BA6 - Agriterra

ENTREVISTA 55 encomendas que nos faz pensar em algo muito grande. Em Itália foi implementada a Lei 4.0, que espero também que chegue a Espanha e Portugal, e que oferece, a fundo perdido, até 40-50% na compra de um trator. Isto ajudou imenso. Vivemos um momento excecional e esperamos continuar assim, no entanto, existem agora problemas na produção porque o fornecimento está difícil e vemo-nos obrigados a modificar o programa produtivo em função da disponibilidade de matérias-primas. Acreditamos que as coisas vão melhorar, mas não sei o que se irá suceder e, de facto, já existem fábricas de automóveis e de tratores que se viram obrigadas a encerrar temporariamente. Acredito que a nossa produção se encontra assegurada mas isto é algo que sabemos hoje, amanhã podem estar em falta pneus, motores, volantes, etc. Como passarampelos piores tempos da pandemia e como lidaram com todos os contragimentos? Vivemos momentos complicados, sobretudo, porque não sabíamos o que iria acontecer. Felizmente, no nosso caso, apenas estivemos encerrados durante três semanas, mas surgiu repentinamente um grande problema que nos alterou a vida. A máscara, o distanciamento social, etc., obrigou-nos, por exemplo, a modificar a empresa no serviço de restaurante, estabelecer turnos concretos ou a vigiar os espaços na linha de montagem, entre muitas outras medidas adotadas. É difícil e temo que não voltaremos à situação anterior porque a pandemia não terminou, nem terminará tão cedo. Quais são os principais objetivos traçados do ponto de vista económico a curto, médio e longo prazo? Vemos a possibilidade de crescimento, até duplicar o nosso volume atual de produção, porque esta tipologia de trator compacto, isodiamétrico, que pode ser operado em condições particulares, não é ainda bem conhecida em todo o mundo. Em 2021, faturamos 106 milhões de euros e encerramos o ano a rondar os 125 M€, mas a minha visão é a de que podemos chegar aos 200 M€ mais para a frente. Não é fácil, é um processo longo, difícil, que devemos estender a mais países porque nem todas as pessoas conhecem a utilidade destes tratores, visto que os consideram similares aos standards da mesma potência. Mas quando os testem e os entendam, teremos clientes para toda a vida. Continuarão focados no trator especializado ou têm previsto ampliar o vosso catálogo, seja com tratores standard ou com implementos? De momento, pensamos apenas em tratores especializados. A minha ideia passa por procurar colaborações com fabricantes de implementos, mas sempre implementos especializados para, desta forma, poder adaptar com os nossos produtos. Iniciamos recentemente um projeto de trator híbrido, em colaboração com a Ecothea - uma startup da Universidade Politécnica de Turim, especializada no design e prototipagem de veículos elétricos para a aplicação em maquinaria agrícola -, e com um consórcio de produtores de vinho. Marcello Carraro com Justo Sampayo, junto ao novo trator híbrido apresentado na Feira.

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