29 FRUTOS SECOS Idanha-a-Nova - e uma segunda fase que implica atingir os 5.000 hectares de plantação. A primeira colheita, em 2020, foi algo simbólica, mas importante, porque, como refere Gustavo Ramos, só deveria ocorrer em 2021. A explicação, refere, está no “correto manejo da cultura, seja na parte da adubação, seja na parte da proteção da planta”, a par, claro, do clima. Se é certo que durante todo o seu ciclo de vida há que ter cuidado e proteger a cultura, isso é especialmente importante nos dois primeiros anos após a plantação, altura em que a planta ainda se está a desenvolver. Não se trata tanto de dar mais suplementos, mas sim, como sublinha Gustavo Ramos, de dar suplementos diferentes. Porque a planta ainda está em desenvolvimento. “A partir do momento em que ela começa a dar frutos toda a adubação e bioestimulantes têm de estar centrados para uma árvore que dá frutos”, afirma, acrescentando que, nessa fase, “temos de suprir as necessidades que aquela árvore tem, produzindo frutos”. Para conseguir saber essas necessidades a empresa faz regularmente análises ao solo, à planta e à água. “A água pode aportar nutrientes que se já são dados pela água, e que não é necessário dar de forma artificial”, aponta, acrescentando que é diferente uma planta que começa a dar fruto – tipicamente 500 a 600 quilos de miolo por hectare – de uma planta em plena produção (2.500 quilos de miolo por hectare). “A planta tem necessidades diferentes e nós temos sempre de suprir essas necessidades”. É claro que ao longo do tempo podem surgir problemas que têmde ser combatidos. É o caso de fungos, insetos, etc. Que são combatidos de forma preventiva. A empresa, por exemplo, temuma estaçãometeorológica que é utilizada para controlar o clima: humidade, calor, frio, etc. Sempre que os valores se diferenciam dos parâmetros previamente definidos disparam alarmes. A par disso, a Veracruz faz de forma assídua análises de folha, de solo e de água. E é a análise integrada desses dados que define quando se tem de estar alerta para possíveis problemas. Prevenção que, confessa Gustavo Ramos, faz com que hajam de forma mais rápida em caso de incidente. E, com isso, a praga, fungo, ou o quer que seja, não se espalha. PROJETO PILOTO PARA UMA GESTÃO EFICIENTE DA ÁGUA A Veracruz trabalha comos laboratórios SGS que, inclusive, faz um acompanhamento constante dos níveis de nutrientes do solo. “Porque não é porque damos o nutriente que ele é absorvido”, constata Gustavo Ramos, acrescentando que, por vezes, há composições no solo que bloqueiam o nutriente e ele não é absorvido pela planta. Basta o solo estar um pouco mais ácido ou estar com o PH diferente e alguns dos nutrientes podem ser bloqueados. O controlo constante dos nutrientes do solo, a par da sua biodiversidade, saber o que lá está, a par das análises foleares permite saber o que há na planta. Ao fazer um estudo minucioso do solo é possível fazer as correções necessárias para que a planta absorva os nutrientes necessários. A parceria (piloto) com a SGS vai no sentido de perceber como conseguem diminuir a utilização de adubos e utilizá-los de forma mais eficaz e eficiente. Os dados são recolhidos por sensores instalados no solo e que, de 'x em x' tempo, são manualmente recolhidos. A par disso a Veracruz faz, de 15 em 15 dias, voos de drones sobre as propriedades. “O voo do drone serve para nos informar do nível de stress em cada parte da propriedade”, explica Gustavo Ramos, que acrescenta que todas as árvores estão georeferenciadas. Só no Fundão são mais de 500 mil árvores. Sempre que o drone deteta um nível de stress “os nossos especialistas vão para o campo” para tentar descobrir a origem do problema. Porque pode ser stress por falta de água, por mancha de solo, praga, fungo... “Se não fosse o drone, numa área de 1.300 hectares, são várias as áreas nas quais eu não passo diariamente”, afirma o responsável. Gustavo Ramos, diretor de operações agrícolas da Veracruz.
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