ENTREVISTA 62 Aprofundemos algumas das megatendências que se observam atualmente no mercado das máquinas. Em primeiro lugar, a eletrificação. Nota uma maior procura por este tipo de versões? Os modelos térmicos irão desaparecer, mais cedo ou mais tarde? É claro que o aumento das máquinas elétricas, especialmente com baterias de lítio, é imparável. Tudo leva a crer que os motores de combustão, mais cedo ou mais tarde, desaparecerão ou ficarão como algo muito residual. Segunda tendência, a automatização. A Euroyen está a trabalhar em alguma solução de manutenção que não requeira operadores? Sim, claro. Na fábrica já estão a trabalhar com produtos AGV, especialmente em máquinas de interior, e pensamos estar preparados para comercializá-los no último trimestre deste ano. Esta é uma nova realidade do mercado, que veio para ficar. E terceira tendência, a digitalização. Oferecem novas soluções neste sentido, não apenas para operar as máquinas, mas também para gerir as frotas? Claro. Hoje em dia, qualquer empresa que se preze pela eficiência, qualidade e organização deve estar totalmente imersa no mundo da digitalização. Todos os processos logísticos, de suprimentos, controlos, entregas, etc., passam por um bom sistema digital. No que diz respeito ao controlo de frotas, evidentemente, temos procedimentos digitais implementados para um conhecimento exato da localização, estado e necessidades das máquinas, que também colocamos à disposição dos nossos clientes. Lembro-me que há alguns anos me informou sobre a abertura de uma nova linha de negócio para realizar manutenção preventiva. Em que fase estão com esse tema? Desenvolvemos um software à medida das nossas máquinas, incluindo reconhecimento por voz, que permite orientar o técnico, a partir da própria máquina, para seguir os passos necessários para uma boa afinação da mesma e até mesmo a reparação de avarias. A Comercial Euroyen integra associações com forte enraizamento no setor do aluguer, como a Aseamac, a Anapat ou a AECE. Como vê o trabalho que está a ser feito por estas entidades? Somos firmes defensores do associativismo e de que 'a união faz a força'. Fazer guerra, cada um por si só conduz ao fracasso. Reunir as empresas de um setor numa mesma associação permite adquirir uma forte representação perante a administração e os poderes públicos, para participar no estabelecimento das regras do jogo. Quais são os principais desafios que o setor dos empilhadores enfrenta atualmente? Que soluções proporia? Principalmente o problema da energia a utilizar, uma vez que as baterias de lítio não parecem resolver este problema e o hidrogénio ainda não arrancou. Penso que tem havido muito dogmatismo com a demonização dos motores de combustão e, possivelmente, uma solução intermédia poderia ser a mais sensata de todas. Como acha que serão os próximos anos neste setor? Com muitas mudanças, especialmente devido ao desenvolvimento da robotização e à utilização da IA nas máquinas, que vão representar uma verdadeira revolução em todos os domínios. Estão previstos novos lançamentos para os próximos tempos? Estamos prestes a aumentar a nossa gama de produtos, com algumas novidades que apresentaremos no momento oportuno, mas que não quero antecipar para não 'dar azar' (risos). n Empilhador Euroyen FD-20. "Desenvolvemos um software à medida das nossas máquinas, incluindo reconhecimento por voz, que permite orientar o técnico, a partir da própria máquina"
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