BF2 - iALIMENTAR

ENTREVISTA 29 consuma cerca de 700 litros de água, ou seja, seis litros de água por dia. A coordenação geral do projeto será assumida pela FPAS, com vista ao desenvolvimento de atividades de cooperação no domínio da assessoria téc- nica; congregação das competências existentes entre as várias entidades nas áreas identificadas nos planos de ação que forem estabelecidos no âmbito do proto- colo de parceria; estabelecimento de redes no estudo sobre as práticas ambientais em suinicultura, identifi- cando medidas de adaptação; participação em projetos de investigação científica; participação em projetos de desenvolvimento experimental. O Centro Tecnológico para a Suinicultura é outra das prioridades para o seu mandato. Quem está envol- vido? Vai incidir sobre a produção e a transformação? A FPAS assinou um contrato de parceria com a Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS) para a criação do Centro Tecnológico para a Suinicultura ‘Exploração-Escola’. Este será um centro estratégico de formação e qualifica- ção que, numa primeira fase, incidirá sobre a recuperação das infraestruturas existentes, construção de raiz de uma exploração para cerca de 500 porcas reprodutoras em ciclo fechado, recuperação dos pavilhões de engorda já existentes, bem como um laboratório de inseminação artificial. Este é um centro de formação suinícola que permitirá o ensino e/ou reciclagem de conhecimentos dos trabalhadores ou futuros trabalhadores do setor, com ou sem formação técnica anterior, para o exercício de funções desde o trabalho indiferenciado a atividades altamente especializadas. Serão ainda realizadas aulas práticas das diferentes disci- plinas ministradas na ESAS, trabalhos de fim de curso de alunos da ESAS ou de outros estabelecimentos de Ensino Agrário e Veterinário. Além da componente pedagógica, o Centro Tecnológico para a Suinicultura será também um espaço de ensaios e testes de diferentes tipos de equipamentos e produtos comerciais, como fármacos ou alimentos; fornecimento de carcaças ou peças de carne para ensaios alimentares ou outros; fornecimento de efluentes líquidos ou sólidos para incorporação nos solos agrícolas e florestais da região e realização de ensaios e estudos; ações de sensibilização e esclarecimento sobre a produção de suínos para consumo humano, com visitas de estudo ou outras. Como estão a ser os resultados da marca ‘Porco.PT’? Pode dar-nos alguns números? A marca ‘Porco.PT’ foi criada em 2017 como resposta à necessidade manifestada pelos consumidores portu- gueses em reconhecerem facilmente a origem da carne nacional, garantindo adicionalmente um processo de cer- tificação tendo em conta aspetos de bem-estar animal, alimentação e rastreabilidade. Em 2018 foi ainda criada a gama ‘Porco.PT Premium’ na qual foram introduzidos no caderno de especificações critérios conducentes a uma maior qualidade da carne da carne do ponto de vista sensorial. A aceitação por parte dos consumidores foi inequívoca como demonstra a atribuição da certifi- cação ‘Cinco Estrelas’ durante quatro anos consecutivos, com taxas de aprovação superiores a 80%. No total das duas gamas, o ‘Porco.PT’ chegou a represen- tar em 2019 cerca de 15% do mercado da carne de porco em Portugal. Daí para cá vem-se reduzindo essa quota de mercado, fruto da resistência de algumas insígnias da distribuição ao sucesso do projeto, tendo estacionado nos últimos dois anos abaixo dos 10% e representando no segundo trimestre de 2021 8,4% do total de carne de

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