições atuais em constante mudança. No futuro, os aumentos de produtividade devem ser alcançados com uma utilização menos intensiva dos fatores de produção, protegendo simultaneamente o ambiente e a natureza. Isto faz com que a inspiração e as soluções através do progresso técnico e profissional sejam ainda mais importantes. Prova disso foram as 251 candidaturas apresentadas ao Concurso de Inovações, junto ao espaço especial reservado no Pavilhão 11 para as empresas emergentes. Para além da exposição, foram reservados espaços especiais onde 470 especialistas internacionais realizaram centenas de apresentações e reuniões. “A Agritechnica é um evento único com uma dimensão global. O intercâmbio profissional internacional de forma presencial é o seu eixo de atuação. As inúmeras conversas e debates aprofundados entre expositores, especialistas e visitantes de todo o mundo fazem da feira não só a principal montra das mais recentes tecnologias, mas também um local valioso onde as pessoas do setor podem estabelecer contactos pessoais, partilhar conhecimentos e construir relações a longo prazo. Na Agritechnica, não são raras as vezes em que os profissionais estabelecem um intercâmbio profissional com engenheiros e especialistas em digitalização, algo que dificilmente é possível na vida quotidiana”, destacou Tobias Echberg, diretor da DLG Service. Outro aspeto salientado no certame é o facto de as empresas agrícolas A percentagem de visitantes internacionais aumentou três pontos, passando de 31% para 34%.
19 na Europa já estarem a enfrentar os efeitos das alterações climáticas ou a preparar-se para os mesmos. Os dados disponibilizados pela Sociedade Agrícola Alemã (DLG) indicam que mais de 90% planeia investir em nova tecnologia nos próximos dois anos, adaptando as suas estratégias agrícolas ao aumento dos custos dos fatores de produção, utilizando os mesmos de forma mais eficiente e mantendo a produtividade. NÚMEROS Num momento particularmente conturbado, marcado por diferentes acontecimentos de alcance global, a Agritechnica 2023 conseguiu reunir 470 mil visitantes de 149 países. Dois terços chegaram da Alemanha, ao passo que dos internacionais, 84% vieram da Europa e notou-se um aumento especial dos provenientes da América Central e do Sul. A tendência da crescente participação internacional também foi confirmada entre os expositores. Foram 2812, de 52 países, que ocuparam 24 pavilhões do enorme recinto de exposições de Hannover, segundo os dados disponibilizados no próprio recinto de exposições pela DLG, a organizadora do evento. No âmbito do programa técnico da Agritechnica, cerca de 400 especialistas, que participaram em mais de 300 eventos profissionais, deram resposta a muitas das questões do futuro, colocando os temas da produtividade e da conservação de recursos num grande cenário internacional. No âmbito do programa técnico da Agritechnica, cerca de 400 especialistas, que participaram em mais de 300 eventos profissionais, deram resposta a muitas das questões do futuro, Foram realizadas várias dezenas de conferências de imprensa, especialmente durante os dois primeiros dias da exposição. A galega Laura Vallejo Castro recebeu o prémio de melhor Agri Instragrammer internacional.
20 colocando os temas da produtividade e da conservação de recursos num grande cenário internacional. PARTICIPAÇÃO Com as suas inúmeras inovações e conceitos premiados, a Agritechnica 2023 serviu como um importante guia de mercado para lançamentos de produtos e novas soluções disponíveis. Um total de 251 produtos foram inscritos nos “Prémios de Inovação”, ao passo que os conceitos visionários se destacaram nos “DLG-Agrifuture Concept Winner 2023”. E com o “Troféu Systems & Components”, a indústria fornecedora demonstrou o seu papel como motor de inovação para o setor da maquinaria agrícola. O programa para jovens profissionais do setor agrícola gozou de grande popularidade entre o segmento de visitantes mais jovens, tanto com o Dia do Jovem Agricultor na quinta-feira da feira como com a área “Campus & Career”, onde a DLG e os seus parceiros apresentaram um amplo programa de informação e aconselhamento sobre todos os aspetos da carreira profissional. Dado que muitas empresas agrícolas estão atualmente em processo de entrega das suas explorações, os jovens empresários potenciais esforçam-se por tomar as melhores decisões de investimento. O DLG Spotlight sobre “Agricultura inteligente“apresentou o estado atual da automatização e da conetividade na agricultura. Os expositores apresentaram as suas soluções digitais de agricultura inteligente para uma maior eficiência e sustentabilidade. O evento”Agrofood start-ups”, destinado a fundadores de empresas dos setores agrícola e alimentar, reuniu empresários criativos de todo o mundo com investidores, estimulando assim o progresso técnico. A estreia de “Drive Experience”, numa pista de testes no local, ofereceu a oportunidade de testar tratores equipados com sistemas de propulsão alternativos. O que também foi novidade foi o programa “Inhouse Farming”, que atraiu muitos agricultores para explorar novos ramos da agricultura. Systems & Components complementou a proposta da Agritechnica como um foco técnico, encontro industrial e plataforma B2B para a indústria fornecedora. O prémio de inovação “Systems & Components Trophy - Engineers' Choice” apresentou os últimos desenvolvimentos e inovações no campo dos componentes para maquinaria agrícola e setores relacionados. INQUÉRITO ENTRE OS EXPOSITORES A empresa suíça Wissler & Partner Trade Fair Marketing realizou um inquérito entre todos os expositores, tendo obtido 1927 respostas, o que representa uma avaliação preliminar do evento. 89% (89% também em 2019) obtiveram um resultado global positivo da sua participação. 67% (65% em 2019) classificam-no como bom ou muito boa, 22% (23%) como satisfatório e 8% (8%) como menos satisfatória ou mau. 79% (79%) receberam um número muito elevado, elevado ou satisfatório de visitantes no seu stand, ao passo que 84% (84%) classificaram a qualidade profissional dos visitantes como boa, muito boa ou satisfatória. 79% (77%) dos expositores conseguiram novos contactos durante a Agritechnica 2023 e 55% (49%) frisaram que esses contactos foram “numerosos”. No que diz respeito às oportunidades de negócio na sequência da participação na feira de Hannover, 48% (45%) têm boas ou muito boas perspetivas e 28% (32%) têm perspetivas satisfatórias. MOTIVO DA VISITA PERCENTAGEM DO TOTAL (ANO 2019) Contacto com os fabricantes 30 (28) Informações sobre notícias e tendências 27 (31) Visão do mercado e da oferta 24 (24) Contactar redes e outros profissionais 18 (19) Informações sobre produtos, sistemas, aplicações... 16 (20) Estudar investimentos 12 (12) Manutenção de relações comerciais 11 (11) Procura de novos produtos e soluções internacionais 10 (16) Novos contactos 9 (7) Startups 7 (11) Reorientação profissional e procura de emprego 6 (5) Dia Internacional do Agricultor 6 (4) Programa técnico 5 (4)
21 PERFIL DO VISITANTE Segundo este mesmo inquérito, 96% dos visitantes expressaram uma opinião positiva do evento. E a dimensão empresarial dos mesmos foi muito diversificada: desde 10% (12%) que são responsáveis por superfícies entre 1 e 20 ha, até 9% (8%) que são responsáveis por 2001 ha ou mais. Neste sentido, os grupos mais numerosos são os que abrangem de 101 a 300 ha, com 28% (27%); de 51 a 100 ha com 20% (19%) e de 21 a 50 ha com 12% (12%). 70% (67%) dos agricultores por conta própria, gestores florestais e gestores têm intenção de investir nos próximos dois anos e 22% (22%) estão a ponderar fazê-lo. 58% (61%) dos visitantes que estiveram presentes na Agritechnica 2023 são profissionais do mundo da agricultura ou florestal, 16% (15%) do comércio/indústria e 26% (24%) de outros âmbitos. n “TODOS APRECIARAM A OPORTUNIDADE DE CONVERSAR PRESENCIALMENTE” “Como principal feira mundial de maquinaria agrícola, a Agritechnica 2023 demonstrou como a indústria é altamente inovadora. Após quatro anos, os expositores puderam finalmente voltar a apresentar ao mundo a sua riqueza de inovações”, afirmou Timo Zipf, diretor de projetos da Agritechnica. “Todos apreciaram a oportunidade de conversar presencialmente, os intercâmbios e as oportunidades de estabelecer contactos, bem como a possibilidade de fazer novos contactos comerciais”. “A criação de redes pessoais e a manutenção de contactos na Agritechnica são de um valor inestimável para todos os visitantes”, acrescentou Freya von Czettritz, diretora-geral da DLG Holding GmbH. “Com prémios como o «Woman in Ag» e o «DLG Agri Influencer Award», não só reconhecemos o trabalho de uma vasta gama de agricultores, como também os apoiamos na expansão das suas redes. O «Dealers Lunch», que se realizou pela primeira vez, reuniu também os melhores vendedores e jovens profissionais do comércio internacional de maquinaria agrícola”. A próxima edição da Agritechnica será realizada de 9 a 15 de novembro de 2025. Aglomeração para aceder ao recinto de exposições de Hannover à primeira hora do dia.
22 ERIC HANSOTIA, CEO DO GRUPO AGCO “Estamos empenhados em crescer, independentemente de como evolui o mercado” Ángel Pérez O CEO da AGCO Corp. não podia faltar a um encontro como a Agritechnica e, depois de assumir protagonismo na conferência de imprensa internacional, teve o honroso gesto de receber novamente a Interempresas para disponibilizar a sua opinião mais detalhada sobre a evolução da empresa e a situação atual e futura dos mercados, dando especial atenção ao mercado ibérico. Em setembro de 2022, quando cumpria o seu primeiro ano e meio como CEO do Grupo AGCO, teve a gentileza de conceder uma entrevista ao grupo Interempresas Media. Agora, que está prestes a completar o primeiros triénio no seu cargo atual, que balanço faz? Antes de mais, gostaria de dizer que estou absolutamente satisfeito por fazer parte da grande equipa da AGCO. Durante estes três anos tivemos de enfrentar diferentes desafios e obstáculos, como a COVID-19, a guerra na Ucrânia... mas, no final de cada dia, mantemos o foco nos agricultores, queremos ser a melhor Eric Hansotia, no stand da Precision Farming na Agritechnica 2023. empresa para eles. E se olharmos para os resultados, já conseguimos superar os 9.000 milhões de dólares de faturação nos três primeiros trimestres e fecharemos o ano perto dos 15.000 milhões de dólares, com uma melhoria da rentabilidade, investindo em mais 60% de engenheiros e na incorporação de mais empresas no grupo. E também estamos a desenvolver o maior acordo tecnológico da história do setor agrícola com a joint venture com a Trimble. Por isso, sentimos que estamos a promover muitas mudanças que farão uma grande diferença para os agricultores e para os seus rendimentos.
23 A AGCO tem três dos principais intervenientes do setor da maquinaria agrícola: Fendt, Massey Ferguson e Valtra. Como definem as estratégias em termos comerciais e de I+D, diferenciando ao mesmo tempo cada uma das marcas? Cada mercado, cada agricultor é diferente, com as suas próprias necessidades. Para aqueles que procuram a melhor tecnologia, alta produtividade ou inovações avançadas, temos a plataforma Fendt; para aqueles que necessitam de uma proposta de tecnologia e fiabilidade, contamos com a Massey Ferguson; a Valtra enquadra-se muito bem no canal Fendt, disponibilizando uma solução mais simples, mas também com elevadas prestações. Recentemente, tal como salientou na primeira resposta, a AGCO estabeleceu uma importante joint venture com a Trimble. As três marcas beneficiarão do acordo na mesma medida em termos de inovação e acesso a novas ferramentas digitais? Sem dúvida. Mas a Trimble não se limitará a apoiar a Fendt, a Massey Ferguson e a Valtra, mas também contiConferência de imprensa da direção da AGCO/Fendt na Agritechnica 2023. nuará a servir outras empresas e também o mercado de reposição, para atender aqueles clientes que pretendam atualizar as suas máquinas. Tendo em conta a evolução que a AGCO tem vindo a mostrar nos últimos anos, que planos estratégicos têm em relação à rede de distribuição? Que perfil de concessionário procuram? Na Europa contamos com dois canais: um para a linha completa da Massey Ferguson e outro combinado para a Fendt e Valtra. Em ambos ocorrem mudanças, e todas as “A Trimble não se limitará a apoiar a Fendt, a Massey Ferguson e a Valtra, mas também continuará a servir outras empresas e o mercado de reposição”
24 mudanças são efetuadas com o fim de ajudar os nossos distribuidores a terem um desempenho mais elevado junto dos clientes. Na AGCO, o nosso foco incide sobre os agricultores (lema Farmer First) e medimos a reação dos clientes aos produtos, bem como a dos nossos concessionários. Trabalhamos com eles e os seus contributos ajudam-nos a melhorar e eles também podem ser mais eficazes e ir desenvolvendo e fazer crescer o negócio. Assim, os concessionários serão cada vez maiores, poderão investir mais em especialistas, em novas tecnologias e poderão até aumentar o seu raio de ação. O nível de exigência para os concessionários de cada um dos canais será diferente? Temos dois canais independentes, com produtos diferentes e formas distintas de chegar ao mercado. Mas o nosso objetivo é que todos os nossos concessionários, independentemente do respetivo canal, ofereçam o melhor apoio pós-venda e tecnológico do setor. Anunciaram uma reestruturação da divisão “Grain & Protein”. O que aconteceu com ela e quais são os vossos planos para o futuro? Após a joint-venture com a Trimble, pensamos que é um bom momento para dar um passo atrás e fazer uma análise para melhorar o desempenho acordado no negócio das proteínas e tomar decisões face ao futuro. Como é que nos vamos posicionar melhor? Estamos a analisar alternativas que possam impulsionar esse negócio, o qual temos intenção de reposicionar nos próximos meses. Há poucas semanas, confirmaram a vossa ausência na FIMA 2024. Por que razão tomaram esta decisão? Qual a vossa estratégia futura para as feiras? Se olharmos para o mercado em geral, vamos ser a empresa mais focada na indústria agrícola e acreditamos, de um modo geral, que os agricultores são consumidores de informação e interagem cada vez mais entre si. Consideramos que as grandes feiras comerciais centradas na mecanização, como a Agritechnica, são um excelente mecanismo capaz de reunir toda a gente, mas também nos vamos centrar nas ferramentas digitais, onde possam aprender todos os dias, a qualquer momento, sem sequer precisarem de ir ao concessionário. Por conseguinte, ajudaremos os nossos distribuidores para que sejam capazes de organizar demonstrações no terreno e para que possam estar em melhor posição de apoiar os seus clientes. Estamos focados nos agricultores e, se eles nos procuram, devemos ser capazes de lhes dar a resposta adequada. Que estratégia de aproximação e angariação de novos clientes vão aplicar em mercados como os ibéricos? O mercado ibérico é muito importante para a AGCO. Existem muitas famílias com várias gerações de agricultores e esperamos que assim continue a ser no futuro. Mas também notamos que existem diferentes perfis de agricultores aos quais podemos disponibilizar apoio através das nossas marcas, e é essa a nossa intenção face ao futuro. Nesta Agritechnica apresentaram tratores de alta potência na Valtra (Série S) e na Massey Ferguson (9S) e tratores de média/alta potência na Fendt (600 Vario). O que pode dizer sobre as culturas de alto valor? Continuaremos a investir. Estamos conscientes da importância de culturas como a vinha ou o olival nos mercados ibéricos e também estamos focados nas mesmas, como se pode ver pela excelente quota de mercado dos tratores Fendt no segmento das especialidades. Como vê o mercado para o próximo ano? Após dois anos excecionais, a situação voltará provavelmente à normalidade em 2024. Os agricultores obtiveram lucros muito bons, pelo que acreditamos que o mercado se vai manter forte, embora não tanto como em 2022 e 2023. E para a AGCO em particular, como será 2024? Este ano teremos o nosso melhor resultado de sempre e estamos empenhados em crescer, independentemente de como evolui o mercado. Vamos investir mais 45%, o que representa também um recorde de tecnologia colocada à disposição de cada vez mais agricultores. Acreditamos que podemos avançar mais rapidamente do que o restante mercado. n Membros da equipa da AGCO Power, divisão do grupo especializada em motores.
26 Argo Tractors triunfa duas vezes com a Landini e a McCormick no Trator do Ano 2024, na Agritechnica Duplo êxito extraordinário da Argo Tractors no Trator do Ano 2024, o prestigiado reconhecimento internacional que premeia a excelência na mecanização agrícola, concedido no dia 12 de novembro, em Hannover, na Alemanha. O Grupo Industrial, com sede em Fabbrico (Reggio Emilia, Itália), foi premiado em ambas as categorias em que foi nomeado: o Landini Rex 4-120GT RoboShift Dynamic foi o melhor no segmento Best of Specialized, enquanto o McCormick X5.120 P3- Drive ganhou o prémio Best Utility.
27 "É uma enorme satisfação – comenta o presidente da Argo Tractors, Valerio Morra – que premeia e certifica o compromisso do nosso grupo na produção de tratores de última geração, que respondam plenamente às exigências dos operadores e do mundo que nos rodeia, com um olhar atento à sustentabilidade e proativo para o futuro. Neste dia extraordinário quero agradecer especialmente a cada colaborador do nosso grupo que, apesar da sua dimensão internacional, preserva sempre o espírito de uma família unida. Um aspeto que, para nós, é motivo de orgulho e um dos nossos pontos fortes". "Compacto, sólido, versátil e conectado, o McCormick X5.120 P3-Drive é o trator agrícola ideal para o uso quotidiano na empresa agrícola". Esta foi a razão pela qual o McCormick X5.120 P3-Drive foi o melhor na categoria Best Utility. A principal novidade é representada pela nova transmissão P3 -Drive: 36+12 ou 48+16 com super-redutora, projetada e produzida inteiramente nas fábricas da Argo Tractors, permitindo combinar três PowerShift (HML) com quatro engrenagens robotizadas, oferecendo para cada gama 12 relações controladas automaticamente. Tudo é controlado confortavelmente através do ergonómico Joystick SmartPilot, aproveitando a função Auto PowerShift (APS) tanto no campo (AutoField) como no transporte por estrada (AutoRoad). Equipada com motor FPT F36 com emissões Stage V, 3,6 litros, quatro cilindros e 16 válvulas, a gama desenvolve uma potência de 95 a 114 CV sempre disponível e um binário máximo de 395 a 460 Nm, tudo num trator compacto com uma distância entre eixos de 2354 mm. Entre as outras características está o Advanced Driving System+ que permite a gestão avançada das funções de direção, enquanto a combinação de eixo e cabine suspensos garante alto conforto ao operador. “Com o Landini Rex4-120 GT Roboshift Dynamic, a Argo Tractors elevou a fasquia dos tratores especializados para vinhas e pomares”, é a descrição lisonjeira dos motivos do prémio Best of Specialized 2024. Aqui são destacadas as principais características da transmissão Roboshift, 48 AV + 16 RM com inversor eletro-hidráulico e com quatro marchas de condução e HML totalmente robotizados, gestão automática ou sequencial através do joystick SmartPilot Plus intuitivo que resume os controlos para as operações de condução e trabalho instalados no novo apoio de braço multifuncional ajustável. A versão Dynamic inclui a opção do sistema de condução autónoma que permite, com a ajuda de sensores integrados, a condução automática paralela entre filas, integrando o Advanced Driving System, ideal para absorver as rugosidades do terreno e otimizar o trabalho tanto no campo como na estrada. É o primeiro trator especializado com cabine suspensa que, aliado ao eixo dianteiro com suspensão hidráulica ajustável, garante um nível de conforto que supera os padrões da categoria. Da mesma forma, a eficiência do veículo é particularmente apreciada em termos de elevado desempenho, reduzido consumo de combustível e baixas emissões, tudo garantido pelo motor Stage V Deutz-AG de quatro cilindros, de 2,9 litros. O equipamento tecnológico é completado pelas tomadas ISObus e pelas soluções digitais Landini Farm e Landini Fleet & Remote Diagnostic Management. "O júri do Trator do Ano – conclui Valerio Morra – captou perfeitamente as peculiaridades das nossas propostas sempre vanguardistas graças ao extraordinário trabalho realizado na empresa e ao compromisso do nosso departamento de Investigação e Desenvolvimento. A Argo Tractors está consciente do papel fundamental desempenhado no setor da mecanização agrícola a nível global e de ter possibilidades concretas, capacidade e ferramentas para continuar a sua atividade com determinação e sucesso, apoiando o mercado, os clientes, os fornecedores e as empresas, com uma atenção constante “à sustentabilidade ambiental, à segurança e ao fator humano. Estes sucessos confirmam a força e a determinação na implementação de produtos e serviços de excelente qualidade". n
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