BI305 - O Instalador

74 QUALIDADE DO AR INTERIOR Incenso: um ‘convidado’ perigoso que afeta a qualidade do ar interior Seja para aromatizar o ambiente ou ajudar ao relaxamento, o incenso é um produto ainda popular. Tem, porém, perigos ‘escondidos’ e desconhecidos para a maior parte das pessoas, pois polui o ar à sua volta. A exposição a poluentes do ar interior é reconhecida como causa do aumento de vários problemas de saúde observados, nomeadamente, ao nível respiratório. No ambiente interior – em casa, local de trabalho, ou meios de transporte - a concentração de alguns poluentes pode ser 10 vezes superior aos respetivos níveis no exterior. É, portanto, muito importante controlar as fontes de poluentes dentro dos espaços. O INEGI, no âmbito da sua atividade de apoio ao desenvolvimento industrial de materiais ‘limpos’, tem como prioridade o controlo das emissões de uma série de produtos, incluindo produtos de consumo, pelo que realizou um estudo das emissões de vários tipos de incenso disponíveis no mercado[1]. O incenso, material aromático que liberta cheiro quando queimado, é utilizado em casa, mas é também frequentemente utilizado em centros de bem-estar e spa, ginásios ou centros de ioga. Nestes espaços a intensidade respiratória é mais elevada, a inalação mais frequente, e as consequências para a saúde podem, por isso, ser mais gravosas. INCENSO EMITE SUBSTÂNCIAS NOCIVAS O foco deste estudo foi a componente gasosa das emissões resultantes da queima de incenso. Foram selecionados 8 produtos em stick (Inc2, Inc3, Inc4, Inc5, Inc6, Inc7, Inc8 e Inc10) e 4 na forma de cone (Inc1, Inc9, Inc11 e Inc12), de tamanho variável. Foi realizado um varrimento de COVs (compostos orgânicos voláteis) em que foram identificados compostos de diferentes famílias: hidrocarbonetos aromáticos, alcanos, alcenos, cetonas e aldeídos. Procurou-se depois identificar COVs específicos comefeitos crónicos graves, suspeitos e reconhecidos, para a saúde, como carcinogénicos, mutagénicos e reprotóxicos. Foram selecionados treze compostos: benzeno, tolueno, estireno, naftaleno, furfural, furano, isopreno, fenol, 2-furilmetilcetona, formaldeído, acetaldeído e acroleína. Os ensaios foram realizados numa câmara de teste de 1 m3, com uma taxa de ventilação de 2 renovações por hora, seguindo as normas ISO 16000-9 [2] e EN 16738 [3]. A análise de COVs, seguiu a norma ISO 16000-6 [4] e a análise dos aldeídos, a norma ISO 16000-3 [5]. Mais detalhes podem ser encontrados no artigo publicado [1]. Gabriela Ventura e Anabela Martins Investigadoras do INEGI - Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial na área da qualidade do ar

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx