BP11 - InterPLAST

ANÁLISE 61 processamento dos plásticos, toda a indústria beneficia com este traba- lho preliminar feito pela indústria química. É importante, por isso, que a inovação esteja presente em todo a cadeia (sistema) de valor da indústria dos plásticos. Inovação e mudança tecnológica são grandemente afetadas pelo setor onde se inserem. O aumento rápido das oportunidades tecnológicas implica mudanças céleres na tecnologia e a inovação desempenha um papel importante nesse crescimento, afe- tando a competitividade das empresas e dos próprios países. Tradicionalmente, a inovação era vista como um processo linear, onde as empresas investiam em I&D, envolvendo atividades quer de desenvolvimento tecnológico, quer de introdução de novos produtos, ao invés de gerar conhecimento para criar novos produtos patenteados e introduzidos no mercado, perspetiva que foi largamente abandonada uma vez que muitos investimentos não geravam resultados de I&D ou não criavam novos produtos, além do que muitas inovações não eram paten- teadas, especialmente na indústria de serviços. O conceito evolutivo de inovação pressupõe passar de um processo linear para a interação contínua e sistemática de vários ‘atores’, que se posicionam quer internamente, quer no exterior da empresa. Este facto parece implicar que o conhecimento salte as barreiras físicas da empresa, as quais dificilmente sobrevivem fechadas em si mesmas. Partindo deste pressuposto, o desempenho económico das empresas, regiões e nações é cada vez mais dependente da sua capacidade de aprender. PADRÕES DE INOVAÇÃO Diferentes indústrias seguem dife- rentes padrões de inovação, que dependemdas características estrutu- rais específicas de cada setor industrial. E, se os padrões de inovação ao nível da indústria são muitas vezes explica- dos com o conceito tecnológico, então a evolução destes padrões segue um caminho caracterizado pela trajetória tecnológica de um setor industrial específico, pelo que as estratégias de inovação são similares nesse setor. Como forma de traçar um elo de semelhança entre as muitas facetas do processo de inovação, bem como estabelecer categorias invariantes com base na observação das (dis)semelhan- ças entre a indústria, identificam-se padrões setoriais de inovação que se assemelham a um ‘quadro’ que ajuda a melhor compreender o processo de inovação na indústria e a melhor orientar o processo de conceção das políticas de inovação. Nesta perspetiva, este ‘quadro’ ou ‘agrupamentos’ de empresas exibem comportamentos inovadores similares (padrão de ino- vação), que parecem escolher uma estratégia de inovação específica e dão uma visão multidimensional, integrada e dinâmica dos setores. A classificação setorial é uma ferra- menta útil na análise do processo de inovação, já que: ajuda a descrever o processo de inovação no setor; permite a identificação dos fatores que afetam esse processo; permite a análise das relações existentes dentro do setor e comoutros setores; ajuda a perspetivar a trajetória de transformação do setor; ajuda a perspetivar as melhores polí- ticas de inovação; permite identificar os setores mais competitivos do país, alavancando a comparabilidade com outros países (posicionando o setor no país e no plano mais global). Os quatro estudos sobre padrões de inovação mais citados na literatura são: 1) Taxonomia de Pavitt; 2) Taxonomia de Castellacci; 3) Classificação da OECD; 3) Os sistemas setoriais de inovação de Malerba. Abordamos de seguida a ‘filiação’ setorial da indústria dos plásticos nestes quatro padrões de inovação. Na classificação da OECD, a indústria dos plásticos, do setor das indústrias químicas, pertence às indústrias 'high-medium-tech', enquanto na perspetiva da taxonomia de Pavitt é classificada no setor das empre- sas de base científica, as quais são tipicamente grandes e recorrem grandemente a fontes internas (p.e. laboratórios de I&D) para produzir inovações. A base de conhecimento é complexa e muito dependente dos Cláudia Ribau, doutorada em Marketing e Estratégia pela Universidade de Aveiro, docente no ISCA-UA, e António Moreira, docente na Universidade de Aveiro.

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