BP12 - InterPLAST

28 EMBALAGEM sem contacto e mais interativas e que permitem assegurar a transparência dos produtos. E acrescenta que, a par das preocupações com o carbono, também haverá maior responsabilidade no uso da água no fabrico da embalagem. Na associação com a tecnologia, nomeadamente à internet das Coisas (IoT), a convicção da diretora executiva da PortugalFoods é que as embalagens inteligentes permitirão mudar o paradigma relativamente à forma como os consumidores gerem e adquirem os seus bens de consumo. Uma outra tendência prende-se com cada vezmais consumidores utilizarem os seus próprios recipientes quando vão às compras. Como conciliar isso com a sustentabilidade e reciclagem das embalagens? Sobre isto, Deolinda Silva lembra que a embalagem nos produtos alimentares tem funções fulcrais, como é o caso de conter os alimentos e protegê-los, facultar informação sobre o produto (por exemplo, informação nutricional e modo de utilização), conferir identidade a uma marca, fornecer conveniência e permitir apresentar os produtos de forma atraente aos consumidores. “Mas, acima de tudo, a sua função de garantia da segurança e qualidade dos alimentos é fundamental para se assegurar não só a segurança do consumidor como a redução do desperdício de alimentos”, afirma. No caso concreto de os consumidores usarem os seus próprios recipientes, a responsável da PortugalFoods considera que esta tendência tem por detrás razões relacionadas com a sustentabilidade e a poupança, como por exemplo a compra de produtos a granel (o arroz e as leguminosas são dois bons exemplos) e o acondicionamento de produtos de peixaria, talho, padaria, take-away e charcutaria. A isto há que acrescentar a taxação dos produtos de embalagem. Já Susana Fonseca aponta que, se a reutilização tem um papel fulcral no nosso caminho para a sustentabilidade na área das embalagens, para que possamos fazer “esta transição temos de deixar os pequenos projetos e apostar em transformações estruturais em termos da infraestrutura de produção/enchimento, logística, higienização, na padronização de soluções de embalagem”. Para a ambientalista, se é verdade que os sistemas em que o próprio consumidor fica responsável pela higienização são os mais simples, é fundamental perceber que esta é uma mudança estrutural que, para ocorrer, necessita de intervenções a vários níveis. “Não basta ter uma solução. É preciso torná-la atrativa para quem a vai usar e sabemos que sair do modelo do descartável não é fácil. Assim, é necessária regulamentação e penalizações das piores soluções e incentivo às melhores”, contata a técnica da Zero. Com base na evolução já feita e nas tendências previstas será possível, algures no futuro, ter uma embalagem 100% sustentável? Meio a brincar, Susana Fonseca responde que “do nosso ponto de vista, uma embalagem 100% sustentável é a que não tem de ser produzida”. Mas, acrescenta, a sustentabilidade não é preto e branco. A resposta passa, então, a ser: “Dependendo dos fatores a que dermos maior importância, poderemos chegar a diferentes conclusões sobre a sustentabilidade de uma embalagem”. Menos é mais. Esta pode ser, de uma forma muito simples, a principal tendência no que se refere à embalagem. Mas mais que isso. Reutilizável. Sempre reciclável. Com integração de material reciclado, mas após análise de potenciais riscos para a saúde humana e ambiente. Sem substâncias químicas perigosas PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO A DECORRER EM PORTUGAL, NO ÂMBITO DA INOVAÇÃO NA EMBALAGEM: • Projeto Recyfilm - tem como principal objetivo a reciclagem de resíduos de filmes multicamada (PE/PA/EVOH) utilizado em embalagens de produtos alimentares, transformando ummaterial de pouco valor comercial num novo filme monocamada commais alto valor através do desenvolvimento de formulações que possam permitir processos de transformação industrial. • Projeto SMASUS: Smart and Sustainable Packaging - visa o desenvolvimento de embalagens plásticas inteligentes, funcionais e sustentáveis para medicamentos e suplementos alimentares, recorrendo a soluções de revestimentos ativos e funcionais e sensorização, para manutenção/ conservação da sua shelf-life e monitorização do estado do produto embalado. • Projeto BioProtect: Desenvolvimento de material de embalagem biodegradável com propriedades ativas para conservação de alimentos. Fonte: PortugalFoods.

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