BJ3 - Novoperfil Portugal

15 PERFIL EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFÍCIOS ção e formação dos participantes no processo de construção e reabilitação dos edifícios (projectistas, construtores, promotores imobiliários, fabricantes e, claro, utilizadores), transmitindo o conhecimento das soluções e técnicas construtivas e fomentado a mudança de mentalidades e atitudes. Eis alguns exemplos: 1. Um edifício antigo, numa zona his- tórica bastante exposta, tem janelas de guilhotina e que se querem pre- servar; faz sentido manter a solução? Manter a forma de abertura pode ser a intenção, mas estas soluções são normalmente pouco eficazes em termos de estanquidade e per- meabilidade ao ar, pelo que há que ponderar outras soluções que, sem prejudicar a imagem, melhorem o desempenho. Há soluções basea- das em caixilharia de batente que recorrendo amorfologia e geometria semelhantes, sobretudo pelo exterior, reduzem substancialmente as infil- trações e incrementam o conforto térmico e acústico, sem alterar ou comprometer a estética. É impor- tante que a tradição que nos liga ao passado possa ser conjugada com a inovação e tecnologia que nos leva ao futuro. 2. Trocaram-se as janelas de uma habitação por outras de melhor qualidade, termicamente isoladas, mas continuam a existir humidades, talvez mesmo agravadas, é normal? Ao melhorar-se a classe de permea- bilidade ao ar das janelas e portas actuais deixou de haver ventilação espontânea e descontrolada, pois criaram-se soluções estanques já que o conforto e a eficiência ener- gética dos edifícios prevê a redução das trocas térmicas por infiltração de ar. Mas há que prever sempre formas de ventilação, seja de forma natural, mecânica ou electromecâ- nica. Mesmo no período de inverno, é necessário garantir a renovação do ar interior para assegurar as boas condições de habitabilidade e de conforto, pelo que, escolhendo a forma de abertura e o momento do dia apropriado, deve assegurar-se a ventilação dos espaços. Se não hou- ver meios mecânicos de ventilação, coma abertura por algum tempo de janelas em fachadas opostas, esti- mula-se a circulação de ar e, deste modo, pode baixar-se a humidade e renovar a qualidade do ar interior. Mesmo com janelas de elevada qualidade, com materiais termi- camente melhorados, é possível o aparecimento de condensações na superfície interior de vidros, situa- ção que frequentemente leva ao (sobre)aquecimento dos espaços. Normalmente trata-se de um sinal claro de nível elevado de humidade. Mas também da possível existência de pontes térmicas entre o exterior e o interior resultantes de deficiente assentamento e calafetagem da caixilharia. As folgas perimetrais de cerca de 5 mmm recomenda- das pelos fabricantes de sistemas devem ser respeitadas e devida- mente preenchidas com selantes e isolantes adequados, evitando-se deste modo a ocorrência de infiltra- ções, pontes térmicas, condensações e passagem de ruído. A escolha de um fabricante e/ou instalador qua- lificado é a chave para o sucesso de qualquer projecto de renovação ou construção nova. Há que evitar o biscate e a pirataria. 3. Trocaram-se as portas de sacada dos quartos por outras com rup- tura da ponte térmica, mas entra chuva e frio pela parte inferior. Na realidade, espaços como as zonas de repouso com acesso a varan- das ou terraços devem ser sempre construídos com janelas de sacada com aro fixo perimetral completo para assegurar a comodidade do espaço interior. Mesmo com o desconforto dessa barreira arqui- tectónica, o elemento inferior do aro na zona de soleira é imprescin- dível para garantir a estanquidade e a impermeabilização necessária, evitando as trocas indesejáveis de calor e a entrada de ruído. A esco- lha de soluções deve ser adequada ao tipo de uso, aos requisitos dos utilizadores e à conformidade com regulamentos, normas e melhores práticas de construção. QUE PRODUTOS OFERECE O MERCADO? No âmbito das caixilharias, a oferta no mercado nacional é actualmentemuito diversificada no que concerne a mate- riais, soluções, tecnologias e design. A escolha pode depender do tipo de utilização, do local, da arquitectura do edifício ou de outro factor, estando nas mãos do “consumidor”, quemquer que ele seja: o dono da obra, o arqui- tecto, o construtor ou o serralheiro. Qualquer deles fará as opções que achar mais convenientes e adequadas ao projecto, mas deverá fazê-lo com a percepção de que a escolha certa, hoje, é a que contempla a poupança de energia, o bem-estar e a sustenta- bilidade, salvaguardando a existência das gerações do amanhã. n Seja no espaço do lar, no escritório, na escola ou no centro de saúde, a eficiência energética está associada ao conforto e sanidade das instalações, à economia nos gastos de energia e à preocupação social de manter umplaneta sustentável Nota: o autor escreve segundo as regras do Antigo Acordo Ortográfico.

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx