56 SUSTENTABILIDADE PVC reciclado desses mesmos perfis antigos que recuperamos das obras de renovação e cortes que sobram da produção”, é esclarecido. PASSAPORTE DIGITAL DO PRODUTO O Passaporte Digital do Produto é visto como uma ferramenta essencial para a rastreabilidade, mas levanta preocupações sobre custos administrativos e integração. Nuno Aguiar, da APIP, destaca que os principais benefícios do Passaporte Digital são a facilidade de rastreabilidade, a transparência e credibilidade, e o apoio à inovação. A rastreabilidade permitirá um melhor controlo sobre os materiais plásticos utilizados nas obras, facilitando a sua separação e reciclagem no final do ciclo de vida. A transparência e credibilidade serão reforçadas pela disponibilização de dados detalhados sobre os produtos, o que aumentará a confiança do mercado e das entidades reguladoras nos plásticos reciclados. Por fim, o Passaporte Digital permitirá que as empresas destaquem os atributos sustentáveis dos seus produtos, ajudando a diferenciá-los no mercado. Apesar das vantagens, a implementação do Passaporte Digital enfrenta desafios, como a necessidade de padronização e interoperabilidade entre diferentes sistemas e setores industriais. Além disso, é fundamental garantir a segurança e a privacidade dos dados recolhidos. Para José de Matos, da APCMC, “o setor dos produtos da construção é aquele que está mais preparado para isso, porque há muito que está sujeito às obrigações da marcação CE, que envolvem a emissão de uma declaração de desempenho”, contendo informação normalizada sobre as características do produto e respetivo fabricante. Em qualquer caso, informa que um dos principais desafios será “organizar as bases de dados, que, na maior parte dos casos, se encontram dispersas pelos diversos departamentos”. De acordo com a ANFAJE, para garantir conformidade com esta norma, os fabricantes de janelas eficientes estão a investir em software e formação, enfrentando os desafios da harmonização dos sistemas e em assegurar que toda a cadeia de valor adote este modelo, o que exigirá cooperação entre intervenientes. Apesar dos custos iniciais, a mudança pode fortalecer a competitividade e sustentabilidade. “No entanto, cremos que nesta área há ainda muito caminho a percorrer”, reconhece João Ferreira Gomes. A Multi Windows considera que o Passaporte Digital “permitirá a todos os intervenientes obterem de forma célere e confiável todos os detalhes do produto, desde a pegada carbónica à reparabilidade”, o que pode ser uma vantagem competitiva. Embora olhe para a introdução do passaporte digital como uma iniciativa positiva, a Fersil antecipa dificuldades relacionadas com a implementação de sistemas de informação que suportem a nova exigência e formação da equipa para lidar com os requisitos técnicos associados. NECESSIDADE DE APOIOS E MAIOR CLAREZA NAS DIRETRIZES As associações e empresas concordam que a informação técnica sobre as novas regulamentações nem sempre é clara e que podem ser necessários mais apoios. Por isso, da parte da APIP, Nuno Aguiar expressa a sua preocupação com a adaptação das PME à transição digital no setor dos plásticos, devido aos elevados custos de investimento. Destaca também a necessidade de normas digitais interoperáveis e a importância da cibersegurança. Para uma transição bem-sucedida e que possa beneficiar todos, defende incentivos financeiros e programas de capacitação. Para apoiar os seus associados, tem promovido iniciativas para inovação e sustentabilidade no setor, como projetos de I&D com universidades e centros tecnológicos para desenvolver materiais
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