BI304 - O Instalador

62 RENOVÁVEIS | FOTOVOLTAICO A descarbonização dos Sistemas Energéticos Neste início de século, a urgência da descarbonização das atividades humanas, para nos permitir neutralizar o balanço carbónico na biosfera, tornou imprescindível intensificar a utilização de recursos energéticos de origem não fóssil, nomeadamente os de origem renovável. Modesto Morais IEP - Manager Innovation, Research and Development No gráfico da figura 1 podemos observar como o consumo de energia, nos últimos 45 anos, mais que do duplicou, mas a representatividade da energia primária comorigem fóssil manteve-se praticamente inalterada (representava 87%em1973 e representa 81%em2018). O consumo global anual de energia é de 14.282 MTEP e 86% dessa energia é provenientede fontes não renováveis, tais como o carvão, o petróleo, o gás natural e o nuclear. Ou seja, unicamente 14%da toda a energia consumida pela humanidade temorigemem fontes renováveis. Sabemos que a exploração de recursos naturais (energéticos ou outros) sejam eles renováveis ou não, tem um impacto sobre os ecossistemas que nunca será negligenciável. Por este motivo a exploração de recursos energéticos renováveis deverá ser sempre desenvolvida tendo em atenção os possíveis custos e benefícios que lhes estão inerentes. A título de exemplo, para suprirmos as necessidades globais de energia se, hipoteticamente, quiséssemos usar unicamente sistemas fotovoltaicos, teríamos de instalar uma área de módulos solares que cobriria cerca de 2% da área total disponível em todos os continentes. Isto, à primeira vista, não parece ter um grande impacto nos ecossistemas, mas se compararmos esta área com o espaço ocupado por todas as zonas urbanas domundo, percebemos que o espaço a ocupar pelas centrais fotovoltaicas seria quatro vezes superior à área ocupada por todas as cidades existentes no planeta. Visto desta forma, talvez a utilização indiscriminada desse tipo de tecnologia poderá não ser a abordagem mais cautelosa. Para além de que, de uma forma simplista, se todos os telhados do mundo fossem cobertos por módulos solares, dessa forma só conseguiríamos suprir 25% das necessidades energéticas desses mesmos espaços urbanos. Adicionalmente ainda teríamos de ocupar zonas não urbanas com solos úteis para agricultura e florestas numa extensão que equivaleria a 1,5% de todo o espaço disponível nos continentes. Cálculos semelhantes poderão ser aplicado aos impactos ambientais resultantes das albufeiras das centrais hidroelétricas, dos parques eólicos ou das centrais térmicas a biomassa. Como salvaguarda ao raciocínio aqui desenvolvido sobre o impacto ambiental das energias renováveis, reforçamos que estas são seguramente parte da solução para ajudar a ganhar a batalha da descarbonização da nossa civilização, mas estas, pela sua elevada diluição na superfície do planeta, obrigamsempre a que sejamocupadas extensões geográficas consideráveis, competindo desta forma comoutras atividades humanas relevantes e, mais importante ainda, Figura 1. Consumo global de energia, desagregado por tipos de fontes (Unidades de energia em TEP) [1]. A descarbonização dos Sistemas Energéticos Neste início de século, a urgência da descarbonização das atividades humanas, para nos permitir neutralizar o balanço carbónico na biosfera, tornou imprescindível intensificar-se a utilização de recursos energéticos de origem não fó sil, n meadamente os de orig m renovável. Figura 1. Consumo global de energia, desagregado por tipos de fontes (Unidades de energia em TEP) [1]. No gráfico da figura 1 podemos observar como o consumo de energia nos últimos 45 anos mais que do duplicou, mas a representatividade da energia primária com origem fóssil manteve-se praticamente inalterada (representava 87% em 1973 e representa 81% em 2018). O consumo global anual de energia é de 14.282 MTEP e 86% dessa energia é proveniente de fontes não renováveis, tais como o carvão, o

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