BA2 - Agriterra

AMENDOAL | PRAGAS E DOENÇAS 32 mancha ocre, Polystigma amygda- linum ; antracnose, Colletotrichum acutatum , entre outras de menor incidência/importância como é o caso do crivado, Wilsonomices carpophilus e da lepra, Taphrina deformans . Além das micoses, as doenças provocadas por bactérias, como a bacteriose, Xanthomonas arborícola ; xylella, Xylella fastidiosa , entre outras doenças de menor importância, podem vir a causar enormes prejuízos (Quadro 1). Cancro O fungo infeta os ramos essencial- mente por duas vias distintas, através das feridas da queda das folhas no outono e na primavera pelas feridas do crescimento dos botões florais e foliares (Lalancette et al. , 2003). Nos ramos jovens são visíveis manchas castanho-avermelhadas com forma elíptica alongada a um gomo vegeta- tivo ou floral. Os gomos afetados não se desenvolvem e ficam necrosados. O cancro da amendoeira é de difícil gestão e a diminuição do inóculo nos pomares passa pela aplicação de tratamentos fitossanitários para evitar as novas infeções (queda da folha e abrolhamento dos gomos) e pela eliminação e destruição dos ramos doentes (primavera e verão). Em novas plantações, a escolha de variedades mais resistentes à doença deve ser tida em conta. Moniliose Amoniliose é uma das mais importan- tes doenças do amendoal e é causada pelo fungo M. laxa (Adaskaveg et al. , 2016). O fungo provoca murchidão das flores, sendo que as infeções ocorrem sobretudo no momento da floração em presença de chuva e em varieda- des que são mais suscetíveis. A infeção progride até ao ramo provocando lesões mais ou menos profundas nos tecidos (cancros), que dificultam a cir- culação da seiva e originam a morte dos ramos. Os frutos quando atacados acabam por mumificar e permanecer na árvore (Cothn, 2011). A gestão da moniliose passa pela redução do inóculo nos pomares, eliminando e destruindo os frutos mumificados e os ramos atacados, poda das árvores de modo a permitir o arejamento da copa, e realização de tratamentos químicos empré-abrolha- Quadro 2 - Principais pragas associadas à amendoeira (Gort & Sánches, 2011; Santos et al., 2017; Torguet et al. , 2019). mento (botão rosa) e à queda da folha (Gort & Sánchez 2011; Adaskaveg et al. , 2016). Nos sistemas mais intensivos, pomares com rega ou em prima- veras mais húmidas, pode existir a necessidade de realizar mais algum tratamento após a floração. Em novas plantações, a escolha de variedades mais resistentes à doença deve ser tida em conta. Mancha ocre A mancha ocre é causada pelo fungo, P. amygdalinum , causando a redução da atividade fotossintética, desfoliações prematuras e uma queda significativa da produção (Gort & Sánchez, 2011). A doença reconhece-se facilmente, através das manchas caraterísticas de cor amarela que vão progredindo para castanho-avermelhado, acabando por necrosar. A gestão da doença é relativamente fácil, passa pela utilização de fungi- cida a partir da queda das pétalas e pela redução do inóculo presente nas folhas, que se encontram no chão (Gort, 2014). A utilização de ureia cris- talina pode ajudar a destruir as folhas e como tal reduzir o inóculo. NOME CLASSIFICAÇÃO ÓRGÃOS ATACADOS PREJUÍZOS Ácaros, T. urticae; P. ulmi Trombidiformes Folhas Até 50% Afídio verde, M. persicae; B. amygdalinus; B. helichrysi; Hemíptera Folhas Até 15% Monosteira, M. unicostata Hemíptera Folhas Até 10% Anarsia, A.lineatella Lepidóptera Folhas, ramos e frutos Até 10% Traça oriental, G. molesta Lepidóptera Folhas, ramos e frutos Até 3% Cabeça-de-prego, C. tenebrionis Coleóptera Gomos, folhas, tronco, raízes Até 20% Escolitídeos, Escolytus amidali, E. mali Coleóptera Ramos e tronco Antónomos, Anthonomus amygdali Coleóptera Ramos e tronco Cochonilhas, Quadraspidiotus perniciosus; Pseuaulacaspis pentagonal Hemíptera Folhas Brocas, Z. pyrina; C. cossus Lepidóptera Lançamentos novos, ramos e tronco Cicadelideos, Asymmetrasca decedens Homóptera Folhas Vespa da amendoeira, Eurytoma amygdali Himenóptera Fruto Até 50%

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