BA4 - Agriterra

ENTREVISTA 17 Em termos de investigação, que projetos estão a ser desenvolvidos, de melhoramento e adaptação de cereais às alterações climáticas? O Instituto Politécnico de Beja é parceiro do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) no programa de melhoramento de cereais e temos em Beja um campo onde trabalhamos ao longo do percurso de melhoramento da planta, por um lado, a adaptação regio- nal, ou seja, verificar onde as linhas de investigação têm comportamentos mais interessantes. Trabalhamos trigos moles e duros, cevadas dísticas, triticales, aveias e cevadas, ou sejam cereais praganosos, exceto o centeio. Para além da componente de adaptação das variedades, tempos vindo a trabalhar também fundamentalmente dois fatores de produção: a água e a fertilização azotada. A fertilização azotada porque o azoto é fundamental para o teor de proteína dos cereais e este teor é o que deter- mina a qualidade, seja ele nos trigos ou nas cevadas. Embora no trigo se valorize mais a proteína e na cevada o equilíbrio, havendo um intervalo proteico. Temos vindo a trabalhar a dose, a época de aplicação e o fracionamento dessa fertilização azotada, verificando em que alturas do ciclo cultural é importante fazer a apli- cação do azoto, não só para promover a produtividade, mas igualmente para melhorar a qualidade do cereal. Depois interligamos isto com a água de rega: compa- rando com o sequeiro, com a rega satisfazendo 100% das necessidades da cultura, com a rega não satisfazendo totalmente estas necessidades e administrando água só nas fases críticas da cultura. Os dados já nos mostram que esta rega só nas fases críti- cas, em termos de produtividade, tem resultados idênticos à rega para satisfazer 100% das necessidades da cultura. Pelo que podemos regar com muito menos água sem perder produtividade. O IPBeja é parceiro do INIAV no programa de melhoramento de cereais e trabalha ao longo do percurso de melhoramento da planta.

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