BA7 - Agriterra

ARROZ EM PORTUGAL 26 Trata-se de uma água subsaturada em carbonato de cálcio sendo, por isso, muito corrosiva, com pHs de 8,4 e ISL igual a -1,8. A água na entrada e no interior do canteiro é cloretada sódica, pertencendo às classes C2S1 e C3S1. Desde a captação até à entrada no canteiro a água sofre evolução, enriquece em Ca2+, Mg2+ e Na+, perde K+, diminui o HCO3- e aumenta em Cl- (Figura 2). O aumento da mineralização é significativo, em termos de condutividade elétrica, passando de 376μS/cm, no furo, para 420μS/cm na entrada do canteiro e 800μS/cm no interior do canteiro. O aumento é mais significativo em Na+ e Ca2+. Os grãos em película (integrais) de plantas sujeitas ao itinerário de biofortificação apresentaram, em ambas as variedades, teores de Se superiores ao controlo (Figura 3). Na pulverização com selenato, o melhor resultado, 17,2mg.kg-1, foi obtido no tratamento com 100g Se.ha-1 e no genótipo OP1505, contrastando com o valor do controlo - 2,43mg.kg-1. Relativamente à biofortificação com selenito, foi na variedade Ceres que o aumento de Se foi mais notório, com subida de 2,11mg.kg-1, no controlo, para 17,7mg.kg-1 no tratamento com 100g Se.ha-1. Ainda nesta concentração é de salientar que, na variedade Ariete, também se registou aumento relevante, de 1,75mg.kg-1 para 16,7mg.kg-1. A aplicação de selenito obteve grande relevância em ambas as variedades Ariete e Ceres. 4. CONCLUSÕES A biofortificação, por pulverização foliar, revelou-se ummétodo eficaz para enriquecer em Se as variedades de arroz e as linhas avançadas em estudo. As aplicações foliares, na forma de selenato e selenito de sódio, em5 concentrações, compreendidas entre 0-100g Se.ha-1, permitiramobter grãos biofortificados, com aumentos de 2,11 para 17,7mg.kg-1 em Ceres; de 1,75 para 16,7mg.kg-1 em Ariete e de 2,43 para 17,2mg.kg-1 em OP1505, nas concentrações mais elevadas. Desta forma, o itinerário técnico de biofortificação de arroz em Selénio assume-se como uma opção estratégica paraminimizar os efeitos na saúde pública resultantes do défice de Selénio na alimentação, sem comprometer o ciclo natural da planta. n REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Neha Agrawal, N.; Upadhyay, P.; Tigadi, S. (2020). Biofortification to Improve Nutrition: A Review. Int. J. Curr. Microbiol. App. Sci., 9, 763-779. • Cardoso, P.; Mateus, T.; Velu, G.; Singh, R.P.; Santos, J.P.; Carvalho, M.L.; Lourenço, V.M.; Lidon, F.; Reboredo, F.; Guerra, M. (2018). Localization and distribution of Zn and Fe in grains of biofortified bread wheat lines through micro and triaxial-X-ray spectrometry. Spectrochim. Acta Part B At. Spectrosc., 141, 70–79. • Fradinho, P.; Sousa, I.; Raymundo, A. (2018). Functional and thermorheological properties of rice flour gels for gluten-free pasta applications. Int J Food Sci Tec, 54, 1109-1120. • Fraga, H.; Guimarães, N.; Santos, J. (2019). Future Changes em Rice Bioclimatic Growing Conditions in Portugal. Agronomy, 9, 674. • Instituto Nacional de Estatística (INE). (2021) Disponível online: https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0000186&contexto=bd&selTab=tab2&xlang=pt (consultado a 08 janeiro 2022). • Pelica, J.; Barbosa, S.; Lidon, F.; Pessoa, M.; Reboredo, F.; Calvão, T. (2018). The paradigm of high concentration of metals of natural or anthropogenic origin in soils-The case of Neves-Corvo mine area (southern Portugal). J. Geochem. Explor., 186, 12–23. • Pessoa, C.; Lidon, F.; Coelho, A.; Caleiro, J.; Marques, A.C.; Luís, I.; Kullberg, J.; Legoinha, P.; Brito, M.; Ramalho, J.; Guerra, M.; Leitão, R.; Simões, M.; Campos, P.; Semedo, J.; Silva, M.; Pais, I.; Leal, N.; Alvarenga, N.; Gonçalves, E.; Silva, M.; Rodrigues, A.; Abreu, M.; Pessoa, M.; Reboredo, F. (2021). Calcium biofortification of Rocha pears, tissues accumulation and physicochemical implications in fresh and heat-treated fruits. Sci Hortic, 277, 109834. • Rayman, M.P.; Blundell-Pound, G.; Pastor-Barriuso, R.; Guallar, E.; Steinbrenner, H.; Stranges, S. (2012). A randomized trial of selenium supplementation and risk of type-2 diabetes, as assessed by plasma adiponectin. PLoS ONE, 7, e045269. • Rodier, J.; Legube, B.; Merlet, N. (2009). L’Analyse de l’Eau, 9th ed.; Dunod: Paris, France, 1579, ISBN 9782100072460. • Sarwar, N.; Akhtar, M.; Kamran, M.A.; Imran, M.; Riaz, M.A.; Kamran, K.; Hussain, S. (2020). Selenium biofortification in food crops: Key mechanisms and future perspectives. J. Food Compos. Anal., 93, 103–615. • Wang, Y.D.; Wang, X.; Wong, Y.S. (2013). Generation of selenium-enriched rice with enhanced grain yield, selenium content and bioavailability through fertilisation with selenite. Food Chem., 141, 2385–2393.

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