BP27 - InterPLAST

14 Network (SDSN), assinalou a importância do conhecimento na liderança sustentável, e Miriam Olivi, da Women in Plastics Italy, ressaltou que “resiliência é, antes de mais, sobre pessoas”, apontando a diversidade e a inclusão como motores de inovação. Já Perc Pineda, economista da associação norte-americana Plastics, alertou para riscos globais ligados ao comércio e à energia, mas também para oportunidades na automação e na proximidade das cadeias de abastecimento. Entre visões de diferentes geografias e setores, do primeiro painel emergiu uma mensagem clara: a resiliência da indústria dependerá da convergência entre políticas estáveis, investimento em inovação, colaboração ao longo da cadeia de valor e uma integração efetiva da sustentabilidade como eixo estratégico. DA FÁBRICA AO CIDADÃO: A TRANSIÇÃO TAMBÉM É SOCIAL O segundo painel, moderado por Assunta Camilo, diretora do Instituto de Embalagens e da Futurepack, alargou o debate à dimensão social da transição, reunindo vozes da indústria, do direito, da saúde pública, da comunicação e da gestão de resíduos, todas centradas na mesma questão: como transformar consumidores e cidadãos em verdadeiros agentes de mudança. Filipe de Botton, presidente da Logoplaste, criticou a burocracia europeia que considera um entrave ao investimento, comparando os prazos excessivos para abrir fábricas na Europa com os Estados Unidos. Apelou a regras mais simples e a um verdadeiro mercado único europeu. De uma perspetiva asiática, Jianjun Li, vice-presidente da Kingfa Environmental Technology e diretor do Comité de Reciclagem da China Plastics Processing Industry Association (CPPIA), salientou o papel da rastreabilidade por blockchain e dos incentivos económicos na construção de confiança entre sociedade e indústria, promovendo a transformação dos consumidores de espetadores em protagonistas. O diretor-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Componentes para Calçado (APICCAPS), João Maia, enfatizou a necessidade de base científica: “Falamos de produtos biológicos, reciclados, éticos, mas não sabemos o que é melhor para o ambiente. Sem ciência, acabamos em religiões de consumo.” Também subtilizou a importância da rastreabilidade para calcular a pegada ambiental dos produtos. Na vertente jurídica, José Eduardo Martins, sócio da Abreu Advogados, observou que “a transição faz-se com confiança, transparência e responsabilidade partilhada entre governos, indústria e cidadãos”, sendo a lei um instrumento de capacitação. A jornalista Neivia Justa, líder em causas corporativas e membro do conselho consultivo do 30% Club Brazil, referiu o poder do consumidor: “cada consumidor empoderado influencia a sua rede. O efeito multiplicador é enorme”, enquanto Ricardo Neto, presidente da Novo Verde e da ERP Portugal, assinalou que “a transição é humana". A tecnologia não chega se não mudarmos comportamentos”, lembrando o trabalho de sensibilização com escolas e a necessidade de usar embalagens e redes sociais como veículos de educação. A visão da saúde pública foi apresentada por Susana Viegas, Professora da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, que enfatizou a importância da literacia, e Yavuz Eroglu, presidente da Fundação da Indústria do Plástico da Turquia (PAGEV), advogou uma voz global do setor baseada em ciência, alertando contra “o politicamente correto que desvirtua o debate”. CIRCULARIDADE EM AÇÃO: REFORÇAR A CONFIANÇA E O MERCADO O debate prosseguiu com o painel ‘Manter o ciclo: reforçar a circularidade’, moderado por Liliam Benzi, consultora de comunicação da ABIEF e fundadora da LDB Comunicação Empresarial. Neste, a circularidade foi analisada sob diferentes ângulos — regulação, Mascote do PSGE 2025, durante o coffee-break.

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