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47 FRUTICULTURA: EXPORTAÇÃO nacional”, sintetiza o presidente da Portugal Fresh. O certo é que todas estas condicionantes afetam a rentabilidade dos produtores. DEPOIS DA PANDEMIA, A GUERRA É verdade que todos temos de comer. Mas também é verdade que a pandemia, e agora a guerra na Ucrânia, colocam uma pressão extra aos preços de operação. Relato confirmado pela ANP que revelou que ambas as situações se refletiram ao nível da rentabilidade dos seus associados, “apesar de em termos quantitativos se terem registado valores recorde ao nível das exportações (também resultado de uma colheita significativa em 2021)”. Mas o problema não se prendeu apenas com as restrições inerentes a cerca de dois anos de confinamento. Como lembra Gonçalo Santos Andrade a isso, somou-se a seca extrema em que, mais uma vez, o setor foi chamado a mostrar a sua enorme resiliência. “A este contexto já tão desafiante, juntou-se a guerra na Ucrânia, agravando problemas existentes: registou-se uma enorme escalada de preços nos fatores de produção, nos fertilizantes, na energia, nos combustíveis e transportes, no preço das embalagens, só para dar alguns exemplos”, acrescentou. Tudo isto mina o esforço feito pelo setor que, no primeiro semestre do ano, conseguiu aumentar as suas exportações. “Uma análise mais rigorosa destes dados permite concluir que o valor por quilo dos produtos não cresceu na mesma proporção da subida dos custos de produção”, afirma o presidente da Portugal Fresh, que acrescenta que, “no final do ano, poderemos fazer uma análise mais detalhada do valor das exportações, mas com certeza que a soma de todos estes fatores terá impacto nos resultados das exportações anuais”. Gonçalo Santos Andrade dá o exemplo da vizinha Espanha, “a nossa principal concorrente”. Se analisado o preço do gasóleo agrícola, apenas nos últimos oito meses, registamos uma diferença entre 25 a 50 cêntimos por litro. “Não é possível competirmos para os mesmos objetivos em condições tão desiguais”. QUALIDADE E SABOR: O VALOR ACRESCENTADO DOS PRODUTOS NACIONAIS “Os produtos portugueses têmmuita procura no mercado internacional e distinguem-se pela qualidade e sabor que apresentam.” É desta forma que Gonçalo Santos Andrade carateriza o setor, revelando que a União Europeia “é o principal destino e representa 80% do valor das nossas exportações. Dentro da UE, Espanha é o nossomaior comprador de frutas, legumes e flores, concentrando 29% do valor exportado. Seguem-se a França, os Países Baixos, a Alemanha e o Reino Unido”. E para a obtenção destes resultados emmuito têmcontribuído, nos últimos anos, os frutos vermelhos, o tomate

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