BO14 - EngeObras

ENTREVISTA 46 Passemos agora a um dos grandes obstáculos para o nosso setor: a falta de operadores e mecânicos. Estão a desenvolver alguma linha de trabalho para mitigar este grande problema? Estamos a tentar por todos os meios, mas é difícil. Entrámos em contacto com institutos da zona, oferecemos colaborações... mas é muito difícil. É uma pena, porque este é um setor onde se pode ganhar bem a vida, com boas perspetivas. Mas é óbvio que não é atraente para os jovens. Não sei se é por desconhecimento ou porque a imagem do setor não é a melhor. A Formação Profissional deveria ter mais peso. Parece que agora começa a ser mais valorizada, mas viemos de uma fase em que estudar uma licenciatura técnica não era bem visto, e agora estamos a pagar por isso. Confio que dentro de cinco ou dez anos veremos uma melhoria, mas hoje em dia é um verdadeiro problema, e não só em Espanha: também se vê noutros países europeus. Em termos gerais, como avaliaria a situação que o setor rodoviário atravessa em Espanha? Acha que haverá um bom nível de investimento nos próximos anos? Em manutenção, sem dúvida. Se não se investir na conservação do que temos, as estradas deterioram-se a níveis inaceitáveis. Quanto a novas obras, teremos de ver. Os fundos europeus (PRTR) representaram um impulso muito importante para renovar frotas, sobretudo no setor do asfalto. Nós notámos muito isso. Acho que, pelo menos durante mais alguns anos, continuará a haver investimento, mas para além disso é difícil prever. O lado positivo é que o mercado espanhol estabilizou em torno de 2% de crescimento anual. Não estamos nos níveis absurdos de há 15 anos, e isso é bom. É melhor um crescimento sustentável. Agora trabalhamos com números mais realistas, e isso dá-nos estabilidade. Veremos o que acontecerá após as próximas eleições ou se os níveis de despesa pública se manterão, mas estou razoavelmente otimista a curto e médio prazo. Sobretudo, tendo em conta o estado atual de algumas estradas e a necessidade imperiosa de reduzir a sinistralidade rodoviária. Considera que o aluguer continuará a ganhar terreno à propriedade de parques de máquinas? Em máquinas leves, claramente sim. O mercado já está muito maduro neste sentido, e o aluguer tornou-se a opção mais comum, especialmente para trabalhos de curta duração ou para pequenas empresas que não podem ou não querem investir em propriedade. Em máquinas mais pesadas, como equipamentos de asfalto, o panorama é diferente. As grandes empresas de asfalto costumam ter a sua própria frota. Neste caso, o aluguer serve mais como uma ferramenta de reforço, para cobrir picos de trabalho ou substituir equipamentos avariados pontualmente. Ou seja, como uma solução temporária, não como uma estratégia de longo prazo. E na compactação de solos, não creio que a quota de aluguer possa crescer muito mais do que já cresceu. Para terminar e resumir, tendo em vista a entrevista que voltarei a fazer em 2030 (ou assim espero). Como imagina a Bomag Ibérica nessa altura? Já fizemos um orçamento e um planeamento estratégico com esse horizonte. O nosso objetivo é ambicioso: queremos crescer 50% até 2030 e atingir 30 milhões de euros de faturação. E estamos no bom caminho. Este ano, se tudo continuar como até aqui, fecharemos com um crescimento de 20-25%, atingindo os 21 milhões de euros. Além de crescer nas nossas linhas atuais, queremos incorporar produtos do Grupo Fayat que sejam sinérgicos com a nossa atividade. Produtos que complementem a nossa oferta e que nos permitam agregar mais valor aos nossos clientes. Estamos a estudar diferentes opções e, com certeza, alguma delas se concretizará. Antes que me esqueça... Vão estar presentes na próxima edição da Smopyc? Sim, já reservámos o espaço, cerca de 460 metros quadrados. Embora a Bauma tenha decorrido há puco tempo e as nossas principais novidades tenham sido aí apresentadas, acreditamos que a Smopyc é uma boa oportunidade para estar perto dos nossos clientes, distribuidores e colaboradores. Queremos repetir o evento que realizámos na última edição, que funcionou muito bem: um momento de encontro, mais informal, para partilhar com os nossos parceiros. Estar lá, dar visibilidade e reforçar a marca é muito importante para nós. Muito obrigado, Ignacio, por partilhar esta visão tão clara e sincera. Desejamos-lhe muita sorte nesta nova etapa à frente da Bomag Ibérica. Eu é que agradeço. Foi um prazer dar esta entrevista assim, numa conversa cara a cara. n A Bomag Ibérica já confirmou que contará na Smopyc 2026 com um stand de 460 m2 para exibir as suas mais recentes novidades.

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