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28 OLIVAL | PRAGAS E DOENÇAS res, em particular, para limitação da mosca-da-azeitona, que podem ser usados em todos os regimes de plan- tação de olival (tradicional, intensivo e em sebe), criados por Fernando Rei. O professor explica-nos que “são duas estações de captura e uma armadilha tubular, para captura emmassa damos- ca-da-azeitona. Nas estações de captura pretenderam-se, essencialmente, três objetivos: reduzir o trabalho na manu- tenção das armadilhas, aumentar a sua área de atração para os insetos e, consequentemente, reduzir o número de armadilhas por hectare”. Por essemotivo, adianta o investigador da UÉ, “têmumdesenho exclusivo, em forma de tubo, comuma grande aber- tura superior para mais fácil libertação e disseminação dos voláteis atrativos, e consequente para a orientação dos insetos para o seu interior, onde ficarão retidos. A sua grande dimensão permite uma manutenção mais reduzida ao longo do período de utilização no olival”. “A armadilha tubular pretende substi- tuir o modelo de armadilha Olipe, de referência, através da sua forma tubu- lar e flexível, que permite colocar a armadilha, num comprimento de seis metros oumais, à volta de toda a copa de uma oliveira, ou ao longo de uma linha de olival em sebe”, especifica. Fernando Rei adianta que “também permite reduzir a manutenção das armadilhas, embora emmenor escala do que sucede nas estações de cap- tura. Todavia, o seu custo é muito mais reduzido”. Todos os dispositivos para atrair asmos- cas têm lá dentro uma solução a 4% de hidrogénio fosfato de amónio, que atrai sobretudo fêmeas. Assim, nas esta- ções de captura juntaram-se difusores de feromonas sexuais (para atrair tam- bém os machos). Para reter os insetos dentro dos dispositivos, a armadilha tubular tem um inseticida e as esta- ções têm lá dentro um eletrocutor ou armadilhas amarelas com cola. PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS DA OLIVEIRA As mais significativas: • Mosca-da-azeitona – Bactrocera oleae (danos nas azeitonas e quali- dade do azeite extraído); • Traça-da-oliveira – Prays oleae (danos em azeitonas, flores e folhas); Doenças/fungos: • Olho de pavão – Spilocaea oleagina (impacto sobretudo nas folhas); • Gafa - Colletotrichum acutatum e C. gloeosporioides (impacto sobre- tudo nas azeitonas); Pragas e doenças com ressurgimento em olivais em sebe: • Tuberculose-da-oliveira (bactéria) – Pseudomonas savastanoi (provoca galhas nos ramos); • Euzofera (insecto lepidóptero) - Euzophera pinguis (larvas fazem gale- rias na periferia dos trocos, afetando a circulação da seiva). Estação de captura, com eletrocutor. Armadilha tubular: 1 - Corpo da armadilha; 2 - espiral interna em arame; 3 - orifícios para sair o volátil e entrarem as moscas; 4 - arame de fixação à árvore Em todos os modelos “pretende-se reduzir as populações de mosca no olival, através da sua captura emgrande escala/emmassa. Este método pode ser complementado pela aplicação de biopesticidas, ou com a aplicação nas copas, de substâncias repulsivas para a mosca-da-azeitona, como o caulino”, afirma o professor, concluindo que “o objetivo final é a limitação dessa praga-chave do olival, sem recurso à utilização de pesticidas orgânicos, usualmente de largo espectro de ação, com impactos negativos no ecossis- tema e meio ambiente”. As armadilhas (Estação de captura – modelo eletrocutor e modelo ade- sivo, e a armadilha tubular) foram concebidas no âmbito do projeto ‘A Proteção Integrada do olival alente- jano. Contributos para a sua inovação e melhoria contra os seus inimigos-chave’, cofinanciado através dos Programas Alentejo 2020, Portugal 2020 e pelo FEDER, estando atualmente pendentes três pedidos de patente europeia. n C M Y CM MY CY CMY K

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