BA8 - Agriterra

GREEN DEAL: DO PRADO AO PRATO 22 tas – produção em pequena escala vs grande escala, verifica-se que ambas explorações apresentam parâmetros altos da qualidade do solo (Figura 1). Observando com maior detalhe, o primeiro exemplo trata-se de uma exploração familiar, de pequena escala, com certificação biológica e, no qual, a produção de ameixa é extensiva (baixa densidade de plantação). As árvores apresentam 31 anos de idade, conduzidas em sequeiro, sem aplicação externa de fertilizantes químicos ou orgânicos mas com integração animal através de pastoreio rotacional de ovelhas. O segundo exemplo trata-se de uma exploração comercial de nectarinas, de grande escala, com certificação de boas práticas. Neste exemplo, a produção de nectarinas é semi-intensiva, as árvores apresentam 11 anos de idade, e com aplicação de fertirega, fitofármacos e fertilizantes de síntese e fertilizantes orgânicos. Para ambas as explorações agrícolas, os biomarcadores baseados na comunidade microbiana do solo indicam uma alta qualidade e funcionalidade do solo, indicando que ambos sistemas produtivos aplicam técnicas sustentáveis (Figura 1). Neste caso, o grande destaque vai para o facto de que uma produção em escala comercial pode garantir solos com qualidade funcional, quando acompanhada de boas práticas de gestão sustentável. Estes dados podem ainda ser comprovados com os biomarcadores do estado nutricional do solo, baseado no potencial de mobilização de macro e micronutrientes pela comunidade microbiana (Figura 2). Uma vez mais, é observado um bom equilíbrio entre os macro e micronutrientes em ambas as produções - pequena e grande Figura 1. Comparação do índice da qualidade do solo numa produção em pequena (ameixa) e grande escala (nectarina). O índice da qualidade do solo é um bioindicador baseado na ecologia do microbioma do solo que altera com base na gestão agrícola. Figura 2. Comparação do estado nutricional do solo com base no potencial da comunidade microbiana para mobilização de macro e micronutrientes via a planta, numa produção em pequena (ameixa) e grande escala (nectarina). escala. Para além do mais, os valores obtidos indicam práticas de gestão com menos intensificação usando abordagens respeitosas do ambiente. Manter um solo vivo e respeitar esta matriz que todos os dias pisamos é, sem dúvida, um grande desafio mas uma missão de todos nós! n outros stresses abióticos. Além disso, ao permitir uma população microbiana benéfica, diminui a incidência de microorganismos patogénicos. Para manter um solo saudável é, pois, necessário, ter em conta diferentes práticas agrícolas que visem uma maior fertilidade do solo, maior bi diversidad e mai r produtivid de. Tendo em vista estas relações, o microbioma do solo pode ser de facto utilizado como um biomarcador da sustentabilidade da produção agrícola. Por exemplo, comparando duas explorações agrícolas independentes de produção de prunóideas (ameixa e nectarina), de duas localidades próximas da região do Fundão mas utilizando práticas de gestão distintas – produção em pequen escala vs grande escala, verifica-se que ambas explorações apresentam parâmetros al os d qualidade do solo (F gura 1). Observando commaior detalhe, o primeiro exemplo tratas de uma xp or ção familiar, de pequena escala, com certificação biológica e, no qual, a produção de ameixa é extensiva (baixa densidade de plantação). As árvores apresentam 31 anos de idade, conduzidas em sequeiro, sem aplicação externa de fertilizantes químicos ou orgânicos mas com integração animal através de pastoreio rotacional de ovelhas. O segundo exemplo trata-se de uma exploração comercial de nectarinas, de grande escala, com certificação de boas práticas. Neste exemplo, a produção de nectarinas é semi-intensiva, as árvores apresentam 11 anos de idade, e com aplicação de fertirega, fitofármacos e fertilizantes de síntese e fertilizantes orgânicos. Para ambas as explorações agrícolas, os biomarcadores baseados na comunidade microbiana do solo indicam uma alta qualidade e funcionalidade do solo, indicando que ambos sistemas produtivos aplicam técnicas sustentáveis (Figura 1). Neste caso, o grande destaque vai para o facto de que uma produção em escala comercial pode garantir solos com qualidade funcional, quando acompanhada de boas práticas de gestão sustentável. Figura 1: Comparação do índice da qualidade do solo numa produção em pequena (ameixa) e grande escala (nectarina). O índice da qualidade do solo é um bioindicador baseado na ecologia do microbioma do solo que altera com base na gestão agrícola. valores obtidos indicam práticas de gestão com menos intensificação usando abordagens respeitosas do ambiente. Figura 2: Comparação do estado nutricional do solo com base no potencial da comunidade microbiana para mobilização e macro e micr nutrientes via a planta, numa produção em peq ena (ameixa) e grande escala (nectarina). Manter um solo vivo e respeitar esta matriz que todos os dias pisamos é sem dúvida um grande desafio mas uma missão de todos nós!

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