BA8 - Agriterra

60 VITICULTURA A sustentabilidade começa na vinha Rega gota-a-gota, diminuição de pesticidas, alteração da morfologia do terreno, utilização de painéis fotovoltaicos, novos equipamentos e técnicas para reduzir o consumo de água. Os produtores portugueses recorrem-se da inovação (mas também de tradições antigas) para conseguir ter um bom produto e reduzir a pegada de carbono. Alexandra Costa A sustentabilidade é um termo que já entrou no léxico dos portugueses nas várias áreas da economia. Inclusive nos produtores de vinho. E, apesar de apenas os Vinhos do Alentejo terem avançado comuma certificação oficial, produtores um pouco por todo o País já têm algumas medidas sustentáveis. A Casa Relvas é um bom exemplo disso mesmo. A empresa há já muito tempo – diga-se, desde os anos 90 – que adotou um conjunto de práticas que considerou serem vantajosas para a manutenção da biodiversidade da propriedade. Medidas que, quando os Vinhos do Alentejo criaramo Programa de Sustentabilidade, lhe permitiram obter, desde o início (2016), excelentes classificações. Alexandre Relvas, CEO da Casa Relvas, adianta que apesar de o resultado das primeiras avaliações ter apontado diversos pontos de melhoria “estávamos bastante avançados na avaliação do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo”. O programa tem a vantagemde abordar o tema da sustentabilidade emdois aspetos essenciais: na vinha e na adega. Porque um complementa o outro. E quer num ponto quer noutro, há algo extremamente importante: a gestão da água. Sobre isso Alexandre Relvas, CEO da Casa Relvas, revela que essa foi sempre uma das áreas “onde mais investimos nos últimos anos”. O executivo refere mesmo que o investimento passou por diminuir a quantidade de água usada por garrafa produzida – que há cerca de 10 anos era de cerca 5 litros e hoje diminuiu para 1,5 litros. Algo que foi conseguido através de passos simples, com palestras, com consciencialização, com trocas demangueiras e comumolhar sempre atento à melhoria. O passo seguinte foi o de reciclar essa água, por forma a que seja utilizada na rega. Já a Quinta de Monte d’Oiro não tem esse problema. Pelo menos na vinha, dado que toda ela é de sequeiro. No caso da vinha propriamente dita, hoje a rega gota-a-gota está amplamente difundida. A tendência agora passa por análises constantes ao solo (e à planta) por forma a dar-lhe apenas a água que necessita. Nemmais, nemmenos.

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx