BM19 - InterMetal

ENTREVISTA 14 Têm vindo a surgir empresas que tiram partido das valências do país neste setor para desenvolver equipamentos de alto valor acrescentado. Mas, são poucos exemplos. O que falta para darmos esse salto? Temos vários fabricantes de tecnologia, como a Cheto, a Moldmak, a Adira e a CEI, para citar apenas alguns, que são casos de sucesso a nível internacional. A Adira, inclusive, tem feito um investimento notável em digitalização e na indústria 4.0. Mas também temos várias empresas no subsetor da fundição a investir nesta área, como a Fundiven ou a Ferespe, por exemplo. Por outro lado, são vários os exemplos de empresas do setor que, além do investimento em tecnologias de produção, têm apostado fortemente na produção de peças técnicas de elevado valor acrescentado. Estamos a falar de empresas que trabalham em regime de subcontratação para grandes grupos de vários segmentos da cadeia de valor e que produzem peças para vários setores, o que lhes dá uma grande capacidade de adaptação e lhes permite ‘fintar’ as crises com mais facilidade. Mas, concorda que há espaço para crescer? Sim, há imenso espaço para crescer. A falta de mão de obra, de que a grande maioria das empresas se queixa, pode ser um entrave ao crescimento futuro? Já é um entrave importante. As novas gerações simplesmente não estão disponíveis para trabalhar no chão de fábrica. Para contornar este problema, temos de criar condições, nas nossas empesas, para diluir progressivamente a fronteira entre o trabalho manual (muito estigmatizado) e o trabalho intelectual. Os jovens querem estar envolvidos em processos criativos, querem pensar, conceber, criar e não meramente executar. Esta dificuldade tem sido, de algum modo, mitigada pela imigração. Mas esta é uma solução transitória. Rapidamente, os filhos destes imigrantes vão passar a pensar da mesma maneira que pensam os jovens portugueses. No âmbito desta problemática, importa dizer que, muitas vezes, ouvimos críticas ao investimento em tecnologia como se a intenção da indústria fosse diminuir os postos "A substituição dos perfis profissionais nas empresas é uma necessidade premente, temos de inverter o rácio entre os postos de trabalho de alto valor acrescentado e os de baixo valor"

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