BJ5 - Novoperfil Portugal

27 PERFIL JANELAS: MATERIAIS de construção tem variado muito ao longo dos anos, tanto em tamanho e constituição, como no seu design e tipo de abertura. As janelas permaneceram, em grande parte, com perfil de madeira até ao início do século XX, quando as soluções em ferro e alumínio se começaram a tornar opções viáveis. Posteriormente, surgiram as soluções em PVC, que ganharam relevo no setor. Mais recen- temente, têm vindo a aparecer novas soluções de perfis, como é o caso da fibra de vidro. Da mesma forma, notou-se uma evolução no que diz respeito à parte envidraçada deste elemento, com as janelas com vidro a aparecerem nos edifícios emblemáticos do Império Romano. No século XVI as técnicas de produção de vidro são aprimoradas, com o Palácio de Versalhes a glorifi- car o uso do vidro como elemento na arquitetura. É em 1773, que o vidro em janelas deixa de ser uma realidade apenas para um segmento da popu- lação e passa a estar disponível para a maioria, com Inglaterra a tornar-se o centro da produção deste material. Durante a Revolução Industrial, a pro- dução de vidro e ferro torna-se mais automatizada e ágil, de tal modo que estes materiais construtivos passam a ser fundamentais na arquitetura moderna. A constante procura pela perfeição leva à criação do vidro Float, em 1950, pelo britânico Alastair Pilkington. A inovação permanece até à atua- lidade, do tradicional vidro plano simples as janelas evoluíram e pas- saram a ser constituídas por vidros duplos ou até mesmo vidros triplos, vidros curvos ou mais recentemente por soluções de vidros inteligentes ( smart glass ). Em Portugal, existe ainda uma parte significativa de janelas não eficientes no parque edificado, comuma compo- sição expressiva de vãos constituídos por séries frias, e por mais de 50% dos envidraçados a serem integrados por vidros simples. Uma janela com vidros simples deixa passar 72,3 a 75,4% do frio ou do calor e os ruídos. Em con- traposição, se esta tiver vidros duplos e perfis isolantes, esta passagem não excede os 7%. De facto, este cenário no contexto dos edifícios existentes, reflete uma necessidade da reabilitação urbana como uma estratégia para revita- lizar toda a f ileira da construção nacional. Portugal assumiu o com- promisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050, cujo alcance irá depender fortemente da descar- bonização do parque de edifícios, privilegiando a reabilitação urbana e o aumento do desempenho ener- gético dos edifícios. Para ajudar a alcançar esta meta, está previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), investimentos na eficiência energética em edifícios residenciais (300 milhões de euros), já em vigor através do Programa de Apoio a Edifícios mais Sustentáveis do Fundo Ambiental, na eficiência ener- gética em edifícios da administração pública central (240 milhões de euros) e também na Eficiência Energética em edifícios de serviços (70 milhões de euros). É percetível a necessidade de incentivo à utilização de tipos de janelas que apresentem coerência com as con- dicionantes naturais, assim como a conceção de edificações preocupadas com a sustentabilidade ambiental, minimizando o uso de equipamentos de aquecimento e arrefecimento e o uso da iluminação artificial. RELAÇÃO ENTRE OS MATERIAIS E A ETIQUETAGEM CLASSE+ A escolha dos vãos envidraçados é, assim, o primeiro grande passo para promover a eficiência energética nas habitações, contudo a desmistifica- ção dos diversos parâmetros a ter em conta nem sempre é fácil. Para dar resposta ao desafio de infor- mar o consumidor no sentido de optar por escolhas conscientes, a ADENE tem disponível a iniciativa CLASSE+, que disponibiliza informação sobre as soluções de janelas eficientes. Em estreita colaboração com a ANFAJE e combase nos estudos de classificação energética destas soluções construtivas, realizados pelo IteCons, foi possível desenvolver uma etiqueta energética que classifica as janelas numa escala que já nos é familiar, de “F” (menos eficiente) a “A+” (mais eficiente).

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