BP10 - Interplast

ANÁLISE 18 No final da cadeia de abastecimento encontram-se os compradores e utilizadores finais. Nos primeiros, dis- tinguem-se fundamentalmente dois tipos: (1) as denominadas OEM (Original Equipment Manufacturer), empresas produtoras que integram no seu pro- duto final componentes de plástico, como a indústria automóvel e do trans- porte, empresas de construção civil, produtores de equipamentos diversos (como industrial, domésticos, alimentar, elétrico e eletrónico), indústria cosmé- tica, hospitalar, do lazer e do desporto, alimentar, indústria solar, embalagens diversas, etc; (2) cadeia de distribuição tradicional (distribuidores, armazenistas e lojistas) e moderna (grandes super- fícies). Quando o utilizador final toma grandes dimensões, este pode assumir em simultâneo a figura de comprador. As duas etapas centrais identificam o segundo e terceiro ciclo com os produtores de resinas e os transfor- madores de plásticos, respetivamente, o que não significa que daqui saem os produtos finais, uma vez que uma parte dos outputs do terceiro ciclo constituem componentes em outros processos industriais (como o caso das OEM anteriormente referidas). A perspetiva macro desta relação verti- calmente integrada pode ser analisada na Figura 2, incorporando todos os elementos do sistema de valor. Os fluxos relacionais neste network vertical são vários e bidirecionais, envolvendo não só os fluxos de matérias-primas e produtos, mas também elementos intangíveis que se materializam em relacionamentos que podem ser de cooperação ou de conflito, compreendendo preços, con- tratos, projetos, investimentos, entre outros. Cada um dos ‘atores’ nesta cadeia envolve relações mais oumenos próximas, criando condições mais ou menos favoráveis à geração de valor. Nesta dinâmica competitiva do setor dos plásticos, o mercado também representa um papel importante. REFERÊNCIAS • ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) http://www.abiplast.org.br/ - C aracterízação da Cadeia Petroquímica e da Transformação de Plásticos, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). • CPIA - Chemical Propulsion Information Agency - www.cpia.jhu.edu - e Canadian Plastics Industry Association - www.plastics.ca. • Plastics (2010), ‘Plastics – The facts 2010’. • Plastics Cluster – www.kunststoff-cluster.at. • Plastics Europe – The Plastics Portal - www.plasticseurope.org. A interação com clientes e utiliza- dores finais permite, entre muitos outros aspetos, identificar problemas de performance do produto, propor novas soluções, identificar tendências e hábitos de utilização. As atividades das empresas na cadeia de valor têm, de alguma forma, liga- ção com a comunidade que lhe é circundante, criando consequências sociais positivas ou negativas, pelo que a inclusão de uma perspetiva social na estratégia competitiva é funda- mental para fazer crescer o negócio num sentido sustentável, conceito que tem ganho nos últimos anos cada vez maior relevância. Tendo em conta as tendências mais recentes da susten- tabilidade (que inclui a reciclagem, um fenómeno relevante em termos ambientais e sociais) e as perspetivas em relação às matérias-primas (fontes alternativas de combustíveis fósseis, que passa pelo ‘novo petróleo verde’, o ‘biocombustível’ de origem vegetal) são igualmente aspetos estratégicos, para a cadeia de valor da indústria dos plásticos, apesar de estarem em constante mudança na procura de impacto futuro. No que diz respeito à reciclagem, identificam-se dois pontos fundamen- tais na cadeia de valor dos plásticos: (1) reciclagem de produto acabado; (2) reciclagem de produto em fim de vida. O processo de reciclagem em fim de vida implica a recolha do plástico para reciclar, a sua triagem, o seu reprocessamento (estendendo a cadeia produtiva a todo o ciclo de vida do produto) e unidades industriais relativamente estruturadas. No caso da reciclagem do produto acabado que, por qualquer motivo foi rejeitado do seu processo produtivo normal, este pode ser reciclado numa unidade interna de reciclagem ou com recurso a empresas externas especializadas neste processo via outsorcing. É neste segmento da cadeia de valor da indústria dos plásticos que se iden- tificam os maiores desafios atuais. As preocupações ambientais e as limita- ções de recursos tornaram a poluição ambiental e a utilização sustentável de recursos em questões de agenda global. A preservação do ambiente tem vindo a tornar-se uma variável de grande importância na atividade industrial deste sector e a noção de que é urgente adotar medidas para a sustentabilidade é cada vez mais comum e premente. É nesta fase que se encontra a indústria dos plásticos, numa ótica de economia circular, em que o papel quer da indústria, na utilização racional dos recursos e no seu reaproveitamento, quer do utili- zador final do material plástico, num consumo consciente e no encaminha- mento correto para uma reutilização (infindável), são fundamentais para preservar o amanhã do universo. n

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