BO14 - EngeObras

Alexandra Costa 36 ESPECIALISTA EM... Sustentabilidade Como é que a Infraestruturas de Portugal (IP) enquadra a sustentabilidade na sua estratégia global para o setor rodoviário? A estratégia de sustentabilidade da IP integra os princípios ESG – Ambiente, Social e Governança – através de um conjunto de eixos estratégicos alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e aplicáveis a toda a atividade, incluindo o setor rodoviário. Na dimensão ambiental, destacam-se a transição energética, a mitigação e adaptação às alterações climáticas, a economia circular e a proteção da biodiversidade. No pilar social, valorizam-se os colaboradores, a cadeia de valor, a mobilidade e a segurança dos utilizadores. Na governança, sobressaem a ética, a transparência, a inovação e a cibersegurança. Esta estratégia concretiza-se no setor rodoviário através de políticas, planos de ação e instrumentos de gestão que visam equilibrar eficiência, segurança, resiliência, impacto ambiental e valor social. Por exemplo, na dimensão social, o Plano de Redução da Sinistralidade Rodoviária 2024-2030 visa diminuir acidentes e vítimas mortais, reforçando a sustentabilidade do serviço prestado. A sustentabilidade enquadra-se na estratégia, mas para nós é importante demonstrar a ação concreta. Quais são as principais medidas já implementadas para reduzir o impacto ambiental na construção e manutenção de estradas? A IP reconhece o seu papel na transição para um modelo de desenvolvimento mais sustentável, integrando preocupações ambientais ao longo do ciclo de vida dos projetos rodoviários. Implementamos medidas para minimizar o impacto ambiental, promovendo a economia circular, a gestão eficiente de resíduos, a redução das emissões e ruído e a proteção da biodiversidade. Para garantir que estas práticas são cumpridas, é exigido aos empreiteiros sistemas de gestão ambiental certificados e a implementação de sistemas de acompanhamento e monitorização ambiental em obra ajustados à sua complexidade. Por outro lado, todos os grandes projetos da IP são sujeitos a avaliações de impacto ambiental, que definem medidas obrigatórias de minimização e compensação. Isto permite-nos avaliar continuamente o desempenho ambiental das intervenções, identificar melhorias e corrigir desvios. Há muito a fazer, muito está a ser feito, mas muito mais pode continuar a ser feito. O desafio técnico é enorme: requer inovação, novas normas e critérios de contratação pública que integrem limiares máximos de emissões e valorizem materiais circulares e de baixo carbono. A redução da pegada de carbono de materiais como o betão e o aço é fundamental. Patrícia Figueira Diretora de Sustentabilidade e Inovação na IP, desde 2023, onde coordena iniciativas que promovem a transição sustentável e a inovação no setor das infraestruturas de transporte.

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