59 EXTRAÇÃO MINEIRA das empresas com a própria associação e a academia para impulsionar a competitividade e promover o desenvolvimento sustentável deste setor”. SUSTENTABILIDADE: UMA PREOCUPAÇÃO REAL NO SETOR Sendo a extraçãopedreira uma indústria com uma conotação menos positiva juntoda opiniãopública, fomos perceber que iniciativas estão a ser desenvolvidas paramitigar oumudar esta opinião junto da população em geral. Neste sentido, Célia Marques, ressalta que “no caso da pedra natural, nos últimos anos o setor tem desenvolvido um esforço de marketing e comunicação muito intensos, com o objetivo de promover esta indu´stria, mas tambe´mdemelhorar a atratividade e aceitação social do setor dos recursos minerais junto do público em geral”. Para reforçar esta sensibilização e esclarecimento sobre os impactos e medidas implementadas pela indústria, a Assimagra desenvolve ações concretas com vista a dar continuidade a este trabalho. Tal como indica Célia Marques, “temos previstas iniciativas direcionadas a diferentes targets, mantendo uma intervenção ativa nos processos de comunicação, com informação educativa e interventiva ao nível do setor, mas também do poder político e da sociedade procurando melhorar a atratividade e aceitação social do setor no acesso ao território. Os exemplos são muitos como a realização dos Encontros Nacionais do setor – Summit StonebyPortugal, com o objetivo de se discutirem e se refletir sobre os desafios impostos atualmente à indústria da pedra natural juntando diversos convidados e diferentes intervenientes que atuamemproximidade comeste setor de atividade. Existem ainda várias iniciativas em curso nos processos de comunicação ao nível do poder político como é o caso da campanha 'À Conversa com o Presidente' nos principais municípios com ligação ao setor extrativo”. A exposição Primeira Pedra no Museu Nacional dos Coches patente por mais de seis meses permitiu a aproximação da indústria a um publico mais alargado, sendo que após ser visitada por mais de 100 mil pessoas, foi recentemente transferida para Porto de Mós para atingir um publico mais diferenciado. Por fim, finaliza dizendo que “estão a ser planeadas iniciativas de aproximação às escolas e universidades, com conteúdos e um planeamento direcionados aos diferentes alunos, com o duplo objetivo de dar a conhecer o setor e sensibilizar para importância dos recursos minerais na vida quotidiana atual”. Para este artigo, contactámos diversas empresas do setor para que partilhassem connosco as preocupações inerentes à sua atividade. O único testemunho obtido, da Filstone, respalda o retrato traçado pela Assimagra. EXPORTAÇÃO: UMA OPORTUNIDADE QUE DEVE SER DIVERSIFICADA A Filstone tematualmente duas pedreiras ativas emPortugal, uma emFátima, onde é extraído calcário, e outra em Alpalhão onde é explorado granito. Segundo nos relata Eduarda Soares, do departamento de marketing e comunicação da empresa, a exportação de pedra natural representa uma parte substancial da atividade da Filstone. "Em termos percentuais, cerca de 60% do nosso negócio está direcionado para a exportação de pedra natural”, afirma, acrescentando que “a exportação desempenha um papel fundamental no crescimento e na sustentabilidade da nossa pedreira. Através da exportação, conseguimos alcançar mercados internacionais mais amplos e diversificados”. Como todas as empresas que dependiamdomercado externo, especificamente da China, e que tiveramde parar os seusmovimentos exportadores por circunstâncias da pandemia, também a Filstone teve necessidade de se adaptar. Eduarda Soares admite que “este ano, passámos por uma reestruturação na empresa e compreendemos a importância de diversificar os nossos mercados externos, para além da China. Estamos aos poucos a aumentar o contacto com outros países, o que tem resultado em vendas promissoras. Essa diversificação geográfica tem sido fundamental para o nosso plano de crescimento, permitindo-nos reduzir a dependência de um único mercado externo e explorar novas oportunidades de negócio. Estamos entusiasmados com os resultados até agora e a consolidar a nossa posição no mercado internacional de pedra natural. No entanto, é importante salientar que a exportação não é a única parte do nosso negócio. Também servimos o mercado interno, fornecendo pedra natural para projetos de construção e design em Portugal”. SUSTENTABILIDADE, TRANSIÇÃO ENERGÉTICA E ESCASSEZ DE MÃO-DEOBRAS: PREOCUPAÇÕES DAS EMPRESAS A Filstone admite que uma das principais dificuldades que enfrentam na sua atividade de extração pedreira, se centra na sustentabilidade ambiental. Procuram reduzir o impacto e adotar práticas responsáveis, “como o consumo consciente de recursos hídricos, a implementação de sistemas de filtragem para reduzir a poluição do ar e da água, e a realização de planos de restauro ambiental. Além disso, a empresa tem de lidar com o cumprimento das regulamentações e requisitos legais, o que implica investimentos na obtenção de licenças, garantir a conformidade com normas ambientais e de segurança, bem comomanter registos precisos”, admite Eduarda Soares. Outra dificuldade enfrentada pela Filstone é a escassez de mão-de-obra qualificada, tal como retratado pela
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