BP13 - Interplast

23 ECONOMIA CIRCULAR dade de ativar todas as alavancas a montante (pré-consumo) e a jusante (pós-consumo), incluindo a reciclagemmecânica e química, a utilização de matérias-primas alternativas, por exemplo matérias-primas de base biológica, e a conceção de produtos para a reciclagem ou reutilização. Destaca ainda a necessidade de acesso a fontes de energia renováveis e de baixo carbono, essenciais para reduzir a quantidade de resíduos plásticos e conseguir reduções significativas de gases com efeito de estufa (GEE). Por outro lado, os autores alertam que a aceleração da mudança sistémica requer investimentos significativos a curto e longo prazo por parte de diferentes atores públicos e privados, bem como mais inovações tecnológicas, novas infraestruturas e novos modelos empresariais. Referem ainda que a substituição dos plásticos por outros materiais oferece uma margemmuito limitada para se alcançar o objetivo de zero emissões. REAÇÕES AO ESTUDO Em resposta à divulgação do relatório, Markus Steilemann, presidente da Plastics Europe, declarou que “a indústria do plástico tem um papel importante a desempenhar na redução das emissões e dos resíduos e no aumento da circularidade. É tempo de substituir as matérias-primas fósseis por matérias-primas circulares com uma pegada de carbono significativamente mais baixa. Este novo relatório mostra uma série de opções e cenários para o conseguir e iremos examiná-los de perto. É claro que ainda não temos todas as respostas para os desafios que enfrentamos. Por conseguinte, apoiamos o apelo do relatório para uma colaboração mais intensiva e eficaz com a nossa cadeia de valor e com as autoridades públicas”. "É encorajador que o relatório reconheça a contribuição essencial dos plásticos para alcançar as metas de zero emissões da UE. Estes materiais ajudam a reduzir as emissões noutros setores-chave como a construção, automóvel, embalagem e medicina, e são indispensáveis para o desenvolvimento tecnológico das energias renováveis", acrescentou o responsável. Os produtores de plásticos estão plenamente conscientes da escala e complexidade da transição. Há já algum tempo que têm vindo a investir e a inovar para abordar estas questões em todo o ecossistema do plástico. Há anos que têm vindo a trabalhar com parceiros da cadeia de valor para proporcionar novos sistemas de pensamento, mudanças de atitude e de comportamento, produtos de maior desempenho, inovação em eco design e novas infraestruturas. Estão também a impulsionar grandes avanços na sustentabilidade das operações, incluindo investimentos em tecnologias avançadas de reciclagem, na utilização de energias renováveis e na produção de mais plásticos a partir de matérias-primas biológicas ou de outras fontes resultantes, por exemplo, da captura de CO2. Apesar destes esforços se terem intensificado significativamente nos últimos tempos, serão necessários vários anos até que os benefícios destas ações se tornem evidentes, dados os longos ciclos de investimento envolvidos. A este respeito, Virginia Janssens, CEO da Plastics Europe, afirmou: "Os nossos membros estão a fazer investimentos muito significativos e a proceder a uma reorganização profunda das suas bases e tecnologias de produção. Para acelerar ainda mais a transição da indústria, precisamos de umnovo quadro político favorável que incentive o investimento e a inovação, promovendo um ambiente de competitividade criativa. Devemos aproveitar o poder do Mercado Único da UE e encontrar mecanismos e medidas viáveis para manter a competitividade da indústria europeia a nível global, à medida que a UE faz a transição para as zero emissões líquidas”. MEDIDAS PROPOSTAS Para ter sucesso, este novo ambiente deve assegurar a disponibilidade de matérias-primas de alta qualidade, bem como o acesso suficiente a energia renovável a preços acessíveis, abundante e com baixo teor de carbono. Isto exigirá um quadro regulamentar estável, orientado a longo prazo e consistente em todos os EstadosMembros, que apoie a necessidade da indústria de inovar num mundo em mudança. Para ajudar a implementar as recomendações do relatório e acelerar a transição da indústria para zero emissões líquidas de carbono e plena circularidade, a Plastics Europe propõe uma série demedidas, nomeadamente: • Desenvolver um roteiro para a Plastics Europe e para os seus membros de forma a acelerar a transição da indústria até 2050. Será necessário definir objetivos concretos, bem como recomendações políticas e regulamentares mais ambiciosas e desenvolver mecanismos para apoiar e incentivar a indústria. • Assegurar que todas as posições políticas da Plastics Europe sejam concebidas para acelerar a transição do ecossistema do plástico para uma maior circularidade e zero emissões líquidas até 2050, incluindo a necessidade de transformar amontante (pré-consumidor) e a jusante (pós-consumidor) as alavancas de redução de GEE e de circularidade. • Explorar a criação de uma nova plataforma multilateral em 2022, inspirada no ‘Comité de Transição dos Plásticos’ proposto no relatório, que seria concebida para assegurar umamudança radical na intensidade e eficácia do diálogo e da colaboração com os decisores políticos e a cadeia de valor dos plásticos. n O relatório ‘ReShaping Plastics: Pathways to a Circular, Climate Neutral Plastics System in Europe’ está disponível no website www.plasticseurope.org.

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