BM20 - InterMETAL

ENTREVISTA 15 O Manuel tem vindo a assumir um papel preponderante na AMOB. Está para breve a passagem de testemunho do seu pai para si? Esta passagem de testemunho, como diz, é um processo natural, que acabará por acontecer dentro de dois ou três anos. Eu sempre tive uma ligação muito grande à AMOB. Ao longo dos anos, passei muito tempo na empresa e fui, naturalmente, tendo noção do trabalho realizado em todas as áreas. Desde o início de 2019 que estou cá a tempo inteiro e acompanho o dia a dia de todos os departamentos, de forma transversal, do comercial à produção, passando pelo projeto. Estou, aliás, muito envolvido no desenvolvimento de novos produtos. Neste processo, os colaboradores da AMOB têm tido um papel fundamental, ao passarem-me os seus conhecimentos nas diversas áreas da empresa. Esta alteração reflete-se, de alguma forma, no funcionamento da empresa e na forma como se apresenta ao mercado? Eu diria que não há alterações no funcionamento da empresa, mas há na forma como ela se apresenta ao mundo, com uma comunicação mais consistente, clara e assertiva acerca da nossa atividade e do que temos para oferecer ao mercado. Desde que eu e a minha irmã começámos a assumir mais responsabilidades na AMOB temos tido a preocupação de tornar a marca mais conhecida e apetecível. Fizemos um rebranding de toda a imagem da empresa, incluindo o logotipo e website, e apostámos muito na comunicação externa. De facto, é notória a vossa aposta numa maior presença digital… Hoje, a presença digital é fundamental, principalmente porque nos permite chegar a clientes que estão geograficamente mais afastados. É, sem dúvida, onde estamos a apostar mais, com o objetivo de mostrar ao mundo quem é a AMOB e que soluções oferece. E a verdade é que já é uma aposta ganha. Mantém a intenção de transformar cada cliente num amigo, como dizia o seu avô, António Barros, fundador da empresa? Mantenho! Antes de mais porque os clientes são quem nos alimenta, dependemos deles para continuar de portas abertas. Mas também porque eles nos dão algo muito valioso: o feedback acerca do funcionamento das máquinas, de que precisamos para melhorar os nossos produtos. No fundo, se tivermos essa boa relação, os nossos clientes podem funcionar quase como mais um elemento do nosso departamento de I&D. Isto permite-nos melhorar o produto e permite ao cliente ter um produto melhor. É, sem dúvida, uma relação ‘win-win’, de mútuo benefício. Há quatro anos, a AMOB faturava 20 milhões de euros, a maioria nos mercados externos. Qual é o vosso volume de negócios atual e que percentagem corresponde a exportações? Se tivermos em conta apenas a AMOB Portugal, continuamos com um volume de negócios na casa dos 20 milhões de euros. Mas, nos últimos quatro anos, abrimos várias subsidiárias em diversos pontos do mundo, que faturam diretamente. Se considerássemos também a faturação destas, estaríamos neste momento nos 25 milhões de euros, com uma percentagem de exportações a rondar os 90%. Dessa percentagem, 70% corresponde a exportações intracomunitárias. Quais são os mercados com maior peso na vossa faturação? Felizmente, estamos implementados em mercados geograficamente muito diversificados. Não há nenhum mercado no mundo que represente mais do que 10% da nossa faturação. Na Europa, temos clientes em praticamente todos os países, desde Espanha, à Alemanha, Reino Unido, Itália, todos com valores muito equilibrados e muito próximos uns dos outros. E no que respeita aos setores? Felizmente, as máquinas de curvar tubo aplicam-se a todo o tipo de setores (de A a Z, como diz o meu pai). Tanto vendemos máquinas a quem faz mobiliário metálico como a quem faz navios de 300 metros de comprimento. Temos máquinas que curvam tubos de 10 milímetros de diâmetro e máquinas que curvam tubos do tamanho das máquinas que curvam os tubos de 10 milímetros. Portanto, também neste aspeto, não temos um setor cliente dominante, que represente mais de 15-20% da nossa faturação. "Graças à gestão familiar da empresa, conseguimos ter a flexibilidade necessária para que a tomada de decisão de lançamento de novos modelos possa acontecer de forma célere e sem burocracias", assegura Manuel António Barros, membro da terceira geração da família fundadora da AMOB

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