12 NEUTRALIDADE CARBÓNICA a partir de minérios neutros para o clima até 2050, devem ser desenvolvidas novas rotas de processo à escala industrial. PRODUTORES DE AÇO NO CENTRO DO DEBATE SOBRE O CLIMA A indústria siderúrgica é aqui o “principal infrator”. A produção de aço utilizando altos-fornos já funciona nos parâmetros ideais do processo também em termos de redução de CO2. A neutralidade climática e/ou uma nova redução drástica das emissões de gases com efeito de estufa só pode ser alcançada comuma mudança tecnológica dispendiosa: passando do carvão de coque para o hidrogénio e a eletricidade a partir de energias renováveis, bem como expandindo ainda mais a economia circular. Antes de mais, os altos-fornos têm de ser substituídos por redução direta baseada em hidrogénio (via DRI). Ao contrário dos altos-fornos a carvão de coque, na redução direta à base de hidrogénio, o componente de oxigénio é reduzido a partir do minério de ferro com a ajuda do hidrogénio nas instalações de redução direta, na sua maioria fornos de cuba. Como material utilizado para a produção de aço, produzem um ferro-esponja sólido, o chamado DRI (Direct Reduced Iron), em vez de ferro-gusa fundido de um alto-forno. O hidrogénio substitui o carvão, as energias renováveis os combustíveis fósseis. O subproduto aqui emitido é água em vez de CO2. Sendo um dos grandes emissores de CO2, a indústria siderúrgica temamaior alavanca em termos de descarbonização. A utilização de uma tonelada de hidrogénio verde na produção de aço poupa 26 toneladas de dióxido de carbono em comparação com a rota clássica do alto-forno à base de carvão. Isto significa que a indústria siderúrgica é também a garantia para o estabelecimento de uma economia do hidrogénio, como sublinha o Instituto Wuppertal num estudo atual sobre a descarbonização da indústria. Segundo as contas da ‘Wirtschaftsvereinigung Stahl’ (Federação Alemã do Aço), aproximadamente 30% do aço bruto na Alemanha é produzido utilizando o processo de aço elétrico; 70% da produção de aço acontece utilizando o alto-forno. Supondo que a eletricidade para o forno de arco fosse obtida exclusivamente a partir de energias renováveis, o aço elétrico seria, teoricamente, a solução para a neutralidade climática. Mas não foi apenas a escassez de resíduos e a falta de energia verde que colocaramentraves ao processo. A produção de aço a Os sistemas clássicos para a produção de gusa na indústria do aço - como o alto-forno 5 da Rogesa em Dillinger Hüttenwerke - trabalham em pleno. Uma vez que os altos-fornos reduzem o minério de ferro com a ajuda de coque à base de carvão, são responsáveis por cerca de 90% das emissões de CO2 na indústria siderúrgica. O futuro pertence ao hidrogénio e à redução direta. Foto: WV Stahl/Rogesa
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