BA7 - Agriterra

ARROZ EM PORTUGAL 24 dos seus níveis. Considerando que os valores de pH se situaram no intervalo de 5,5 - 6,5, os quais se incluem na faixa considerada ideal para a agricultura pois neste caso os nutrientes apresentam elevada disponibilidade para as plantas. Os teores em elementos minerais obtidos pela análise ao solo do canteiro são apresentados na Tabela 1. A composição física e química da água de rega deve ser encarada em termos dos seus efeitos no solo (impermeabilização e/ou alcalinização) e nas culturas (toxicidade), bem como os cuidados a ter com os equipamentos utilizados na irrigação (incrustações e corrosão). Com base nestes pressupostos foi feita a classificação da água do campo de ensaio em termos de iões dominantes segundo a metodologia proposta por Piper; determinado o índice SAR (índice de adsorção de sódio) e classificada a água, relacionando este com a condutividade elétrica, nas classes C e S; e estimado o índice de saturação de Langelier (ISL), a partir do pH (pH de saturação), com vista à determinação do poder incrustante ou de agressividade da água em relação ao carbonato de cálcio. A água (furo) de irrigação do canteiro de arroz é de origem subterrânea, temmineralização intermédia (concentração de sais avaliados em termos de condutividade elétrica, entre 250 e 750μS/cm, a 20ºC) é de fácies cloretada bicarbonatada sódica e, em termos de utilização agrícola, pertence à classe C2S1 com índice SAR igual a 1,98, podendo por isso ser utilizada em culturas moderadamente tolerantes aos sais e em praticamente todos os tipos de solos. Tabela 1. Quantificação de elementos minerais (% ou mg.kg-1) ± desvio padrão do canteiro de ensaio no COTArroz. K Fe Ca P Mg S As Pb Se % mg.kg-1 2,48 ± 0,04 0,28 ± 0,01 0,16 ± 0,01 0,15 ± 0,06 682 ± 99,0 299 ± 114 13,1 ± 0,18 11,6 ±0,61 1 < Figura 2. Quantificação de catiões e aniões nas amostras da água do furo, à entrada e interior do canteiro de ensaio no COTArroz. Figura 2. Quantificação de catiões e aniões nas amostras da água do furo, à entrada e interior do canteiro de ensaio no COTArroz. Os grãos em película (integrais) de plantas sujeitas ao itinerário de biofortificação apresentaram, em ambas as variedades, teores de Se superiores ao controlo (Figura 3). Na pulverização com selenato, o melhor resultado, 17,2mg.kg-1, foi obtido no tratamento com 100g Se.ha-1 e no genótipo OP1505, contrastando com o valor do controlo - 2,43mg.kg-1. Relativamente à biofortificação com selenito, foi na variedade Ceres que o aumento de Se foi mais notório, com subida de 2,11mg.kg-1, no controlo, para 17,7mg.kg-1 no tratamento com 100g Se.ha-1. Ainda nesta concentração é de salientar que, na variedade Ariete, também se registou aumento relevante, de 1,75mg.kg-1 para 16,7mg.kg-1. A aplicação de selenito obteve grande relevância em ambas as variedades Ariete e Ceres. Figura 3. Quantificação de Selénio nos grãos em película (integrais) (mg.kg-1) ± desvio padrão nos tratamentos selecionados de 50 e 100g Se.ha-1 de selenato (SE) e selenito (SI) no canteiro de ensaio no COTArroz. Figura 3. Quantificação de Selénio nos grãos em película (integrais) (mg.kg-1) ± desvio padrão nos tratamentos selecionados de 50 e 100g Se.ha-1 de selenato (SE) e selenito (SI) no canteiro de ensaio no COTArroz. 4. Conclusões A biofortificação, por pulverização foliar, revelou-se um método eficaz para enriquecer em Se as variedades de arroz e as linhas avançadas em estudo. As aplicações foliares, na forma de selenato e selenito de sódio, em 5 concentrações, compreendidas entre 0-100g Se.ha-1, permitiram obter grãos biofortificados, com aumentos de 2,11 para 17,7mg.kg-1

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