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17 TENDÊNCIAS despertou grande interesse entre os visitantes. Com a proibição da importação de plásticos usados desde janeiro de 2018, o importantemercado da China sofreu uma alteração de rumo em direção à economia circular, o que impulsionou várias empresas deste mercado, tal com foi possível ver na K 2022, o primeiro grande ponto de encontro do setor depois da pandemia. A introdução da economia circular não deixará de lado nenhumdos pontos da cadeia de valor. A transformação terá de ser global. Por isso, todos os envolvidos devem juntar-se ao debate, incluindo políticos, ONGs e outros grupos sociais implicados. Isto é importante, entre outras coisas, porque toca outro tema que está a impulsionar a indústria: a crescente falta de jovens talentos. Os conceitos de um futuro convincente aumentam a atratividade da indústria do plástico para os jovens. PROTEÇÃO CLIMÁTICA: QUESTÃO CHAVE QUE TAMBÉM AFETA A INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS Toda a atividade industrial humana requer energia e matérias-primas. A humanidade está a começar a sentir ‘na pele’ que o método de geração de energia a partir da combustão de recursos fósseis, até agora utilizado com tanto sucesso, não é sustentável a longo prazo. A consequente libertação massiva de dióxido de carbono provoca o aquecimento da atmosfera terrestre. Isto, por sua vez, modifica as condições climáticas até ao ponto de colocar em causa a sobrevivência da humanidade como um todo. A indústria do plástico pode, quer e temde enfrentar esta questão existencial. Como tal, o conselho consultivo da K 2022 fixou a proteção climática como outro dos seus objetivos. Naturalmente, já se está a fazer muito para nivelar o CO2 dos plásticos através da aplicação da economia circular. A reciclagem de materiais, e o consequente abandono da incineração, faz com que os gases de carbono não se libertem, permanecendo unidos de forma sustentável nas cadeias de polímeros. Mas isto não será suficiente. Por um lado, as questões de produção de energia sustentável e da eficiência energética associada são de elevada importância para todas as indústrias. Por outro, mais de metade da borracha e cerca de 99% dos plásticos são produzidos a partir de recursos fósseis, embora a sua produção seja principalmente feita com o que sobra da produção de energia a partir do petróleo, gás ou carvão que não seja possível utilizar para esse fim. Ambas as questões estão relacionadas principal e essencialmente com a produção de polímeros. Na cadeia de valor dos plásticos, a indústria química é, de longe, a que mais energia exige para a produção de cadeias de polímeros. Uma vez produzidos, os polímeros requerem pouca energia para serem transformados em produtos quando comparados com os materiais inorgânicos, minerais ou metálicos. E este é um dos fatores económicos mais importantes para o seu sucesso. Na K 2022, diversos produtores apresentamos seus conceitos e as primeiras abordagens práticas para o fornecimento de processos a partir de fontes de energia renováveis, como a energia eólica. Neste aspeto, as empresas europeias costumammostrar-se pioneiras a nível mundial, já que os vínculos tradicionais com a petroquímica não são tão fortes como nas regiões com grandes reservas de recursos fósseis. Se este primeiro passo for dado, a aplicação nas restantes etapas da cadeia de valor será uma tarefa comparativamente simples. FOCO NAS MATÉRIAS-PRIMAS PARA A PRODUÇÃO DE POLÍMEROS A questão da base de matérias-primas é também umdesafio impotante para a indústria produtora, ainda que não seja o único. O facto de que os hidrocarbonetos, como base dos polímeros, também estejam disponíveis em abundância nas matérias-primas A indústria do plástico pode, quer e tem de enfrentar o problema das alterações climáticas Foto: Messe Düsseldorf, Constanze Tillmann.

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