MEDIÇÃO E CONTROLO 43 entanto, no caso das amostras opacas, apenas é possível inspecionar características na superfície. Os ensaios por corrente induzida e as técnicas ultrassónicas podem detetar características dentro do volume, embora o único inconveniente consista na limitada resolução espacial, que se situa na faixa dos milímetros e que depende da profundidade da característica por debaixo da superfície [13]. Por outro lado, o melhor método para a inspeção não destrutiva e quantitativa de estruturas e geometrias complexas dentro do volume de uma peça é atualmente a tomografia computorizada de raios X, com uma faixa de resolução que vai dos milímetros aos nanómetros. Em resumo, os esforços para desenvolver a tecnologia de fusão de medidas são contínuos, tal como demonstram vários estudos recentes [1]. De qualquer forma, continuam a existir desafios técnicos especificamente relacionados com a fusão de dados multiescala, como a qualidade dos dados de medição, incluindo a incerteza e os dados de normalização e calibração, entre outros. Ainda assim, a tomografia computorizada por raios X (TC) é atualmente considerada como a melhor técnica para a inspeção holística e não destrutiva de estruturas e geometrias complexas e não complexas, podendo medir tanto características internas como externas das peças [11]. TOMOGRAFIACOMPUTORIZADA E INDÚSTRIA 4.0 Para a Indústria 4.0, a utilização eficiente da Big Data possui grande importância já que permite o desenvolvimento de algoritmos que se ajustam ao processo de fabrico, favorecendo uma produção consistente, eficiente e, sobretudo, com zero defeitos. Neste estudo, dentro da medição holística impulsionada pela Indústria 4.0, a captação dos dados 3D através de sistemas sem contacto durante todo o processo de fabrico tem um papel vital. Com os dados 3D, é possível analisar e comparar o design inicial de um componente e o resultado final após do seu fabrico. Com a boa qualidade e gestão destes dados, apoiada pelas novas ferramentas que oferecem os sistemas ciber-físicos (CPS) e a internet industrial das coisas (IIOT), é possível realçar as áreas problemáticas e é possível realizar ajustes instantâneos no processo de fabrico, por exemplo, atualizando de forma contínua os arquivos CAM que dirigem as trajetórias das ferramentas. Ao automatizar um processo de captação de dados 3D, reduz-se drasticamente as taxas de falhas e de resíduos, melhorando a eficácia geral e a rentabilidade da produção. Por esta razão, as soluções avançadas de metrologia ótica 3D não destrutiva Figura 7. Classificação das técnicas não destrutivas, conforme: localização do defeito (esquerda) e complexidade geométrica (direita). Figura 8. Esquema do funcionamento da tomografia computorizada por raios X industrial.
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