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18 TENDÊNCIAS renováveis não é um descobrimento novo. Os neandertais já extraiam breu da casca de bétula através da tecnologia do calor, a caseína era ummaterial polimérico na Idade Média, a borracha natural e a celulose foram bastante utilizados nos finais do século XIX e os precursores dos polímeros orgânicos ‘sintéticos’ a partir do petróleo, o gás e o carvão. No entanto, na atualidade, os polímeros baseados emmatérias-primas renováveis, como o PLA (ácido lático polimérico) ou o PE ‘verde’ baseado na cana de açúcar brasileira, são produtos de nicho. A presença das matérias- -primas provenientes dos restos das refinarias ou do processamento de gás e o carvão é demasiado dominante por todo o mundo. Porém, isto apenas se aplica de forma limitada à indústria europeia. A refinaria mais jovem da Europa foi inaugurada há mais de 50 anos, sendo que há mais de dez que muitas das suas unidades de produção estão encerradas: estamos a falar da ‘morte das refinarias’. Em contrapartida, na América do Norte e sobretudo na Ásia, continua- -se a construir e projetar refinarias a grande escala. A conversão da produção de energia através de fontes renováveis abre novas possibilidades de cálculo para a cadeia de valor europeia dos polímeros em termos de balanço energético e de pegada de carbono. Isto faz com que as fontes de matérias-primas alternativas para a produção de polímeros também se comecem a tornar economicamente viáveis. Na K 2022 foram apresentadas abordagens neste sentido, que incluem, por exemplo, a extração de carbono do CO2 (Carbon Capture Utilisation CCU), ou seja, um problema de resíduos pode tornar-se em matéria-prima! DIGITALIZAÇÃO: POSSIBILIDADE DE CONECTAR EM REDE OS PROCESSOS DE FABRICO As redes digitais e as possibilidades de interconexão estão presentes em diferentes etapas da cadeia de valor da indústria do plástico. Para a indústria produtora, como subsetor da indústria química, com os seus grandes sistemas de produção, a conexão em rede das unidades de produção que produzem continuamente a partir de líquidos e gases é uma prática estabelecida desde há muito tempo. Naturalmente, as possibilidades digitais de controlo são amplamente utilizadas, já que, de outra forma, o manuseamento dos sistemas altamente complexos e interdependentes na sua forma atual é inconcebível. Estamos a falar da supervisão em rede digital dos fluxos de matérias-primas e produtos na área da produção, também por toda a indústria para lá dos limites da empresa. E, também aqui, encontramos uma ligação à economia circular e à proteção climática. Este tema foi especialmente abordado na exposição especial do pavilhão 6, organizada pela associação de produtores Plastics Europe, com numerosas demonstrações, conferências e debates. Ainda no campo da digitalização, uma das principais alterações nos equipamentos utilizados para a transformação de plásticos e borracha foi a passagem da filosofia ‘stand alone’, em que cada equipamento operava com um sistema próprio patenteado, para soluções de interconexão com estruturas de controlo superiores. Na K 2022, todos os grandes fabricantes de sistemas, máquinas e dispositivos periféricos apresentaram estas opções de conexão. O acrónimo mágico é o OPC UA, que significa 'OpenPlatformCommunication Unified Architecture'. As novas gerações de quase todos os sistemas de controlo dispõemde uma interface correspondente. Isto significa que, no que diz respeito àsmáquinas, já não existem obstáculos no caminho para o controlo totalmente digitalizado de processos e operações no processamento, pelo menos para as novas instalações. No entanto, a reconversão e a integração nas máquinas existentes continuarão a ser um desafio nos próximos anos. Também não é claro quem irá oferecer os programas de OPC UA com os quais as empresas transformadoras possam executar e adaptar as suas condições e processos específicos. Porém, é claramente reconhecível que a aplicação destas possibilidades na prática operacional diária é o passo lógico rumo à seguinte etapa de valor acrescentado, também por parte das pequenas e médias empresas de processamento de plásticos. No entanto, a questão da soberania dos dados continua a ser controversa. Tal como os grandes produtores do lado das matérias-primas, as multinacionais da indústria automóvel estão a liderar a integração digital do controlo de processos e operações do lado dos clientes. Como consequência, Foto: Messe Düsseldorf, Constanze Tillmann.

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