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46 CIBERSEGURANÇA nologias distintas integradas num só sistema tem de começar tão cedo quando possível, independentemente de a empresa já ter sido atacada ou não. É apenas uma questão de tempo até ser vítima. A posição privilegiada da indústria transformadora na cadeia de abastecimento, acompanhada de infraestruturas desatualizada e sem segurança, é motivo de atenção dos cibercriminosos que aproveitam as falhas para entrar nos sistemas. Gabriel Coimbra explica que é importante interiorizar que os riscos de cibersegurança se encontram em qualquer etapa da jornada da IIoT e que os criminosos aproveitam a menor vulnerabilidade. “A segurança em IoT deve estender- -se além do perímetro tradicional da empresa”, explica o analista. “Deve existir uma plataforma integrada e automatizada para melhorar a eficiência operacional, reduzir os custos e maximizar a segurança”, acrescenta. É necessária a atualização da segurança da rede, a encriptação, a criação de uma camada adicional de monitorização da rede e o aumento o controlo de acesso especificamente para novos dispositivos IIoT. Para o ajudar a fazer estes planos, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) concebeu emantématualizado o Quadro de Referência Nacional de Segurança Cibernética (EC QNRCS). Este quadro permite às organizações implementar corretamente as suas práticas de cibersegurança organizacional, processual, tecnológica e humana. Através desta análise de risco é possível “identificar o que tem de se proteger, quais os processos associados, quais as tecnologias que suportam os processos, fazendo- -se em seguida o plano de mitigação”, descreve António Gameiro Marques, diretor geral do Gabinete Nacional de Segurança Portugal (GNS) e do CNCS. Esteja ainda atento aos desafios jurídicos e operacionais. É exigida “uma abordagem holística das várias vertentes”, assinala Inês Antas de Barros. A dimensão jurídica é incontornável nas perspetivas preventiva e de resposta a incidentes, detalha a advogada da Vieira de Almeida. Lembre-se ainda daquele que é normalmente referido como o elo mais fraco da cibersegurança: as pessoas. É fundamental envolver os colaboradores no plano de mitigação de risco, Tal com os pombos voltam às esplanadas para comer o pão oferecido pelos clientes, também os criminosos voltam a atacar se receberem o resgate. Ao pagar não resolve o problema e está a financiar o crime. com planos de formação focados nas atitudes, nos comportamentos, na sensibilização e educação. O fator humano será a ignição de mais de metade dos incidentes de cibersegurança significativos em 2025. E nem sempre inadvertidamente. “Cerca de 74 % dos empregados dizem que estariam dispostos a ignorar regras de cibersegurança se tal os ajudasse ou à sua equipa a atingir um objetivo de negócio”, revela um estudo de 2022, do Gartner. Acompanhe também o desenvolvimento do Cibersecutiry Act da UE que irá certificar processos de cibersegurança, procure selos de maturidade digital e lembre-se que pode complementar o seu plano de mitigação de riscos com seguros de cibersegurança, partilhando o risco comas seguradoras. O QUE FAZER EM CASO DE INCIDENTE OU INCUMPRIMENTO No caso de ser vítima de ataque, por exemplo por ransomware, ponha em marcha o plano de recuperação de desastres e continuidade de negócio e decida se paga ou não o resgate. A transparência é fundamental. Deve manter os seus colaboradores, fornecedores, clientes e outros parceiros informados como fez a Vodafone Portugal no ano passado, ou o fabricante de alumínio Norsk Hydro, em 2019. Caso contrário poderá ter, além dos prejuízos do ataque, problemas de reputação. Gameiro Marques recomenda ainda a participação dos incidentes à Polícia Judiciária. Essa informação poderá contribuir para investigações em curso e para o desmantelamento de organizações criminosas. Além disso, as empresas devem partilhar entre elas a informação dos ataques e das soluções encontradas. Muitas vezes, a solução de uma empresa pode ajudar outra a libertar-se dos efeitos do ataque. Com esta cooperação proactiva, as

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