BP11 - InterPLAST

ANÁLISE 64 gem simplificad, desenha-se a cadeia produtiva dos plásticos que acaba por retratar as etapas fundamentais da transformação da matéria-prima em produtos acabados. O processo produtivo (cadeia produ- tiva) simplificado (envolvendo ‘bens físicos’) que se inicia na preparação da matéria-prima base (refinarias) até ao produto final exemplifica-se num único sentido uniforme, no entanto os sistemas de informação e conheci- mento (que se podem configurar em serviços) tomam vários sentidos e são fundamentalmente mais visíveis entre o segundo e terceiro ciclo, sobretudo no que respeita à área de investigação, desenvolvimento e teste de polímeros tendo em conta as necessidades do mercado. O relacionamento entre os elementos das várias atividades da cadeia e entre estes com elementos externos ao fluxo da matéria-prima e equipamentos é determinante na geração de valor na cadeia produtiva dos plásticos, a qual se encontra muito dependente da disponibilidade e fornecimento da matéria-prima, pelo que a confiança recíproca entre os elementos da cadeia torna-se importante. Os fornecedores de matérias-primas e equipamentos (segundo ciclo) e os transformadores de plásticos (terceiro ciclo) constituem uma fonte de informação técnica e tecnológica. As empresas de segundo ciclo, ao desenvolverem combinações entre as resinas com o intuito natural de encontrarem novas soluções para o utilizador final, acabam por, direta ou indiretamente, influenciar os pro- gressos técnicos e tecnológicos das empresas do terceiro ciclo. Tendo por base os padrões setoriais de inovação, uma parte das inovações lançadas pelas empresas de terceiro ciclo (utilizadores das resinas prove- nientes das empresas de segundo ciclo) são desenvolvidas nos laboratórios das empresas de segundo ciclo, em parcerias que envolvem as empresas de primeiro (centrais petroquímicas), segundo e terceiro ciclo, bem como a intervenção de organismos públicos e prestadores de serviços. Há claramente a presença de fontes científicas e de conhecimento tecnológico externas, que participamno desenvolvimento de equipamentos e materiais adequados às soluções a seremproduzidas no ter- ceiro ciclo, em resposta às exigências e solicitações do mercado/utilizadores. Com uma heterogeneidade de processos produtivos, a indústria transformadora de plásticos contém diferentes tipos de empresas, de padrões competitivos e de mercados e segmentos de atuação, visível desde logo no destino que têm os produtos de plástico onde se distinguem dois grandes grupos de empresas produ- tivas: (1) fabricantes que produzem o produto plástico final pronto a ser ‘consumido’ pelo utilizador final (p.e. utensílios domésticos, brinquedos, materiais de construção, etc); (2) fabricantes, cuja produção se destina a ‘utilizadores industriais’ que empre- garão os plásticos como uma peça, um componente do seu produto final, que ficará pronto a ser ‘consumido’ pelo mercado. Ummesmo fabricante pode ter na sua gama de produtos ambos os segmentos de atuação. O perfil do utilizador final difere naturalmente da do ‘utilizador industrial’: enquanto o primeiro focaliza-se na marca, no design, na diferenciação do produto, na sustentabilidade (redução dos impactos ambientais e reciclagem), o segundo centra-semais na qualidade e conteúdo técnico do produto, novas soluções, prazos de entrega, economias de escala, integração de valor. Adotando o que usualmente se verifica na indústria do petróleo, normalmente dividida em três principais componen- tes, as atividades primárias da cadeia de valor da empresa inserida no setor dos plásticos integram, no link 1, a logís- tica interna (upstream), no link 2 e 3 a produção e transporte (midstream) e no link 4 e 5 o marketing, vendas e serviços (downstream). Cada um dos links é sinónimo de estabelecimento de relações ‘internas’ e ‘externas’, ou seja, dentro de cada atividade e entre as diversas atividades da cadeia de valor da empresa e com outras empresas, refletindo o conhecimento que se gera, o tráfego de informação e as ativida- des necessárias no desenvolvimento da cadeia, na geração de valor e no processo de inovação da empresa (Figura 2). Transversal a todos os tipos de empre- sas incluídas no setor industrial dos plásticos, estão as ligações/relacio- namentos (a montante, a jusante e medianeira) e a profundidade do conhecimento gerado nesta dinâmica, cruciais no processo de inovação e na competitividade deste setor. n Figura 2 – Ilustração macro do network vertical integrado da empresa inserida no sector dos plásticos.

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