4EDITORIAL Chegamos ao último trimestre de 2025 num momento particularmente desafiador para a indústria de plásticos nacional. O setor automóvel, historicamente um dos pilares da transformação de plásticos em Portugal, enfrenta a “tempestade perfeita” — como Marc Prieto bem descreve nesta edição da InterPlast. Guerras, transição energética, reconfiguração das cadeias de valor e incerteza geopolítica testam a resiliência de fabricantes e fornecedores. Num momento em que ambos precisam de ganhar agilidade, reduzir custos unitários, acelerar o ‘time-to-market’, e simultaneamente responder à descarbonização e à economia circular, as tecnologias emergentes — digitalização da produção, automação adaptativa, fabrico aditivo, materiais compósitos, soluções de rastreabilidade — deixam de ser opções, para passarem a necessidades. Mas não só. Nas tecnologias tradicionais, equipamentos que resolvem problemas antigos, máquinas com maior eficiência energética ou técnicas avançadas de injeção devem ser consideradas como forma de ganhar produtividade. Nesta revista, damos voz a algumas destas soluções e convidamo-lo a visitar o site www.interplast.pt, onde irá encontrar muitas mais. Tal como certamente acontecerá se visitar a Moldplas, de 13 a 15 de novembro. Localizada num dos principais polos industriais do país, a feira promete reunir, mais uma vez, os principais fornecedores de máquinas, equipamentos e materiais, quer para o fabrico de moldes, quer para a produção de peças plásticas. Como não podia deixar de ser, a InterPlast também vai lá estar, com uma edição repleta de temas que refletem a dinâmica que atravessa o setor. Em primeiro plano, o Plastics Summit – Global Event 2025, que colocou Lisboa no centro do debate global sobre o futuro dos plásticos, sublinhando o papel crescente de Portugal na diplomacia industrial e ambiental. Leia a reportagem na página 12. Outro marco importante que assinalamos neste número é a adoção do Passaporte Digital do Produto: Uma ferramenta de aplicabilidade obrigatória a partir de 2026, debatida a 16 de outubro no ‘Digital Product Passport Summit’, que irá requer, simultaneamente, inovação tecnológica, capacitação dos recursos humanos e uma relação direta entre a indústria e a academia. Será, certamente, um tema presente nas próximas edições da InterPlast. Neste último número de 2025, aproveitamos para agradecer a todos os nossos leitores, colaboradores e anunciantes a confiança depositada no nosso trabalho e reafirmar o compromisso de acompanhar — com rigor e independência — o caminho da indústria portuguesa de plásticos rumo a um futuro mais sustentável. Boa leitura e bons negócios! Plásticos e automóvel: inovação como resposta à tempestade perfeita Selenis cria Texnascis para acelerar a circularidade têxtil A Selenis, produtora global de poliésteres especiais, anunciou o lançamento da Texnascis, uma nova marca inteiramente dedicada à reciclagem têxtil e à promoção de um modelo circular no setor. A iniciativa visa transformar resíduos têxteis em novas matérias-primas e produtos de alto desempenho, reforçando o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a inovação industrial. Com investimentos recentes nos EUA e em Itália, a Selenis aposta agora na Texnascis como plataforma para ligar toda a cadeia de valor têxtil, desde a recolha e valorização de resíduos até à criação de novos polímeros reciclados. A empresa quer “dar uma nova vida a cada peça de roupa”, afirmou o CEO Duarte Matos Gil, sublinhando que a verdadeira circularidade depende de inovação tecnológica e enquadramento legislativo adequado. Segundo Eduardo Santos, diretor de Estratégia Corporativa, a Texnascis pretende escalar soluções de reciclagem de poliéster do laboratório à produção industrial, garantindo qualidade e consistência nas matérias-primas recicladas.
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