57 SUSTENTABILIDADE e processos mais sustentáveis, bem como um roteiro para a descarbonização da indústria dos plásticos. Quanto à introdução de critérios ambientais nos contratos públicos, a APIP considera que pode valorizar os plásticos como materiais inovadores e sustentáveis, desde que as exigências sejam claras e baseadas em evidências científicas, evitando discriminação entre materiais. A Fersil sublinha que a informação técnica ainda está dispersa e nem sempre é clara, acessível ou suficiente, tornando a conformidade um desafio. Propõe, nomeadamente, a criação de guias práticos e formação específica para ajudar as empresas a adaptarem-se. A ANFAJE declara que, economicamente, o setor irá enfrentar custos de adaptação, nomeadamente em I&D, certificações e processos produtivos pelo que é indispensável que possa haver medidas públicas de incentivo e apoio financeiro à inovação, a par de um horizonte de transição equilibrado, sustentável e eficiente. O PAPEL DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E DA NANOTECNOLOGIA De acordo com Ana Pires, cofundadora da Dimera, a inteligência artificial (IA) e a nanoengenharia desempenham um papel essencial na aceleração do desenvolvimento de materiais sustentáveis para a construção. Estas terão, considera, “um papel fundamental na maximização do desempenho ambiental dos materiais e na promoção de benefícios para a construção". Fazendo uma breve análise sobre o Regulamento de Produtos de Construção (RPC), Ana Pires afirma que este traz oportunidades para o uso de plásticos reciclados no setor, reduzindo o impacto ambiental. “Os materiais plásticos utilizados na construção podem ter origem em plásticos reciclados de outras fontes, como embalagens. É o caso dos plásticos mistos, utilizados na produção de 'madeira plástica', aplicável tanto em interiores como em exteriores de edifícios, bem como em mobiliário urbano”. Ainda assim, alerta, a reciclagem de plásticos oriundos da construção enfrenta desafios, como a contaminação com outras substâncias. A introdução do Passaporte Digital de Produtos pretende, segundo a cofundadora da Dimera, aumentar a transparência na cadeia de valor, facilitando a escolha de materiais sustentáveis. “Quem disponibilizar essa informação primeiro estará melhor posicionado para cumprir os critérios ambientais estabelecidos pela Diretiva do Desempenho Energético dos Edifícios, entre outros requisitos”, conclui a responsável. n
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