BP12 - InterPLAST

57 SUSTENTABILIDADE que se observa atualmente das mortes de espécies marinhas devido ao contacto com as redes que se perdem durante os atos de pesca. Assim, uma das oportunidades de inovação passa pela mudança do plástico tradicional como matéria-prima da cordoaria para um produto biodegradável e compostável que possa ao mesmo tempo ter a resistência adequada à faina pesqueira. Para tal, a equipa de investigadores do UC MAR coordenada por Arménio Coimbra Serra (PI) começou por realizar uma pesquisa bibliográfica relativa aos materiais que poderiam ser utilizados para este fim. Foi identificado o poli (ácido láctico) (PLA) como um possível candidato. O PLA é um poliéster alifático, biodegradável que provém de matéria-prima de origem renovável. No entanto, o PLA é um polímero rígido e com algumas dificuldades de processamento na forma de filamento. Desta forma, e tendo em conta a experiência adquirida na equipa de investigação do Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra (DEQ-UC) e o revisitar de literatura, optou-se por testar uma mistura de PLA com poli (butileno adipato tereftalato) (PBAT), que está disponível comercialmente sob o nome de Bio-Flex. Algumas das vantagens do Bio-Flex face ao PLA são o seu mais fácil processamento, menor rigidez e fácil alteração dos tempos de biodegradação por alteração dos rácios dos componentes (PLA e PBAT) na mistura. Nesta Tarefa, esta alteração no tempo de degradação também irá ser testada com a adição de compostos que se crê terempotencial para acelerar este processo. Estes compostos foram sintetizados pela equipa de investigação do Departamento de Engenharia Química da UC. Embora o Bio-Flex seja classificado como biodegradável e compostável, a sua degradação só é possível em condições muito específicas (temperatura, humidade). Assim, e de modo a facilitar a degradação deste material em condições menos específicas, decidiu-se formular o Bio-Flex na presença de aditivos. Os aditivos escolhidos foram o ácido tricloroacético (TCA) e o ácido dicloroacético (DCA) e ésteres derivados dos mesmos. De salientar que tanto o TCA como o DCA são já usados em áreas comerciais importantes como a indústria farmacêutica. Os testes preliminares mostraram que o TCA é um ácido muito forte e o uso prolongado domesmo ou dos seus derivados poderia causar problemas a nível da maquinaria. No entanto, e para efeitos de comparação, o TCA foi testado e os seus resultados serão apresentados. O DCA foi então o ácido escolhido. Depois de feitas as várias misturas, o produto resultante foi usado na produção de chapas através de umprocesso de prensagem a quente. Depois de serem produzidas as chapas de todas as misturas, foramdesenhados e recortados provetes em forma de retângulos. Foram feitos ensaios laboratoriais de degradação dos provetes em condições demimetização domeiomarinho em profundidade. Por forma a complementar o estudo, efetuaram-se também testes que pretendiammimetizar outras condições a que as redes também estão expostas, nomeadamente: ‘armazenamento’ das redes nos cais ou nos portos de abrigo e utilização das redes em ambiente real, em que uma das porções está a boiar emcontacto coma água, ficando húmida, e que sofre amaior incidência de radiação solar. Posteriormente, foram realizados os ensaios mecânicos de modo a confirAs amostras de monofilamento foram produzidas na Sicor.

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