BF11 - iAlimentar

30 TECNOLOGIAS PARA RASTREABILIDADE dade para o corrente ano. Começa pela hiper-automatização que tira partido de tecnologias como a IA, a ML ou a automatização de processos robóticos (RPA). Refere também o desenvolvimento da representação digital em tempo real da cadeia de abastecimento (Digital supply chain twin), que possibilita uma visão completa e atualizada das operações. Além disso, aponta para as tecnologias imersivas, como a realidade virtual (RV), aumentada (RA) e/ou mista (RM), que irão contribuir para a criação de experiências avançadas para os utilizadores, melhorando a interação e compreensão. A integração de tecnologias de IA, de Analítica ou de data intelligence permitirão o acesso a relatórios em tempo real e previsões relevantes, contribuindo para a capacidade de análise e interpretação e para a gestão mais eficaz da cadeia de abastecimento. Finalmente, antecipa-se ainda uma maior ênfase na sustentabilidade, com soluções que integram práticas amigas do ambiente, refletindo uma abordagem mais consciente e responsável na gestão da cadeia de abastecimento, acrescenta Diogo Cardoso. OPORTUNIDADES E DESAFIOS DA RASTREABILIDADE A rastreabilidade contribui para a melhoria da segurança alimentar e da qualidade, ao permitir recolher produtos defeituosos rapidamente, protegendo deste modo a saúde dos consumidores. Além disso, rastrear produtos, em tempo real, evita atrasos e perdas, contribuindo para a eficiência operacional das empresas, explica Cláudio Marinho. De um ponto de vista de oportunidades, a rastreabilidade tem vindo a ser potenciada pelo comércio eletrónico, devido à maior exigência dos consumidores, que querem saber mais sobre a origem e a qualidade dos produtos que pretendem comprar. A IoT e o blockchain podem ser a chave para tornar a rastreabilidade mais acessível e eficiente. Além disso, padrões globais de rastreabilidade possibilitam às empresas chegar com mais confiança a novos mercados internacionais. Mas há também desvantagens e cuidados a ter. A rastreabilidade pode implicar custos significativos que podem desencorajar empresas de menor dimensão. A estes custos está associada a complexidade da integração e gestão das soluções em cadeias de abastecimento. Existe ainda um trabalho de sensibilização a fazer em determinados elos da cadeia de valor, mais resistentes à mudança, um aspeto destacado por Diogo Cardoso. Finalmente, é necessário melhorar a eficiência do processamento de dados, uma vez que a coleta massiva de dados pode sobrecarregar sistemas. A cibersegurança não pode ser descurada, em particular quando a crescente interconexão digital abre portas aos ciberataques. Deve trabalhar-se para a padronização dos sistemas para evitar dificuldades de interoperabilidade entre parceiros. E é necessário ainda ter em conta o comportamento do consumidor: “uma implementação inadequada ou comunicação deficiente sobre a rastreabilidade pode gerar desconfiança ou resistência por parte dos consumidores”, conclui Cláudio Marinho. n Foto: © Toshiba JaJa. O QUE É A RASTREABILIDADE? Em termos oficiais, a rastreabilidade é a “capacidade de detetar a origem e de seguir o rasto de um género alimentício, de um alimento para animais, de um animal produtor de géneros alimentícios ou de uma substância, destinados a ser incorporados em géneros alimentícios ou em alimentos para animais, ou com probabilidades de o ser, ao longo de todas as fases da produção, transformação e distribuição”, explica o regulamento n.º 178/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 28 de Janeiro de 2002.

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