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76 ARROZ as parcelas foram semeadas com a variedade de arroz carolino Ariete. A fita de rega utilizada no ensaio é a T-Tape, modelo 708 30 250, do fabricante Rivulis. Esta fita tem 22 mm de diâmetro; 30 cmde espaçamento entre gotejadores e débito de 0,75 L/hora por gotejador. O espaçamento entre fitas (entrelinha) é de 1 m. O consumo de água na cultura é aferido através de sondas demonitorização da humidade do solo e de caudalímetros, instalados em pontos estratégicos, em ambos os campos de arroz. A Magos Irrigation Systems, empresa que instalou o sistema de rega, acredita que com a adaptação dos processos culturais do arroz, nomeadamente a sementeira enterrada e a fertilização através da água de rega, o sistema gota- -a-gota poderá ter um futuro promissor na cultura do arroz. Aponta como exemplo a transição que ocorreu da rega por alagamento para a rega gota-a- -gota nas culturas do tomate indústria e do melão, com claros benefícios na poupança de água e na produtividade destas culturas, prevendo que omesmo possa suceder no arroz. Dados a que a Rivulis teve acesso, quer por parcerias em ensaios ou por pesquisa de ensaios de terceiros, demonstraramque a rega gota-a-gota na cultura do arroz permite reduzir a utilização de água, comparativamente ao sistema convencional por alagamento, mantendo uma boa produtividade da cultura, embora esses ensaios tenham ocorrido em zonas de menor amplitude térmica do que em Portugal. Os resultados obtidos foram: 6,6 a 8,3 toneladas/hectare, na Índia, e 5,9 a 6,6 toneladas/hectare, em Marrocos. O ano de 2022 é um dos mais secos de que há registos em Portugal desde 1931, situação que obrigou a Orivárzea a reduzir a área de produção de arroz de 4.000 para 3.800 hectares, por falta de disponibilidade de água. Em Espanha e em Itália, a superfície cultivada com arroz também sofreu cortes significativos devido a restrições do uso de água para rega. Este ensaio conta com a colaboração de várias empresas que em conjunto com o consórcio do ensaio testam e desenvolvem novos métodos e técnicas de produção com o objetivo de tornar a cultura do arroz mais rentável e sustentável. A Lusosem contribui com a sua longa experiência em projetos de investigação e desenvolvimento em arroz, além de fornecer a semente e alguns dos herbicidas aplicados no ensaio. A sementeira enterrada é uma das práticas culturais que esta empresa tem vindo a testar há vários anos, impulsionando o seu uso nos arrozais portugueses, com vista à gestão mais sustentável das infestantes e à redução do consumo de água na cultura. A Syngenta colabora no ensaio através do controlo das infestantes com o herbicida residual e de contacto Activus Caps, que foi aplicado em pré- -emergência, imediatamente após a sementeira do arroz, e incorporado ao solo através de rega por fita. O campo apresenta-se limpo de infestantes e o herbicida foi seletivo para a cultura. A fertilização da cultura é realizada comadubos damarca Timac Agro, em duas modalidades: fertilizantes sólidos, aplicados de forma convencional, e fertilizantes líquidos, aplicados através da fita de rega. Os bioestimulantes líquidos da gama ADN poderão ter um papel determinante na resistência das plantas de arroz ao stress hídrico e térmico, uma vez que o efeito regulador da amplitude térmica, proporcionado pela água no método tradicional de rega por alagamento, é parcialmente perdido com a rega por gota-a-gota. n

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