BP12 - InterPLAST

27 EMBALAGEM rança alimentar –, o futuro exige que a embalagem, além da comodidade para o ato de consumo, seja também, e cada vez mais, responsável face aos recursos que usa. Quer isto dizer que a embalagem já evoluiu tudo o que tinha a evoluir? A resposta imediata da diretora executiva da PortugalFoods é de que não. Na verdade, “vamos continuar a assistir a um aumento da procura de soluções de embalagens mais sustentáveis e igualmente mais tecnológicas”, dando como exemplo a aplicabilidade da IoT, reabastecimento automático, embalagens com ação antimicrobiana, embalagens que favorecem o aumento do tempo de vida útil dos alimentos e que mantêm o teor nutricional, contribuindo para a redução do desperdício alimentar, embalagens responsáveis que são desenvolvidas numa abordagem holística que leva à redução de embalagens não recicláveis e à expansão de embalagens multiuso e recicláveis. Já Susana Fonseca considera que o futuro, ou a sustentabilidade, se preferirem, passará por uma redução na quantidade de embalagens utilizadas, pela transição para modelos de reutilização, para a utilização de materiais que possam ser facilmente reintegrados na economia, uma vez que os produtos cheguem ao fim da sua vida, e com um cuidado muito particular à colocação no mercado de embalagens que não possuam substâncias perigosas que possam colocar em risco a saúde humana, o ambiente ou a economia circular. A ambientalista da Zero considera que é necessário estar particularmente atento à utilização de materiais reciclados em embalagens em contacto com alimentos e em relação a materiais (alguns novos, outros mais correntes) que necessitam de aditivos para que possam ter determinadas características (por exemplo serem resistentes à humidade). “A utilização de substâncias químicas persistentes – como os PFAS - em embalagens para alimentos apresentadas como 'biodegradáveis' é uma contradição nos termos e um enorme risco para a nossa saúde”, aponta. Um outro exemplo dado que Susana Fonseca considera ser claro é o do Bisfenol A, “um aditivo usado em algumas embalagens alimentares sobre o qual a EFSA acabou de propor que o limite exposição seja reduzido 100 000 vezes”. Face a isto, a técnica da Zero aconselha precaução por forma a “evitar que andemos décadas a ingerir substâncias químicas que podem prejudicar a nossa saúde, enquanto a indústria procura atrasar ao máximo a sua regulamentação”. Resumindo, para a Zero, o foco principal deve ser na redução e reutilização (que pode ter diferentes formatos e apresentações e pode ser feita pelo próprio ou de forma mais centralizada). Para uma reutilização eficaz, é fundamental trabalhar também na normalização das embalagens, isto é, existirem formatos padrão que são depois usados por diferentes marcas. O QUE DIZEM AS TENDÊNCIAS Menos é mais. Esta pode ser, de uma forma muito simples, a principal tendência no que se refere à embalagem. Mas mais que isso. Reutilizável. Sempre reciclável. Com integração de material reciclado, mas após análise de potenciais riscos para a saúde humana e ambiente. Sem substâncias químicas perigosas. A tudo isto Susana Fonseca acrescenta ainda que os novos materiais devem ser muito bemescrutinados antes de seremautorizados. Na mesma linha, Deolinda Silva aponta que, em termos de tendência, a sustentabilidade assume-se como um dos principais pontos a dar resposta, pelo que será crescente a procura de matérias-primas renováveis ou recicladas obtidas de forma responsável, materiais recicláveis e neutros em carbono, embalagens biodegradáveis e compostáveis, utilização de cartão e papel com certificação FSC, que certifica que as florestas estão a ser geridas de forma responsável, garantia da eficiência energética na produção da embalagem, embalagens

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