BA7 - Agriterra

O TRABALHO DO COTARROZ-CC O COTArroz-CC pretende contribuir para o desenvolvimento da fileira através de projetos de inovação e tecnologia. Todo o conhecimento que é adquirido através desses projetos é depois difundido e transferido através dos Dias de Campo, Grupos Focais e participação em Feiras e Colóquios. Uma das bases da investigação levada a cabo no COTArroz é a parceria que tem com o INIAV para o desenvolvimento de variedades de arroz nacionais, onde o grande objetivo é a criação e inscrição de novas variedades no Catálogo Nacional de Variedades. No ano de 2021, os direitos para produção, venda e multiplicação, da mais recente variedade portuguesa – Caravela - foram vendidos à empresa Lusosem, comprovando o sucesso do trabalho desenvolvido. O mais recente trabalho, realizado em conjunto entre os diferentes agentes que compõem o Centro de Competências, foi a realização da Agenda de Inovação e Investigação do Arroz. Este documento foi apresentado no Dia de Campo de 2021, e tem o objetivo de identificar as necessidades do setor que possam vir a ser satisfeitas com a transferência de boas práticas e conhecimentos de caráter inovador que possam qualificar e valorizar as competências das entidades das fileiras abrangidas. “A Agenda reflete as principais preocupações dos vários agentes da fileira englobando a capacitação de produzir arroz de forma competitiva, contrariando o aumento dos custos para a sua produção, fixando-se na sistematização e disponibilização de informação de forma normalizada e em linguagem acessível, bem como na transferência de conhecimento atualizado das necessidades de inovação do setor agrícola e zonas rurais. Dá-nos também respostas fundamentadas e inovadoras de forma colaborativa, identificando grandes áreas de desenvolvimento futuro e principais questões de investigação e de inovação até 2030”, conclui Lourenço Palha. Saiba mais aqui: https://www.cotarroz.pt 18 ARROZ EM PORTUGAL Dia de campo COTArroz (2019). dutivas do Estuário do Sado, houve agricultores que em plena campanha agrícola de 2021 tiveram que abandonar os seus campos porque não existia água suficiente. No ano corrente, em certas zonas do estuário do Tejo e do Sado, há um grande risco de não haver água suficiente para que a cultura possa ser desenvolvida. Estima-se que cerca de 2.000 hectares de arroz (1000 ha no Tejo e 1000 ha no Sado) não possam vir a ser produzidos esta campanha de 2022”, refere. No caso do arroz, explica Lourenço Palha, “a água é utilizada não só para dar à planta as suas necessidades em água, mas também, e não commenos importância, para fazer de tampão térmico para que a cultura não sofra com as amplitudes térmicas que se fazem sentir no nosso clima. É ainda utilizada para controlar a emergência de infestantes. É complicado fazer arroz com menos água, se a cultura for conduzida da forma tradicional. A utilização de variedades que sejam mais tolerantes às amplitudes térmicas pode vir a ser uma solução. A utilização de diferentes técnicas de sementeira (sementeira enterrada que se estima poupar entre 13% e 26%de água) estão também a ser testadas e desenvolvidas em várias zonas de produção”. MELHORAMENTO GENÉTICO Uma das missões do COTArroz-CC passa por ajudar no melhoramento das variedades de arroz em Portugal. Lourenço Palha explica que o Programa de Melhoramento Genético do Arroz, desenvolvido desde 2003 até aos dias de hoje, pelo INIAV e pelo COTARROZ, e que conta também com a valiosa colaboração da DRAP Centro, “é a atividade mais importante levada a cabo no Centro de Competências do Arroz”. “Este trabalho tem vindo a atingir resultados bastante importantes neste segmento das variedades. Começou a dar frutos em 2018 (uma variedade de arroz leva cerca de 14/15 anos a ser desenvolvida) com a inscrição das duas primeiras variedades de arroz portuguesas (Ceres – Carolino e Maçarico - Agulha), à quais se seguiram a variedade Diana (Carolino) e Caravela (Carolino), sendo esta última a mais recente variedade portuguesa inscrita no Catálogo Nacional de Variedades (2021), apresentando um superior destaque e na qual depositamos grandes esperanças”, informa. n

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